O que é ansiedade?

Ansiedade é uma emoção comum a todos nós que torna no corpo

preparado para eventos futuros, especialmente quando o evento é importante. Na maior
parte das vezes nos ajuda, dando energia e motivação, e é por isso que ela acontece. Ela é
importante para nossa sobrevivência, faz parte do padrão de luta-e-fuga. No entanto, às vezes
ela é improdutiva, incapacitante. Causa desconforto emocional, sensações exageradas,
sofrimento e comportamentos disfuncionais, e pode afetar várias áreas da vida. E são esses
casos que devemos prestar atenção. Esses casos levam a sintomas físicos, dificuldades de
aprendizagem, dificuldades de trabalho ou na vida social.

Não podemos falar sobre ansiedade sem falar sobre nossa sociedade. O
funcionamento da vida hoje é bastante propenso a problemas de ansiedade. Não é à toa que
cerca de 10% da população brasileira apresenta algum transtorno de ansiedade, liderando os
casos no mundo (OMS, 2017). Em algumas cidades grandes, essa prevalência pode ser de 20%.
Problemas de ansiedade também se destacam por ser problemas que tem início precoce e são
persistentes ao longo da vida.

Dentre os quadros de transtornos mentais, a ansiedade corresponde à segunda

principal causa de incapacitação. O transtorno mental mais incapacitante, obviamente, é a
depressão, e a ansiedade tem uma ligação bem intima com a depressão.

Então? O que causa tudo isso? Algumas causas de ansiedade estão diminuindo, como
pobreza, falta de serviços de saúde pública, mas novas condições surgem. Hoje temos
conectividade 24h por dia, necessidade de especialização e ao mesmo tempo de capacidade
de multitasking. Nós não desligamos, vivemos de forma bastante aceleradas e nos
acostumamos a ter respostas rápidas de computadores e internet, e isso também é cobrado
de nós.

Hoje, poder desligar o celular fora do horário de trabalho no seu emprego é um

privilégio. Por mais que empregadores não possam exigir algo fora do horário de trabalho, há
sempre uma necessidade implícita.

Acredito que nesse momento de COVID-19 e isolamento social, a situação é ainda pior,
pois a exigência de produtividade se mantem, e em alguns casos aumentam devido à
adaptação ao trabalho. Além disso, o fato o seu local de trabalho se tornar o mesmo local de
descanso, pode fazer com que o corpo passe a não mais associar a casa como um local de
“desligamento”, e com isso se torna mais difícil o relaxamento.

Quando entramos em um estado de depressão ou de ansiedade, não é incomum que

nós adotemos comportamentos que são prazerosos a curtíssimo prazo, mas que acabam nos
mantendo no estado de tensão. Quando a gente precisa fazer algo que causa ansiedade, por
exemplo, o primeiro reflexo é empurrar com a barriga, que é um comportamento de fuga.
Podemos também dormir muito, COMER MUITO, beber ou usar drogas. Tudo isso como forma
de nos livrarmos dos sentimentos ruins, colocando algum sentimento agradável por cima.

Estratégias para evitar a ansiedade e aumentar a produtividade

 Crie uma rotina

o Ter que fazer algo e não ter um horário definido faz com que você sempre
fique ansioso, tentando não esquecer ou pensando que ainda precisa fazer
 aquilo. Ou seja, sem um horário específico, você irá trabalhar menos nessa
tarefa, mas vai estar MAIS TEMPO ativo nela.
o Tenha um tempo pré-definido para fazer as atividades. Tanto de trabalho,
quanto outras como academia e até mesmo lazer.
o Use uma agenda ou planejamento. Esse planejamento precisa ser realista.
Seja justo com você. Comece exigindo pouco e vá aumentando a exigência
conforme a realidade.
 Faça um pouco, constantemente
o Quebre uma atividade grande em pequenas partes, dessa forma você
sentirá o prazer de ter terminado planejamento.
o Por exemplo: O desafio dos 10 minutos por dia.
 Apesar de o tempo parecer pouco, o importante é iniciar. A
motivação vem depois.
 Evitar o comportamento de fuga – Reforçamento negativo.
o O exemplo de George R. R. Martin e Stephen King.

É um grande erro pensarmos que necessitamos de motivação para fazermos nossas tarefas.
A causalidade é exatamente o contrário. Precisamos iniciar as tarefas para que surja a
motivação.

 Faça exercícios
o Fazer exercícios (e manter uma boa alimentação) são importantes para
diminuir a ansiedade. A pessoa que consegue fazer o exercício planejado,
em geral, sente grande satisfação.
o Exercícios liberam dopamina e endorfina (ligado ao prazer e felicidade) e
serotonina (ligado à energia, despertar).
o Falta de exercício ligado à ansiedade e depressão.

Técnicas para lidar com Ansiedade

 Respiração diafragmática
o Respiração pela barriga
o Mão na barriga (abaixo do umbigo), mão no peito. A mão no peito não se
mexe.
o 4-3-6, outras pessoas usam 4-4-4
 Pensar nos números ajuda a não pensar nos problemas.
 A mesma lógica de contar carneirinhos para crianças
o Pode-se usar alguma palavra que acalme na expiração. Mantras ou termos
religiosos.

 Identificação e responder a pensamentos disfuncionais

o Na Terapia Cognitivo-Comportamental a identificação e resposta a
pensamentos disfuncionais é central. Em relação à ansiedade, não é diferente.
o Pense no que você teme que te faz sentir ansiedade
 Por que isso te causa uma emoção tão forte?
 O que isso significa para você?
o Essa interpretação tem sentido?
  Quais as evidências que apoiam e que vão contra esse pensamento?
 O que pior pode acontecer? O que de melhor pode acontecer? O que
é mais provável de acontecer?
 Responder a esse pensamento com uma frase racional.

 Aceite a ansiedade
o Um certo nível de ansiedade é comum. Numa pessoa que já está sofrendo, é
claro que ela sofrerá com esse sintoma. É necessário que a pessoa aceite que
sentirá ansiedade e que isso é inevitável até certo ponto.
o Uma pessoa que sofre muito de ansiedade fica hipersensível com a ansiedade.
Qualquer sinal, ela já percebe, se preocupa e acaba intensificando.
o Aceitar que irá acontecer irá torna-la menos impactante, menos incapacitante.