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INSTITUTO PEDAGÓGICO DE

MINAS GERAIS

Módulo Específico
Teoria do Treinamento Desportivo
Coordenação Pedagógica – IPEMIG

Belo Horizonte
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................. 03

1 EVOLUÇÃO DO TREINAMENTO DESPORTIVO NO BRASIL ................... 05

2 TREINAMENTO DESPORTIVO .................................................................... 13


2.1 Conceitos .................................................................................................. 16
2.2 Objetivos .................................................................................................... 18
2.3 Como funciona o treinamento desportivo ................................................... 18
2.4 O tripé do treinamento desportivo .............................................................. 19

3 PRINCÍPIOS DO TREINAMENTO DESPORTIVO ........................................ 20

REFERÊNCIAS CONSULTADAS E UTILIZADAS .......................................... 33

AVALIAÇÃO .................................................................................................... 37
3

INTRODUÇÃO

Sejam bem vindos ao curso de Especialização oferecido pelo


Instituto Pedagógico de Minas Gerais.

Nos esforçamos para oferecer um material condizente com a graduação


daqueles que se candidataram a esta especialização, procurando referências
atualizadas, embora saibamos que os clássicos são indispensáveis ao curso.

As ideias aqui expostas, como não poderiam deixar de ser, não são neutras,
afinal, opiniões e bases intelectuais fundamentam o trabalho dos diversos institutos
educacionais, mas deixamos claro que não há intenção de fazer apologia a esta ou
aquela vertente, estamos cientes e primamos pelo conhecimento científico, testado e
provado pelos pesquisadores.

Não obstante, o curso tenha objetivos claros, positivos e específicos, nos


colocamos abertos para críticas e para opiniões, pois temos consciência que nada
está pronto e acabado e com certeza críticas e opiniões só irão acrescentar e
melhorar nosso trabalho.

Como os cursos baseados na Metodologia da Educação a Distância, vocês


são livres para estudar da melhor forma que possam organizar-se, lembrando que:
aprender sempre, refletir sobre a própria experiência se somam e que a educação é
demasiado importante para nossa formação e, por conseguinte, para a formação
dos nossos/ seus alunos.

O curso tem como objetivo geral aprofundar os conhecimentos relativos ao


treinamento desportivo e capacitar profissionais, graduados em Educação Física e
áreas afins para participar de programas de treinamento de atletas.

Como objetivos específicos espera-se que ao final do curso o aluno esteja


apto a:

Reconhecer que o treinamento desportivo constitui o elemento essencial por


meio do qual se pode interpretar e entender o avanço e o desenvolvimento do
desporto moderno.

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Utilizar métodos de planejamento, controle e avaliação entendendo que sua


prática permite orientar a preparação do desportista de acordo com uma
estratégia de construção progressiva em relação ao tempo, buscando atingir
um maior desenvolvimento do mesmo.
Entender a importância da alimentação, de uma dieta equilibrada em macro e
micronutrientes visto que a maior necessidade de energia é um dos aspectos
nutricionais mais importantes para os atletas.

Trata-se de uma reunião do pensamento de vários autores que entendemos


serem os mais importantes para a disciplina.

Para maior interação com o aluno deixamos de lado algumas regras de


redação científica, mas nem por isso o trabalho deixa de ter base na academia.

Desejamos a todos uma boa leitura e caso surjam algumas lacunas, ao final
da apostila encontrarão nas referências consultadas e utilizadas aporte para sanar
dúvidas e aprofundar os conhecimentos.

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1 EVOLUÇÃO DO TREINAMENTO DESPORTIVO NO BRASIL

Atualmente, muito se tem escrito, falado, pesquisado, experimentado e


discutido sobre o treinamento desportivo. Portanto, ele se constitui em um dos mais
apaixonantes aspectos do esporte, pois tem levado centenas de treinadores a
dedicarem grande parte de sua vida à procura de novos conhecimentos com vistas à
obtenção dos mais altos rendimentos dentro das competições esportivas.

O homem tem se preocupado em conhecer tão profundamente quanto


possível, a natureza de suas funções orgânicas, bem como a melhor maneira de
aperfeiçoa-las e mante-las (COOPER, 1972).

Pode-se dizer que o treinamento nasceu com o próprio esporte, na Antiga


Grécia, quando as competições desportivas já faziam parte do cotidiano daquele
povo. Embora realizado de uma forma totalmente empírica, serviu como marco
inicial para o atual estágio de desenvolvimento em que se encontra no século atual
(FERNANDES, 1981).

Os métodos de educação física surgiram da necessidade de melhorar o


rendimento físico do homem.

Paralelamente aos métodos, surgiram também os sistemas de treinamento


físico que visavam além do condicionamento, a aquisição de uma forma técnica
especial para cada modalidade desportiva (DIAS, 1978).

Almeida, Almeida e Gomes (2000), relatam que quando consultada a


literatura específica, verifica-se que as interferências abordando a evolução histórica
do Treinamento Desportivo, estão sempre relacionadas aos jogos olímpicos. Tal
relação se ampara no fato de serem estes jogos, por excelência, a vitrine e onde o
sucesso ou fracassos, de cada método ou filosofia de treinamento são expostos ao
mundo, chegando o conhecimento público.

Da criação dos Jogos Olímpicos até o início da Segunda Guerra Mundial


surgiram como métodos de treinamento:

o sistema finlandês de Lauri Pihkala (1912);

os estudos de Krummel na Alemanha (1920);

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o Fartlek de Gosse Holmer na Suécia (1930) e,

o sistema de Valadalen de Gosta Olander também na Suécia (1930-1935).

Da Segunda Guerra Mundial até a década de 1950, surgiram:

o treinamento intervalado de Gerschller e Reindell na Alemanha;

o marathon-training de Lydiard na Nova Zelândia (1949);

o cerutty-training de Cerutty na Austrália (1952).

A principal característica desta década é a criação do método treinamento


intervalado a partir dos conhecimentos da fisiologia humana, constituindo-se no que
seria mais tarde o marco da era científica do treinamento desportivo.

Na década de 1960 surgiram o cross-promenade de Raoul Mollet (1963) o


método de Cooper de Kenneth Cooper (1967).

Da década de 1970 até os dias de hoje, foram criadas outras formas de


treinamento, para atender a prática mundial dos jogos coletivos, como o futebol,
voleibol, basquetebol, e outros, nos quais os componentes técnicos e táticos são
decisivos para a vitória.

Nos desportos coletivos e nas lutas, onde o conhecimento dos pontos fortes
e fracos do adversário é fator decisivo para a preparação de uma equipe, foram
introduzidos meios de vídeo e informática para levantar o maior número possível de
informações sobre o oponente e permitir ao treinador repetir, durante os treinos, as
situações de jogo que irá encontrar.

Diversos estudos foram realizados sobre a História e a evolução do


Treinamento Desportivo no mundo, porém poucos comentam como o Brasil
acompanhou esta evolução. Um estudo nesse sentido foi realizado por Ana
Miragaya e Lamartine Da Costa em 2000. Esta investigação concluiu que desde
1909, já havia uma obra no tema de Treinamento Desportivo e que mais cinco obras
foram publicadas na década de 1930.

No que se refere ao surgimento do Treinamento Desportivo no Brasil,


Capinussu (2001) relata que a primeira manifestação de Treinamento Desportivo no
Brasil deve ser creditada ao Prof. Paulo Amaral, na preparação física da seleção
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brasileira de futebol campeã do mundo de 1958. Embora de forma empírica, mais na


base da ginástica muito intensiva e da corrida a título de aquecimento, já se poderia
considerar um início de Treinamento Desportivo.

Posteriormente, na segunda metade da década de 1960, os estudos


desenvolvidos por Mollet e Cooper, na Europa e nos Estados Unidos, influenciaram
alguns brasileiros, como General Jayr Jordão Ramos que lançou diversos polígrafos
e panfletos sobre o assunto, Major José Antônio Pires Gonçalves, com a publicação
em 1968 do livro “Condi ão Física”. Ambos eram militares do Exército e instrutores
da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). O Comandante Lamartine
Pereira da Costa, os professores Manoel José Gomes Tubino, no Rio de Janeiro e
Luiz Roberto Zuliani, em São Paulo e principalmente o Capitão Cláudio Coutinho, na
EsEFEx, ferrenho discípulo do Dr. Cooper, deram origem ao treinamento desportivo
em bases científicas no Brasil.

Para Belém (2001) o Treinamento Desportivo surge no Brasil a partir da


segunda metade dos anos cinquenta, com algumas publicações sobre os novos
métodos de treinamento que serviram de base para preparação física de jovens
esportistas. Atletas das equipes de pentatlo moderno e pentatlo militar passaram a
utilizar o Fartlek e o Interval Training.

Em 1964, a seleção brasileira de voleibol que disputou os jogos olímpicos de


Tóquio, teve a preparação física a cargo de Paulo Ney, instrutor da EsEFEx que
utilizou os métodos do Power Training e o Interval Training com ótimo
aproveitamento.

Tubino (2001) concorda com Capinussu e acrescenta que uma outra grande
influência para os autores brasileiros foram os estudos de Gerscheller e Reindell e
que um dos primeiros livros publicados no Brasil sobre o assunto foi “Os Cânones
atuais do Treinamento Desportivo” por Jayr Jordão Ramos no início da década de
1960.

Da Costa (2002) afirma que na década de 1930, alguns Médicos já faziam


pesquisas na área do Treinamento Desportivo e cita seu livro publicado em 1968:

A admiração causada pelas performances dos nadadores japoneses


resultou, inclusive, na introdução do treinamento sistematizado em nosso país. O
então Primeiro-Tenente Médico Heriberto Paiva, da Marinha de Guerra, que
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acompanhava a delegação brasileira aos Jogos Olímpicos de Los Angeles (1932),


observou que a inferioridade dos nossos nadadores devia-se ao desconhecimento
de um método de trabalho adequado. Regressando ao Brasil, incutiu nos dirigentes
da extinta “Liga de Sports da Marinha” a necessidade da adoção de novas técnicas.
Em 1934, depois de prolongados entendimentos governamentais, chegava ao Rio
de Janeiro o técnico japonês Takashiro Saito, da equipe de Matsusawa.

A influência de Saito fez-se sentir a curto prazo, com a conquista da


hegemonia sul-americana através de Manoel da Rocha Villar, Benevenuto Nunes,
Isaac Moraes, Antonio Ferreira dos Santos, João Havelange e outros. O impulso
também atingiu São Paulo, onde Carlos de Campos Sobrinho, técnico da equipe de
natação da Associação Atlética São Paulo de 1930 a 1933, já conseguira
performances razoáveis com Forssell e Maria Lenk. Esta marcou o auge desta
importante fase da evolução de nosso desporto, obtendo recorde sul-americano e
mundial.

Saito, nos dez meses que permaneceu em nosso país, lançou, em


condições permanentes, as bases do treinamento sistematizado da Escola
japonesa, tendo como veículo os nadadores da marinha que ficaram a sua
disposição em tempo integral. Assimilaram-se os benefícios da massagem
terapêutica, da alimentação planejada, da recuperação física, do controle médico e,
sobretudo, do trabalho metodizado. O empenho do eminente técnico japonês em
transmitir conhecimentos chegou a ponto de ser organizado um livro, publicado em
1935, com o título “Como Vencer na Nata ão”, no qual se estudava o conjunto de
fatores considerados no treinamento, que eram propriamente chamados pelo autor
de Treinamento Controlado.

Segundo Da Costa estas pesquisas pararam por ocasião da Segunda


Guerra Mundial e continuaram sem serem realizadas na década de 1950,
principalmente porque o Centro de Esportes da Marinha, órgão que apoiava as
pesquisas, entrou em decadência. Estas pesquisas foram pouco divulgadas e por
isso o Treinamento Desportivo ainda era posto em prática de maneira empírica.

Um grande passo para o Treinamento Desportivo no Brasil, ocorreu em 1960


com a realização do Campeonato Mundial de Pentatlo Militar no Rio de Janeiro.

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Em 1962, as Forças Armadas (FFAA) consideraram de prioridade desportiva


a modalidade de pentatlo militar e nomeou para Técnicos da Equipe o Major Pires
Gonçalves do Exército e o Capitão Lamartine Pereira da Costa da Marinha. Esta
comissão técnica permaneceu à frente da equipe de 1962 a 1967, conquistando um
campeonato mundial em 1965.

Da Costa (2002, p. 34) relatou que neste período iniciou a realizar pesquisas
sobre a influência das condições ambientais no treinamento do pentatlo militar:

“A equipe convocada treinava no Centro de Esportes da Marinha e o


pentatlo militar, foi considerado prioridade nas FFAA em 1962. Então eu fiquei a
disposição do treinamento da equipe. O Major Pires Gonçalves, se ligou mais na
parte prática, enquanto eu iniciei algumas pesquisas, com recursos disponibilizados
pela Marinha. A minha primeira pesquisa foi verificar o efeito do calor nos atletas da
equipe. Para fazer os contrastes de temperatura, eu levava os atletas para realizar
seus treinamentos nas paineiras, porque a diferença de temperatura era de 2 a 3
graus. Os resultados dos atletas foram muito bons e inicialmente atribuí a melhora a
esta diferença de temperatura, mas progressivamente fui verificando que havia algo
mais que aquilo e comecei a buscar outras variáveis e até pólen foi recolhido para
teste e estas pesquisas são de uma fase que se estende até hoje”.

Fruto destas pesquisas e com a colaboração de alguns outros autores que


estavam trabalhando com o Treinamento Desportivo, como o prof. Maurício Rocha,
o prof. Lamartine publicou em 1968, o livro “A Introdução à Moderna Ciência do
Treinamento Desportivo”.

Nesse período, o prof. Lamartine, após ter ficado muito influenciado por
estudos que realizou no México, antes dos Jogos Olímpicos de 1968, iniciou o
desenvolvimento do Altitude Training.

Belém (2001) ainda relata que em 1968 foi promovido pelo MEC, sob a
coordenação do Prof. Lamartine o curso “Introdução à Moderna Ciência do
Treinamento Desportivo”, realizado no Clube Militar e abrangeu assuntos do
treinamento total. Somando-se a isto todos ligados ao esporte naquele momento,
comentaram que naquele ano ocorreu um Simpósio de Treinamento Físico Militar
(TFM) em Fontainebleau, França. As Forças Armadas brasileiras enviaram para
participar do evento quatro militares, o Coronel Octavio Teixeira, o Capitão Cláudio
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Pêssego de Moraes Coutinho, ambos do Exército, o Capitão Tenente Manoel José


Gomes Tubino, e o Capitão Neri do Nascimento, da Marinha e Aeronáutica,
respectivamente. Estes militares apresentaram um trabalho sobre a situação do TFM
no Brasil. Neste Simpósio o professor Kenneth H. Cooper, apresentou a importância
dos exercícios aeróbios, o teste e as tabelas de pontos para avaliar a condição física
individual, que mais tarde seria chamado de “teste de Cooper”.

Estes militares ao retornarem para o Brasil difundiram o novo método em


suas respectivas Forças. O Capitão Tubino, com os conhecimentos adquiridos na
EsEFEx, local de sua graduação, e do Simpósio Internacional de TFM, levou a
equipe de Pentatlo Naval do Brasil ao vice campeonato Mundial em 1969 no Rio de
Janeiro. Publicou o livro “Metodologia Científica do Treinamento Desportivo”, que foi
adotado por várias Universidades durante muitos anos e considerado um marco do
Treinamento Desportivo no Brasil.

Quanto ao período de maior evolução do Treinamento Desportivo no Brasil,


Da Costa (2002) relata que na década de 1960 ocorreu a instalação e organização
do Treinamento Desportivo no Brasil. Sua grande disseminação nacional ocorreu na
década de 1970, quando o MEC incentivou a instalação do Treinamento Desportivo
como disciplina nas Universidades, com a criação de vários laboratórios e a
penetração internacional dos cursos realizados no Brasil.

