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Violência contra a mulher

Prof. Gerusa Mota


Créditos a Prof. Suzana Almeida e Mariana Borges
Colégio Projeção
Ribeirão Preto – SP
2018
Violência
Fenômeno social desencadeado por uma
multiplicidade de fatores. Possui alta
prevalência e inúmeras consequências.

Trata-se de um PROBLEMA DE SAÚDE


PÚBLICA!

Envolve diferentes grupos sociais, diversas faixas etárias e


incide de maneira diferente entre homens e mulheres.
Violência

Uma das principais causa de morte na faixa etária de 15 a


44 anos.

Homens e mulheres na condição de vítimas e agressores.

Mulheres buscam serviços


de saúde com frequência
em decorrência de
agressões sofridas por
seus parceiros.
Violência contra a mulher
A violência contra a mulher possui uma peculiaridade: a
influência das questões de gênero.

Mas o que seriam essas questões de


gênero?

Trata-se de ideias estabelecidas acerca dos


papéis próprios aos homens e às mulheres.
Ideia que podem estar carregadas de
esteriótipos sobre comportamentos e
ações especificamente femininas ou
masculinas.
Diferenças são ruins?
Existe algum problema nas diferenças existentes entre
homens e mulheres?

Teoricamente não! O problema surge quando essas


diferenças atingem o conceito de superioridade por
uma das partes – superioridade masculina.
Violência por parceiro íntimo (VPI): qualquer comportamento
dentro de um relacionamento íntimo que causa danos físicos,
psicológicos ou sexuais, incluindo atos de agressão física,
coerção sexual, abuso psicológico e comportamento
controlador.

Parceiro íntimo: é um termo designado para caracterizar o


companheiro ou ex-companheiro, com os quais as mulheres
vivem ou viveram independentemente de união formal. Aqui se
incluem também os namorados atuais com os quais as
mulheres mantêm relacionamento sexual.

OMS, 2010, HEISE; GARCIA-MORENO, 2002; D’OLIVEIRA etal., 2009.


Violência contra a mulher
✓ Constitui-se em um dos tipos mais generalizados e menos
reconhecidos de violação dos direitos humanos.

✓ Dificuldade de identificar número de mulheres vítimas da


violência baseada no gênero, pois muitas não denunciam devido
ao fato de ser o agressor o próprio companheiro, membro da sua
família ou algum conhecido.

✓ Pelo menos 6,8 milhões de mulheres brasileiras já foram agredidas


ao menos uma vez na vida.

✓ Estima-se que 23% das mulheres estão sujeitas as agressões


dentro de suas próprias casas, sendo 70% deste crimes praticados
pelo próprio companheiro.

SALIBA et al. 2007; D’OLIVEIRA, 2000; BRASIL, 2006; VENTURI et al, 2004; BRASIL, 2010.
1 mulher brasileira é agredida a cada 4 minutos

85,5% dos casos de violência física, o agressor é o parceiro.

PROBLEMA DOMÉSTICO ou INVISIBILIDADE?

CASIQUE; FUREGATO, 2006; ADEODATO et al, 2005.


Constituição federal 1988:
Violência contra a mulher como uma questão de saúde pública.

Parágrafo 8°, artigo 226 que diz: “O Estado assegurará à família, na pessoa de
cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no
âmbito das relações”.

1994 – Medidas tomadas o Brasil: aumento em 30% os serviços de saúde para


atendimento das vítimas de violência, contracepção de emergência, aborto
previsto por lei e capacitação de profissionais para estes atendimentos.

2003: ampliação das políticas públicas por meio de ações integradas: criação
de normas e padrões de atendimento, aperfeiçoamento da legislação,
incentivo à constituição de redes de serviços, o apoio a projetos educativos e
culturais de prevenção à violência e a ampliação do acesso das mulheres à
justiça e aos serviços de segurança pública.

BRASIL, 1988; BRASIL, 2011; SCHRAIBER et al., 2002; MACHADO, 2002.


