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Reflexões sobre a Educação e a Psicanálise

Dannilo Halabe*

Resumo: O discurso universitário busca se apropriar dos dois campos estudados


neste trabalho – a pedagogia e a psicanálise – falhando ao situar sua práxis
inerente. Ressaltando este aspecto e analisando as similitudes nos fundamentos
filosóficos e políticos que compõe o campo da educação e da análise, este artigo
pretende de forma preliminar discutir a importância do debate mais constante entre
estas áreas. Não se pensa em excluir, entretanto, a sociologia ou a filosofia, mas
apresentar uma terceira via de análise da educação que deveria estar mais presente
nos currículos dos cursos de formação de professores.

Palavras-chave: Pedagogia. Psicanálise. Educação. Formação de Professores.

Reflections on Psychoanalysis and Education

Dannilo Halabe

Abstract: The university discourse appropriates the two fields studied in this work -
the pedagogy and psychoanalysis - failing to situate praxis their inherent.
Emphasizing this aspect and analyze the similarities in political and philosophical
underpinnings that make up the field of education and analysis, this article intends to
preliminarily discuss the importance of constant debate over between these
areas. Do not think of excluding, however, sociology or philosophy, but to present a
third way of analysis of education that should be more present in the curricula of
teacher training.

Keywords: Pedagogy. Psychoanalysis. Education. Teacher Education.

Reflexiones sobre Psicoanálisis y Educación

Dannilo Halabe

Resumen: El discurso de la universidad busca apropiarse de los dos campos


estudiados en este trabajo - la pedagogía y el psicoanálisis - sin situar la praxis
inherente. Haciendo hincapié en este aspecto y analizar las similitudes en los
fundamentos políticos y filosóficos que conforman el ámbito de la educación y el
análisis, este artículo pretende analizar preliminarmente la importancia del debate
constante entre dichos ámbitos. No pensar en excluir, no obstante, la sociología o la
filosofía, sino a presentar una tercera vía de análisis de la educación que debe estar
más presente en los programas de formación del profesorado.

Palabras clave: Psicoanálisis. La educación. La formación del profesorado.

**
Mestrando em Educação pela UFMA. Graduado em Psicologia com Especialização em Metodologia
do Ensino Superior pela UFMA. Email: halabe@oi.com.br
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1 INTRODUÇÃO

Este artigo é resultado de reflexões acerca dos fundamentos da prática


docente, através da análise das contribuições da filosofia, da psicanálise e da
sociologia. Com exceção da psicanálise, as outras duas áreas estão presentes em
todos os programas de graduação ou pós-graduação da UFMA, cujo objetivo que se
apresenta seja a formação de professores, como é o caso das licenciaturas, do
CEMES1 e do Mestrado em Educação. A psicanálise persiste em se apresentar no
discurso universitário em disciplinas de psicologia pela sua aproximação e apesar de
não se fundamentar nesse campo, desperta interesse. Interesse este que por vezes
é desencorajado pela didática de ensino deste campo, relativizado teoricamente, já
que é trabalhado de forma desassociada com a prática clínica de onde decorre.
Mesmo assim, a psicanálise é um campo que muito tem a contribuir com a formação
dos professores.
Freud, em seus escritos (24 volumes das Obras Psicológicas Completas –
Standart), pouco escreve sobre a escola ou a psicologia escolar. Vemos apenas um
artigo “Algumas Reflexões Sobre a Psicologia Escolar” (1914) em toda sua obra que
trata diretamente da figura do Professor. Nele encontramos o seguinte fragmento:
Minha emoção ao encontrar meu velho mestre-escola adverte-me de que
antes de tudo, devo admitir uma coisa: é difícil dizer se o que exerceu mais
influência sobre nós e teve importância maior foi a nossa preocupação pelas
ciências que nos eram ensinadas, ou pela personalidade de nossos
mestres. (FREUD, 1914, p.286)

O que Freud aponta neste momento é a transmissão que acontece pela


transferência com a figura do Professor. Para ele, essa é a força motriz da prática
escolar. Este é o mesmo fundamento que opera na clínica psicanalítica e torna
possível a aproximação destes dois campos que pretendemos realizar
preliminarmente com este artigo. A seguir, após analisarmos os fundamentos que
unem o trabalho do analista e do professor, trataremos das relações com o projeto
político-pedagógico marxista, analisando os limites e as possibilidades da
psicanálise na escola.