Outro fato que causou a explosão do Treinamento Desportivo foi a


realização de um curso sobre Medicina Desportiva e Treinamento Físico Total em
1972, promovido pela Academia do Conselho Internacional de Esportes Militares em
conjunto com a Comissão de Desportos das Forças Armadas e Diretoria de
Educação Física.

Tubino e Belém (2001) concordam com Da Costa e acrescentam que em


termos curriculares a EsEFEx foi a primeira instituição de ensino, de Educação
Física, no Brasil a implantar a disciplina de Treinamento Desportivo ministrada
inicialmente por Coutinho em 1969. Capinussu (2001) atribui esta evolução ao
prestígio que a Educação Física teve à época, porque criou-se em 1972 o
Departamento de Educação Física e Desportos no âmbito do MEC (DED-MEC),
ampliou-se a antiga Divisão de Educação Física (DEF) e posteriormente criou-se a
Secretaria de Educação Física (SEEDMEC).

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Da Costa, conclui que a EsEFEx foi a base da evolução do Treinamento


Desportivo e Coutinho foi seu eixo de propagação, por ter aplicado na Seleção
Brasileira de futebol de 1970 um treinamento científico. Capinussu, afirma que
atualmente o Treinamento Desportivo está em crescente evolução sem nada a dever
aos países do chamado “primeiro mundo”, apesar, da deficiência de recursos
materiais existentes na maioria das instituições de ensino. Mas, a excelência de
alguns cursos de especialização, como o do convênio UFRJ-CCFEx, servem para
atenuar tal deficiência. Tubino acrescenta a esta afirmação que o Treinamento
Desportivo no Brasil está em situação semelhante aos grandes centros, apenas
perdendo em tecnologia.

Para Belém, as informações chegam mais rápidas, através dos modernos


meios de comunicação. Foram criados centros de pesquisas de capacitação física
em instituições ligadas a prática esportiva. Livros especializados são publicados com
maior frequência e um grande número de Escolas de Educação Física foram
inauguradas, acarretando uma grande evolução nesta área do conhecimento.

Como prognóstico para o treinamento desportivo, Capinussu e Tubino,


afirmam que a tendência é crescer ainda mais, acompanhando o crescimento da
área desportiva do país (mais escolas de educação física, cursos de pós-graduação
Latu Sensu, maiores possibilidades de intercâmbios via Internet, eventos, revistas e
congressos). A quantidade de publicações sobre o assunto é crescente, as
pesquisas já atingem um bom nível e prognóstico altamente positivo, além do que a
preparação física de nossas equipes nacionais de desportos coletivos (futebol, vôlei
e basquete) já é elogiada fora de nosso país.

Segundo Belém, as perspectivas são promissoras, considerando a


realização de seminários e congressos com a participação, cada vez maior, de
pessoas interessadas no treinamento físico. Outro fator importante é o
funcionamento dos cursos de mestrado e doutorado na área da Educação Física.

Para Da Costa, o Treinamento Desportivo está num nível de


desenvolvimento muito bom, porém o campo da Psicofisiologia ainda tem bastante
espaço para se desenvolver.

Essa breve retrospectiva nos mostra que o Treinamento Desportivo de hoje


é uma ciência multidisciplinar, formada e desenvolvida a partir da aplicação de
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outros conhecimentos já existentes em outras áreas, como a fisiologia, biomecânica,


psicologia, nutrição, medicina, fisioterapia, pedagogia e, que recentemente,
incorporou dois meios, que têm contribuído muito para o aperfeiçoamento
desportivo: vídeo e a informática.

Em decorrência desta multidisciplinaridade, os atletas e equipes deixam de


ser treinados por uma pessoa, para serem assistidos por uma comissão técnica,
normalmente composta pelo treinador/técnico, preparador físico, fisioterapeuta,
médico, nutricionista, psicólogo e outros.

Assim, evoluiu do treinamento parcial para o treinamento total, buscando


apoiar-se nos resultados das pesquisas de campo e laboratoriais, para assegurar
senão a vitória, pelo menos melhores resultados em relação as competições
anteriores.

Corroborando com Tubino (1992), provavelmente o esporte como negócio


tornar-se-á o novo paradigma deste século. Regerá todas as atividades desportivas,
uma vez que em países mais avançados o esporte competição já foi incrementado
desde algum tempo, através da mídia, marketing, patrocínio e outros aspectos,
modernizando as antigas concepções então vigente.

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2 TREINAMENTO DESPORTIVO

O primeiro contato com a palavra treinamento soa familiar, mas, na


realidade, é um conceito absolutamente abstrato ou extremamente simplista.

Para os leigos em esporte, principalmente àqueles que passaram um bom


tempo de suas vidas como sedentários convictos, a palavra treinamento não abre
uma perspectiva sobre o que é de fato o condicionamento físico e dúvidas simples
começam a aparecer. Quem já não teve curiosidade de saber a resposta de
perguntas como:

 Como correr durante dez minutos pode melhorar a qualidade de vida de uma
pessoa?

 Porque necessariamente precisa-se correr?

 Qual é a diferença entre correr e andar se a distância percorrida é a mesma?

 Porque em determinadas situações é melhor correr se quando andamos


permaneceríamos mais tempo nos exercitando para a mesma distância
alcançada?

 Como ou o quê levantar pesos irá mudar nas minhas atividades diárias?

 Qual deve ser o limite do exercício para este ter efeitos benéficos? Começar a
transpirar, começar a sentir-se o cansado, permanecer sob esforço
confortável ou chegar a exaustão completa?

Essas e muitos outros questionamentos sobre condicionamento físico, sobre


que resultados buscar dentro do treinamento e os efeitos para a vida diária podem
ser respondidos pelo especialista na área. Passar a ter uma vida saudável seria a
resposta mais simples e generalista para o assunto, mas o treinamento vai
realmente muito além como veremos ao longo do curso.

É muito importante diferenciar um esforço físico esporádico de um


treinamento para obter um melhor condicionamento físico, principalmente porque o
primeiro predispõe o indivíduo a riscos importantes, ao contrário do treinamento

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visando um melhor condicionamento físico, que é capaz de modificar a qualidade e


até mesmo a quantidade de vida.

Quem já praticou algum tipo de esportes tem uma ideia do que é um


treinamento, mas normalmente esta ideia se limita ao conceito de sobrecarga. O
conceito de sobrecarga nada mais é do que a suposição de que realizando uma
determinada quantidade do esforço, além da capacidade física disponível, fará com
que o organismo se adapte, e como resultado desta adaptação, realize o
desempenho desejado.

A sobrecarga não deixa de ser um método de treinamento, mas ela sozinha


não é um treinamento. O organismo não é cartesiano o suficiente para suportar
cargas programadas de acordo com a volição do praticante. Diante disso, devemos
estar atentos aos sinais e sintomas de que o estímulo físico está suficiente,
insuficiente ou exagerado. Vale lembrar que o estímulo insuficiente não leva à carga
ou volume de trabalho que se quer realizar, mas que o aumento indiscriminado
deste estímulo leva a uma condição mais séria que é a síndrome do Overtraining.

Até o momento duas considerações são muito importantes: primeiro - é


necessário um plano de exercícios quando queremos realizar uma atividade física,
mesmo quando esta é humilde no quesito resultados desejados, e principalmente
nela porque o exercício esporádico mal orientado, mal direcionado e mal
acompanhado (quando há acompanhamento) tende a ser perigoso para a saúde.
Segundo - também para os atletas de alto rendimento, ou para aqueles que almejam
ter performance semelhantes aos atletas em destaques na mídia é muito importante
programar um treinamento para se evitar os efeitos mais nefastos do excesso de
treinamento: as lesões esportivas por desgaste (isso sem falar no desempenho,
porque este é o primeiro a ser afetado).

Nesse contexto, podemos falar rapidamente da desejada


supercompensação, que é o aumento da capacidade de realizar um determinado
trabalho gerada pelo organismo através de adaptações em resposta ao stress físico
que o corpo foi submetido. Para permitir que essa supercompensação exista e se
processe sem interrupção é necessário que um profissional habilitado e capacitado
analise a rotina do aluno, dos hábitos de vida diários à performance esportiva, para
poder realizar um treinamento que contemple a tríade (estímulo, nutrição e

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descanso), a aptidão natural do aluno e a disponibilidade de tempo deste tentando


alcançar desta maneira o resultado esperado.

