Você está na página 1de 6

Breve contextualização

O estado da Bahia, localizado na região Nordeste do país, possui uma população


estimada (2022) de 14.659.023 habitantes. É um dos mais pobres do Brasil
apresentando os índices mais baixos em relação à educação, saúde, saúde materno-
infantil. Em relação ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) que avalia o
desenvolvimento de um país através dos aspectos sociais e econômicos como qualidade
de vida, renda e escolarização. No caso do Brasil, o IDH (2019) de 0,765 colocou o
Brasil no 84º no ranking mundial (189 países). No contexto do estado da Bahia, entre os
27 estados da federal, sua posição está no 19° Bahia: 0,742.
Alguns dados apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
reforçam a precariedade nas condições de vida da população baiana: 1) a mortalidade
infantil é a segunda pior taxa do país, os dados de 2017 mostram 20,3 óbitos por
crianças menores de 1 ano por 1000 nascidos vivos; 2) a taxa de escolarização é baixa,
colocando o estado no 23º lugar no Índice do Desenvolvimento da Educação Básica; 3)
a renda per capta mensal é de R$  R$ 1.454 , deixando o estado no 24º lugar; 4) 41,94%
das residências possuem saneamento básico.
As informações apresentadas potencializam a emergência das situações de
violência e violações e direitos, especificamente com maior peso no segmento social das
mulheres e meninas que vivenciam tal contexto nas suas vidas cotidianas. Nesse
sentido, é importante conhecermos alguns pontos característicos dos territórios onde são
realizadas as intervenções propostas pelo Plan nos municípios de Maragogipe, Simões
Filho, Feira de Santana, Salvador e Camaçari.

MARAGOGIPE

O município de Maragogipe Cidade importante fundada em 1547, Maragogipe


compõem o Recôncavo baiano localizada a aproximadamente 133 quilômetros de
Salvador. Sua população estimada está em torno dos 45 740 habitantes. Está localizada
ao fundo da Baía de Todos-os-Santos e situada à direita do estuário do rio Paraguaçu,
onde formou-se uma baía interna, a Baía do Iguape.

A cidade situa-se exatamente no ponto de encontro do rio Paraguaçu com o rio Guaí,
formando uma extensa região de lagamar, cercada por cerca de 30 quilômetros de
manguezais com, aproximadamente, 30 metros de largura.
Último paradeiro náutico do Recôncavo Baiano, a cidade ainda abriga, no porto
do Caijá, dezenas de canoas e saveiros. As antigas embarcações à vela eram muito
utilizadas para o transporte das mais diversas mercadorias no interior da Baía de Todos-
os-Santos até recentemente. O município é bastante rico no que diz respeito aos recursos
naturais, apresentando um ótimo potencial para o desenvolvimento de atividades ligadas
ao turismo ecológico, rural e, principalmente, ao turismo náutico, incluindo a pesca
desportiva. Apresenta excelentes condições para o turismo náutico, contando, inclusive,
com uma ponte de atracação para embarcações de grande porte.

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) para o município está em 0,621


considerado abaixo em relação aos níveis referentes ao Brasil que é de 0,765. Nesse
sentido, alguns indicadores referentes ao município merecem destaque:

SAÚDE
A taxa de mortalidade infantil em Maragogipe é de 11,14 óbitos por mil nascidos vivos.
O saneamento básico atinge 38,2% de esgotamento sanitário. Maragogipe tem 12
estabelecimentos vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS).

EDUCAÇÃO
A taxa de escolarização de Maragogipe, considerada a faixa de 6 a 14 anos, é de 96,8%.
A cidade possui 60 escolas vinculadas ao ensino fundamental e 7 voltadas para o nível
médio. São 5.660 estudantes matriculados no ensino fundamental e 1.409 no ensino
médio. Já o número de professores é de 270 no ensino fundamental e 81 no médio.
Nota no IDEB nos anos iniciais: 4
 Nota no IDEB nos anos finais: 2,8
 Número de estudantes no Ensino Fundamental: 5.660
 Número de estudantes no Ensino Médio: 1.409
Na avaliação da qualidade da educação no ensino fundamental, considerando o Índice
de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), Maragogipe obteve nota 4 para os
anos iniciais e nota 2,8 para os anos finais.

