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Para se manterem competitivos em um cenário de completa

imprevisibilidade, as empresas e as pessoas precisam se adaptar. Diante da


complexidade, volatilidade, ambiguidade e incerteza do mundo, os profissionais
precisam aprender, desaprender e reaprender rápida e continuamente para
atenderem as necessidades decisórias da organização. Entre as competências
que se mostram cada vez mais necessárias está a habilidade de resolução de
problemas.
Para a instituição, os profissionais que não têm medo de fazer perguntas,
que dão atenção aos detalhes, não supõe, conclui a partir de uma análise
estruturada, não têm pressa para implementar uma solução, não fica tentando
encontrar culpados, têm paciência e autocontrole, têm alta performance
profissional são os que possuem características fundamentais de um bom
“solucionador de problemas".
O profissional precisará se munir com a habilidade de resolução de
problemas para enfrentar os desafios que virão. Para isso, é necessário ter
desenvolvida a capacidade de identificar o problema. Em cima do que descobriu,
o profissional precisará aplicar técnicas e métodos para solucionar as questões
de uma maneira criativa e adaptativa, considerando a realidade do mercado e
do ambiente. Dentro de nossos estudos conhecemos duas técnicas importantes
para a identificação, compreensão e resolução dos problemas enfrentados pelas
empresas no mundo moderno.

CPS - Creative Problem Solving (Resolução Criativa de Problemas)


Este processo foi desenvolvido nos anos 1950 por Alex Osborn, criador
do brainstorming, baseando-se na sua experiência em publicidade. É um
paradigma metodológico composto por métodos e técnicas para analisar,
identificar e solucionar problemas. Ultrapassar os obstáculos, estabelecer e
realizar metas e objetivos, pondo em evidência o pensamento positivo.
Este método é constituído por três fases: a investigação, a descoberta de
ideias e a descoberta de soluções. A estratégia deste modelo é obter uma clara
e precisa definição do problema e gerar várias soluções.
Na fase da investigação, define-se e prepara-se o problema. Para Osborn
a definição do problema é essencial para levantar novas questões, novas
possibilidades. Para ver problemas conhecidos de um novo ângulo é necessária
imaginação criativa. A preparação do problema envolve a pesquisa e recolha de
informações relacionadas com o problema a resolver e a sua posterior análise.
A pesquisa de informações relativas ao problema é importante para clarificar o
estado da questão. Durante a análise dos dados a pessoa deve-se interrogar
com perguntas elementares como “porquê?” ou “que aconteceria se?”.
Na fase da descoberta de ideias, geram-se e desenvolvem-se ideias.
Nesta fase, o julgamento deve ser posto de parte e devem ser produzidas ideias
em quantidade. A quantidade gera qualidade. As ideias mais promissoras são
depois selecionadas e desenvolvidas na atividade projetada.
A fase da descoberta de soluções engloba a avaliação das ideias
provisórias, para a escolha da solução final e a sua implementação. O processo
de avaliação deve ser ponderado, permitindo o melhoramento das soluções
prometedoras. A avaliação das ideias põe em evidência a inteligência crítica,
analítica e o pensamento convergente.
Os componentes e as fases do CPS têm como objetivos centrais a
geração de novas ideias para a resolução de problemas, a clarificação dos
problemas e por conseguinte da direção a seguir, a ação que envolve o
desenvolvimento de forças, a tomada de decisão sobre as soluções vantajosas
e a sua avaliação.
Segundo os autores, Treffinger, Isaksen & Stead-dorval (2006: 19 e ss.),
os componentes do CPS são: a definição do problema, a geração de ideias,
preparar a ação. Estes três componentes são constituídos por seis fases.
1 - Construção de oportunidades, num primeiro momento inicia-se o
reconhecimento de uma situação ou problema e o seu objetivo, identificando
oportunidades promissoras e desafios. Em seguida descreve-se a situação
prévia do problema. Normalmente esta descrição inicial não é muito precisa,
pode ser incompleta, mal definida e uma operação complexa.
2 - Exploração dos dados, esta fase é a conexão entre o reconhecimento do
problema e a definição do mesmo de forma clara e objetiva. Devem-se explorar
todas as possíveis fontes de informação relacionadas com o problema a resolver
e selecionados os dados a serem analisados na fase seguinte.
3 - Formulação do problema, é a fase entre a obtenção de dados e a geração de
possíveis soluções. É uma fase de pensamento divergente, procuram-se boas
ideias e fatos relevantes, tenta-se aperfeiçoar a definição inicial do problema.
Definir claramente o problema a ser resolvido não é uma tarefa fácil, e esta falha,
causa o fracasso na resolução de problemas.
4 - Geração de ideias, definindo claramente o problema, deverá gerar-se grande
quantidade de ideias (soluções) através de técnicas e ferramentas de
criatividade previamente selecionadas e adequadas à situação, para que a
mente trabalhe espontaneamente, gerando ideias que serão avaliadas,
comparadas e aperfeiçoadas.
5 - Desenvolvimento de soluções, é o momento para usar o pensamento
convergente, em que as ideias geradas são avaliadas segundo os objetivos
situacionais, previamente definidos, tendo em conta as forças e as fraquezas, os
custos, os benefícios e os meios disponíveis. Define-se a ação ou ações
específicas para a solução do problema.
6 - Implementação da solução, nesta fase é criado o plano de ação, com a
identificação das tarefas a serem concretizadas, por quem, quando, como e
onde. Esta também é uma fase de avaliação dos resultados obtidos e da eficácia
do plano de ação. Podem ser ainda identificados novos problemas, o que exige
a criação de medidas corretivas.
Estas seis fases conduzem o processo do pensamento criativo. O método
do CPS estrutura todo o processo, por etapas sequenciais, para que as pessoas
compreendam o que fazer, passo a passo, para produzir uma ou mais soluções
criativas e úteis. Neste processo é utilizado o pensamento divergente e técnicas
como o brainstorming, para a geração de muitas ideias e oportunidades que,
conforme a fase, podem ser dados ou informações, definições do problema,
ideias inusuais, ou estratégias de implementação, de forma livre deixando o
pensamento fluir. Nesta fase de divagação do pensamento, o julgamento é
suspenso. O pensamento convergente também é utilizado quando se avalia e se
efetuam as opções entre as várias ideias, ou possibilidades originadas, na fase
divergente. Na fase convergente são efetuadas escolhas dos dados e
informações mais importantes, das ideias mais promissoras e das estratégias
mais apropriadas.

TRIZ - Teoria da Solução Inventiva de Problemas


A TRIZ foi criada pelo Russo Genrich Altshuller em meados da década de
1940. Consiste em uma coleção de ferramentas que buscam entender a “lógica
da inovação” para ser aplicada de forma sistemática afim de solucionar
problemas, algo que ajuda as equipes a pensar “fora da caixa”.
Altshuller desenvolveu o núcleo da TRIZ durante sua experiência como
funcionário de patentes para a Marinha da Rússia, em que ele examinou as
tendências e padrões de centenas de patentes que tinha potencial inovador. Ele
investigou as características que fizeram cada patente bem-sucedidas, e então
chegou a 40 princípios traduzindo que novas invenções se tornam possíveis
quando contradições técnicas são resolvidas.
O TRIZ recebe o nome de “teoria” porque na verdade é um conjunto de
conceitos, métodos e ferramentas. Como resultado do trabalho tenaz de
Altshuller seu criador, hoje a “caixa de ferramentas” do TRIZ abrange: Conceito
de Idealidade, Uso de Recursos, Análise Funcional, Tabela de Conflitos
Técnicos e Princípios Inventivos, Princípios de Separação para resolução de
Contradições Físicas, Análise S-F (Substance-Field) e Sistema de Soluções
Padrão, Leis da Evolução de Sistemas Tecnológicos, Base de dados de efeitos
físicos, químicos e geométricos, ARIZ (Algoritmo da Resolução de Problemas
Inventivos).
A essência da TRIZ e seus 40 princípios, deve ser utilizado no contexto
de uma abordagem de resolução de problemas, isso é chamado o processo da
TRIZ:
1 - Declarando a contradição (o que não está funcionando),
2 - Expansão da compreensão dos materiais que estão sendo utilizados,
equipamento a ser utilizado, as condições ambientais, métodos de trabalho, e as
pessoas envolvidas,
3 - Definição do estado ideal do sistema evoluído,
4 - Geração ideias utilizando os 40 princípios da TRIZ.
Este processo é diferente do que o brainstorming, porque não depende
de ideias que identificam de forma aleatória, mas tem uma abordagem
estruturada para explorar o sistema e as contradições tecnológicos que possam
revelar possíveis caminhos para a inovação. Mas também pode ser usado em
qualquer situação. Você não usará os 40 princípios em todos os casos, eles são
gatilhos para inovação, você irá separar quais podem ajudar a resolver seus
problemas e trabalhar em cima deles. Ou seja, haverá problemas que você
trabalhará com 2 princípios, outros com 10, e assim por diante, sempre vai
depender da situação.
1 – Segmentação ou fragmentação;
2 – Extração;
3 – Qualidade Local;
4 – Assimetria;
5 – Consolidação;
7 – Alinhamento;
8 – Contrapeso;
9 – Compensação prévia;
10 – Ação prévia;
11 – Amortecimento prévio;
12 – Equipotencialidade;
13 – Inversão;
14 – Esferoidicidade;
15 – Dinamização propriedades;
16 – Ação parcial ou excessiva;
17 – Mudança para uma nova dimensão;
18 – Vibração mecânica;
19 – Ação periódica;
20 – Continuidade da ação útil;
21 – Aceleração;
22 – Transformação de prejuízo em lucro;
23 – Retroalimentação;
24 – Mediação;
25 – Autosserviço;
26 – Cópia;
27 – Uso e descarte;
28 – Substituição de meios mecânicos;
29 – Construção pneumática ou hidráulica;
30 – Uso de filmes finos e membranas flexíveis;
31 – Uso de materiais porosos;
32 – Mudança de cor;
33 – Homogeneização;
34 – Descarte e regeneração;
35 – Mudança de parâmetros e propriedades;
36 – Mudança de fase;
37 – Expansão térmica;
38 – Uso de oxidantes fortes;
39 – Uso de atmosferas inertes;
40 – Uso de materiais compostos.
Como muitas pessoas já aprenderam, diagnosticar e solucionar
problemas torna-se uma atividade fácil depois que são conhecidas as técnicas e
adquiridos os comportamentos corretos. Quem deseja ter sucesso, em qualquer
projeto que pretenda realizar, pessoal ou profissional, precisa desenvolver e
aperfeiçoar continuamente essa competência.
Não se desespere: a primeira reação de muitas pessoas diante do
problema é se desesperar. O desespero leva à ansiedade, e a ansiedade destrói
as chances de você conseguir aproveitar seus conhecimentos e experiência para
resolver problemas. Portanto, ao ver um obstáculo, se tranquilize. Só assim você
será capaz de elaborar um plano de ação que solucione a questão.
Mostre aos seus superiores que eles podem contar com você: ao verificar
algum problema, elabore um plano de ação e leve-o aos seus superiores. Mostre
quais são suas estratégias para solucionar a questão, o prazo que levará e as
ferramentas que você precisa para concretizar as medidas propostas. Esse tipo
de atitude mostra proatividade, transparência e organização, o que fará com que
a alta liderança da empresa confie em você como um solucionador de
problemas.
Compreenda o que de fato está acontecendo: quando surge uma
adversidade, é fundamental que você não parta imediatamente para uma
possível solução. Afobar-se para resolução do problema também não é nada
bom: é preciso um equilíbrio. Assim sendo, pare por um instante e tente
compreender a fundo como o problema começou, por que ele ocorreu para, aí
sim, elaborar um plano de ação para solucioná-lo.
Não tente encontrar culpados, encontre soluções: algo muito comum que
acontece nas empresas quando surge algum problema é um esforço imediato
para encontrar culpados. Por mais que seja importante saber o que está
acontecendo, esse não é o momento para descobrir quem errou ou punir essa
pessoa. O primeiro passo deverá ser, sempre, trabalhar em busca de soluções.
Faça um plano de ação: depois que você tiver um quadro completo do que está
acontecendo, formule um plano de ação, anotando o que deve ser feito. Se mais
pessoas tiverem de ser envolvidas, converse com elas já que poderão ter outras
sugestões. Um consenso nesse momento é muito importante.
Execute: depois de avaliar bem a situação e elaborar um plano de ação, chega
um dos momentos mais difíceis: a execução. Confie no plano e mantenha sua
posição quando precisar tomar decisões difíceis.
Desenvolva sua Inteligência Emocional: a Inteligência Emocional (IE) é a
capacidade humana de trazer o melhor de si e os melhores resultados, além da
capacidade de se conectar com o meio social e de produzir os melhores
resultados dessas conexões. Isso significa que uma pessoa dotada de uma IE
bem desenvolvida é capaz de administrar suas emoções de forma que a
capacidade do cérebro é utilizada com foco total na solução do problema,
deixando a ansiedade e o desespero de lado. Além disso, pessoas com um lado
emocional bem trabalhado são persistentes, capazes de tomar decisões difíceis
e altamente produtivas. Ou seja, são pessoas que não se deixam vencer frente
às adversidades.

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