Como podemos ver, o treinamento é em verdade muito mais complexo do


que podemos supor após um exame rápido. O treinamento desportivo, que faz jus a
expressão, é tão somente o resultado da análise cuidadosa de fatores genéticos,
disponibilidade de tempo, recursos nutricionais, horas de sono, série de exercícios,
condições de treinamento, horário de treinamento, número de seções de
treinamento e resultados esperados.

A análise dessas variáveis irá gerar uma planilha que contemple estes
fatores para que todos trabalhem em sinergismo buscando o resultado esperado, ou
o mais próximo possível deste. E quem poderia cuidar de todos estes aspectos para
o esportista? O mais correto seria perguntar quem em que momento. O treinamento
desportivo, desde o momento de sua prescrição deve ser acompanhado por uma
equipe multiprofissional para que o melhor atendimento seja oferecido. O começo
deste “namoro” com o esporte deve se dar no consultório médico, onde este irá
avaliar o estado geral de saúde para orientar e minimizar os riscos de lesões ou
incidentes por abuso do organismo. Se tudo estiver bem, o próximo passo será
procurar o educador físico ou treinador pessoal que faça uma planilha de
treinamento de acordo com os dados obtidos do consultório médico, as metas do
novo aluno e a avaliação que ele irá realizar das capacidades físicas deste. No caso
de alguma patologia, por exemplo doenças musculares, o caminho é o do
fisioterapeuta, que irá realizar a melhor conduta de reabilitação para deixar o
paciente o mais próximo de iniciar o treinamento em busca de sua meta desejada.
Por último, e tão importante quanto os outros profissionais, a nutricionista irá
prescrever uma dieta que permita com que o proto-atleta melhore seu desempenho
esportivo, alcance suas metas estéticas e aprenda a se alimentar para gozar de boa
saúde (POWER; HOWLEY, 2003; BOMPA, 1983; MUZY, 2010)

Vale lembrar de antemão que uma atividade física regular é uma parte muito
importante em um processo de perda, ganho ou controle de peso efetivo. Os
exercícios também podem ajudar a prevenir diversas doenças e melhorar sua
condição salutar. Não importa que tipo de exercício físico seja praticado, todos são
benéficos (MUZY, 2010).

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Pesquisas constantemente demonstram que atividade física regular


combinada com uma alimentação equilibrada é a forma mais saudável e a mais
eficiente de viver melhor. Não importa se a pessoa está tentando perder, ganhar ou
manter seu peso, ela deve entender a importância do exercício físico e incluí-lo em
seu estilo de vida e o especialista em Treinamento Desportivo tem dentre suas
metas levar as pessoas sob sua responsabilidade a incorporarem a atividade física
da forma mais séria e consciente possível.

2.1 Conceitos

Treinamento Desportivo é a forma fundamental de preparação, baseada em


exercícios sistemáticos, representando um processo organizado pedagogicamente
com o objetivo de direcionar a evolução do desportista (MATVEIEV, 1983).

Uma ação sistemática de treinamento implica na existência de um plano em


que se define igualmente os objetivos parciais, os conteúdos e os métodos de
treinamento, cuja realização deve desenvolver mediante controle dos mesmos
(Dicionário de Ciências do Esporte, 1992).

Bompa (1983), define o Treinamento como uma atividade desportiva


sistemática de longa duração, graduada de forma progressiva a nível individual, cujo
objetivo é preparar as funções humanas, psicológicas e fisiológicas para poder
superar as tarefas mais exigentes.

Outros conceitos e definições podem ser visualizados no quadro abaixo:

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AUTORES Conceitos e Definições

ANDRI VER, Treinamento é o conjunto de procedimentos tendentes a


LECLERQ e conduzir um ser humano ao máximo de suas possibilidades
CHIGNON físicas.
(França)
BAYER O Treinamento Desportivo é um meio encaminhado a exercitar
(Alemanha) e coordenar as funções fisiológicas dos diferentes grupos
musculares do organismo.

CARLYLE O Treinamento deve ser tão científico e organizado quanto se


(Austrália) pode. Sobretudo, devemos ter uma ideia clara do que se propõe,
para por em prova o que se treina, e quando queremos lograr a
melhor performance.

FAUCONIER O Treinamento é o conjunto de atividades às quais se entrega


(Bélgica) um indivíduo a fim de desenvolver progressivamente suas
qualidades, tanto mentais como físicas, aplicando-se
articularmente aquelas que o caracterizam.

GIRALDES Treinamento é o conjunto de atividades que tendem a


(Argentina) desenvolver as qualidades mentais e físicas com o objetivo de
alcançar o máximo de rendimento individual.

HEGEDUS O Treinamento Desportivo constitui uma preparação sistemática


(Uruguai) do organismo, respeitando processos de adaptações
psicobiológicas e que visam obter um alto rendimento.

HOLLMAN Treinamento é a soma de solicitações corporais repetidas,


(Alemanha) executadas em espaços de tempo determinados, destinadas a
aumentar o rendimento, as quais levam a modificações
morfológicas e funcionais do organismo.

MATVÉIEV Treinamento Desportivo, como fenômeno pedagógico, é


(Rússia) processo especializado da Educação Física orientada,
objetivando alcançar elevados resultados desportivos. A
preparação desportiva compreende o aproveitamento de todo o
conjunto de meios que asseguram a obtenção e a elevação da
predisposição para alcançar resultados desportivos.

SAMULSKI Sob o ponto de vista pedagógico-social, entende-se o


(Alemanha) Treinamento Desportivo como meio de capacitação individual e
(1990) social do esportista, através da otimação dos processos
formativos-educacionais.

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2.2 Objetivos

Quanto aos objetivos do Treinamento Desportivo temos:

 Ganhar e aumentar o desenvolvimento multilateral e físico;

 Assegurar e melhorar os desenvolvimentos físicos específicos determinados


pelas necessidades de cada desporto em particular;

 Realizar e aperfeiçoar as técnicas do desporto escolhido;

 Melhorar e aperfeiçoar as estratégias necessárias;

 Cultivar as qualidades volitivas;

 Assegurar e procurar uma preparação ótima para a equipe;

 Fortalecer o estado de saúde de cada atleta;

 Prevenir lesões;

 Incrementar o conhecimento teórico do atleta.

A realidade nos demonstra que a cada dia é maior a complexidade que


rodeia o treinamento moderno. Isto nos obriga a afrontar o treinamento com maior
rigorosidade e profundidade, dando um passo a aplicação de uma metodologia
científica que substitua o trabalho empírico do treinador.

Sánches e Bañuelos (1993), desde uma perspectiva científica, definem o


treinamento como uma atividade de busca contínua dos limites físicos que pode
chegar ao ser humano no contexto da competição desportiva, baseado no método
científico e do abandono sistemático do método empírico.

2.3 Como funciona o treinamento desportivo

Segundo D`Angelo (2009) o treinamento desportivo apresenta-se como uma


atividade física de longa duração, graduada de forma progressiva, individualizada,
atuando especificamente nas funções humanas, fisiológicas e psicológicas, com
objetivos de superar tarefas mais exigentes que as habituais.

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O treinamento desportivo, quando aplicado adequadamente, provoca no


organismo humano, adaptações morfológicas e funcionais, elevando assim o nível
de forma física do indivíduo. Para tanto, alguns princípios devem ser seguidos para
que a aplicação desse treinamento seja eficaz, os quais veremos adiante (BOMPA,
1983).

2.4 O tripé do treinamento desportivo

Há um certo vício do corredor quanto ao seu VO2 máximo. Parece que


sozinho ele determina a qualidade da performance, mas na verdade ele faz parte de
um tripé dentro do seu treinamento: VO2 máximo, limiar anaeróbio e técnica dos
movimentos.

