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Tipos de conhecimento
• Ciência em sentido lato: pode ser entendida quer como o processo de adquirir
conhecimento sobre a realidade, fundamentado no método científico, quer como o
corpo organizado de conhecimentos científicos.
• Senso comum: pode ser entendido como o conjunto de crenças partilhadas pelos
seres humanos, justificado pela experiência quotidiana e transmitida de geração em
geração (de forma acrítica). Faz parte das tradições de um grupo, sendo traduzido em
provérbio e ditados populares. Ex: Gato escaldado de água fria tem medo.
• Racional: a ciência trabalha-se com conceitos, com a lógica e a razão, não com
sensações.
Conceitos
• Verificação: uma proposição só tem direito ao estatuto cientifico se poder ser verificada
pelos factos.
1. Pergunta de partida
3. Problemática
5. Observação
6. Análise da informação
7. Conclusões
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Esquema do processo de procedimento e respetivas etapas:
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Ciclo de Pesquisa
Ideias: Como ter ideias?
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Problemas sociais e problemas de investigação
• Problemas sociais:
• Pobreza
• Violência urbana
• Bullying
• Desemprego
O ferro é um metal.
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O ferro conduz electricidade.
O ferro é um metal.
O ouro é metal.
O cobre é metal.
Etapa 1
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• Ethical: É ético? Sempre é necessário ter esta questão em consideração,
especialmente se envolve humanos e animais.
• Uma boa pergunta de partida deve poder ser tratada, deve-se poder trabalhar
eficazmente a partir dela e, em particular, deve poder fornecer elementos para lhe
responder.
• Qualidades da clareza:
• Não deve cobrir um campo de análise demasiado vasto. Deve permitir direcionar o
investigador ao longo do processo de procedimento.
• Uma boa pergunta de partida deverá ser tão concisa e unívoca quanto possível.
• Qualidades de exequibilidade:
• Uma boa pergunta de partida deve ser realista, isto é, adequada aos recursos
pessoais, materiais, e técnicos, em cuja necessidade podemos imediatamente
pensar e com que podemos contar.
• Qualidades da pertinência:
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• Uma pergunta é moralizada quando a resposta que lhe damos só tem sentido em
relação ao sistema de valores de quem formula.
• Uma boa pergunta de partida não deve procurar julgar, mas compreender. O seu
objetivo o do conhecimento, não o da demonstração.
• Deve abordar o estudo que existe ou existiu e não daquilo que ainda não existe.
• Deve visar um melhor conhecimento dos fenómenos estudados e não apenas a sua
descrição.
Etapa 2
a) critérios de escolha
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• Incluir abordagens diversificadas do fenómeno estudado
• Como ler?
• Grelha de leitura
• Resumo
1. Pontos de vista adotados: pontos de vista adotados pelos atores escolhidos e como
se situam uns em relação aos outros? Colocar em evidência: convergências,
divergências, complementariedades.
• Interlocutores válidos:
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• Fazer o menor número possível de perguntas
• Gravar a entrevista
Etapa 3
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• Elaborar uma problemática equivale a definir conjuntamente três elementos: o que se
pretende explicar, aquilo com que se relaciona com o investigador e o tipo de relação
que este perspetiva entre os dois primeiros elementos. Esta relação é pensada em
termos de causa.
• A palavra causa pode ser entendida no sentido restrito de antecedente exterior ao seu
efeito, a que está ligado por uma ligação necessária. Também pode ser entendida no
seu sentido amplo como o princípio de produção do fenómeno que exige a aplicação.
• Fenómeno como uma realidade em devir produzido pela ação dos seres humanos
e pelas contradições internas nos sistemas por eles construídos.
Etapa 4
• O trabalho exploratório explora conceitos e ideias que têm de ser traduzidos numa
linguagem e forma de trabalho sistemático de análise e recolha de dados de
observação ou experimentação. A fase de construção do modelo de análise constitui
uma fronteira fixa entre a problemática estipulada e o trabalho de elucidação sobre um
campo de análise restrito e preciso.
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• Para construir o modelo, o investigador pode centrar-se nas hipóteses ou nos
conceitos.
• Construção das hipóteses: sendo que a hipótese é uma proposição provisória, esta
deve ser verificada a hipótese é a antecipação de uma relação entre dois conceitos, ou
entre os dois tipos de fenómenos que designam. Na sua formulação, a hipótese deve
ser de forma observável.
Etapa 5
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• observar o quê? : a definição de dados pertinentes. Os dados necessários são
definidos pelos indicadores das dimensões dos conceitos que estão envolvidos
em cada hipótese.
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Devem dar a informação e o grau de precisão necessário para as fases que se
seguirem.
Etapa 6
• Apresentação
• Variantes
• Principais vantagens
• Limites e problemas
• Método complementar
• Formação exigida
• Referências bibliográficas
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• Limites e problemas:
• Individualização dos entrevistados, que são separados pelas suas relações sociais
• Entrevista
• Variantes:
• Objetivos para os quais o método é adequado: análise do sentido que os atores dão
às suas práticas e aos acontecimentos com que se veem confrontados: os seus
sistemas de valores, referências normativas, interpretações de situações conflituosas
ou não, as leituras que fazem das próprias experiências, etc. A análise de um
problema específico: os dados do problema, os pontos de vista, o que está em jogo,
os sistemas de relações, o funcionamento de uma organização, etc. A reconstituição
de um processo de ação, de experiências ou de acontecimentos passados.
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• Limites e problemas:
• Observação direta
• Variantes:
• Limites e problemas:
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• Registo dos dados e selectividade da memória
• Principais vantagens:
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• Variantes:
• Análise de conteúdo
• Variantes:
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• Análise de avaliação: incide sobre os juízos formulados pelo locutor- é calculada a
frequência, direção e intensidade dos juízos formulados.
• Análise das estratégias, do que está em jogo num conflito, das interpretações ou
reações.
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• Principais vantagens: métodos adequados ao estudo do não dito, do implícito.
Obrigam o investigador a manter uma grande distância em relação a interpretações
espontâneas, em particular as suas próprias interpretações. Permite controlo
posterior.
Etapa 7
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• Novos contributos para o conhecimento: mostrar em que é que a investigação
permitiu conhecer melhor o objeto selecionado. Estes novos conteúdos têm uma
dupla natureza:
• Matizam e corrigem
• À pertinência da problemática
A partir deste exame crítico podem ser formuladas novas perspectivas teóricas. Um novo
ponto de vista, reformulação de uma hipótese, redefinição de um conceito ou afinação de
indicadores.
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Fontes de informação
• Bases de dados
• Google Books
• Google Scholar
• Bibliotecas on-line
• Revistas especialidade
• Como procurar?
• Como selecionar?:
• Mapping
• Como registar?
• Pastas
• Objetivos:
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• Fases:
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g) Explicativa: leitura com o intuito de verificar os fundamentos de verdade
enfocados pelo autor (geralmente necessária para a redação de monografias ou
teses).
Fontes de informação
• Fontes Primárias e Secundárias: são diferentes e devem ser vistas de forma diferente
por quem as utiliza.
• Algumas têm mais credibilidade que outras: é importante não acreditar em tudo
simplesmente porque está impresso (as primeiras estão mais próximas do
fenómeno em estudo; não houve nenhuma reinterpretação).
• Não existe uma correlação direta entre a qualidade de uma fonte e o ser primária
ou secundária. Algumas fontes primárias podem ser muito suspeitas, enquanto
algumas secundárias podem ser excelentes
Primárias Secundárias
autobiografias biografias
diários Dicionários e enciclopédias
Cartas e correspondência Artigos de revisão
(incluindo eletrónicas)
Documentos e estatísticas Textos escolares
governamentais
Documentos originais (como
registos de nascimento)
Fotografias, audio ou vídeo
discursos
Relação teoria-factos
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de estudo é infInita; entretanto, a ciência seleciona aqueles que deseja estudar e, além
disso, os abstrai da realidade, escolhendo alguns aspectos do fenómeno (massa,
velocidade, graus de socialização etc.), não estudando, portanto, todo o fenómeno.
Constitui, assim, um ato de abstração separar qualquer fenómeno de tudo aquilo com
que está relacionado. Se cada ciência estuda determinados aspectos da realidade e
possui um sistema abstrato de pensamento para interpretar estes segmentos,
necessita de sistemas conceptuais que expressem os fenómenos de cada área do
saber. Na realidade, conceitos são símbolos verbais característicos, conferidos às
ideias generalizadas, abstraídas da percepção científica sobre os fenómenos, como
veremos mais adiante. Para Barbosa Filho (1980:17), a teoria, como sistema de
concetualização e de classificação dos fatos, tem as seguintes funções:
• A teoria serve para, baseando-se em fatos e relações já conhecidos, prever novos fatos
e relações- a teoria toma-se um meio de prever fatos, pois resume os fatos já
observados e estabelece uma uniformidade geral que ultrapassa as observações
imediatas. Exemplo: verifIcamos que a introdução da tecnologia, nos países ocidentais,
produziu uma acentuada redução na taxa de mortalidade e uma redução, não tão
marcante, na taxa de nascimentos (pelo menos durante as fases iniciais). Assim,
podemos prever que a introdução dessa tecnologia, em outros países, acarretará o
aparecimento desses padrões. Esperamos a ocorrência dos mesmos padrões em
virtude de:
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a) acreditarmos conhecer quais os fatores que causam esses padrões; e
• O que nos leva a acreditar em tal? A razão é que, por trás de nossas generalizações
empíricas, existe uma teoria e esta assevera que, nas condições X, Y será observado.
Portanto, sempre que encontrarmos as condições X, podemos prever o aparecimento
de Y. Ou, de forma mais elaborada, se comprovarmos que o fato X leva ao
acontecimento Y em dada situação A, na situação B, semelhante a A, X levará
novamente ao acontecimento Y.
• A teoria serve para indicar os fatos e as relações que ainda não estão satisfatoriamente
explicados e as áreas da realidade que demandam pesquisas - é exatamente pelo fato
de a teoria resumir os fatos e também prever fatos ainda não observados que se tem a
possibilidade de indicar áreas não exploradas, da mesma forma que fatos e relações
até então insatisfatoriamente explicados. Assim, antes de iniciar uma investigação, o
pesquisador necessita conhecer a teoria já existente, pois é ela que servirá de
indicador para a delimitação do campo ou área mais necessitada de pesquisas.
Exemplos: Barbara Wooton, em sua obra Social science and social pathology
(Bottomore, 1970:272), selecionou e analisou 21 obras referentes ao crime e à
delinquência e concluiu que elas indicam, 12 diferentes fatores, possivelmente
relacionados à criminalidade ou à delinquência, e que "essa coleção de estudos,
embora escolhidos pelo seu mérito metodológico comparado, só produzem
generalizações insuficientes e de fundamentação duvidosa". Por sua vez, Edwin H.
Sutherland (Merton, 1970: 158-9) identificou uma grande lacuna no conhecimento do
comportamento criminoso: verificou que os estudos até então realizados, sobre o
comportamento criminoso e suas causas, levaram a teoria a correlacionar os "crimes",
entendidos como assassinato, incêndio proposital, roubo, latrocínio e outros, com as
classes baixas; entretanto, se "crime" for conceituado como "violação da lei criminal",
os mesmos estudos deixaram de lado os "crimes" cometidos pelas classes médias e
altas (rotulados de white collar), resultantes das atividades comuns de comércio,
cometidos inclusive pelas poderosas empresas comerciais americanas. Tanto em um
caso como no outro, as preocupações teóricas seguiram novo rumo, necessitando de
outras investigações sobre os fatos e suas relações por não terem sido
satisfatoriamente explicados ou por apresentarem lacunas.
• Desde que se conclui que o desenvolvimento da ciência pode ser considerado como
uma inter-relação constante entre teoria e fato, e desde que verificamos as diferentes
formas pelas quais a teoria desempenha um papel ativo na explicação dos fatos, resta-
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nos verificar de que maneira os fatos podem exercer função significativa na construção
e desenvolvimento da teoria.
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b) a teoria, explicando os fenómenos apenas em termos mais gerais, não incluir a
previsão de aspectos particulares e, assim, novos fatos -, mesmo que concordem
com a teoria, se enfocarem (e afirmarem) em pormenores aspectos que ela afirma
apenas em termos bem gerais -, levarão à sua redefinição;
• Um exemplo pode ser dado pela previsão teórica geral de que indivíduos, quando se
transferem da zona rural para o meio urbano, sofrem apreciável aumento na
desorganização pessoal. Exaustivos estudos sobre os migrantes (e seus filhos)
demonstraram que uma série de fatores é responsável pelo aumento da
desorganização, tais como aquisição de novos hábitos, técnicas, costumes, valores
etc. Não sendo alguns desses fatores previstos pela teoria geral, uma redefinição e um
esclarecimento se fazem necessários. Outro exemplo é citado por Merton (1970:178),
referente às teorias existentes sobre a magia: Malinowski, estudando os trobriandeses,
verificou que não recorriam à magia quando realizavam a pesca em sua lagoa interna,
pois nessa atividade não havia perigo, nem incerteza, nem acasos incontrolaveis; a
atitude era outra nas pescarias em alto mar - esta trazia incerteza e graves perigos - e,
em consequência, a magia flores- cia. Portanto, as teorias foram redefinidas para
incorporarem "o surgimento das crenças mágicas em decorrência de incertezas nas
buscas práticas do homem, para aumentar a confiança, para reduzir a angústia, para
abrir caminhos, para escapar a impasses". Finalmente, novas técnicas de pesquisa,
como as criadas por Moreno - sociométricas -, alteraram as preocupações teóricas no
campo das relações interpessoais.
Em síntese
c) Ambos, teoria e facto, são objetos de interesse dos cientistas: não existe teoria
sem ser baseada em factos; por sua vez, a compilação de factos ao acaso, sem
um princípio de classificação (teoria), não produziria a ciência – ter-se-ia um
acúmulo de fatos não sistematizados, não relacionados, mas amorfos e dispersos,
impossíveis de serem interligados e explicados;
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d) o desenvolvimento da ciência pode, assim, ser considerado como uma inter-
relação constante entre teoria e facto (Lakatos)
• Representar os factos.
3. Resume o conhecimento
• Sistema de inter-relações
4. Prevê factos
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Paradigma
(Kuhn, T (1996 [1962]] A Estrutura das revoluções Científicas. Lisboa: Guerra e Paz)
Paradigmas clássicos
Positivismo Interpretativismo
Visão objectiva da realidade: possibilidade de Visão subjectiva da realidade: não é possível apreender
apreender a realidade tal qual ela é. Só se analisa o que a realidade tal qual ela é – a apreensão da realidade é
é mensurável ou categorizável. subjectiva (não existe uma realidade, mas sim várias
realidades – a do investigador, a dos sujeitos
investigados, a de quem lê, etc).
O investigador não é uma variável de perturbação (não O investigador é o principal instrumento de recolha de
influencia) – os factos sociais são exteriores aos informação: o facto de ser ele e não outro a ouvir,
indivíduos. sentir, ver, cheirar a realidade, condiciona o rumo e o
resultado final da pesquisa.
Parte sempre de pressupostos teóricos e de hipóteses Parte de objectivos e não de hipóteses de pesquisa.
de pesquisa (a realidade é objectivável)
O projecto de pesquisa apresenta uma estrutura rígida, O projecto de pesquisa não é vinculativo, no sentido
uma vez que a preocupação é a de confirmar/refutar em que evolui com o desenvolvimento da pesquisa
a(s) hipótese(s) previamente definidas. (sobretudo devido ao contacto com o terreno) a
preocupação não é medir a realidade, não é verificar se
uma variável é causa/efeito de outra, mas sim
compreendê-la
A realidade é quantificável e/ ou categorizada de forma A realidade é traduzida em frases, em textos, em
a permitir o recurso à estatística no processo de análise imagens – não é quantificável. A escrita surge como um
dos dados. método, no sentido em que as opções linguísticas
constroem realidades.
Recurso a técnicas quantitativas, tais como: Recurso a técnicas qualitativas, tais como: observação
questionários, observação sistemática, análise de directa participante, entrevistas qualitativas, focus
conteúdo, entrevistas estruturadas, testes estatísticos. group, testes projectivos, mapas mentais, conversas
informais e histórias de vida; apresentação dos dados
sob a forma de texto
Permite a extrapolação da amostra para o universo Os dados obtidos não são passíveis de extrapolação
(representatividade da amostra). As conclusões obtidas estatística mas sim teórica (em situações idênticas, é
são generalizáveis a todos os elementos da população. possível que se cheguem a resultados similares)
Preferencialmente recorre-se a amostras probabilísticas. Recurso a amostras não-probabilísticas.
Nível macro (escala) – os casos concretos apenas Nível micro (escala) – Interessam os casos concretos,
interessam quando são agrupados em categorias interessa a pessoa humana, interessa a situação em que
homogéneas, perdendo a sua dimensão humana em ocorre determinado fenómeno. No entanto, estes
detrimento de uma construção analítica. indivíduos não devem ser vistos como átomos
(comportamentos isolados poderão ter interesse para a
psicologia clínica, mas não para a maioria das ciências
sociais), como peças únicas, mas sim como moléculas –
várias situações ilustram um determinado tema.
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Operacionalização de conceitos
• Há pelo menos três formas ou níveis de Participação política que merecem ser
brevemente esclarecidos.
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pessoal dirigente, isto é, do pessoal investido de poder por certo período de tempo
para analisar alternativas e tomar decisões que vinculem toda a sociedade.”
(categoria)
1 2 3 4 5
[…]
Decisão Voto
[…]
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Operacionalização do conceito no seu lugar de pesquisa
Ideias
Questão de pesquisa
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Objetivos de investigação
• Objetivo tem a ver com intencionalidade, com alvo/meta a atingir, finalidades que se
pretendem atingir.
• Os objectivos gerais são mais amplos, mais abrangentes. São a meta a atingir. Os
objectivos específicos desconstroem o(s) objectivo(s) geral(ais), possibilitando que
se compreenda como é que o investigador vai atingir o objectivo a que se propõe.
• Do ponto de vista técnico, devem ser por meio de verbos no infinitivo, tais como:
analisar, investigar, compreender, enunciar, verificar, registar, exemplificar, formular,
aplicar, medir, localizar, descrever, criar… Os verbos utilizados estão directamente
relacionados com o tipo de estudo: descritivo, explicativo, causal, comparativo, etc.
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Objetivos SMART (específicos, medíveis, alcançáveis, relevantes, temporais)
[…]
Focus group
Focus group
[…] […]
Inquérito
Análise SWOT
Análise relatórios
[…]
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Triangulação da informação na abordagem qualitativa
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Entrevista
• A entrevista é um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha in-
formações a respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de natureza
profissional. É um procedimento utilizado na investigação social, para a coleta de
dados ou para ajudar no diagnóstico ou no tratamento de um problema social. A
entrevista é importante instrumento de trabalho nos vários campos das ciências sociais
ou de outros setores de atividades, como da Sociologia, da Antropologia, da Psicologia
Social, da Política, do Serviço Social, do Jornalismo, das Relações Públicas, da
Pesquisa de Mercado e outras. Alguns autores consideram a entrevista como o
instrumento por excelência da investigação social. Quando realizado por um
investigador experiente, "é muitas vezes superior a outros sistemas de obtenção de
dados", afirma Best (1972: 120)
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• Há diferentes tipos de entrevistas, que variam de acordo com o propósito do
entrevistador:
• Vantagens:
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a) Pode ser utilizada com todos os segmentos da população: analfabetos ou
alfabetizados.
• Limitações:
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• A preparação da entrevista é uma etapa importante da pesquisa: requer tempo (o
pesquisador deve ter uma ideia clara da informação de que necessita) e exige algumas
medidas:
e) Contato com líderes: espera-se obter maior entrosamento com o entrevistado e maior
variabilidade de informações.
Observações
Entrevista qualitativa
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• Consiste na obtenção de informação mediante uma conversa de natureza profissional,
conduzida por um entrevistador que formula as questões e regista as respostas em
função de um objectivo determinado (há um estímulo e uma reacção)
• Criação de uma situação artificial na qual são distribuídos papéis não habituais.
Tipos de entrevistas
Este tipo de entrevista tem um guião onde estão descritas as várias etapas da entrevista-
identificação do tema, identificação dos tópicos, identificação dos itens
exploratórios, etc.
• Quando não se tem muito tempo disponível para cada uma das entrevistas
• Fatores que condicionam a qualidade dos dados obtidos no âmbito das entrevistas
qualitativas:
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• Fatores associados à linguagem: possibilita localizar/justificar interesse de E. por e.,
produz efeito junto de e. Deve ser, por isso: acessível, permitir uma respostas,
motivar e. a responder e ser conforme as expectativas.
Focus group
• Robert Merton, considerado o “pai” do focus group: o 1º focus group teve lugar no
Office of Radio Research at Columbia University em 1941, a convite de Lazarsfeld;
técnica inicialmente aplicada em programas de rádio, tendo sido mais tarde estendida
a outras áreas dos media, por exemplo, programas de propaganda e de treino de
militares americanos. Atualmente, o focus group apresenta três áreas distintas de
atuação:
• pesquisas de mercado
• investigação científica
• investigação-ação.
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• Etapas:
• Vantagens:
• A situação de focus group exige menos tempo que a da entrevista individual, logo,
menos dispendioso.
• Limites:
Observações
• Em suma, como referem Krueger e Casey (2009, p. 15), os focus group são criaturas
especiais no reino dos grupos, sendo que aquilo que os define e os distingue de outros
tipos de grupo é o facto de serem dirigidos à recolha de dados qualitativos junto de
pessoas com algum tipo de semelhança, numa situação de grupo, através de uma
discussão focada.
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• Os focus group quando combinados com outros métodos, podem ocorrer em
diferentes fases do projecto de investigação, designadamente:
• Fase final (ex., discutir com os participantes os resultados obtidos, discussão essa
que poderá conduzir a novos insights) (Krueger & Casey, 2009; Stewart et al., 2007).
• Entre o leque de possíveis usos dos focus group, Stewart et al. (2007) referem os
seguintes como sendo os mais comuns:
• Entre o leque de vantagens sistematizadas por Stewart et al. (2007) do focus group
face a outros métodos de investigação, salientamos o facto de este permitir fornecer
dados de um grupo muito mais rapidamente e frequentemente com menores custos do
que se essa informação tivesse sido obtida a partir de entrevistas individuais e a sua
flexibilidade, podendo ser usados para a análise de um leque alargado de tópicos com
uma variedade de indivíduos (incluindo indivíduos com baixos níveis de escolaridade) e
de contextos.
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aspecto se aplique a todos os métodos de investigação que se baseiam em questões e
respostas (Krueger & Casey, 2009).
• Planeamento
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do moderador no suporte ao grupo na exploração do tópico de tal forma que possa
emergir novos insights face ao mesmo (Morgan, 1997, 1998).
• Preparação
• Quanto à escolha do local para a realização dos focus group, a recomendação geral é
a de que este seja acessível, assegure conforto aos participantes bem como a
confidencialidade da informação gerada (Bloor et al., 2001; Morgan, 1998, McParland
& Flowers, 2012; Rodrigues et al., 2007; Sagoe, 2012; Stewart et al., 2007). Neste
âmbito, McParland e Flowers (2012) com base na sua experiência de realização de
focus group com doentes crónicos referem a importância de serem assegurados
recursos específicos em certos grupos de participantes (por ex., transporte no caso
de participantes com reduzida mobilidade e/ou com dificuldades económicas).
• Moderação
• O ciclo do processo fecha-se nalguns casos com a devolução dos resultados aos
próprios participantes. De modo a maximizar a adesão dos participantes à iniciativa
promovida para a divulgação dos resultados (por ex., através de uma sessão de
apresentação) podem também ser utilizadas certas estratégias à semelhança da
fase do recrutamento dos participantes.
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Contributos para a evolução do conhecimento científico e para a prática científica
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Observação direta
• Manifesta /Encoberta
• Vantagem:
• Desvantagens são:
• Questão de representatividade:
• Questionário: constituído por uma série de perguntas que devem ser respondidas por
escrito e sem a presença do pesquisador;
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Revisão da Literatura
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• Estratégias de leitura: Após a recolha da informação, há que estudá-la e transformá-la
em conhecimento próprio. Também, para auxiliar esta tarefa, e considerando que o
volume de informação a ler pode ser enorme, podem adotar-se algumas técnicas. Em
apenas alguns minutos é possível aceder-se ao conteúdo principal de um texto,
adotando as seguintes abordagens:
• No caso de artigos, deve ler-se em primeiro lugar o sumário com muita atenção
porque resume todo o artigo. Por vezes, quase que é dispensável ler o artigo todo. Os
primeiros parágrafos da introdução indicam o tema e objetivos do artigo e como tal
também devem ser lidos e assinalados. Os parágrafos da conclusão, em princípio,
apontam os pontos mais importantes e indicam novas áreas de pesquisa. Por fim, ver
os gráficos e as tabelas dos artigos, porque normalmente resumem os principais
dados encontrados. Deve ainda ler-se os subtítulos das várias partes do artigo.
• Estratégias de escrita: A escrita é, por norma, uma etapa difícil acarretando inibições
várias que atrasam ou adiam a sua concretização. Esta é talvez a etapa mais
importante de todo o processo. É aqui que verdadeiramente se demonstra o saber
adquirido e se organiza a informação publicada num texto crítico, original e que
acrescente valor. Para iniciar o processo de escrita pode juntar perto de si as
fotocópias já anotadas, as fichas de leitura que elaborou e, uma a uma, ler e escrever,
citando no texto as passagens que lhe interessam. É uma forma de começar a escrever
um texto estruturado sobre determinado assunto.
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• O primeiro esboço deve ser escrito de forma contínua e rápida evitando de forma
consciente interrupções. Na escrita do primeiro draft não é necessário aperfeiçoar o
estilo da escrita e não se julga relevante ter grandes preocupações com a forma e
até com a articulação entre as ideias. Pensar, planear, escrever e rever o texto não
são tarefas autónomas, são tarefas que se entrecruzam contribuindo
cumulativamente para a compreensão do tema. No final da escrita deste primeiro
esboço, o domínio da matéria melhorou substantivamente e o processo de revisão e
reescrita do texto torna-se mais fácil e acurado.
O problema maior do investigador não é o saber como vai recolher os dados, mas sim o
de imaginar o que fazer com os dados que obteve
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Análise das respostas às questões abertas
• Sinopses: sínteses dos discursos que contêm a mensagem essencial e são fiéis,
inclusive na linguagem, ao que disseram os sujeitos investigados. As sinopses podem
ser completadas por outros esquemas que dão conta de percursos biográficos, dados
de caracterização (=caracterização da amostra).
• Facilitar a comparação;
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Observações finais
• Relevância do tema
• Estado da Arte
• Objetivos
• Metodologia
• Plano de trabalho
• Fontes de financiamento
• Entender as críticas que lhe possam fazer como uma forma de aprendizagem e não de
pôr em causa todo o trabalho. Um projecto é um processo em construção que pode
melhorar com a sua capacidade para aceitar as críticas e mostrar capacidade para
relacionar as articulações do seu projecto e evidenciar as razões das suas escolhas;
• Aprender a olhar para o projecto (assim como para todo o processo de pesquisa)
como um todo integrado: a componente teórica deve refletir a componente empírica e
vice-versa;
• Integrar redes sociais onde seja possível discutir temáticas com relevância para si;
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• Participar em colóquios, seminários, congressos: forma de conhecer e entrar em
contacto com especialistas na área.
• Estado da arte: O Estado da Arte é uma das partes mais importantes de todo trabalho
científico, uma vez que faz referência ao que já se tem descoberto sobre o assunto
pesquisado, evitando que se perca tempo com investigações desnecessárias. Além
disso, auxilia na melhoria e desenvolvimento de novos postulados, conceitos e
paradigmas. Trata-se de uma actividade árdua por ser crítica e reflexiva. Não se pode
copiar no papel informações geradas por outros autores, sem fazer jus aos mesmos
através da referência. Também não se deve iniciar um processo de colocação de dados
sem reflectir sobre eles, sem relacioná-los com a temática desenvolvida, sem interagir
com o autor, apresentando um novo texto, com força argumentativa e conclusões
adquiridas pela reflexão.
• Método de Abordagem
• Método de Procedimento
• Técnicas
• Descrição
• Forma de aplicação
• Codificação e tabulação
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Senso comum e conhecimento científico
"conhecer". Saber que determinada planta necessita de uma quantidade "X" de água e
que, se não a receber de forma "natural", deve ser irrigada pode ser um conhecimento
verdadeiro e comprovável, mas, nem por isso, científico. Para que isso ocorra, é
necessário ir mais além: conhecer a natureza dos vegetais, sua composição, seu ciclo
• Superficial: isto é, conforma-se com a aparência, com aquilo que se pode comprovar
simplesmente estando junto das coisas: expressa-se por frases como "porque o vi",
"porque o senti", "porque o disseram", "porque todo mundo o diz";
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• Conhecimento Filosófico: valorativo, racional, sistemático, não-verificável, infalível,
exato.
Conceito de ciência
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