a) a taxa de mortalidade infantil (2019) foi de 7,08% por mil nascidos vivos, no
Brasil para o ano de 2019 a taxa estava em 14 por mil; 2) a taxa de escolarização entre
crianças e adolescentes de 6 a 14 anos de idade está em 96,8% colocando o município
na posição 86º no ranking de 207 municípios, e segundo dos dados de 2010, mais de
52% das crianças viviam em domicílios onde ninguém concluiu o ensino fundamental;
3) em relação à renda, a média salarial está em 1,6 salários mínimos, ocupando a
posição 172º dos 217 municípios; 4) esgotamento sanitário adequado está presente na
vida de 24,2% da população local.
No que concerne à extrema pobreza no município, segundo os dados
apresentados pelo IBGE referentes ao Censo de 2010, havia mais de 15 mil pessoas
entre 15 e 24 anos consideradas população vulnerável, ou seja, viviam em domicílios
com renda per capita inferior a meio salário mínimo. Em relação as crianças e
adolescentes entre 10 e 14 anos havia cerca de 6.575 meninos e 6.564 meninas em
situação vulnerável. E 38% das crianças de até 14 anos foram consideradas como
extremamente pobres (ou seja, vivem em famílias com renda per capita igual ou inferior
a R $ 70,00 mensais). Um dado importante refere-se as mulheres que são chefes de
família, chegando a número de 63%.
Para complementar os dados destacados em relação à extrema pobreza
vivenciada por parte da população do município de Codó, através dos dados fornecidos
pelo Cadastro Único para acesso aos programas e benefícios socioassistenciais do
Governo Federal1, referentes ao mês de junho/2021, em Codó havia 67.338 pessoas
cadastras no CadÚnico e destas 35.797 se encontravam em situação de extrema pobreza.
A partir das informações que ajudam a compreender alguns fatores que ajudam a
compreender o contexto de vulnerabilidades existentes no município, faz-se necessário
ressaltar o aspecto sociocultural que singulariza a cidade em destaque, principalmente
em relação a influência das religiões de matriz africana onde se concentra a maior parte
dos terreiros umbandistas em um território delimitado. É nesse sentido que torna-se
importante conhecer os aspectos citados e como eles, de certa forma, impactam as
relações existentes nos territórios propostos para intervenção do Projeto proposto pela
Plan e que serão avaliados por esta consultoria.
Dessa forma que destacamos as comunidades existentes em Codó contempladas
com as atividades propostas pelo Projeto Água, Saúde e Vida (WASH) e suas
singularidades:
a) São Benedito dos Colocados: 1) é uma comunidade rural “quilombola” (que
traz na sua construção socio-histórica a influência da resistência contra a
1
https://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/ri/relatorios/cidadania/index.php?aM=0&codigo=210330&aM=0
escravidão dos seus povos, por isso há presença de disputas pela posse das
terras onde vivem); 2) a localização dessa comunidade é de fácil acesso e
está próxima à cidade; 3) possui a oferta da política de Educação através e
uma escola; 4) conforme destacado no Projeto, há uma facilidade para o
desenvolvimento de atividades coletivas devido à dimensão da comunidade
(pequena);
b) Axixá: trata-se de uma comunidade rural com difícil acesso no período das
chuvas, e possui apenas uma escola. Devido às características apresentadas
no Projeto foi ressaltado que essa comunidade apresenta um facilidade para o
desenvolvimento de atividades propostas sendo boa a participação da
comunidade nos projetos do Plan. Também foi ressaltado o perfil de
liderança nessa comunidade que é exercido, principalmente, por mulheres.
c) Cajazeiras - caracteriza-se por ser uma comunidade rural de difícil acesso,
especificamente nos períodos de chuva. Como oferta de dos serviços
públicos há 1 Centro de Saúde, unidades escolares, espaços para esporte e
laser como quadras e campo para prática do futebol, praças públicas com
academia pública ao ar livre. No que se refere às lideranças locais, no Projeto
apresentado ressalta a boa receptividade por parte das lideranças e da
comunidade.
d) Bacabinha - é uma comunidade rural de fácil acesso, apresenta a oferta de
serviços públicos como posto de saúde e escola. Também foi ressaltado a
facilidade para a realização das atividades de patrocínio devido ao apoio de
um líder comunitário aos projetos do Plan.
e) Boqueirão do Vieiras – comunidade rural distante da sede do município,
situada em uma região quilombola, porém é de fácil acesso ao local. No que
se refere à oferta de serviços públicos foi informado a presença de uma
escola que atende até o 9º ano do ensino fundamental. Alusivo ao processo
participativo para as atividades propostas do Plano foi relatado um bom
envolvimento das pessoas que residem nessa comunidade.
f) Canto do Coxo, - comunidade rural de fácil acesso a sede da cidade, possui
01 escola e tem posto de saúde nas proximidades. A liderança da
comunidade apoia os projetos do PLANO.
g) Montevidéu - comunidade rural, tem uma escola como oferta de serviços
públicos no local. Conforme destacado no Projeto, nesta comunidade o
envolvimento dos moradores com o processo participativo, por meio de
reuniões, é um pouco desafiadora para, mas há facilidade para o
desenvolvimento das atividades de patrocínio.

Segundos os dados coletados no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística


(IBGE), o município de Timbiras está localizado na 4º região administrativa do estado
do Maranhão, considerado como semiárido nordestino, destaca-se pela presença da
estrada de ferro São Luiz-Teresina, que é utilizada para o transporte de cargas.
Apresenta uma população estimada em 27.997 pessoas, ocupando o 56º no ranking
populacional no estado e, no que se refere às pessoas que residem na zona rural do
município, estima-se 10.526 pessoas, representando 37,6% do total dos residentes. O
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) para o município está em 0,537 sendo
considerado baixo, considerando que o Brasil apresenta um IDH de 0,765. Alguns
indicadores apontam para esse número, como por exemplo: 1) a taxa de mortalidade
infantil que atinge 11,45% dos óbitos em 1000 nascidos vivos; 2) a taxa de
escolarização entre 6 a 14 anos de idade que representa 92,4%, colocando a cidade no
205º lugar no ranking dos 217 municípios maranhenses; 3) em relação à renda, o
município apresenta 1,8 do salário mínimo, ficando na posição 90º no estado; 4)
esgotamento sanitário adequado corresponde a 13,8% segundo dos dados apresentados
em 2010.
Aliados a apresentados pelo IBGE, e conforme as informações contidas no
Projeto Água, Saúde e Vida (WASH), no município de Timbiras, mais de 58% das
crianças vivem em domicílios onde ninguém concluiu o ensino fundamental e cerca de
38% das crianças de até 14 anos são extremamente pobres (ou seja, vivem em famílias
com renda per capita igual ou inferior a R $ 70,00 mensais). IBGE (Atlas Brasil, 2010).
Nesse sentido, é importante considerar os fatores que produzem o contexto de
vulnerabilidade no munício e como eles rebatem nas comunidades rurais que fazem
parte do Projeto citado. Conforme destacado no escopo do Projeto, pretende-se a
inserção de 01 (uma) nova comunidade em Timbiras, conhecida como Horta, que tem
como características específicas: 1) organizado enquanto um núcleo urbano e contar
com a presença dos serviços da política de Educação (escola) e da política de
Assistência Social (CRAS); 2) a presença de um líder comunitário atuante; 3) facilidade
para o desenvolvimento de atividades coletivas; 4) o difícil acesso à comunidade, pois
há apenas uma ponte que dá acesso ao local.
O município de Peritoró, localizado na 4º região administrativa do Maranhão,
apresenta como estimativa populacional 23.364 pessoas conforme os dados do IBGE
(2020), ocupando a 81º no ranking estadual. Cortada pelas rodovias federais BR 135 e
BR 316, resultando em um entroncamento rodoviário por meio de um significativo
trânsito de pessoas/passageiros que fazem conexão em Peritoró para outros destinos. O
IDH do município é considerado baixo com um índice de 0,537, conforme destacado
por alguns indicadores: 1) a taxa de mortalidade infantil, em 2019, atingiu 35,4% dos
óbitos em 1000 nascidos vivos; 2) a taxa de escolarização de crianças/adolescentes entre
6 e 14 anos é de 95,5%, colocando a cidade na 167º posição entre os 207 municípios
maranhenses; 3) a renda estimada é de 2,1 salários mínimos, colocando o município na
34º colocado; 4) o esgotamento sanitário adequado compreende apenas 9,7% da
população.
Associado aos dados supra citados, de acordo com os dados obtidos sobre e
extrema pobreza no município2, no ano de 2010 havia 8.812 pessoas classificadas como
extremamente pobres, sendo 2.540 crianças entre 0 e 9 anos de idade, entre 18 a 24 anos
1.147 pessoas e com mais de 60 anos 181 pessoas.
É a partir das informações citadas que torna-se essencial compreender alguns
aspectos locais que produzem vulnerabilidades sociais e que rebatem na vida da
população peritoroense, especificamente as que estão localizadas nas áreas periféricas
da cidade ou na zona rural. Nesse sentido que se destaca a comunidade Independência,
elencada para participar do Projeto proposto pela Plan. Essa comunidade tem como
características: 1) é uma comunidade periurbana, de difícil acesso - em determinadas
ruas - devido aos obstáculos que dificultam a passagem dos pedestres e de transportes
nos períodos de chuva; 2) a comunidade possui a oferta de serviços públicos nas áreas
da saúde (posto de saúde) e da educação (unidade escolar); 3) nos aspecto das lideranças
locais há presença de conflitos entre os líderes comunitários; 4) em relação ao
pertencimento à cidade, há o desejo de emancipação para a criação de um município,
processo em andamento junto ao Ministério das Cidades.

2
https://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/ri/relatorios/cidadania/index.php?codigo=210845&aM=0

Você também pode gostar