Eles são assim definidos:

VO2 máximo: É o volume máximo de oxigênio que o corpo consegue captar


do ar e levar até os tecidos, através do sistema cardiovascular, e usar na produção
de energia. Ela é medida em mililitros por quilograma (mml/kg), isto é, como o
oxigênio se distribui por cada quilo do seu corpo.

Limiar anaeróbio: É o ponto em que a produção de ácido lático passa a ser


maior do que a capacidade que o corpo possui em removê-lo. É uma intensidade em
que geralmente ocorre a fadiga muscular e o corpo para. O ideal é manter um ritmo
constante e próximo a esse limiar.

Técnica de movimentos: É nossa eficiência mecânica. Quando há


consciência ao executar corretamente os movimentos da corrida, a energia que seria
gasta inutilmente é economizada.

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3 PRINCÍPIOS DO TREINAMENTO DESPORTIVO

Para Tubino (1984) seriam cinco princípios do Treinamento Esportivo: O


Princípio da Individualidade Biológica, O Princípio da Adaptação, O Princípio da
Sobrecarga, O Princípio da Continuidade, O Princípio da Interdependência Volume-
Intensidade.

Segundo Tubino é importante enfatizar que os princípios se interrelacionam


em todas as suas aplicações.

Estélio Dantas (1995) atualizando o elenco dos cinco princípios


preconizados por Tubino, incluiu mais um: O Princípio da Especificidade, que
veremos após a abordagem dos cinco primeiros. Após estes seis primeiros
princípios veremos mais dois princípios levantados por Marcelo Gomes da Costa: O
Princípio da Variabilidade e O Princípio da Saúde, totalizando oito princípios. Ao final
trataremos da inter-relação entre os Princípios.

1. O Princípio da Individualidade Biológica

De acordo com Tubino (1984, p. 100), “chama-se individualidade biológica o


fenômeno que explica a variabilidade entre elementos da mesma espécie, o que faz
que com que não existam pessoas iguais entre si”.

Cada ser humano possui uma estrutura e formação física e psíquica própria,
neste sentido, o treinamento individual tem melhores resultados, pois obedeceria as
características e necessidades do indivíduo. Grupos homogêneos também facilitam
o treinamento desportivo. Cabe ao treinador verificar as potencialidades,
necessidades e fraquezas de seu atleta para o treinamento ter um real
desenvolvimento. Há vários meios para isso, além da experiência do treinador, que
conta muito, os testes específicos são primordiais.

Segundo Benda e Greco (2001) uma das Capacidades do Rendimento


Esportivo é a Capacidade Biotipológica, que está dividida em Capacidade
constitucional Fenótipo e Capacidade constitucional Genótipo:

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O genótipo é o responsável pelo potencial do atleta. Isso inclui fatores como


composição corporal, biótipo, altura máxima esperada, força máxima possível e
percentual de fibras musculares dos diferentes tipos, dentre outros.

O fenótipo é responsável pelo potencial ou pela evolução das capacidades


envolvidas no genótipo. Neste se inclui tanto o desenvolvimento da capacidade de
adaptação ao esforço e das habilidades esportivas como também a extensão da
capacidade de aprendizagem do indivíduo (BENDA; GRECO, 2001).

Segundo Dantas (1995, p. 39) o indivíduo deverá ser sempre considerado


como a junção do genótipo e do fenótipo, dando origem ao somatório das
especificidades que o caracterizarão. Deve-se entender o genótipo como a carga
genética transmitida à pessoa e que determinará preponderantemente diversos
fatores e, os potenciais são determinados geneticamente, e que as capacidades ou
habilidades expressas são decorrentes do fenótipo. Para este autor, o campeão
seria aquele que nasceu com um “dom da natureza” e que, aproveitando totalmente
esse dom, o desenvolve através de um perfeito treinamento (DANTAS, 1995, p. 40).

Nos Jogos PanAmericanos de 2007 verificamos em entrevistas de atletas


brasileiros considerados fenômenos pela mídia, um discurso que os bons resultados
obtidos não eram frutos somente de um Dom, e sim de muito esforço, trabalho,
treinamento, incentivos financeiros e técnicos.

Elevando a importância dos fatores ambientais, do fenótipo do atleta,


consequentemente, elevamos a importância do treinador, do profissional de
Educação Física e sua intervenção para o sucesso do atleta, de um campeão.

Não cabe aqui discutir fatos históricos ligados às tentativas de manipulações


das características genéticas, do genótipo de atletas, através, principalmente, dos
ideais da Eugenia no decorrer do século XX. Mas sempre irá caber em qualquer
lugar o alerta em relação às tentativas de manipulação e violação do corpo, da
integridade e dos direitos de todo o homem.

2. O Princípio da Adaptação

Podemos dizer que a adaptação é um dos princípios da natureza. Não fosse


a capacidade de adaptação, que se mostra de diferentes modos e intensidades,

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várias espécies de vida não teriam sobrevivido ou conseguido sobreviver por longos
tempos e em diferentes ambientes. O próprio homem conseguiu prevalecer no
planeta, como espécie, devido à sua capacidade de adaptação.

De acordo com Weineck (1991) a adaptação é a lei mais universal e


importante da vida. Adaptações biológicas apresentam-se como mudanças
funcionais e estruturais em quase todos os sistemas. Sobre adaptações biológicas
no esporte, entendem-se as alterações dos órgãos e sistemas funcionais, que
aparecem em decorrência das atividades psicofísicas e esportivas.

Na biologia, compreende-se “adapta ão” fundamentalmente como uma


reorganização orgânica e funcional do organismo, frente a exigências internas e
externas; adaptação é a reflexão orgânica, adoção interna de exigências. Ela ocorre
regularmente e está dirigida à melhor realização das sobrecargas que induz. Ela
representa a condição interna de uma capacidade melhorada de funcionamento e é
existente em todos os níveis hierárquicos do corpo. Adaptação e capacidade de
adaptação pertencem à evolução e são uma característica importante da vida.
Adaptações são reversíveis e precisam constantemente ser revalidadas (WEINECK,
1991, p. 22).

Weineck (1991) diz ainda que, no esporte, devido aos múltiplos fatores de
influência, raramente o genótipo é completamente transformado em fenótipo, mesmo
com o treinamento mais duro. Para este autor, fases de maior adaptabilidade,
encontram-se em diferentes períodos para os fatores de desempenho de
coordenação e condicionados, sendo designadas “fases sensitivas”. A zona limite
destas fases sensitivas, isto é, o período em que justamente ainda é possível uma
melhor expressão das características, geralmente chamada de “período crítico”.

Capacidade de adaptação ou adaptabilidade é o nome que se dá à diferente


assimilação dos estímulos, frente à mesma qualidade e quantidade de exercícios ou
carga de treinamento. Ela pode ser atribuída à correlação organismo/ambiente, sob
o ponto de vista da predisposição hereditária e sua expressão (genética)
((WEINECK, 1991).

Para Tubino (1984), este princípio do Treinamento Esportivo está


intimamente ligado ao fenômeno do stress. As investigações sobre o stress tiveram
início em 1920 com Cânon e Hussay, tendo uma grande ênfase no período entre
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1950 e 1970, onde praticamente surgiu uma literatura científica básica sobre este
fenômeno. Segundo Tubino (1984) definindo-se Homeostase, de acordo com
CANNON, como o equilíbrio estável do organismo humano em relação ao meio
ambiente, e sabendo-se que esta estabilidade modifica-se por qualquer alteração
ambiental, isto é, para cada estímulo há uma resposta, e, ainda, entendendo-se por
estímulos o calor, os exercícios físicos, as emoções, as infecções, etc., conclui-se,
com base num grande número de experiências e observações de diversos autores,
que em relação ao organismo humano:

Estímulos débeis => não acarretam consequências;

Estímulos médios => apenas excitam;

Estímulos médios para fortes => provocam adaptações;

Estímulos muito fortes => causam danos (TUBINO, 1984, p. 101).

Segundo Dantas, o conceito de Homeostase, que é necessário para


compreender este princípio, : “Homeostase o estado de equilíbrio instável
mantido entre os sistemas constitutivos do organismo vivo, e o existente entre este e
o meio ambiente” (DANTAS, 1995, p. 40).

