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Disciplina: Formação do Mundo Contemporâneo

Docente: Paulo Alves Junior

Discentes: Virginio Vicente Mendes, Ébano Francisco Souza Franca, William


Santos Nascimento.

Centenário da Revolução Russa nas páginas dos sites O Globo, Estado de S. Paulo
e Folha de S. Paulo

O Presente trabalho apresenta as principais matérias publicadas nos sites dos Jornais O
Globo, Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo em ocasião do aniversário do centenário
da Revolução Russa de 1917.
Análise da matéria do Jornal Folha de São Paulo: “Saiba mais sobre a Revolução
Russa, que faz 100 anos em 2017”, escrita por Igor Gielow, e publicada em
15/06/2017.

No começo, há uma imagem retratando as tropas dos revolucionários para o combate


em São Petersburgo, na Rússia, nos primeiros dias da revolução de 1917. Não há a
definição da data do evento retratado na foto, e nem a especificação sobre o grupo
revolucionário retratado na mesma. Após isso, o texto começa com um reconhecimento
por parte do autor, sobre a revolução russa ser considerada como uma dos principais
eventos da história contemporânea, e que marcou o século XX, devido a sua relevância
no processo histórico.

Depois do breve apontamento sobre a importância deste evento, a matéria começa a


descrever como se deu o seu início. Começando com o apontamento das mobilizações
que derrubaram os 300 anos da dinastia Románov no país, passando também pela
instabilidade política, devido aos conflitos ideológicos entre liberais, republicanos e
socialistas. Após essa breve narrativa dos eventos que iniciaram a revolução, começa a
abordagem sobre os Bolcheviques, a quem o autor da matéria classifica como
“socialistas radicais”, e segundo o mesmo, esse grupo tomou o poder através de um
“golpe”, se aproveitando do enfraquecimento russo devido ao fracasso do país na
primeira guerra mundial.

A discussão no texto sobre os Bolcheviques é feita de forma muito breve. Não há um


conteúdo um pouco mais amplo sobre a participação deste grupo e muito menos do seu
principal líder Lênin. A menção se limita em mostrar que são meros opositores, e que
tomam um poder devido a um “golpe”, no qual não é explicada qual a natureza do
mesmo. E no parágrafo seguinte a esta pequena parte, há um começo de frase retratando
o começo da guerra civil russa, com a palavra “morticínio”, onde o autor cita que
“morreram talvez 1,5 milhão de soldados e 8 milhões de civis”, sendo este, segundo ele
um trauma nacional onde nunca foi totalmente superado.
É perceptível nessa parte da matéria, uma tendência em apontar somente o lado
sangrento da guerra civil russa, e conseqüentemente causar certo impacto negativo no
leitor, em relação ao tema abordado. Principalmente, devido à ausência da abordagem
no começo do texto sobre como era a sociedade russa antes da revolução, e muito
menos a relevância dos Bolcheviques em formar um ato revolucionário composto em
boa parte de trabalhadores e trabalhadoras. Após a demonstração do número de vítimas
da guerra civil, a reportagem aborda sobre a instalação da União das Repúblicas
Socialistas Soviéticas (URSS), e que esse sistema comunista adotado por esse país,
influenciou várias gerações de políticos da esquerda no mundo inteiro. E depois dessa
também breve abordagem, há outra pequena parte se referindo a morte de Lênin, e a
presença do Stálin no comando da revolução e do país, no qual o autor se refere como
“ditadura comunista”.

No último parágrafo da matéria, o autor indica que o apogeu da união soviética,


aconteceu durante a guerra fria, segundo ele, devido à derrota dos nazistas ser possível
“em grande medida pelo esforço comunista”. Neste mesmo final, há uma brevíssima
abordagem sobre os acontecimentos que levaram o declínio e a dissolução da “ditadura
comunista”, de acordo com Igor Grelow. Além de citar sobre os confrontos geopolíticos
entre a Rússia e alguns países ex membros da União Soviética, citando inclusive o
presidente russo Wladimir Putin, como um saudosista da união. Numa tentativa de
associar os conflitos geo. Políticos como uma consequência dos desdobramentos
históricos, do que chamou de “ditadura comunista”.

