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1º.

MEETING TRABALHISTA

GANHOU MAIS NÃO LEVOU?!

Triste, mas é a realidade de muitas execuções trabalhistas.

A crise econômica do País, sem dúvidas, é a resposta para este fatídico quadro. Mas, verdade
seja dita, não é de hoje que executados devedores da Justiça do Trabalho vêm se furtando ao
cumprimento de suas obrigações.

A proposta aqui é mostrar um pouco da prática nas execuções na esfera trabalhista, para que
sua linda sentença não seja colocada num porta retratos ou quadro.

Inicio aqui fazendo uma breve linha do tempo do andamento processual executório
trabalhista.

 Execução Definitiva

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Sentença Transito em julgado Início da liquidação Impugnação/concordância Hom. E Mandado Inadimplência Atos Expropriatórios

Apresentação de cálculos Citação para pagamento

 Execução Provisória

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Sentença Recurso Recda Início da liquidação Impugnação/concordância Hom. E Mandado Inadimplência Atos Expropriatórios

Int. para CRRO

Citação para pagamento (ATÉ A PENHORA)

Quanto a Execução Provisória, posso afirmar com segurança, que é uma ferramenta muito
eficaz no deslinde do andamento processual.

O presente encontro, visa a apresentação de propostas de uma prática de advocacia que surte
resultados para as expositoras. Assim, posso garantir que o uso da execução provisória tem
movimentado bem as execuções do meu escritório. Isto porque enquanto ocorre a tramitação
dos autos principais em sede de recurso, executamos a sentença de primeiro grau (óbvio, se
favorável a seu cliente).

Insta frisar que a execução provisória terá o andamento até a fase de penhora, quando os
valores retidos ficarão creditados nos autos da execução provisória de modo a aguardar o
retorno dos autos principais do tribunal. Tal procedimento antecipa o processo executório, e
de modo geral garante a própria execução futura.

Vale lembrar, que nada impede que as partes possam transigir na carta de sentença,
desistindo do recurso dos autos principais!

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 Previsão Legal
CLT – Artigos 876/892
Lei de Execução Fiscal – LEF (Lei nº 6.830/80)
CPC - Artigos 509/538

Em sede de execução trabalhista, cabe informar que a existe legislação própria na


esfera trabalhista, o que não obsta, e, diga-se de passagem, a aplicação de forma
subsidiária o código de processo civil (CPC).

Impede dizer que, ainda que a aplicação subsidiária e supletiva do CPC esteja sendo
utilizada de forma mais abrangente, o artigo 889 da CLT, traz que na ausência de
tratativas, deverá ser utilizada a Lei que rege o processo dos executivos fiscais para a
cobrança judicial da dívida ativa da Fazenda Pública Federal, Lei 6.830/80.

Impulso de ofício --------------------------- Reforma Trabalhista (art. 878), somente para as partes
sem advogado!!!

É fato que com a Reforma Trabalhista o impulso oficial deixou de ser prática nas ações
trabalhistas, muito embora alguns magistrados permanecem a prosseguir sem a observância
do citado dispositivo.

Devemos ficar atentos ao prosseguimento, até porque também foi inserido no ordenamento
celetista, após a Lei 13.467/2017, a figura da prescrição intercorrente!

Para tanto, a prática nos permite apresentar algumas dicas:

Dica 1: não esperar intimação para dar prosseguimento (ANTECIPAR-SE É NECESSÁRIO);

Dica 2: programar os prazos da executada e AGIR ATIVAMENTE para o passo seguinte;

Dica 3: Buscar utilizar recursos tecnológicos de pesquisa diversos, tais como Google Alerts,
Redes Sociais, Site dos Tribunais, Jusbrasil, Junta Comercial, site Consulta Sócios, além do uso
dos convênios já utilizados pela Justiça do Trabalho:

- BNDT : Banco Nacional de Devedores Trabalhistas e SERASA: proteção de crédito – art.833-A


Atenção ao prazo de 45 dias após a citação para pagamento. O sistema é utilizado para inserir
restrições dos devedores trabalhistas no banco de dados.

- Protesto civil: art. 517 CPC;

- Bacenjud e SABB (TRT18 – Goias). Este é o mais utilizado pelos tribunais, trata-se da
comunicação entre o Poder Judiciário e as instituições participantes que permite o bloqueio de
valores e a requisição de informações. O SABB é uma espécie de “modernização” do Bacenjud,

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de forma que reitera a busca de forma automática, o que possibilita maior assertividade na
busca pela efetividade na execução.