1
Curso de Metodologia do Ensino Superior oferecido pelos Departamentos de Educação I e II da
Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
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2 A POSIÇÃO DO PEDAGOGO E DO ANALISTA

A palavra “Saber” vem do latim sapere, fazendo referência “a ter


conhecimentos”, o que costuma ser o objeto de desejo das ciências. As ciências
positivistas baseiam-se em métodos que possibilitam o exame minucioso de um
objeto de estudo particular. Esta postura positivista, que é atribuída ao sistema de
Augusto Comte, não surgiu espontaneamente de suas idéias, ao contrário, foi
construído historicamente no percurso dos filósofos empiristas com a incessante
busca pela explicação causal através da observação e generalização indutiva. O
Dicionário do pensamento social do século XX traz as seguintes características
sobre o verbete positivismo:
O princípio metodológico da unidade do método científico, o qual proclama
que os procedimentos da ciência natural são diretamente aplicáveis ao
mundo social com o objetivo de estabelecer leis invariantes ou
generalizações semelhantes a leis sobre fenômenos sociais. (OUTHWAITE
e BOTTOMORE, 1996, p.593)

O Saber universitário está estruturado nesta perspectiva, que se intitulou


“científica” por afastar a metafísica até então muito presente no discurso filosófico.
Exemplo desta raiz metafísica na filosofia está em Descartes, no se Discurso sobre
o Método (1989), ao refletir através do cogito e da noção da perfeição de Deus,
sobre a matéria e as leis da natureza.
Pela estruturação científica, a pedagogia está no campo das ciências
sociais, mas nem por isso segue as orientações positivistas em seu manejo com seu
objeto de estudo. Na verdade, encontramos uma pluralidade de olhares sobre a
educação que e estendem para além de um método, se afinam em uma perspectiva
política. Reconhecendo a luta existente entre as classes dominante e dominada, e
se posicionando ao lado dos trabalhadores, o marxismo aparece no campo da
educação para desvelar as contradições existentes e propor a superação.
O referencial marxista na educação vem demarcar que nenhuma relação
existente entre os atores sociais, como o processo de ensino-aprendizagem, é
ingênua ou descompromissada. Pelo contrário, a educação serve para reproduzir os
conteúdos e as estruturas de classe existente na Sociedade Capitalista (perspectiva
positivista) ou para promover o levante, a emancipação dos trabalhadores e dos
opressores, conforme a perspectiva de Freire (1987). Este referencial marxista ou
materialista histórico-dialético permite relacionar-se com elementos da psicanálise,
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como a própria Escola de Frankfurt buscou fazer com Fromm, conforme nos diz
Freitag (1993).
Como apontado, o outro fundamento deste trabalho é a teoria freudiana
sobre o Inconsciente e toda teoria psicanalítica que decorre de sua análise clínica.
Propõe-se trabalhar apenas com os autores que preservam os fundamentos da
psicanálise, evitando-os que deram origem a psicologia do ego, a psicologia
individual, o protesto masculino e outras linhas de dissidentes que o próprio Freud
(1914) pontua em seu texto sobre o “A História Movimento Psicanalítico”. Na linha
de autores que preservam o fundamento da psicanálise, encontra-se Jacques
Lacan. Segundo Jorge e Ferreira (2005), Lacan ao denunciar o erro teórico que a
IPA2 estava cometendo ao privilegiar uma “Psicologia do Ego”, lançou novas bases
para o movimento, “atualizando” a teoria psicanalítica correlacionando-o à
lingüística. Sobre a Psicanálise Lacan (2008) nos fala:
A psicanálise, devo lembrar a título de preâmbulo, é uma disciplina que no
conjunto das ciências se apresenta a nós com uma posição realmente
particular. Costumam dizer que ela não é uma ciência propriamente dita, o
que parece implicar por contraste que ela é simplesmente uma arte. É um
erro, se por isso entendermos que ela é tão-somente uma técnica, um
método operacional, um conjunto de receitas. [...] Por outro lado, vemos
emanar da psicanálise métodos que, eles sim, tendem a objetivar modos de
agir sobre o homem, o objeto humano. Não passam, contudo, de técnicas
derivadas dessa arte fundamental que é a psicanálise, na medida em que é
constituída por essa relação intersubjetiva que não pode, como lhes disse,
esgotar-se, pois ela é o que nos faz homens (LACAN, 2008, p.11-13).