No geral, foi um texto muito curto, dado a importância histórica deste evento. Bastante
sintético, e pouco explorado pelo autor, pois, diversos apontamentos históricos
apareceram de modo muito superficial. A participação dos trabalhadores não foi exposta
de modo mais claro, para o leitor entender a relevância da revolução, e muito menos os
motivos nos quais ela ganhou força entre boa parte da população. Isso poderia ser feito
se o contexto político e social russo anterior a 1917 fosse retratado, mostrando assim a
insatisfação popular com a dinastia Románov, entre os outros motivos que levaram os
revolucionários ao poder. O processo histórico e a relevância aparentemente se
mostraram em segundo plano na matéria, sobretudo porque a maior ênfase que pode ser
encontrada no texto foi relacionada ao “morticínio” apontado pelo autor.
Centenário da Revolução Russa nas Páginas do site do Jornal o Estado de S. Paulo.

Em 2017, ano do centenário da Revolução Russa, o jornal Estado de S. Paulo,


conhecido também como Estadão, publicou entre os dias 05 e 07 de novembro uma
série de reportagens, infográficos, entrevistas e artigos sobre a Revolução Russa.

Ao todo foram publicadas três entrevistas com renomados historiadores, quatro artigos,
quatro reportagens produzidas por um enviado especial a Moscou, um infográfico com
100 páginas, e um glossário. O conjunto de matérias destaca o processo revolucionário
de 2017, formação da União das Republicas Socialistas Soviéticas (URSS), ações de
grupos comunistas brasileiros, esfacelamento da URSS e ascensão de Vladimir Putin ao
poder.

Todas as matérias publicadas, são ilustradas com imagens do período em que estão
relacionadas. Os assuntos mais recorrentes estão relacionados a modernização Russa,
autoritarismo, violência, influência à movimentos revolucionários no Brasil e a Rússia
contemporânea.

ANALISE DAS MATÉRIAS

A página principal que reúne os links para as reportagens, artigos, entrevistas,


infográficos e glossários é intitulada de “ 100 anos da Revolução Russa: um olhar sobre
o século Soviético”.
O subtítulo da página inicial das matérias cita o caráter modernizador da Revolução e
faz referências número de mortos atribuído ao processo revolucionário e ao regime que
foi instaurado. O estereotipo de violência do Socialismo Soviético, onde as mudanças
políticas, sociais e econômicas custaram a vida de milhões pessoas é frequentemente
utilizado na mídia, manchando a imagem da revolução.

Na imagem aparece a figura dos principais líderes Bolcheviques da revolução: Lenin,


Trotsky, Stalin e o atual presidente da Federação Russa, Vladimir Putin.

“A noite que mudou um século e cunhou uma potência”

Publicada em 05 de novembro de 2017, foi produzida por um jornalista enviado especial


a Moscou. A reportagem destaca a modernização do estado Russo e aponta o rastro do
totalitarismo e o saldo de mortos em decorrência da fome, execuções ou conflitos
internos.

Descreve ainda os ataques bolcheviques a sede do governo provisório em 7 de


novembro de 1917, a fuga do primeiro ministro Alexander Kerenski, formação do
congresso dos Sovietes presido por Lenin. E relata o episódio hilário em que Lenin
colocou uma peruca e escapou da polícia passando por bêbado.

Na reportagem há citações ao escritor parisiense Alexis de Tocqueville e traz fotos de


Vladimir Lenin, 07 imagens com diversas personagens da Revolução e fotos de uma
manifestação patriótica na praça vermelha em Moscou no ano de 1917.

A reportagem cita ainda fatos históricos como o ataques dos alemães a Petrogrado em
março de 1918 e aponta o legado da revolução bolchevique para compreensão do século
20; Primeiro sistema universal de saúde pública, participação das mulheres no mercado
de trabalho, transformação educacional e planificação da economia.

Traz a foto do presidente russo, Vladimir Putin, discursa em Moscou com a Catedral de
São Basílio, ao lado do Kremlin, ao fundo; nas ruas da capital não há referências ao
centenário da Revolução.

‘Vitória bolchevique foi a sentença de morte para uma democracia liberal’

Entrevista com o historiador Alexander Rabinowitch, em que descreve como os


bolcheviques tomaram o poder na Rússia. A matéria descreve Rabinowitch como
professor emérito da Universidade de Indiana (EUA), pesquisador sênior de Columbia,
de Princeton e do Hoover Institution de Stanford. De acordo com a descrição
Rabinowitch rompe com mitos criados pela historiografia conservadora e pela soviética
na Guerra Fria.