- Renajud (veículos). Consulta a existência de veículos automotores cadastrados no Registro


Nacional de Veículos Automotores em propriedade de pessoas jurídicas e naturais, bem como
as informações dos veículos e de seus proprietários.

Além disso, o sistema possibilita a inserção e a retirada de restrições judiciais nos veículos,
sendo que as restrições podem ser de transferência (impede a mudança de propriedade),
licenciamento (impede a mudança de propriedade e novo licenciamento) e circulação (impede
o registro da mudança da propriedade, um novo licenciamento e circulação).
- Infojud: informações de âmbito nacional, entre outras, de dados de indivíduos criminalmente
identificados, de armas de fogo, de veículos, de condutores, de empresas nas bases da Receita
Federal do Brasil.

- Arisp (imóveis);

- Simba (movimentação bancária). Sistema de Investigação de Movimentações Bancárias,


permite a movimentação de dados de forma segura pela rede mundial de computadores,
entre instituições financeiras e órgãos públicos, mediante prévia determinação judicial de
afastamento de sigilo bancário.

- CAGED: Permite a consulta de informações sobre admissões, desligamentos e transferência


de empregados entre empresas.

É possível ainda verificar detalhes sobre as empresas e a vida funcional de seus empregados e
ex-empregados, como por exemplo, cargo ocupado na empresa, data de admissão e
desligamento, salário contratual, número da CTPS e PIS, além de outras informações pessoais.
- Receita Federal;

- Censec: dados cadastrais em Cartório Notarial do Brasil. Gerencia um banco de dados com
informações sobre existência de testamentos, procurações e escrituras públicas de qualquer
natureza, inclusive separações, divórcios e inventários lavradas em todos os cartórios do Brasil.

- CCS: cadastro de clientes do Sistema Financeiro Nacional. É um cadastro declaratório, no qual


as instituições financeiras registram os relacionamentos com os seus clientes. Não informa
valores, movimentações financeiras ou saldos de contas e aplicações.

O cadastro contém as seguintes informações sobre o relacionamento dos clientes com as


instituições do Sistema Financeiro Nacional:

 identificação do cliente e de seus representantes legais e procuradores;


 instituições financeiras nas quais o cliente mantém seus ativos e/ou investimentos;
 datas de início e, se houver, de fim de relacionamento.

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- COAF: Conselho de Controle de Atividades Financeiras compete receber, examinar e


identificar as ocorrências suspeitas e comunicar às autoridades competentes quando concluir
pela existência de crimes de lavagem de dinheiro, ocultação de bens, direitos e valores.

Ao COAF cabe coordenar e propor mecanismos de cooperação e de troca de informações que


viabilizem ações rápidas e eficientes no combate à ocultação ou dissimulação de bens, direitos
e valores.
- CNIB: A Central Nacional de Indisponibilidade de Bens é um sistema de alta indisponibilidade
criado e regulamentado pelo Provimento Nº 39/2014 da Corregedoria Nacional de Justiça e se
destina a integrar todas as indisponibilidades de bens imóveis decretadas por Magistrados e
por Autoridades Administrativas em território nacional.

Dica 4: (NÃO TER MEDO DE FAZER PEDIDOS), muitas vezes INSISTIR, com muita parcimônia e
respeito ao magistrado FUNDAMENTANDO SEMPRE as razões para o deferimento ou possível
indeferimento.

Dica 5: Como advogados, temos que ter BOM SENSO. Temos que analisar a efetividade do ato,
sem esquecer da dignidade da pessoa, e aqui, temos que admitir que embora buscamos o
recebimento do crédito alimentar, TODOS temos direitos fundamentais, inclusive o devedor!

Por fim, como aplicadores do direito, não podemos deixar de observar os princípios basilares
do direito, dentre eles também, os princípios da execução (primazia do credor trabalhista,
princípio da utilização do meio menos oneroso para o executado, a execução não incide sobre
a pessoa do devedor, e sim de seus bens, maior resultado com menos atos processuais e a
função social da execução).

FIM

Por Joseane Carvalho – Advogada e Consultora Trabalhista

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