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25-09-2012
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Bibliografia Direito Económico, Carlos dos Santos 2011 6ª edição
Legislação: Constituição da República Portuguesa
Tratado de Lisboa (TFUE + TUE)
Republicação do Decreto-Lei n.º 558/99 de 17 de Dezembro
Decreto-Lei 10/2003 de 18 de Janeiro
Introdução
Direito e Economia
O Direito Económico (D.Eco) surge com uma proximidade cada vez maior entre o
Estado e a economia
Devemos então considerar:
o Uma Ordem Jurídica
Conjunto de normas e princípios que regulam as relações no contexto
do estado de Direito (no nosso caso um Estado democrático e social
de direito)
o Uma Ordem económica
Relações que se estabelecem entre agentes económicos em função da
produção e da distribuição da riqueza
Surge então a expressão “ Ordem Jurídica da Economia”
o São regras jurídicas e princípios aplicáveis á esfera económica. Isto é, um corpo
de normas que tem como objeto assegurar um certo regime económico
o No caso Português as nossas normas orientam-se num sentido neo liberal e
capitalista
Abrange então formas de organização e ordenação pública da economia nacional e
internacional
Direito Económico:
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Direito Económico
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Direito Económico
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Ramos tradicionais:
Estão codificados: CRP, CC, CP, etc.
Tem autonomia processual, ou seja dispõe de legislação específica a nível processual
o CPA, CPC,CPP
Têm magistratura específica
Direito económico
Carece das características supra
É um ramo específico, dado que se encontra em desenvolvimento e que procura o
equilíbrio entre o Direito e a economia em função da nossa realidade atual
Extremamente permeável á realidade social
Fase II – década de 80
Ao surgir de críticas devido á intervenção Estadual na economia dá-se um retrocesso
na intervenção do Estado
Promoção de algumas alterações na intervenção pública na economia
Defesa do livre jogo de forças de mercado com o surgimento do neoliberalismo
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Direito Económico
Origem e desenvolvimento
Toma corpo primeiramente na Alemanha, sob a Constituição de Weimar
Exportado inicialmente para a França e posteriormente para outros países de cultura
jurídica próxima, na Europa e fora dela
Natureza
Para a generalidade dos seus cultores o D.Eco é uma nova disciplina com identidade
própria
Para outros está-se perante uma simples adaptação de diversas disciplinas
tradicionais, não devendo ser considerada uma disciplina de estudo autónoma
Objeto
Estuda a ordenação e regulação específica da atividade económica pelos poderes
públicos ou privados quando têm capacidade para emitir regras vinculativas para os
agentes económicos
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Direito Económico
Doutrina e jurisprudência
Relativamente às ações jurisprudenciais quando inovadoras, permitem cristalizar
correntes pelo que são um grande contributo para a construção de princípios gerais de
D.Eco nacional e Europeu
o TJUE, TC, STA, STJ
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Lei diretriz/lei do plano e a Lei medida que se aplica a um número limitado de casos
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Direito Económico
Mobilidade
Manifestada pela sua grande permeabilidade às mudanças sociais e políticas
E também pela sua ligação às politicas económicas, estruturais ou conjunturais
Declínio da coercibilidade
Predominância de normas de conteúdo positivo sobre as de conteúdo negativo
Diminuição dos efeitos da nulidade dos negócios
Direito recente
O que leva à divisão doutrinal anteriormente referida
Direito hibrido
O D.Eco não se apresenta como um ramo do Direito público ou privado, uma vez que
se ocupa das relações públicas ou privadas entre entidades privadas, entidades
públicas ou entre entidades públicas e privadas
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Direito Económico
Constituição económica
Noção:
Conjunto de regras e princípios Constitucionais relativos à economia, também
designada como “Ordem Constitucional da Economia”
É a parte da Constituição do Estado onde se encontra o ordenamento essencial da
atividade económica desenvolvida pelos indivíduos, pelas pessoas coletivas ou pelo
Estado (formalmente)
Ordenamento este constituído por:
o Liberdades, direitos e deveres
o Normas e princípios relativos à organização económica
o Normas e princípios relativos às competências económicas dos poderes