Na entrevista Rabinowitch, defende que a queda do regime czarista foi provocada por
uma reação espontânea e popular.

“O partido se acostumou com a violência”

Entrevista com o historiador Húngaro Tamás Krausz, onde aborda a chegada dos
Bolcheviques ao poder e o uso desenfreado da violência pelo Partido Comunista,
mesmo após o fim da guerra civil, aumentando ainda mais com a ditadura pessoal de
Stalin
A transcrição da entrevista é ilustrada com duas fotos de Soldados do Exército
Vermelho e uma outra do candidato Checo à presidência Vaclav Havel, em dezembro
de 1989 mesmo ano da aqueda pacífica do regime comunista na república Tcheca.

Análise: Reflexos na economia mundial estão longe da meta utópica

Reportagem publicada em 05 de novembro de 2017, escrita pelo jornalista José Fucs.


Aponta os resultados econômicos da União Soviética destacando os efeitos da
planificação da economia soviética, elencando a falta de inovação, corrupção, falta de
produtos alimentícios básicos etc.

Queda do muro permitiu entender elos com Brasil

Publicado em 05 de novembro de 2017, o artigo foi escrito pelo Jornalista William


Waack. Aborda o acesso a arquivos oficiais do Partido Comunista Soviético e da
Internacional Comunista logo após a dissolução da União Soviética em 1991, que
revelou detalhes acerca da tentativa de derrubada de Getúlio Vargas por militantes
comunistas em 1935.

O artigo é ilustrado com duas imagens de 1935, uma retrata a ação das Forças legalistas
a rebelião comunista e a outra a rendição dos revolucionários do 3° Regimento de
infantaria.

Marca do partido foi alvo de disputa 'burguesa'

Reportagem publicada em 05 de novembro de 2017, escrita pelo Jornalista Wilson


Tosta.

A reportagem destaca a disputa pela propriedade da marca PCB em 1992, quando


dissidentes do partido liderados pelo deputado Roberto Freire registrarem no Instituto
Nacional de propriedade Industrial (INPI) a velha sigla, na tentativa de impedir que
voltasse a cena política.

A reportagem traz ainda um breve histórico do comunismo no Brasil, começando com a


fundação do Partido Comunista em 25 de março de 1922, relata ainda as condições de
ilegalidade, o levante militar de 1935, repressão do regime militar pós 1964, legalização
em 1985 e a disputa a eleição presidencial de 1989.

A reportagem apresenta a imagem dos fundadores do Partido Comunista Brasileiro em


1922.

Glossário da Revolução Russa de 1917

Apresenta os principais termos personagens relacionados a chegada dos bolcheviques ao


poder.

Especial: 'A Revolução Russa em 100 páginas do Estadão'

Trata-se de um infográfico de 100 páginas, publicado em 4 de novembro de 2017.


Aborda desde os acontecimentos da primeira revolução de 1905 até o colapso da União
Soviética em 1991. O infográfico apresenta uma serie de fontes históricas como
imagens, recorte de jornais e trechos de documentos da época. Ao todo são apresentadas
cerca de 67 imagens.

Nos 100 anos da Revolução Russa, autoritarismo faz com que a história seja
apagada

Matéria publicada em 06 de novembro de 2017, escrita por Cristiano Dias/ Enviado


Especial a Moscou.

A reportagem aponta que o processo revolucionário de 1917 é omitido no ensino


público da Rússia. De acordo com a reportagem há uma tentativa do Estado Russo sob a
presidência de Vladimir Putin de reescrever a história, exaltando fatos históricos como o
4 de novembro de 1612, quando os russos libertaram o país do domínio Polonês e a
conquista da Crimeia em 2014, deixando de lado a Revolução de 1917.

Putin busca ser o líder mais longevo desde revolução

Matéria publicada em 07 de novembro de 2017, escrita por Cristiano Dias, enviado


especial a Moscou.

A matéria destaca a longevidade de Vladimir Putin frente a presidência da Rússia. Putin


chegou ao poder em 1999, reeleito em 2018 comandará o país até 2024, completando 25
anos de mandato, sendo superado apenas por Stalin que governou durante 29 anos.
A matéria aborda ainda os mistérios em torno da vida pessoal de Putin e o sua
personalidade autoritária. A reportagem é ilustrada por uma foto que mostra um
opositor sendo detido em São Petersburgo.