Ação federal: normatização feita pelo Ministério da Saúde, em
24 de Novembro de 2003, que regulamentou a Lei n°
10.778/03 que estabelece a Notificação Compulsória em todo
o território nacional para os casos de violência contra a
mulher atendida em serviços de saúde público ou privado.

Lei n° 340/2006 conhecida como Lei Maria da Penha, em


homenagem a uma vítima que protagonizou situações de
violência contra a mulher.

BRASIL, 2003.
Lei Maria da Penha

Maria da Penha Maia Fernandes é uma brasileira que, em


1983, sofreu duas tentativas de homicídio por parte de seu
ex-marido e pai de sua três filhas, o professor universitário e
economista Marcos Viveiros. A primeira foi com um tiro em
suas costas enquanto dormia e a segunda ao tentar
eletrocutá-la no banho.

O resultado das agressões foi a perda do movimento das


pernas, o que a deixou paraplégica, além de outra sequelas.
Avanços nas Políticas Públicas e na criação e ampliação das
instituições que compõem a rede de atenção e assistência
à mulher em situação de violência.

Dificuldades enfrentadas pelos profissionais e o limite das


respostas que os serviços podem oferecer.

DESAFIO

Subnotificação Falta de preparo profissional


Questão de justiça

Estrutura dos serviços


de saúde Própria mulher não denuncia
Saúde reprodutiva
❖Reprodução como um direito e não dever

❖Deve compreender elementos básicos que garantam a


autonomia, tanto para reprodução como para regular a
fecundidade; que assegurem às mulheres gestações e partos
seguros.

❖Direitos dos casais de terem relacionamentos sexuais sem


medo de gravidez indesejadas e de contraírem IST tendo,
portanto, um impacto e abrangência que transpassa a
barreira apenas da contracepção, com vistas à vida familiar e
ao desenvolvimento humano.

OPAS, 1998; ARILHA; BERQUÓ, 2009.


Violência contra a mulher x saúde reprodutiva
Vulnerabilidade a ISTs (OMS/ONUSIDA, 2010)

Vítimas chegam a ter 3 vezes mais probabilidade de desenvolverem um


problema ginecológico em relação às mulheres que não a sofrem.

✓ Dor pélvica crônica


✓ Sangramento ou corrimento vaginal
✓ Dismenorreia
✓ Disfunção sexual
✓ Doença inflamatória pélvica
✓ Dor na relação sexual
✓ Infecção urinária
✓ Infertilidade
✓ Dificuldade de atingir o orgasmo
✓ Falta de desejo sexual
✓ Conflitos quanto à frequência do ato sexual
CAMPBELL et al., 2002; GOLDING et al., 1998; SCHEI, 1991; SCHEI et al. 1989.
Abuso físico e sexual
Problemas de saúde reprodutiva mais complexos que
envolvem gestações indesejadas e suas complicações, bem
como a infecção pelo HIV.

Relação conflitiva no que diz respeito à negociação de


preservativos e métodos contraceptivos.

Exercício dos direitos


reprodutivos?

MNEZES et al., 2003; BRASIL, 2002; Durand e Schraiber, 2007; Garcia-Moreno et al., 2002.
Atuação da enfermagem

✓ Compreensão da violência como um fenômeno complexo;

✓ Estimular a discussão/reflexão dessa temática com a equipe;

✓ Conhecimento das redes de apoio.


Rede de apoio
Em Ribeirão Preto:

Seavidas (serviço de atendimento à violência doméstica e


agressão sexual) – Rua Eliseu Guilherme, 892, Fone: 3602-
2699.

Conselho municipal direitos da mulher – 3610-1523

Coordenadoria municipal de direitos da mulher – 3636-


3311/3636-3287

Delegacia de defesa da mulher – 3964-7344


Documentário: o silêncio das inocentes
https://www.youtube.com/watch?v=uxXKiSli9KY

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