Há grande importância em se situar os fundamentos destes referenciais


teóricos e demonstrar que há possibilidade de trabalhar com ambos sem conflito.
Ademais, alguns autores como Lustoza (2009, p.42) defendem que em psicanálise
já encontramos as relações com o materialismo histórico-dialético de Marx:
“Considerando que em suas formulações sobre o discurso capitalista, Lacan
inspirou-se fortemente em Marx, buscou-se na obra deste último, subsídios para
uma caracterização daquele discurso.”
Um psicanalista que estude mais a fundo o campo da Educação, percebe
que muito dos achados dos autores marxista se relacionam com a teoria freudiana,
como, por exemplo, a concepção de Paulo Freire sobre o processo de
ensino/aprendizagem como uma ferramenta política:
É necessário que a liderança revolucionária descubra esta obviedade: que
seu convencimento da necessidade de lutar, que constitui uma dimensão
indispensável do saber revolucionário, não lhe foi doado por ninguém, se é
autêntico. Chegou a este saber, que não é algo parado ou possível de ser
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Associação Psicanalítica Internacional , fundada pelo próprio Freud em 1910.
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transformado em conteúdo a ser depositado nos outros, por um ato total, de


reflexão e de ação. Foi a sua inserção lúcida na realidade, na situação
histórica, que a levou à crítica desta mesma situação e ao ímpeto de
transformá-la. Assim também é necessário que os oprimidos, que não se
engajam na luta sem estar convencidos e, se não se engajam, retiram as
condições para ela, cheguem, como sujeitos, e não como objetos, a este
convencimento. (FREIRE, 1987, p.30)

Esta perspectiva se alinha ao pensamento freudiano, quando em 1925 no


prefácio do livro “A Juventude Desorientada”, de Aichhorn, escreve algumas
palavras sobre a educação:
Em um primeiro estádio, aceitei o bon mot que estabelece existirem três
profissões impossíveis — educar, curar e governar —, e eu já estava
inteiramente ocupado com a segunda delas. Isto, contudo, não significa que
desprezo o alto valor social do trabalho realizado por aqueles de meus
amigos que se empenham na educação. (FREUD, 1925. p. 265)

O que o autor pretende nos dizer e isso se relaciona com Freire, é que na
há possibilidade de ensinar ou governar distante do desejo daquele que (não)
aprende ou (não) se governa. Tentar transmitir um calhamaço de teorias ou imputar
um conjunto de regras de como agir aos sujeitos não fará efeito, a não ser que se
desperte seu desejo. Outro elemento da teoria freudiana que permite um
desvelamento, tal qual realizado pela postura marxista ao enfocar o projeto político
do professor, é a transferência que se estabelece entre professor e aluno, e que nos
permite dizer que, quando é possível educar, o mestre tem mais a contribuir pelo
não-saber do que com os conhecimentos reproduzidos.

3 A FUNÇÃO DO NÃO-SABER NA CLÍNICA E NA ESCOLA

Esse reconhecimento da falta, haver elementos que serão transmitidos no


processo aquém de sua vontade, já desloca a tradicional figura do professor como
detentor da “verdade”. Situamos que sempre haverá uma falta pela impossibilidade
de supor que o tutor tenha apreendido todo o conhecimento, sempre haverá algo
que lhe escapa. E mesmo que deparemos com a figura mitológica do Oráculo à
frente da sala de aula, ainda trataremos do não saber inerente ao inconsciente, esta
dimensão que funda a todos e cada um de nós, pela noção de que quando alguém
fala, não sabe o que diz.
A psicanálise trabalha com elementos antes desprezados pela ciência, e
em especial pela medicina, a saber: o inconsciente, o sexual, a transferência.
Também diverge da ciência ao adotar uma postura mais parecida com a de Nicolau
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de Cusa — influenciador dos fundadores da revolução científica da modernidade —


