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Faça a seguinte experiência: coloque dois objetos, um de madeira e outro de metal no interior
de um refrigerador. Após algumas horas (pelo menos duas horas) podemos considerar que ambos
estão com a mesma temperatura. No entanto, quando tocarmos os objetos teremos a impressão
que o objeto de metal estará mais frio.
Nosso corpo não está em equilibro térmico com os objetos. Portanto, haverá troca de energia,
em forma de calor, entre nosso corpo e os objetos. O metal é um condutor térmico melhor que a
madeira, dessa forma, a transferência de calor será mais rápida entre o nosso corpo e o objeto de
metal em comparação com o objeto de madeira. É esse maior fluxo de energia que nos dá a
impressão de que o metal está mais frio. Por esse motivo, em Ciências como Física, Química etc.
utilizaremos o conceito de temperatura.
Se continuarmos em contato com os dois objetos, perceberemos que: com o passar do tempo,
não haverá mais a sensação de quente e frio entre os objetos. Podemos dizer que houve fluxo de
energia entre nosso corpo e os objetos até que as temperaturas se tornaram iguais. Em outras
palavras podemos dizer que atingimos o equilíbrio térmico entre os objetos e nosso corpo.
Entretanto, podemos dizer o mesmo, sobre a temperatura entre os dois objetos? Ou seja, o
objeto de metal e o objeto de madeira estão em equilíbrio térmico?
A resposta é SIM!
Vamos fazer uma analogia: Considere três caixas d’água: A, B e C, instaladas no mesmo nível
de altura. As caixas A e B estão completamente vazias. A caixa C está completamente cheia. A caixa
A está conectada à caixa B por um tubo de 40mm de diâmetro e uma válvula. A caixa B está
conectada a caixa C por um tubo de 20mm de diâmetro e outra válvula.
Quando abrimos as duas válvulas, haverá fluxos de água da caixa C para as caixas A e B. No
entanto, os fluxos serão diferentes. Após algum tempo, as três caixas estarão com o mesmo nível
de água entre si. A caixa A terá o mesmo nível de água da caixa B mesmo sem estarem em contato
direto entre si.
Temperatura
Essa lei permite a definição de uma escala de temperatura, como por exemplo, as escalas de
temperatura Celsius, Kelvin, etc.
Quando um corpo é aquecido ou resfriado, algumas propriedades podem ser modificadas, por
exemplo, volume ou resistência elétrica. A mudança nessas propriedades pode ser relacionada à sua
variação de temperatura e a partir disso é possível criar um equipamento para medir a temperatura
em uma escala adequada.
A escala Celsius foi proposta pelo astrônomo e físico Anders Celsius em 1742. Ao utilizar como
base o gelo, que seria o ponto de fusão da água, ele considerou que esse seria o estado em que as
partículas de água teriam o menor grau de agitação, ele atribuiu a esse grau de agitação o valor
0ºC. Durante a ebulição da água, o cientista considerou que esse seria o estado em que a água teria
o maior nível de agitação entre as partículas, ao ponto de ebulição da água, o valor definido foi
100ºC [2].
Calor
A Lei Zero também implica em que haja uma forma de transferência de energia que altere a
temperatura. Essa forma de energia somente é percebida durante o processo de transferência. Essa
energia em trânsito é chamada de CALOR.
É importante salientar que o conceito de calor aqui é diferente do senso comum. Em Cuiabá
costumamos dizer que: em agosto “faz muito calor”, pois a temperatura do ambiente está maior que
a temperatura de nosso corpo. No entanto, nos dias de frio em Cuiabá dizemos que: “não está
calor”. Em Física dizemos que “HÁ CALOR” nas duas situações. Existe fluxo de energia térmica do
ambiente para o nosso corpo na primeira situação (QUENTE) e na segunda o fluxo ocorre do nosso
corpo para o ambiente (FRIO). O sentido do fluxo de energia térmica é interpretado pelo nosso
cérebro com as sensações de “QUENTE” ou “FRIO”.
O calor é algo que “aparece” em uma transformação de estado, entre dois sistemas com
temperaturas diferentes. Não é conveniente dizermos que um determinado corpo ou sistema tem
mais calor que outro. No entanto, podemos dizer que um corpo ou sistema possui mais energia que
outro.
Condução
Quando a transferência de energia ocorre em um meio estacionário, que pode ser um sólido ou
um fluido, em virtude de um gradiente de temperatura, usamos o termo transferência de calor por
condução. A Equação de Fourier descreve a transformação nos seguintes termos:
𝑑𝑇
𝑞̇ = −𝑘. 𝐴
𝑑𝑥
Onde:
A é a área por onde o fluxo de calor deverá escoar. Quanto maior a área melhor será o
processo de transferência de energia. No SI é medido em metro quadrado: m2.
𝑑𝑇
é o gradiente de temperatura em função do comprimento do condutor. O gradiente é
𝑑𝑥
negativo, por esse motivo o sinal negativo na equação de Fourier se faz necessário. No SI é medido
em kelvin por metro: K/m.
Convecção
𝑞̇ = ℎ. 𝐴. 𝑑𝑇
Onde:
𝑞̇ é o fluxo de calor;
Radiação
Radiação é a forma de transferência de calor que ocorre entre duas superfícies, independente
do meio que há entre elas ou na ausência de qualquer meio. Essa transferência é feita na forma de
ondas eletromagnéticas, entre duas superfícies a diferentes temperaturas. O fluxo de calor é dado
pela equação de Stefan-Boltzmann:
Onde:
𝑞̇ é o fluxo de calor;
F12 é chamado fator forma, é a fração de energia que sai do corpo 1 e chega ao corpo 2.
(𝑇14 − 𝑇24 ) é a diferença entre as temperaturas do corpo que emite a radiação e o corpo que
recebe a radiação.
Referências: