Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Os cientistas dizem que o mais difícil foi cultivar em laboratório as células do sistema
imunitário
Não foi fácil cultivar in vitro e clonar o tipo de células que foram aqui utilizadas – os
linfócitos T CD4, ou T4 para abreviar, cruciais nas respostas imunitárias do organismo.
Para mais, como os cancros são feitos das próprias células do doente, o organismo não
se defende bem contra eles.
O doente recebeu uma única injecção de cinco mil milhões destas células T4. Teve um
pouco de febre, dores musculares e uma queda dos seus linfócitos. Mas uns dias depois,
contam os cientistas no último "New England Journal of Medicine", esses efeitos
desapareceram. Dois meses depois, submeteram o doente a uma tomografia PET e não
viram vestígios das metástases. E no seu último exame até à data, dois anos mais tarde,
o homem continuava “limpo”.
Num artigo que acompanha este caso clínico, Louis Weiner, da Universidade de
Georgetown, pergunta: “serão estes resultados uma miragem, um oásis, ou um
prenúncio da meta? (...) Penso que, embora ainda não tenhamos lá chegado, a meta está
à vista.”
A chegada não é para já. Apenas 25 por cento dos melanomas têm a molécula NY-ESO-
1 – e mesmo nesses, ninguém sabe se o tratamento irá funcionar. Mas pode-se esperar
que seja possível desenvolver um dia imunoterapias mais personalizadas – e tratar
também outros cancros.