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INFORMAÇÃO CONTABILÍSTICA DE GESTÃO

Sílvio Silva
FUNDAMENTOS DE CONTABILIDADE PARA A GESTÃO

Ano Letivo 2019/2020

Mestrado em Gestão de Organizações de Economia Social

Sílvio Silva
ÂMBITO E OBJETIVOS DA CONTABLIDADE DE GESTÃO

Âmbito

 Necessidade de conhecer os gastos, rendimentos e os resultados de um produto ou serviço de uma organização


(empresas, associações, fundações, escolas e outros);

 Na Contabilidade Geral apuram-se grandezas económicas ou de uma forma global (não distinguido resultados
por produto ou serviço) dando insuficiente informação para os Gestores;

 Principal objetivo da Contabilidade de Gestão conhecer em detalhe os gastos os rendimentos por produtos ou
serviços ou seja conhecer os resultados por produtos ou serviços e qual o seu contributo nos resultados finais da
organização;

 Determinar, analisar e reportar os gastos ocasionados pelo funcionamento dos diversos órgãos da organização.
ÂMBITO E OBJETIVOS DA CONTABLIDADE DE GESTÃO

Objetivos

 Dar Informação sobre gastos;


 Satisfazer novas necessidades de informação, face às fornecidas pela Contabilidade Geral;
 Contribuir para a elaboração de documentos que permitam determinar os custos de fabricação dos produtos;
 Permitir determinar os preços de venda dos produtos ou serviços no sentido de contribuir para uma maior
rendibilidade da empresa;
 Possibilitar o exame das condições internas de exploração da empresa;
 Fornecer à empresa as bases de avaliação de certos elementos do seu activo (ex: existências de matérias-primas,
produtos acabados, produtos semi-acabados) ;
 Fornecer dados para o planeamento e controlo de gestão;
 Determinação do valor dos produtos fabricados e em vias de fabrico.
ÂMBITO E OBJETIVOS DA CONTABLIDADE DE GESTÃO

 Contabilidade Geral – Tem como finalidade o registo de operações com terceiros, as alterações do património e o
apuramento do resultado dos exercícios, está orientada para dar informação ao exterior. Está obrigada a cumprir
um conjunto de normas geralmente aceites.

 Contabilidade de Gestão – tem como objetivo a determinação dos gastos e dos rendimentos e sua análise,
constituindo uma ferramenta para a gestão. Ocupa-se fundamentalmente da contabilização de operações que se
realizam dentro da empresa. Não está sujeita ao cumprimento de normas ou princípios geralmente aceites, cada
empresa cria as seus próprios documentos. No caso de uma empresa fabril ocupa-se essencialmente dos gastos
da fábrica, mas também dos gastos dos restantes departamentos da empresa e da rentabilidade dos produtos
vendidos.
ÂMBITO E OBJETIVOS DA CONTABLIDADE DE GESTÃO
CONTABILIDADE GERAL CONTABILIDADE DE GESTÃO
 Informação sobre o património da empresa;  Informação sobre os gastos da empresa;
 Apuramento de resultados globais;  Informação detalhada para o Planeamento e
 Orientada para o apuramento; Controlo de Gestão;
 Sujeita a sistema normalizado  Orientada para a eficiência da organização e
para a tomada de decisão
 Liberdade na criação de documentos adequados
à sua realidade

Numa qualquer empresa industrial, deve-se de ter em conta para o apuramento do custo de um determinado produto
acabado, os diversos custos inerentes a este, como por exemplo: transportes, seguros, descargas, alugueres, mão-de-obra,
combustíveis, depreciações, gastos de distribuição ou comerciais, gastos administrativos e financeiros.
A contabilidade Geral é insuficiente na determinação dos custos acima mencionados.
CONCLUSÕES RELATIVAMENTE À INSUFICIÊNCIA DA
CONTABILIDADE GERAL

Resultados por natureza - insuficiente aos gestores;

Resultados no global e não especificado por produtos/ serviços;

Apuramento de resultados relativos a espaços de tempo grandes – não há informação tempestiva para possíveis

tomadas de decisões;

Impossibilidade de apuramento de resultados ao longo do ano;

Impossibilidade de comparar gastos, rendimentos ou resultados periodicamente;

Cumprimento de um sistema geralmente aceite e não adequado às necessidades de informação da organização.