Comunistas vão a festa sem anfitrião

Matéria publicada em 07 de novembro de 2017, escrita por Cristiano Dias, enviado


especial a Moscou.

A matéria destaca a ausência de comemoração por parte dos Russos do centenário da


revolução. A matéria aponta ainda que a decisão de ignorar o aniversário, partiu da
ordem do presidente Vladimir Putin. No entanto o centenário foi comemorado por
estrangeiros de diversas partes do mundo.

Brasil teve movimento similar à Revolução Russa em 1917

A matéria narra os principais acontecimentos da greve geral de junho e julho de 1917 no


brasil e a influência do movimento revolucionário russo.

Cita o historiador José Luiz del Roio e traz um imagem dos conflitos de julho de 1917.

Agente britânico infiltrado feriu revolução de 1935

Matéria publicada em 07 de novembro de 2017, produzida por Wilson Tosta.

De acordo com documentos do Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro, denúncias


feitas por um agente britânico infiltrado entre os revolucionários, chamado Franz
Gruber foi fundamental para a derrocada do movimento da Aliança Nacional
Libertadora e do PCB em novembro de 1935.

O anticomunismo justificou golpes no Brasil

Entrevista com o historiador Rodrigo Patto Sá Motta, da Universidade Federal de Minas


Gerais (UFMG).
De acordo com o historiador o anticomunismo inspirou e justificou os golpes de 1937 e
1964 e que essa tradição foi tradição foi reapropriada recentemente, na luta contra os
governos petistas.

Conclusão

De maneira geral o conjunto de matérias publicadas no site do jornal o Estado de S.


Paulo em alusão ao centenário da Revolução Russa apresenta as consequências
negativas do processo revolucionário. Do ponto de vista historiográfico, o jornal
apresenta diversas fontes históricas, como fotos e acervo próprio.

Em relação ao legado da Revolução nas áreas econômicas, sócias e políticas, as


matérias apontam a modernização de um país agrário, mas por outro mostra o fracasso
da economia soviética.

Jornal Globo: 100 anos da Revolução Russa, 2017

Jornal alega que a Primeira Guerra Mundial foi uma revolução na Europa, pois deu
alguns países uma mudança de impérios para Estados ou algo do tipo, exemplificou
queda de império austro-húngaro, russo e otomano, não só, mas também, surgimento de
vários países, e isso mexeu com o Oriente Médio.

Seguidamente, classifica os fatos que levaram o Império Russo água baixa, citou as
derrotas, as enormes despesas militares, “a fome e a fúria popular antes do banho de
sangue provocado pelo conflito formaram um terreno fértil para a Revolução
Bolchevique de 19172”. No mês do março de ano citado o czar Nicolau II renunciou se,
esta foi o resultado da primeira revolução, disse o jornal, e a formação do um governo
que não obtinha o controle do Estado e da população. No que veio a resultar na nova
revolução já menos de um ano, mês de novembro, os bolcheviques conseguiram tomar o
poder e começaram a assinar a paz com os países que estavam em guerra com a Rússia.
Ilustrou a assinatura que o Leni fez com a Alemanha e seus aliados, em 3 de março de
1918 em Brest-Litovsk.
POR LUCIANA FRÓES18/06/2018 10:29 hora 'h' russa A hora 'h' russa

Ela não teve oportunidade de ver a comemoração, pois esteve um mês antes da data,
então. “Em meio a um acervo precioso, talvez na sala mais acanhada do Hermitage, lá
estava um pequeno relógio dourado disposto sobre a lareira: os ponteiros, parados há
100 anos, marcavam 14h10m. Não por acaso: foi exatamente nesse momento quando a
Revolução se deu.”

Ela ainda descreve que a sala de refeição simples, “uma grande mesa de jantar e
cadeiras brancas, com algumas tapeçarias nas paredes.” Ilustra as pessoas que se
encontravam ao redor da mesa“ Nicolau II, a mulher Alexandra e os cinco filhos do
casal estavam almoçando” e fala da invasão dos revolucionistas que estava chegando a
casa do Nicolau “quando foram avisados da chegada dos homens de Lenin ao Palácio. ”
A Revolução Russa estava em curso.