Para este autor, a homeostase pode ser rompida por fatores internos,
geralmente oriundos do córtex cerebral, ou externos, como: calor, frio, situações
inusitadas, provocando emoções e, variação da pressão, esforço físico,
traumatismo, etc. Dantas (1985) diz que, sempre que a homeostase é perturbada, o
organismo dispara um mecanismo compensatório que procura restabelecer o
equilíbrio, quer dizer, todo estímulo provoca reação no organismo acarretando uma
resposta adequada . Neste sentido, o organismo, buscando o equilíbrio constante,
estaria sempre em um estado constante de equilibração.

Tubino (1984) pensa que, quando o organismo é estimulado, imediatamente


aparecem mecanismos de compensação para responder a um aumento de
necessidades fisiológicas. Assim, constata-se que existe uma relação entre a
adaptação de estímulos de treinamento e o fenômeno de stress, o que é explicado
pelo princípio científico da adaptação. A definição dada ao stress por Tubino é a
seguinte:
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Stress ou Síndrome de Adaptação Geral (SAG) é a reação do organismo


aos estímulos que provocam adaptações ou danos ao mesmo, sendo que esses
estímulos são denominados agentes estressores ou estressantes (TUBINO, 1984, p.
102).

A síndrome de adaptação geral (SAG) é dividida em três fases, até que o


agente estressante na sua ação atinja o limite da capacidade fisiológica de
compensação do organismo:

1ª Fase: Reação de alarme;

2ª Fase: Fase da resistência (adaptação) e;

3ª Fase: Fase da exaustão.

Para Tubino (1984), na fase de reação de alarme, os mecanismos auxiliares


são mobilizados para manter ávida, a fim de que a reação não se dissemine. É
caracterizada pelo desconforto, e está dividida em duas partes: choque e
contrachoque, sendo o choque a resposta inicial do organismo a estímulos aos quais
não está adaptado, provocando a diminuição da pressão sanguínea, enquanto o
contrachoque ocasiona uma inversão de situação, isto é, ocorre um aumento da
pressão sanguínea.

A fase da resistência é a fase da adaptação, a qual é obtida pelo


desenvolvimento adequado dos canais específicos de defesa, sendo esta etapa
caracterizada pela dor e pela ação do organismo resistindo ao agente estressante
inicial, sendo a fase que realmente mais interessa ao treinamento desportivo.

A fase da exaustão é aquela em que as reações se disseminam, em


consequência da saturação dos canais apropriados de defesa, apresentando como
característica a presença do colapso, podendo chegar até a morte (TUBINO,1984).

Tubino ainda menciona que EÜLER observou 3 tipos de stress, de acordo


com a origem dos estímulos estressantes, são eles: o stress físico, o stress
bioquímico e, o stress mental (1984, p.103).

Mas não só de modo pragmático devemos enxergar o Princípio da


Adaptação. Acredita-se que em termos de treinamento, o critério adaptação pode
ser estendido a vários outros fatores além do treinamento fisiológico propriamente
dito. Um bom exemplo são as capacidades de adaptações emocionais, ambientais,
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entre outras, além da comum capacidade do treinador ou professor se adaptar, às


vezes às péssimas condições de trabalho ou dificuldades encontradas em condições
sociais desfavorecidas. O treinador ou professor deve ter em mente que é preciso se
adaptar à atitude de adaptação, uma atitude consciente e crítica, pois, com a
velocidade da dinâmica das mudanças hodiernas e a possível e quase certa
aceleração que deve vir adiante em tempos futuros, a capacidade de adaptação
será cada vez mais necessária e requisitada.

3. O Princípio da Sobrecarga

De acordo com Dantas (1995, p. 43) imediatamente após a aplicação de


uma carga de trabalho, há uma recuperação do organismo, visando restabelecer a
homeostase.

O aproveitamento do fenômeno da assimilação compensatória ou


supercompensação, que permite a aplicação progressiva do princípio da sobrecarga,
pode, ainda, ser severamente comprometido por uma incorreta disposição do tempo
de aplicação das cargas. O equilíbrio entre carga aplicada e tempo de recuperação é
que garantirá a existência da supercompensação de forma permanente (DANTAS,
1995).

Segundo Tubino (1984), o momento exato em que se produz à adaptação


aos agentes estressantes (estímulos), é, sem dúvida, um dos pontos mais
discutíveis do Treinamento Esportivo. Existem pontos de vista que estabelecem a
adaptação durante intervalos intermediários dos treinos, enquanto que outras
pesquisas defendem a tese da adaptação após o último intervalo da sessão de
treino.

Segundo Hegedus (1969 apud Tubino, 1984), os diferentes estímulos


produzem diversos desgastes, que são repostos após o término do trabalho, e nisso
podemos reconhecer a primeira reação de adaptação, pois o organismo é capaz de
restituir sozinho as energias perdidas pelos diversos desgastes, e ainda preparar-se
para uma carga de trabalho mais forte, chamando-se este fenômeno de assimilação
compensatória. Assim, sabe-se que não só são reconduzidas as energias perdidas

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como também são criadas maiores reservas de energia de trabalho. A primeira fase,
isto é, a que recompõe as energias perdidas, chama-se período de restauração, o
qual permite a chegada a um mesmo nível de energia anterior ao estímulo. A
segunda fase é chamada de período de restauração ampliada, após o qual o
organismo possuirá uma maior fonte de energia para novos estímulos.

Tubino (1984) ressalta que os estímulos mais fortes devem sempre ser
aplicados por ocasião do final da assimilação compensatória, justamente na maior
amplitude do período de restauração ampliada para que seja elevado o limite de
adaptação do atleta. Este é o princípio da sobrecarga, também chamado princípio da
progressão gradual, e será sempre fundamental para qualquer processo de
evolução desportiva.

Tubino (1984) cita algumas indicações de aplicação do Princípio da


Sobrecarga, referenciado nas variáveis: Volume (Quantidade) e Intensidade
(Qualidade); em vários Tipos de Treinamento, como: Contínuo, Intervalado, em
Circuito, de Musculação, de Flexibilidade e Agilidade, e Técnico.

O quê o professor ou o treinador deve ter é o bom senso ao definir a


sobrecarga que vai trabalhar com o seu aluno ou atleta, observando todos os outros
Princípios do Treinamento Esportivo, sempre respeitando as necessidades e
anseios do atleta e, principalmente, os limites éticos do treinamento.

4. O Princípio da Continuidade

Este princípio está intimamente ligado ao princípio da adaptação, pois a


continuidade ao longo do tempo é primordial para o organismo, progressivamente,
se adaptar.

Realmente, a condição atlética só pode ser conseguida após alguns anos


seguidos de treinamento e, existe uma influência bastante significativa das
preparações anteriores em qualquer esquema de treinamento em andamento. Para
Tubino (1984), estas duas premissas explicam o chamado Princípio da
Continuidade.

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“Pode-se acrescentar que este princípio compreenderá sempre no


treinamento em curso uma sistematização de trabalho que não permita uma quebra
de continuidade, isto é, que o mesmo apresente uma intervenção compacta de todas
as variáveis interatuantes. Em outras palavras, considerando um tempo maior, o
princípio da continuidade é aquela diretriz que não permite interrupções durante
esse período” (TUBINO, 1984, p. 110).

A continuidade de treinamento evita que o treinador subtraia etapas


importantes na formação atlética de um esportista. Em geral um atleta que tem um
alto desempenho, com certeza teve uma continuidade ao longo de sua preparação,
treinamento e também do aprendizado do esporte praticado. A continuidade é
importante inclusive no treinamento amador e no lazer, e não somente no aspecto
fisiológico, mas também, como por exemplo, no aspecto psicológico e entre outros
aspectos cujos fatores podem interferir na prática esportiva.

5. O Princípio da Interdependência Volume-Intensidade

Este princípio está intimamente ligado ao princípio da sobrecarga, pois o


aumento das cargas de trabalho é um dos fatores que melhora a performance. Este
aumento ocorrerá por conta do volume e devido à intensidade.

