Você está na página 1de 6

INFORMES REUNIÃO SINTE REGIONAL E PROFs DO IEE

Em videoconferência com professores do IEE, a regional de Florianópolis nos passou os últimos


informes sobre a votação do STF do 1/3 de hora atividade e sobre o fim de férias e décimo
terceiro aos trabalhadores temporários:

 Essa semana, o STF bateu o martelo sobre a constitucionalidade dos 2/3 de trabalho com
aluno e 1/3 de hora atividade, que já compunha a Lei do Piso Salarial. Isso é um ganho
importantíssimo para nossa categoria, porém, na lei não está prevista nenhuma punição aos
estado ou município que não cumprir a lei. OU SEJA: sem luta, sem pressão, corremos o
risco de o governador Moisés não respeitar a constitucionalidade do nosso direito. Por isso,
é importante nossa aliança ao sindicato para realizar uma cobrança, política e jurídica, deste
direito. Também é importante revermos a questão da hora-aula dos ACTs.
 A regional do SINTE, fará um documento explicativo sobre a hora-atividade para divulgar em
breve.

 Nesta mesma semana, foi votada pelo STF e aprovada a retirada do direito a férias e décimo
terceiro do servidor temporário. A boa notícia, é que essa determinação não atinge os
professores ACTs, uma vez que no contrato vem especificado esse direito. Por enquanto, não
precisamos nos preocupar, pois para alterar o contrato é preciso um engajamento do governo
juntamente com a ALESC.

 Foi nos repassado o informativo jurídico(segue em anexo) sobre a resolução 10/2020


publicada pelo Governador do Estado de Santa Catarina em 14/04/2020, que estabelece a
suspensão de obrigações legais do Estado até 31 de dezembro de 2020 quanto a
implementação em folha de pagamento da progressão funcional, do adicional por tempo de
serviço e adicional de pós-graduação entre outros.

 Foi tirado o encaminhamento de que se faça uma ampla campanha, de nível estadual, para
que o governo e a SED providenciem o acesso gratuito e de qualidade à internet para todas
as famílias catarinenses. Não podemos concordar com a exclusão de grande parte de nossos
alunos nesse processo das aulas não presenciais. Se o governo faz contratos com a Google,
também pode contratar operadoras para levar a internet à população. Desta forma, pedimos
que todos compartilhem em suas redes sociais e com os alunos, via google sala de aula, a
#INTERNETPARATODOS. Criamos um selo para auxiliar nessa divulgação. Segue abaixo.

 Nós, professores participantes da videoconferência, elaboramos uma carta endereçada ao


Secretário da Educação, expondo nossa insatisfação acerca da formação inicial durante esta
pandemia (segue em anexo), que tinha como objetivo auxiliar no engajamento das aulas não
presenciais. Salientamos que esse documento não tem vínculo com o sindicato, é uma
manifestação somente nossa, mas que representa o que grande parte da categoria pensa
sobre o assunto. Portanto, gostaríamos de contar com o apoio dos colegas para
assinarem, juntamente conosco, o documento para encaminharmos ao secretário.
Quem concordar, entrar em contato com a prof Lisandra( português) ou o Prof Luís( filosofia)
para passar o nome completo e a área em que atua no IEE.
Carta ao secretário Uggioni

Somos um grupo de professores do Instituto Estadual da Educação, escola que o senhor já


teve a oportunidade de visitá-la algumas vezes, durante sua gestão na Secretaria. Este grupo,
senhor, vem manifestar sua consternação acerca da formação On-line para atividades não
presenciais, que ocorreu neste momento único em nossa história, marcado por uma pandemia.
É verdade que já fechamos escolas em outros momentos, que simbolizaram nossa luta por
condições mais dignas, tanto para conquistar um salário, que estivesse à altura de nossa
profissão, quanto por melhorias estruturais de nossos espaços escolares. Mas, uma greve é
planejada, debatida e votada, diferentemente da pandemia, que trouxe uma situação inusitada a
todos nós. E como lidarmos com o isolamento? O medo, a angústia, planejamentos interrompidos,
filhos em casa em tempo integral...enfim, a incerteza tomando conta de nossos lares.
Ademais, fomos surpreendidos no início de abril com a orientação de que teríamos de lecionar
à distância, ou como preferir, realizar atividades não presenciais. Esta não é nossa formação
acadêmica. Como em tão pouco tempo nos prepararmos para o desconhecido e também
contestável sistema? Por que não tivemos a oportunidade de ao menos debater com a direção e
assessoria de ensino sobre as possibilidades de reposição das horas-aulas, de acordo com a
realidade de nossa escola?
Mais uma vez, o processo dá-se de forma não democrática, e surge a imposição de obtermos
uma formação continuada que dê conta ao atendimento de uma demanda de práticas as quais
tendem mais ao tecnicismo do que a um processo pedagógico que se utilize da técnica. Sim,
senhor secretário, precisamos inserir o uso das tecnologias para que nossas práticas pedagógicas
potencializem o ensino-aprendizagem e atendam as dinâmicas sociais da atualidade. Contudo,
não se pode esquecer de que não somos robôs, e sim seres humanizados que procuram construir
relações interpessoais. Em nosso caso, essas relações dadas no âmbito escolar devem sempre
ser inclusivas. Difícil inclusão, quando temos uma sociedade tão desigual. Mas, afinal, o que isso
tem a ver com a formação para os professores neste período de pandemia? A resposta é que se
faz necessário avaliar o real efeito dessas webinares para a formação do corpo docente.
Num período de pouco mais de um mês, os professores participaram dessas
videoconferências mais com o objetivo de adquirir um certificado do que de aprender novos
pilares, que sustentem um ensino de qualidade e atinjam a uma educação inclusiva. Isto se deu
não por falta de conhecimento dos conferencistas, mas por que sabemos que com essa prática
não há interação com os participantes. É a tradicional proposta didática, apenas com um novo
viés, o uso da tecnologia. Didática esta tão criticada por aqueles que deixaram as salas de aula
para servir à burocracia das gerências e secretaria. Aulas enfadonhas, com pouco
aproveitamento, priorizando apenas o uso de plataformas que atendam a um único sistema
empresarial. A falta de visão pedagógica e o uso de uma linguagem simplista permearam essas
webinares. Nós, professores, somos bem mais evoluídos do que esta imagem análoga de um ser
alienado ao mundo moderno, que parte da sociedade atribui a nossa profissão.
Queremos muitas formações continuadas, porém é preciso qualificá-las, assim como também
é de suma importância que tenhamos acesso de fato à tecnologia. A maioria das escolas não
possui nem sinal de internet, laboratórios de informática foram fechados, professores têm
equipamentos sucateados, e há os que não possuem nem equipamentos nem internet. Lidamos
com diferentes realidades na escola. Por isso, Sr. secretário, gostaríamos de ter o mesmo
otimismo que o senhor tem quando divulga para a mídia a ideia de sucesso desse plano de
implementação do sistema remoto de aulas.
Quem sabe, na sua próxima visita ao IEE, procure o nosso grupo para debater sobre as
demandas as quais precisamos que sejam vistas com seriedade e com o propósito de
melhorarmos a educação em nosso Estado. Estamos abertos para uma conversa e reforçamos
que sem recursos para a educação não há projeto pedagógico que garanta a inclusão de todos
os alunos num processo de ensino-aprendizagem de efetiva qualidade e que lhes ofereça a
inserção no mercado de trabalho.

Atenciosamente,

Você também pode gostar