A CONTABILIDADE DE GESTÃO COMO FERRAMENTA DE GESTÃO
Preparação de informações que permitam a tomada de decisão;

 A contabilidade analítica que apoia a gestão aplica-se a qualquer organização;

 Apuramento de resultados com regularidade;

 Análise e comparação de consumos entre diferentes períodos

 Análise do comportamento dos gastos face às flutuações de atividade (Gastos Variáveis – variam em função da

produtividade)

 Acompanhamento da evolução da gestão

 Facilita e ajuda a planificação / fixação de objetivos e /decisões corretivas

 Comparação entre o que foi planeado e que foi realizado (análise dos desvios do orçamento)
CONCEITOS ESSENCIAIS
Ótica Financeira

Despesa: Conceito de carácter jurídico e monetário que se constitui no momento em que se assume a obrigação de
pagar os custos e/ou gastos (determinado fornecimento ou prestação de serviços);

Receita: Conceito de carácter jurídico e monetário que corresponde ao direito de receber rendimentos (regista-se
no momento em que se cria o direito de vir a receber);
CONCEITOS ESSENCIAIS

Ótica Económica ou Produtiva

Gasto: Conceito de carácter económico que corresponde à utilização dos recursos numa organização, assim, o gasto
é um sacrifício de recursos com vista a atingir determinado objetivo, surge no momento do consumo;

Rendimento: Conceito de carácter económico que corresponde à produção (independentemente da sua venda) ou
cedência de bens e serviços a terceiros;

Custo: valores despendidos na aquisição ou produção de um bem a figurar no ativo;


CONCEITOS ESSENCIAIS

Ótica de Tesouraria ou Caixa

Recebimento: Conceito de carácter financeiro – fluxo de entrada de dinheiro/meios líquidos financeiros nas
organizações (trata-se do momento da entrada dos meios monetários na empresa);

Pagamento: Conceito de carácter financeiro – fluxo de saída de dinheiro/meios líquidos financeiros nas organizações
(trata-se do momento da saída dos meios monetários na empresa);
SS1

CONCEITOS ESSENCIAIS

Periodização Económica ou Regime do Acréscimo

Os rendimentos e os gastos são reconhecidos quando obtidos ou incorridos, independentemente do seu


recebimento ou pagamento, devendo incluir-se nas demonstrações financeiras dos períodos a que respeitam.
Os efeitos das transações e outros acontecimentos são reconhecidos quando ocorram, de modo a proporcionar
informação relacionada com o período.
Assim para que se apurarem os resultados há a necessidade de proceder à distinção cuidadosa dos rendimentos e os
gastos que respeitam a determinado período.

O resultado de determinado exercício económico resulta da diferença dos Rendimentos e dos gastos necessários para
gerar os respetivos rendimentos.
Diapositivo 12

SS1 Silvio Silva; 18/04/2020


CONCEITOS ESSENCIAIS

Descontos

Descontos comerciais – Descontos decorrentes de uma transação comercial (compra ou venda), que não tenham
carácter financeiro. Estes descontos são nomeadamente: desconto de quantidade, de revenda, rappel, bónus, etc.

Descontos financeiros – Têm carácter financeiro ou seja dizem respeito a descontos obtidos ou concedidos em
pagamentos. São basicamente denominados de descontos de pronto pagamento ou de antecipação de pagamento.
CONCEITOS ESSENCIAIS

Critérios Valorimetria

Descontos comerciais – Descontos decorrentes de uma transação comercial (compra ou venda), que não tenham
carácter financeiro. Estes descontos são nomeadamente: desconto de quantidade, de revenda, rappel, bónus, etc.

Descontos financeiros – Têm carácter financeiro ou seja dizem respeito a descontos obtidos ou concedidos em
pagamentos. São basicamente denominados de descontos de pronto pagamento ou de antecipação de pagamento.
CONCEITOS ESSENCIAIS

Critérios Valorimetria

Critérios de valorização das saídas de armazém

FIFO – As primeiros lotes de itens a entrar são os primeiros a sair

LIFO – Os últimos lotes de itens a entrar são os primeiros a sair


(não aceite em termos de SNC)

CMP (Custo Médio Ponderado) – Os lotes de itens são valorizadas através de um valor médio ponderado pelas
quantidades.
CONCEITOS ESSENCIAIS

Critérios Valorimetria

Critérios de valorização das saídas de armazém

FIFO – As primeiros lotes de itens a entrar são os primeiros a sair

LIFO – Os últimos lotes de itens a entrar são os primeiros a sair


(não aceite em termos de SNC)

CMP (Custo Médio Ponderado) – Os lotes de itens são valorizadas através de um valor médio ponderado pelas
quantidades.
CONCEITOS ESSENCIAIS

A considerar:

Na Contabilidade Financeira na avaliação do desempenho interessa os Gastos e os Rendimentos relativos a


determinado período, estes por sua vez, são classificados por natureza independentemente da função a que respeitem.

Na Contabilidade de Gestão interessa determinar custos e os gastos de acordo com a sua origem em termos de
estrutura organizacional – identificar a função a que estão relacionados e dentro de cada função quais as diferentes
atividades que a integram.
CONCEITOS ESSENCIAIS

Custos por Funções/Atividades


Gastos de acordo com a sua origem em termos de estrutura organizacional (identificar a função com que estão
relacionados)

Gastos de Aprovisionamento – respeitam à compra (aquisição) e ao funcionamento dos armazéns de matérias e


de produtos acabados e semi-acabados (quando estes não façam parte do custo industrial);

Custos de Produção ou Industriais – identificam-se com a valorização dos recursos utilizados na fabricação dos
produtos ou prestação dos serviços;

Gastos de Distribuição – estão relacionados com o funcionamento da estrutura comercial (quando estes não façam
parte do custo industrial);

Gastos Administrativos – resultam do funcionamento da estrutura administrativa;

Gastos Financeiros – identificando-se com o gasto associado à utilização de capitais alheios.


CONCEITOS ESSENCIAIS

Custos Diretos/Custos Indiretos

 A determinação de custo pressupõe a existência de uma realidade de ou grandeza que se pretende custear,
realidade essa que pode ser de qualquer tipo, como uma atividade, uma função, um departamento, um produtos, um
serviço, etc.

 Esta realidade ou grandeza a mensurar designa-se por objeto de custeio.

 Os custos são definidos como diretos ou indiretos tendo em conta o objeto de custeio.

 Os custos diretos são os que estão relacionados de forma clara com o objeto de custo.

 Os custos indiretos são conhecidos como custos comuns, em que não podem ser atribuídos aos produtos e/ou
entidade de forma direta, a sua atribuição terá de ser feita com base em critérios mais ou menos subjetivos.
CONCEITOS ESSENCIAIS

Custos Directos:
Custos Indirectos:
São aqueles que não se verificariam se não
São custos comuns a diversos objetos
existisse objeto;
São necessários para a produção mas precisam
Concorrem diretamente para o fabrico de um
de ser imputados;
produto;
São custos que respeitam simultaneamente a
Não ocorreriam se o objeto de custeio não
vários objetos de custeio;
existisse;
A sua repartição pelos diferentes objetos de
A sua determinação não se reveste de particular
custeio pressupõe que se definam critérios de
dificuldade.
imputação.
CONCEITOS ESSENCIAIS

Custos Reais e Básicos

Custos Reais - São os que realmente se verificam. São custos históricos, determinados “a posteriori”;

Custos Básicos -São custos teóricos, definidos “a priori” para a valorização interna de matérias, produtos e serviços
prestados. Os critérios mais utilizados são:

 Custos Padrões – não considera a situação atual da empresa, mas sim a situação “ideal”, tendo em consideração a
respetiva capacidade instalada;

 Custos Orçamentados – considera o que estimado (previamente calculado).


CONCEITOS ESSENCIAIS

Custos do Produto / Gastos do Período

Custo do Produto – o montante que lhe é atribuído para efeitos da valorização das respetivas existências. Todos os
gastos que entram na determinação do custo industrial dos produtos são custos dos produtos e não gastos do
período.

Custo Industrial do Produto Vendido - Só na altura em que os produtos são vendidos é que os custos dos
produtos passam a ser gastos do período.

Regra geral, só os custos industriais são inventariáveis, sendo os restantes diretamente gastos do
período.
CONCEITOS ESSENCIAIS

Custos do Produto / Gastos do Período

Gastos do Período – são aqueles que afetam o resultado de um determinado intervalo de tempo, incorporando o
custo industrial dos produtos vendidos e os gastos das restantes funções que ocorram nesse período;

É o sacrifício suportado num determinado período para a obtenção dos rendimentos e que não respeitam ao
processo de fabrico;

Para determinação do gasto de período deve ser considerado como o custo das unidades vendidas (Custo dos
produtos vendidos) e não o custo das existências dos produtos acabados em armazém.
CONCEITOS ESSENCIAIS

Custo Relevantes e Irrelevantes

Custo relevante - é um custo futuro que difere entre alternativas selecionadas em situações específicas. De forma
geral os custos relevantes são custos variáveis

Custo irrelevante - ocorre quando se toma uma decisão e os custos se mantêm invariáveis e tornam-se
irrelevantes para uma tomada de decisão. Custos que não se consideram para uma tomada de decisão.
Por norma são custos fixos.

Nota: Quando se tomam certas decisões apenas interessam, regra geral os custos variáveis (custos relevantes).
Quando a empresa tem uma determinada capacidade instalada excedentária, ao estudar uma proposta adicional o que
irá variar será os custos variáveis. Os custos de estrutura são em princípio, irrelevantes para o estudo da proposta.

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