Para Tubino (1984), pode-se afirmar que os êxitos de atletas de alto


rendimento, independente da especialização esportiva, estão referenciados a uma
grande quantidade (volume) e uma alta qualificação (intensidade) no trabalho, sendo
que, estas duas variáveis (volume e intensidade) deverão sempre estar adequadas
às fases de treinamento, seguindo uma orientação de interdependência entre si.

Na maioria das vezes, o aumento dos estímulos de uma dessas duas


variáveis é acompanhado da diminuição da abordagem em treinamento da outra.

Nem sempre as variáveis volume e intensidade estão claramente explícitas


ao treinador para que este possa definir um treinamento ou ação baseado na
relação entre estas. Portanto, utilizando o bom senso, na dúvida nunca se deve
arriscar ou colocar o atleta ou praticante em risco. Um bom treinador consegue

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enxergar com maior clareza a relação de interdependência entre volume e


intensidade de um treinamento ou ação de atividade.

6. O Princípio da Especificidade

De acordo com Dantas (1995), a partir do conceito de treinamento total,


quando todo o trabalho de preparação passou a ser feito de forma sistêmica,
integrada e voltada para objetivos claramente enunciados, a orientação do
treinamento por meio de métodos de trabalho veio, paulatinamente, perdendo a
razão de ser.

Hoje em dia, nos grandes centros desportivos, esta forma de orientação do


treinamento foi totalmente abandonada em proveito da designação da forma de
trabalho pela qualidade física que se pretende atingir. Associando-se este conceito à
preocupação em adequar o treinamento do segmento corporal ao do sistema
energético e ao gesto esportivo, utilizados na performance, ter-se-á o surgimento de
um sexto princípio esportivo: o princípio da especificidade, que vem se somar aos já
existentes. Podemos dizer que este princípio sempre esteve intrínseco em todo o
treinamento esportivo, desde o mais rústico nas práticas utilitárias, mas tê-lo como
princípio norteador e como um dos parâmetros que devem ser levados em
consideração é essencial ao estudo e planejamento crítico e consciente nos
treinamentos contemporâneos.

“O princípio da especificidade aquele que impõe, como ponto essencial,


que o treinamento deve ser montado sobre os requisitos específicos da performance
desportiva, em termos de qualidade física interveniente, sistema energético
preponderante, segmento corporal e coordena ões psicomotoras utilizados”
(DANTAS, 1995, p. 50).

Segundo Dantas, ao se estudar o princípio da especificidade, de imediato


sobressai um fator determinante, que é o princípio da individualidade biológica,
estabelecendo limites individuais a esta capacidade de transferência.

O princípio da especificidade irá se refletir em duas amplas categorias de


fundamentos fisiológicos: os aspectos metabólicos e os aspectos neuromusculares.

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Para Dantas (1995, p. 50), “O princípio da especificidade preconiza, [...] que


se deve, além de treinar o sistema energético e o cardiorrespiratório dentro dos
parâmetros da prova que se irá realizar, fazê-lo com o mesmo tipo de atividade de
performance.

Isto serve, cada vez mais, para firmar na consciência do treinador que o
treino, principalmente na fase próxima à competição, deve ser estritamente
específico, e que a realização de atividades diferentes das executadas durante a
performance com a finalidade de preparação física, se justifica se for feita para evitar
a inibição reativa (ou saturação de aprendizagem).

De acordo com Dantas (1995), o segundo componente dos aspectos


neuromusculares é controlado, principalmente pelo sistema nervoso central ao nível
de cérebro, bulbo e medula espinhal e pressupõe que todos os gestos esportivos,
realizados durante a performance, já estejam perfeitamente “aprendidos” de forma a
permitir que, durante a performance, não se tenha que criar coordenações
neuromusculares novas, mas tão somente “lembrar-se” de um movimento já
assimilado e executá-lo.

A psicologia da aprendizagem ensina que o conhecimento, ou movimento,


uma vez aprendido fica armazenado no neocórtex sob forma de engrama, que
consiste num determinado padrão de ligação entre os neurônios. O engrama, que é
sempre utilizado, fica cada vez mais “nítido” e “forte” ao passo que aquele que não é
utilizado se enfraquece e pode até se extinguir. Se um gesto esportivo for repetido
com constância, seu engrama ficará tão forte a ponto de permitir a execução do
gesto de forma reflexa, através de uma rápida comparação, pelo bulbo, entre as
reações neuromusculares e o engrama. Este aspecto está ligado a mielinização das
fibras nervosas e à velocidade de condução dos impulsos, e à caracterização dos
tipos de movimentos.

Finalizando, Dantas (1995) nos diz que, o aprimoramento da habilidade


técnica e a execução de todos os movimentos possíveis durante o treinamento,
visando a aquisição e reforço dos engramas requeridos pelo esporte considerado,
tomarão tanto mais tempo quanto mais complexo ele for em termos neuromotores.

Então, se a especificidade do movimento, e consequentemente da


modalidade esportiva, está atrelada à memória do gesto motor, de seu treinamento,
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podemos dizer que o Princípio da Especificidade está ligado diretamente aos gestos
específicos de uma determinada modalidade e o treinamento utilizado para o
aprendizado e o desenvolvimento destes respectivos gestos específicos.

7. O Princípio da Variabilidade

Também denominado de Princípio da Generalidade, encontra-se


fundamentado na ideia do Treinamento Total, ou seja, no desenvolvimento global, o
mais completo possível, do indivíduo. Para isso deve-se utilizar das mais variadas
formas de treinamento (GOMES da COSTA, 1996).

“Quanto maior for a diversifica ão desses estímulos – é obvio que estes


devem estar em conformidade com todos os conceitos de segurança e eficiência
que regem a atividade – maiores serão as possibilidades de se atingir uma melhor
performance” (GOMES DA COSTA, 1996, p. 357).

A atenção a este princípio diminui a possibilidade do aparecimento de


fatores desestimulantes, agindo de forma contrária, atuando na motivação e o mais
importante, na possibilidade de possibilitar o surgimento de novas técnicas de
treinamento, de estratégia, táticas, entre outras, inclusive de novos gestos
específicos, que sob um determinado ponto de visão, sob um treinamento não
variável, não seria possível ser identificado ou ter aparecido. Um dos alicerces deste
princípio é a criatividade, tanto do atleta, quanto do treinador.

8. O Princípio da Saúde

Segundo Gomes da Costa (1996), esse princípio encontra-se diretamente


ligado ao próprio objetivo maior de uma atividade física utilitária que vise à saúde do
indivíduo:

“Assim, não só a Ginástica Localizada em si e suas atividades


complementares possuem grande importância. Também os setores de apoio da
Academia, como o Departamento Médico, a Avaliação Funcional e o Departamento

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Nutricional assumem relevante função no sentido de orientar todo o trabalho,


visando a aquisição e a manutenção dessa Saúde” (GOMES DA COSTA, 1996, p.
358).

A citação acima nos leva a inferir que este princípio está fundamentado na
interdisciplinaridade. No entanto, nem sempre o Princípio da Saúde tem sido o
principal norteador, ou mesmo um dos princípios norteadores. Em práticas de
atividades físicas hodiernas, verificamos não somente aquelas ligadas à aquisição e
manutenção da saúde do praticante, mas também aquelas de alta performance, que
podem trazer malefícios devido ao compromisso com o alto rendimento e resultados,
e ainda, as atividades que não têm compromisso algum com o aspecto saúde.

Atualmente, pessoas colocam a vida em risco em esportes extremamente


radicais, quando tentam ultrapassar os limites físicos. Portanto, cabe perguntar: os
treinamentos destas atividades estariam sob o Princípio da Saúde? De certo modo,
em relação ao preparo para a execução da atividade sim, pois, é necessário um
certo nível de condicionamento e saúde para tais práticas, e também, pelo fato dos
praticantes estarem fazendo algo que gostam, que é importante para a vida delas e
lhes dá prazer.

A correlação entre este princípio e outras perspectivas do esporte é um


ponto interessante para ampliar os estudos.

9. A inter-relação dos Princípios

De acordo com Gomes da Costa (1996), se faz lógico e transparente que


essas leis não existem apenas por existir. Cada princípio, considerado
individualmente, possui seu valor e função próprios, entretanto, a integração entre
esses princípios adquire inestimável importância. Aqui acontece aquela “historinha”
de que o todo é sempre maior do que a soma de suas partes.

