Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Vamos considerar que uma reação química se dá num sistema aberto, a temperatura desse
sistema, logo ao final da reação (Tf), é, em geral, diferente da temperatura antes da reação ocorrer
(Ti). Para que o sistema volte à temperatura inicial, é necessário que haja algum escoamento de calor.
Esse escoamento de calor pode ocorrer do sistema para as vizinhanças ou a partir das vizinhanças
para o sistema.
Se a temperatura final for maior que a temperatura inicial (Tf > Ti), o sistema precisará escoar
calor para as vizinhanças com o objetivo de restaurar o sistema à sua temperatura inicial. Nessa
situação dizemos que a reação é exotérmica e o calor da reação é negativo, pois a energia está fluindo
do sistema para as vizinhanças. Se a temperatura final for menor que a temperatura inicial (Tf < Ti),
o sistema precisará absorver calor a partir das vizinhanças para restaurar a o sistema à sua
temperatura inicial. Neste caso, dizemos que a reação é endotérmica e o calor de reação é positivo,
pois a energia está fluido das vizinhanças para o sistema.
Na prática, a maioria das transformações químicas ocorrem sob pressão constante, portanto o
calor trocado (absorvido ou liberado) com as vizinhanças é igual à variação de entalpia do sistema.
Por convenção (e conveniência) os estados final e inicial do sistema em estudo precisam estar nas
condições de temperatura e pressão. Por exemplo, considere a reação:
A temperatura e a pressão dos estados inicial e final são as mesmas. Entretanto, enquanto a
reação ocorre há variação na temperatura do sistema, posteriormente a temperatura volta ao valor
inicial pela troca de calor com as vizinhanças. Por exemplo:
Mas a entalpia do estado final ou do estado inicial é a soma das entalpias das substâncias
presentes no fim e no início. Dessa maneira, no exemplo:
𝐹𝑒2 𝑂3(𝑠) + 3 𝐻2(𝑔) → 2 𝐹𝑒(𝑠) + 3 𝐻2 𝑂(𝑙)
Considere as reações:
1
𝐻2(𝑔) + 𝑂 → 𝐻2 𝑂(𝑙)
2 2
3
2 𝐹𝑒(𝑠) + 𝑂 → 𝐹𝑒2 𝑂3(𝑠)
2 2(𝑔)
Todas são chamadas reações de formação, pois o produto de cada uma delas é um mol de uma
substância composta. As variações de entalpia para as reações podem ser calculadas como:
1
∆𝐻 = ∆𝐻𝑓 (𝐻2 𝑂(𝑙) ) = 𝐻(𝐻2 𝑂(𝑙) ) − [𝐻(𝐻2(𝑔) ) + 𝐻(𝑂2(𝑔) )]
2
3
∆𝐻 = ∆𝐻𝑓 (𝐹𝑒2 𝑂3(𝑠) ) = 𝐻(𝐹𝑒2 𝑂3(𝑠) ) − [2 𝐻(𝐹𝑒(𝑠) ) + 𝐻(𝑂2(𝑔) )]
2
Estas equações mostram que para calcular a entalpia de um composto, é preciso somar as
entalpias dos elementos que formam o composto e a entalpia de formação do composto, ou seja:
1
𝐻(𝐻2 𝑂(𝑙) ) = 𝐻(𝐻2(𝑔) ) + 𝐻(𝑂2(𝑔) ) + ∆𝐻𝑓 (𝐻2 𝑂(𝑙) )
2
3
𝐻(𝐹𝑒2 𝑂3(𝑠) ) = 2 𝐻(𝐹𝑒(𝑠) ) + 𝐻(𝑂2(𝑔) ) + ∆𝐻𝑓 (𝐹𝑒2 𝑂3(𝑠) )
2
Utilizando essas equações na primeira equação química, podemos obter a variação de entalpia
para a reação de redução do óxido de ferro-III para o ferro metálico.
3 3
∆𝐻𝑟𝑒𝑎çã𝑜 = 2 𝐻(𝐹𝑒(𝑠) ) + 3𝐻(𝐻2(𝑔) ) + (𝑂2(𝑔) ) + 3 ∆𝐻𝑓 (𝐻2 𝑂(𝑙) ) − 2𝐻(𝐹𝑒(𝑠) ) − 𝐻(𝑂2(𝑔) ) + ∆𝐻𝑓 (𝐹𝑒2 𝑂3(𝑠) ) − 3𝐻(𝐻2(𝑔) )
2 2
Essa dedução nos mostra que a variação de entalpia de uma reação depende apenas das
entalpias de formação dos compostos presentes na reação. Esta dedução pode ser aplicada a todas
as equações/reações químicas de modo que as entalpias dos elementos podem (e devem) ser
eliminadas das expressões das variações de entalpia.
O sinal negativo indica que a reação é exotérmica. É conveniente lembrar que os coeficientes
estequiométricos nestas expressões são números puros. A unidade para H é kJ. Se a equação possuir
apenas um mol de composto formado, essa quantidade de energia está relacionada com um mol de
produto (composto), ou energia por mol de reação. Ou seja, a unidade para H é kJ/mol.
Para cada tipo de reação podemos definir um tipo de entalpia, tais como entalpia de combustão,
entalpia de precipitação, entalpia de complexação, etc.
Referências: