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Nome: Robson Menezes da Silva

Disciplina: Psicologia da Educação
Professor: Marcio Gonçalves dos Santos
Trabalho: Estudo de caso 

A  análise  das  teorias  da  aprendizagem  e  desenvolvimento  por  trás  da  aula  da
professora de matemática, 6ano, Martha Lorena, gravada no youtube. 
Acessado em 10.10.2020 e  disponível em:
< https://www.youtube.com/watch?v=Lh_T­J06Hmk&feature=youtu.be >. 

No  campo  da  educação,  não  há  dúvida  de  que  a  internet  tem  suas  contribuições  e
melhores frutos, ainda há de ser colhido. São diversos canais de informações disponíveis para
atender as necessidades de alunos, professores, pesquisadores etc. É uma tecnologia explorada
por  uma  grande  parcela  de  alunos  que  inclusive  têm  tido  resultados  de  aprendizados
satisfatórios e por causa desses resultados, até agora, não se sabe, pelo menos até agora, se as
futuras salas de aulas serão a tela de um computador ou de um celular. Mas será que hoje, essa
tecnologia atende os objetivos das concepções fundamentais da Epistemologia Genética de
Jean Piaget? E em relação aos conceitos centrais da teoria de Vygotsky, será que o papel
do professor, nesse caso, vai consistir em guiar o aluno enquanto fornece as ferramentas
adequadas para que seu desenvolvimento cognitivo ocorra da forma mais apropriada? 
Para responder essas questões, será analisado uma aula sobre frações, ministrada pela
professora Martha Lourena que está disponível na internet em um dos canais do youtube. E
nessa aula vamos refletir, se será possível a professora olhar para o cognitivo desse aluno
que  está  do  outro  lado  da  tela?  E  enquanto  as  intervenções  e  as  ações  pedagógicas
defendidas  por  esses  teóricos,  assim  como  a  estrutura  ambiental  em  que  esse  aluno  se
encontra, estariam disponíveis para acontecer o aprendizado de forma mais apropriada e
dentro  da  perspectiva  piagetiana  e  vigotskiana?  Portanto,  esses  são  temas  que  serão
discutidos  para  analisar  a  aprendizagem  do  aluno,  o  papel  do  professor,  a  ambientação  e  a
interação social em que acontecem essas aulas.
Muito tem sido os esforços feitos pelos professores em prol de levar o conhecimento
até ao aluno, e com o avanço da internet, as aulas tem atravessado as telas dos computadores e
dos celulares e chegado até as casas dos alunos. Com o vídeo da professora Martha Lorena,
percebe­se que o conhecimento é transmitido e ela expõe bem aquilo que ela quer ensinar.
Ela explica com muita precisão cada detalhe para reconhecer e diferenciar cada tipo de frações.
Além das explicações, ela utiliza também quadros brancos com pinceis para expor seus cálculos
e até faz desenhos para que o aprendizado aconteça com mais facilidade. Olhando para o vídeo
das aulas da professora, percebemos muitas coisas em comum que realmente acontece dentro
das salas de aulas presenciais, com algumas exceções. Por exemplo: nas aulas presenciais a
professora pode olhar para o aluno, observar se ele está prestando atenção, e se ele não está
distraído  com  outras  coisas  que  afetaria  aquilo  que  está  sendo  ensinado.  Mas,  e  o  aluno  da
professora Lorena que está do outro lado da tela? Será que ele está prestando atenção nas aulas?
Quem garante que algum ou outro aluno dela não está em outra aba do navegador com algum
tipo de distração que afetaria aquilo que está sendo ensinado pela professora? E aqueles alunos
que estão com o caderno e o lápis acompanhando suas aulas, será que estes estão fazendo seus
cálculos, seus rascunhos, da maneira com que realmente a professora quer que o faça?
Então, há de se reconhecer sim que os resultados, para alguns tipos de alunos, são sim
satisfatórios, mas há de se reconhecer também que nem todos os alunos teriam esse mesmo
resultado,  pois  estes  necessitariam  de  algumas  intervenções.  E  mais  ainda,  necessitariam  de
uma  atenção  individualizada  e  talvez  por  causa  disso  há  de  se  afirmar  que  pelas  teorias
defendidas  pelos  defensores  da  aprendizagem,  uma  parte  desses  alunos  não  conseguiriam
construir o aprendizado de forma apropriada, visto que não é possível a professora observar os
movimentos e as ações do aluno em tempo real. Com o aluno e mediadores localizados em
espaços diferentes, não seria possível também, pelo menos nesse vídeo, o mediador olhar para o
aluno e vê­lo como está aprendendo. Acompanhá­lo de perto. E se esses movimentos e essas
ações  não  são  observadas,  como  poderia  acontecer  o  processo  do  ajustamento  criativo  em
relação às dificuldades encontradas pelo aluno? 
Para Piaget o ensino deve ser compatível com o nível de desenvolvimento mental da
criança,  logo  seria  indispensável  utilizar  de  métodos  ativos  que  garantem  trabalhos
práticos  para  que  os  conteúdos  ensinados  sejam  reconstruídos  e  não  simplesmente
transmitidos. Métodos esses, que também prevê a formulação de problemas abertos, chamados
provas  operatórias,  e  a  solicitação  para  que  a  criança  os  solucione,  dando  início  a  diálogos
entre  professor  e  aluno.  Além  do  mais,  para  os  piagetianos,  recorre­se  a  observações,
acompanhadas de meticulosos registros, sobre o modo como elas solucionam problemas não­
verbais.  A perspectiva piagetiana, também vai ao encontro de processos pedagógicos em que
os alunos são tratados de acordo com suas particularidades cognitivas. O que está em causa não
é  o  binômio  acerto­erro  nas  atividades  escolares,  mas  sim,  o  potencial  dessas  mesmas
atividades para promover o progresso intelectual de cada um dos educando.
Em  paralelo  a  esse  raciocínio  piagetiano,  o  conceito  de  zona  de  desenvolvimento
proximal é talvez o conceito mais original e de maior repercussão, em termos educacionais, da
teoria de Vygotsky. Trata­se de uma espécie de desnível intelectual avançado dentro do qual
uma criança, com o auxílio direto ou indireto de um adulto, pode desempenhar tarefas que ela,
sozinha,  não  faria,  por  estarem  acima  do  seu  nível  de  desenvolvimento.  Além  do  mais,
Vigotsky é um estudioso que dá muita importância para a escola, para o professor, para a
intervenção pegagógica e o papel desse educador. Ele é um autor interacionista porque ele
leva em conta coisas que vem dentro do sujeito e de coisas q vem de dentro do ambiente. É por
isso  entende­se  que  a  importância  da  estrutura  física  e  ambiental  com  que  o  sujeito  do
aprendizado está inserido é fundamental para o aprendizado apropriado acontecer. Daí talvez
seja o motivo de muitos afirmarem que a teoria piagetiana com a vigtskyana se complementam.
Sendo assim, hoje, os recursos oferecidos pelas aulas gravadas nos canais de youtube
pode  não  atender  com  afinco  os  objetivos  da  aprendizagem  defendidas  numa  perspectiva
piagetiana  e  vigotskyana,  mas  quem  sabe  amanhã,  essa  proposta  seria  diferente.  Com  o
constante avanço do mundo cibernético e da tecnologia pode se esperar um ambiente totalmente
diferente do que estamos acostumados nos dias de hoje, como exemplo hipotético, as salas de
aulas holográficas. 

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