Assim, cada Princípio assume uma importância maior, um papel mais


destacado quando associado aos outros princípios, segundo Gomes da Costa
(1996, p. 358), que ainda comenta:

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“Apesar dessa importante correla ão, os Princípios da Adapta ão, da


Sobrecarga, da Continuidade e da Interdependência Volume-Intensidade é que vão
não só dar corpo como orientar toda a aplicação prática do treinamento, ou seja, são
os verdadeiros responsáveis pela “arruma ão” de todo o processo de treinamento,
traduzida na forma dos micro, meso e macro-ciclos de trabalho.”

Esperamos ter deixado claro que somente com o conhecimento de todos os


princípios será possível realizar um treinamento ideal e eficaz. Provavelmente a
excelência em treinamento deve estar acompanhada do profundo saber de todos os
princípios aqui comentados, além de mais outros tantos tópicos do treinamento
esportivo. Mas o saber profundo destes princípios e dos mais outros tantos
conhecimentos não é o único fator determinante para a excelência em treinamento.
A excelência só será atingida se houver a inter-relação perfeita entre todos estes
saberes e respectivas aplicações, e uma constante reformulação desta inter-relação,
pois, este conceito de reformulação está embutido nos próprios princípios.

Talvez com uma maior compreensão destes princípios, incluindo aspectos


ainda pouco explorados, como o emocional, ambiental, social, cultural, entre outros,
possam contribuir para um olhar plural, além do pragmatismo de um programa
focado somente no aspecto fisiológico do treinamento. Observamos que os
professores ou treinadores devem se apoiar no bom senso para efetivar qualquer
treinamento e ampliar a discussão sobre os conceitos e utilizações dos princípios
que norteiam os treinamentos em diferentes modalidades.

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AVALIAÇÃO
1)Sobre as várias conceituações de Treinamento Desportivo, relacione corretamente
as colunas abaixo e assinale a resposta correta

(1)FAUCONIER ( )O Treinamento é o conjunto de atividades às quais se entrega


(Bélgica) um indivíduo a fim de desenvolver progressivamente suas
qualidades, tanto mentais como físicas, aplicando-se
articularmente aquelas que o caracterizam.

(2)HEGEDUS ( )O Treinamento Desportivo constitui uma preparação


(Uruguai) sistemática do organismo, respeitando processos de adaptações
psicobiológicas e que visam obter um alto rendimento.

(3)HOLLMAN ( )Treinamento é a soma de solicitações corporais repetidas,


(Alemanha) executadas em espaços de tempo determinados, destinadas a
aumentar o rendimento, as quais levam a modificações
morfológicas e funcionais do organismo.

(4)MATVEIEV ( )Treinamento Desportivo, como fenômeno pedagógico, é


(Rússia) processo especializado da Educação Física orientada,
objetivando alcançar elevados resultados desportivos. A
preparação desportiva compreende o aproveitamento de todo o
conjunto de meios que asseguram a obtenção e a elevação da
predisposição para alcançar resultados desportivos.

(5)SAMULSKI ( )Sob o ponto de vista pedagógico-social, entende-se o


(Alemanha) Treinamento Desportivo como meio de capacitação individual e
(1990) social do esportista, através da otimação dos processos
formativos-educacionais.

A( )5 – 4 – 3 – 2 – 1

B( )3 – 4 – 5 – 1 – 2

C( )1 – 2 – 3 – 4 – 5

D( )4 – 5 – 3 – 2 - 1

2) Quanto aos objetivos do Treinamento Desportivo é correto afirmar que:

A( ) Assegura e melhora os desenvolvimentos físicos específicos determinados


pelas necessidades de cada desporto em particular.

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B( ) Busca realizar e aperfeiçoar as técnicas do desporto escolhido.

C( )Busca fortalecer o estado de saúde de cada atleta.

D( ) todas as alternativas acima são objetivos do treinamento desportivo.

3)Com relação ao tripé do treinamento desportivo, qual das opções abaixo


representa a seguinte definição:

“É o ponto em que a produ ão de ácido lático passa a ser maior do que a


capacidade que o corpo possui em removê-lo”.

A( )Limiar anaeróbico

B( )VO2 máximo

C( )técnica de movimentos

D( )n.r.a.

4)A capacidade biotipológica é dividida em dois tipos. Qual das opções abaixo
relaciona-se com “fatores como composi ão corporal, biótipo, altura máxima
esperada, força máxima possível e percentual de fibras musculares dos diferentes
tipos, dentre outros.”?

A( )Fenótipo

B( )Genótipo

C( )Ao conjunto fenótipo/genótipo

D( )n.r.a.

5)Tubino (1984) concluiu com base num grande número de experiências e


observações de diversos autores, que em relação ao organismo humano, os
estímulos débeis:

A( )apenas excitam

B( )provocam adaptações

C( )não acarretam consequências


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D( )causam danos

6) Em 1964, a seleção brasileira de voleibol que disputou os jogos olímpicos de


Tóquio, teve a preparação física a cargo de Paulo Ney, instrutor da EsEFEx que
utilizou os métodos do Power Training e ________________ com ótimo
aproveitamento.

A) Ebook

B)Interval Training

C) Lamar Hunt

D) n.r.a

7) Da criação dos Jogos Olímpicos até o início da Segunda Guerra Mundial surgiram
como métodos de treinamento EXCETO:

A)o sistema finlandês de Lauri Pihkala (1912);

B)os estudos de Krummel na Alemanha (1920);

C)o sistema Balanchine de Firebird na Rússia (1935) ;

D)o sistema de Valadalen de Gosta Olander também na Suécia (1930-1935).

8) No que diz respeito ao Princípio da Sobrecarga, marque (V) para as alternativas


verdadeiras e (F) para as falsas:

( ) De acordo com Dantas (1995, p. 43) imediatamente após a aplicação de uma


carga de trabalho, há uma recuperação do organismo, visando restabelecer a
homeostase.

( ) Segundo Tubino (1984), o momento exato em que se produz à adaptação aos


agentes estressantes (estímulos), é, sem dúvida, um dos pontos mais discutíveis do
Treinamento Físico.

( ) O equilíbrio entre carga aplicada e tempo de recuperação é que garantirá a


existência da supercompensação de forma permanente (DANTAS, 1995).

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( ) O princípio da sobrecarga, também chamado princípio da progressão gradual, e


será sempre fundamental para qualquer processo de evolução desportiva.

A)F, V, V, F

B)V, F, F ,V

C) F, V ,F ,F

D)V, F, V, V

9) O princípio da especificidade irá se refletir em duas amplas categorias de


fundamentos fisiológicos sendo elas:

A)aspectos corporais e os aspectos psicomotores

B) aspectos metabólicos e os aspectos neuromusculares

C)aspectos neuromusculares e aspectos psicomotores

D)n.r.a

10)Leia as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta:

I- A psicologia da aprendizagem ensina que o conhecimento, ou movimento, uma


vez aprendido fica armazenado no neocórtex sob forma de engrama, que consiste
num determinado padrão de ligação entre os neurônios.

II- Para Dantas (1995, p. 50), “O princípio da especificidade preconiza, [...] que se
deve, além de treinar o sistema energético e o cardiorrespiratório dentro dos
parâmetros da prova que se irá realizar, fazê-lo com o mesmo tipo de atividade de
performance.

III- A continuidade de treinamento evita que o treinador subtraia etapas importantes


na formação atlética de um esportista.

A)Todas as afirmativas estão corretas


B)Todas as afirmativas estão erradas
C)Somente está correta a afirmativa I
D)Somente está correta a afirmativa II
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GABARITO

Nome do aluno:_______________________________________
Matrícula:___________
Curso:_______________________________________________
Data do envio:____/____/_______.
Ass. do aluno: ______________________________________________

TEORIA DO TREINAMENTO
DESPORTIVO
1)___ 2)___ 3)___ 4)___ 5)___

6)___ 7)___ 8)___ 9)___ 10)___

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