Todo poder aos sovietes!': como a Revolução Russa aconteceu

Jornal Globo no RIO de Janeiro - vai na mesma senda demonstrando as causas que
incentivou a Revolução Russa, ele afirma “Os imensos sacrifícios impostos pela guerra,
na qual milhões de russos morreram e outros milhões ficaram feridos, só fizeram
acentuar uma situação generalizada de descontentamento, capitalizada por um bem
organizado movimento revolucionário. ” Situações quais não se verificavam só nas
cidades, mas também faziam sentir no campo, ele frisa “a penúria torou-se a marca do
dia a dia, e a ira acumulada sob séculos de opressão finalmente explodiu.”

Na Revolução em questão, ele mencionam duas revoluções principais, revolução em


fevereiro, “que derrubou a monarquia de Nicolau II, o último czar, seguiu-se uma outra,
em outubro. Inseparáveis, ambas fazem parte do processo conhecido como Revolução
Russa.” Ele deu crédito ao movimento de Outubro em que disse que ela mudou o
mundo, “e foi ele que implantou a primeira utopia socialista em tempos modernos,
dividindo a Humanidade em duas partes irremediavelmente antagônicas.”

O jornal citado exemplificou uma conferência pela data do evento "100 anos de
Revolução Bolchevique: História e Memória", em que “um grupo hostilizou a principal
palestrante da conferência de encerramento, na última quarta-feira, na Universidade
Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). A professora Maria Teresa Toríbio Brittes Lemos”,
ela explicava “o impacto do evento soviético na América Latina”. Em seguida ela, “ao
ser questionada sobre a relação de movimentos sociais inspirados pelo regime da URSS
e o crescimento de oposições que culminariam na ditadura militar brasileira, a
professora foi interrompida por uma pessoa da plateia.”

Nas palavras da palestrante, professora Maria Teresa, o seu desaperto “quando eu


mencionei a palavra ditadura, um rapaz que filmou toda minha fala se levantou e falou
que eu era comunista, marxista e que nunca houve ditadura no Brasil. Pedi para ele se
acalmar, que aquele espaço era democrático e que ele tinha direito de falar e até que
gostaria de entender por que ele achava que a ditadura tinha acontecido.” Em seguida
cita que o rapaz teve uma reacção esquisito afirmou que "não queria falar nada" e
novamente voltou a afirmar que a professora era comunista e que era "uma vergonha
para a Uerj". Além do mais, teve filmagens, que segundo os que os fizeram iam mandar
para o comandante do Exército. Destacar o jornal:

O rapaz não estava sozinho, e outras pessoas do grupo passaram a também se


manifestar. No mesmo momento, a segurança da universidade foi até o local pedindo
para que se acalmassem, segundo os organizadores do evento. Ao continuarem gritando,
foram convidados a se retirar sob vaias de "fascistas" dos outros presentes. Para a
professora, episódios como este demonstram uma radicalização da sociedade em um
momento de crise.

Entrevista do senhor Luís Manuel Fernandes no jornal globo por Breno Salvador : 100
anos da Revolução Russa

Professor Fernandes ao Ele afirma que a Revolução Russa é um evento marcante na


história mundial, ela a cronologia política do século XX, ele cita que Hosbwaw, que
disse que a Primeira Guerra Mundial, na qual emerge a Revolução Russa, marca o início
do Século XX político e colapso da União Soviético em 1991 marca o enceramento do
Século XX político.

Portanto ela é grande marco mundial, ela deixo séries de impacto que conformam o
mundo quem vivemos até hoje, exemplo, antes de dar exemplo afirmou que talvez por
ela tenha introduzido na agenda mundial a questão social, a Revolução Francesa que é
mais antiga 200 anos muito celebrada, nem é tão questionada, ela tem marca da
expansão do direito político, da cidadania, dos direitos civis, da inauguração do estado
moderno da política moderna, e ela teve influência até hoje. A Revolução Russa, ela
introduziu a questão social de duas formas directamente pelas transformações sociais
que ela empreendeu dentro da Rússia que era imperial, e depois na própria União
Soviético. Mas também de forma indirecta, porque em grande medida a construção dos
Estados Bem-estar na Europa, foram uma resposta ao que era visto como ameaça do
mundo socialista, uma ameaça do bloco soviético.