sobre a douta ignorância. Notem que não é de uma ignorância que o analista deve
se ocupar, pois essa é trazida pelo sujeito que desconhece os efeitos do
inconsciente sobre ele, o analista coloca-se como um doctu ignorante, pois como
fazia Sócrates através da ironia, o analista deve se retirar (o saber egóico) para dar
lugar à associação livre do paciente.
Lembremos que essa douta ignorância não é um não-saber, trata-se de
outro saber que é o saber do inconsciente e que cada sujeito tem o poder de falar do
seu, sendo que o analista nada sabe a priori sobre de que padece do sujeito que lhe
procura, mas antes está atento às manifestações que o inconsciente usa para
revelar-se. Se o analista não for formado nessa douta ignorância, o resultado
segundo Rabinovich (2000) “será um robô de analista, não um analista propriamente
dito”. Aquele que conhece algumas técnicas, mas que logo cairá numa série de
falsas interpretações e não descobrirá nada mais do que já sabe, antes lançará ao
seu paciente formulações e jargões teóricos que não terão nenhuma eficiência no
manejo da transferência.
A posição que o analista se encontra é diferente daquela em que o
paciente o convoca. Este o convoca a responder pela via do saber, como aquele que
pode dar uma resposta ao seu sofrimento. O analista não pode responder da via de
quem com o seu saber teórico pode ajudar, mas deve acata tal fenômeno que ocorre
na análise, como dela precursora, pois escuta que nessa construção há um laço de
transferência que o colocará onde seu saber é pressuposto, no lugar de sujeito
suposto saber, pivô da transferência e que suportando esse lugar, o analista poderá
encaminhar o sujeito em sua análise.
O Sujeito suposto saber é uma análise de Lacan (1997) sobre a posição
que se encontra o analista para que ocorra a transferência e a resoluções do
sintoma na clínica pela fala. Estenderemos o conceito para se apontar a posição que
o professor poderia ocupar para permitir o processo de ensino aprendizagem, sem
contudo, romper com os fundamentos do marxismo.
O professor não detém a verdade. Nem mesmo na sala de aula, quando
lhe é assegurado pela instituição o uso da violência simbólica sobre os sujeitos em
formação. Se se relacionar com a análise de Kosik (1976), veremos a
impossibilidade de se conhecer todas as particularidades da realidade, o que
apreendemos são apenas as estruturas e nem por isso a análise é menos
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embasada. Porém, o professor não pode permitir ser destituído de sua posição na
organização do processo de ensino. É preciso que os alunos tratem o professor
como àquele que possui os conhecimentos que lhes faltam e esteja disposto a
educá-los. Ao professor cabe não se envaidecer com o pouco conhecimento que
possui e permitir o diálogo e o confronto teórico dos alunos sem se sentir afetado
pelas considerações feitas à teoria. Se um aluno questiona o referencial materialista
histórico-dialético do professor, por se afinar com uma postura mais metafísica, em
sala de aula não há a possibilidade de o professor fazer qualquer imposição. A
segurança no referencial marxista permite-nos conjecturar que a sociedade se
encarregará de apresentar as contradições que tornaram insustentáveis uma
posição metafísica de concepção de mundo. Somente neste ponto, quando a
questão aparecer em sua vida, este aluno lembrar-se-á das categorias de análise
marxistas, nas quais seu antigo mestre buscou lhe orientar.
A aproximação realizada neste artigo, entre o campo da psicanálise e da
educação, ainda é muito incipiente. Isto pela impossibilidade de relatar teoricamente
a práxis que compõem as duas áreas. Entretanto, para aqueles que estudam as
duas áreas, é impensável continuar a se manter os debates afastados, ou a serem
realizados de forma escassa. Isto só ocorre pelo fato do analista pressupor a
educação apenas como reprodução e o pedagogo supor a psicanálise somente
como clínica. Este é o perigo que o desconhecimento, o preconceito e muitas vezes
as defesas por áreas de atuação no mercado de trabalho induzem. Não refletimos
que esta é apenas uma estratégia do Sistema Capitalista para manter os intelectuais
afastados, longe de uma análise mais aprofundada da realidade. E como resultado
temos a criação de mais e mais segregações, como as divisões por departamento
nas universidades, as criações de diversos sindicatos, ou seja, mais desunião e
perda de força para a transformação da realidade em que vivemos.

REFERÊNCIAS

DESCARTES. René. O Discurso do Método. São Paulo: Martins Fontes, 1989.


FREIRE. Paulo. Pedagogia do Oprimido. 17ª Ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1987.

FREITAG, Bárbara.A Teoria Crítica Ontem e Hoje. 4 ed. SP: Brasiliense, 1993.
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FREUD, Sigmund. Algumas Reflexões sobre a Psicologia Escolar (1914). In: ___.
Totem e Tabu e Outros trabalhos. vol. XIII. Rio de Janeiro: Imago, 1976.

______. História do Movimento Psicanalítico (1914). In: ____. A História do


Movimento Psicanalítico, Artigos sobre Metapsicologia e outros trabalhos. vol
XIV. Rio de Janeiro: Imago, 1977.

______. Prefácio a juventude desorientada, de Aichhorn (1925). In: O ego e o id e


outros trabalhos. vol. XIX. Rio de Janeiro: Imago, 1996..

KOSIK, Karel. A Totalidade Concreta. In:__. Dialética do Concreto. 2 ed. Rio de


Janeiro: Paz e Terra, 1976.

JORGE, Marco A. Coutinho. FERREIRA, Nádia P. Lacan: o grande freudiano. Rio


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LACAN, Jacques. O Mito Individual do Neurótico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar


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LUSTOZA, Rosane Zétola. O discurso capitalista de Marx à Lacan: algumas


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52. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516-14982009000100003
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OUTHWAITE, W.; BOTTOMORE, T. Dicionário do pensamento social do século


XX. Rio de Janeiro, Zahar Editor, 1996

RABINOVICH, Diana S. O desejo do Psicanalista. Rio de Janeiro: Companhia de


Freud, 2000.

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