A Europa era justamente a fronteira principal do conflito entre o capitalismo e


socialismo na Europa que era o palco principal desta clivagem. Portanto vendo o que
era concebido como uma ameaça, ouvi maior disposição por parte da elite político e
económico de expandir direito sociais e trabalhista conformando o que hoje nos
chamamos psicopar de bem-estar. Em boa parte dos debates políticos hoje sobre a
perspectiva de desenvolvimento, sobre expansão dos direitos são conduzidos entrono de
realizações que remetem ao impacto da Revolução Russa 100 anos atrás.

Questionado sobre o livro dele recém-publicado, como ele nasceu e o que motivou, e o
que fica mais relevante na questão em pauta (económica), ele disse que o livro esse
publicado pela editora de PUC-Rio, traz um painel da evolução da Revolução Russa
desde a sua origem, na origem discute as condições de industrializações promovidas
pelo regime czarista ainda anterior deixou na antiga Rússia imperial, já uma realidade
capitalismo relativamente desenvolvida com grandes indústrias nos centros urbanos do
ocidente do Império Russo.

Mas 80% da população vivia no campo em grande medida emergem em relações que
eram pré-mercantis, além de pré-capitalista, muitas relações de servidão era muito forte
no campo do antigo Império Russo.

Então as condições que geram o triunfo da Revolução Russa à 100 anos atrás, eram bem
diferentes a previsão da teoria socialista do século XIX, que sempre pensou a transição
por uma sociedade socialista se iniciaria ali onde o capitalista estivesse mais
desenvolvido, que na verdade a experiência da revolução teve sucesso no país que
estavam nascendo na periferia da economia capitalista à um século atrás. Portanto isso
sempre colocou grandes desafios para a liderança do poder soviético o que fazer.

E muitas vezes nos temos visão hoje de que o plano do que seria o socialismo soviético
já estava predeterminado, ele seguiu se de forma linear segundo etapas até chegar onde
chegou, na verdade isso é falsa, quer dizer houve enumero de debate sobre o que fazer
nessa condição de atraso da sociedade soviético, houve muita experimentação
inicialmente o modelo que é chamado por eles mesmo o capitalismo do estado onde não
havia socialização de propriedade, mas sim controle da propriedade, que continuavam
nas mãos dos proprietários privados capitalistas, depois mais adiante se atentou uma
nova forma política económica, grosso modo é o que a China faz hoje são várias formas
de propriedades económicas convivendo subdirecção do estado, esse seria o modelo da
transição ao socialista das condições da União Soviética, mas em ultimo instancia
trouxe a esse modelo, que é o modelo de estatização completa das forças produtivas,
combinado com um controle centralizado muito forte, uma economia de guerra. Uma
economia de comando e controle como se fosse economia de guerra.

Essa construção ela foi gerada por considerações geopolíticos um cerco que era hostil.
A previsão que era feita nos inícios dos anos 30, que a Rússia seria invadido num prazo
de uma década como foi, e que era necessário industrializar aceleradamente para ter a
base indústria da defesa, que defendesse o nosso soviete caso ele fosse invadida, como
foi, essa defesa se baseou Segunda Guerra Mundial em boa parte dessa indústria
montada que derrotou a máquina da guerra de Hitler que invadiu a Rússia no período.

Só que esse modelo se revelou eficaz durante um determinado período, que era período
da superação do atraso, da modernização da sociedade soviética, mas a partir de
determinado momento em que base industrial fundamental estava montada, ela se
revelou muito pouco indutor da inovação, quer dizer a economia soviética foi perdendo
dinamismo econômico , foi vendo outros polos capitalista desenvolvendo mais rápido,
na época o Japão e ascensão alemã. URSS perdendo o terreno na corrida econômica
com os países capitalistas. Salientou professor.

Eu acho isso é um fator central na derrota do sistema socialismo soviético, sistema esse
extremamente fechado, incapaz de generalizar o progresso técnico na sociedade, porque
o incentivo básico da atividade econômica era simplesmente cumprir meta do plano,
isso não incentivava inovação, não gerava grandes mudanças em padrões produtivos,
havia uma lógica conservadora no sistema e modelo, o levou perdendo o terreno em
relação outras potenciais capitalistas mais dinâmicas. Comentou professor.

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