públicos
A Constituição económica (Cec) contém normas estatutárias de garantia visando
proteger a O.J. económica
Tratam-se também de normas diretivas ou programáticas que apontam princípios e
linhas de evolução
Estas normas estatutárias:
o Conferem direitos
o Enumeram restrições
o Colocam á disposição dos Estados e das suas instituições, instrumentos que
permitem regular o processo económico assim como definir objetivos
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Direito Económico
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1976
Constituição claramente compromissória
Consagra uma economia orientada para o desenvolvimento e aberta ao exterior,
corrigida pela intervenção do estado democrático de Direito
Caracterizava-se por três aspetos fundamentais
o Garantia do direito dos trabalhadores
o Concilia o planeamento e a concorrência
o Afirma o projeto socialista
1989
Atenuou as nacionalizações
Atenuou o regime da reforma agrária
Suprimiu o objetivo do desenvolvimento da propriedade social
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Direito Económico
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Direito Económico
A propriedade privada:
Noção e conteúdo – art-62º e ss
o Como Direito económico, o direito de propriedade abrange sobretudo os
meios de produção
o O direito de propriedade privada inclui quatro componentes:
Direito de adquirir
Direito de usar e usufruir
Direito de transmitir
Direito de não ser privado da propriedade
No entanto observamos restrições a estes componentes:
Existem bens insuscetíveis de apropriação privada enumerados no
art.84º. É uma reserva da propriedade pública
Condicionamentos ao uso e fruição por razões ambientais ou de
ordenamento do território, etc.
Previstos na CRP e também noutra legislação
A liberdade de transmissão pode estar limitada por direitos a favor de
terceiros
Direitos de preferência, herdeiros
Restrições ao direito de não ser privado da propriedade devido à
possibilidade de requisição ou expropriação por utilidade pública
Art.62º,nº2 e 83º CRP
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Direito Económico
Notar que não existe homologia entre propriedade privada e setor privado
o Este último não abrange todos os bens cujo titular seja uma entidade privada,
visto que estes podem pertencer ao setor cooperativo ou mesmo pertencer a
uma entidade pública
A iniciativa privada
Noção e conteúdo – art.61º CRP
o O direito de iniciativa privada é um direito económico independente
do direito de propriedade
o No entanto goza de idêntica proteção constitucional – art.17º e
18º,CRP
o Traduz a possibilidade de exercer uma atividade económica privada
através da liberdade da criação de empresas e da sua gestão
o Compreende:
Liberdade de investimento ou acesso
Consiste no direito da escolha da atividade económica
a desenvolver
Liberdade de organização
Consiste na liberdade de determinação do modo como
a atividade vai ser desenvolvida
Liberdade de contratação
Consiste na liberdade de estabelecer relações jurídicas
e de fixar, por acordo, o seu conteúdo
Esta liberdade de iniciativa privada não é reconhecida pela CRP em termos
absolutos tendo restrições que se justificam pela necessidade de proteção do
interesse público ou de terceiros.
o Possibilidade de se estabelecer reserva a favor do setor público:
art.86º,nº3
o Disciplina do investimento estrangeiro – art.87º
o A lei configura os tipos de sociedades comerciais
Só podem existir as previstas na Lei
o Proibição de monopólios privados
o Restrições impostas pela CRP, relativamente á proteção dos
trabalhadores
Art.53º CRP
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A iniciativa cooperativa
Noção e conteúdo
o A iniciativa privada abrange a possibilidade de criar cooperativas, a liberdade
de as gerir e a liberdade de contratação inerente a essa gestão- art.61º CRP
o Para o reconhecimento à iniciativa cooperativa, a CRP exige que sejam
observados os princípios cooperativos internacionalmente reconhecidos
Restrições
o As restrições à iniciativa privada são extensivas à cooperativa
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Direito Económico
A iniciativa autogestionária
Noção e conteúdo
o Trata-se do direito dos trabalhadores reivindicarem relativamente a bens ou
empresas do setor público, a possibilidade de serem os próprios trabalhadores
a responsabilizarem-se pela sua gestão – art.61º,nº5 CRP
Restrições
o Não tem sentido prático, pois não tem leis que concretizem este princípio
constitucional
A iniciativa pública
Noção e conteúdo
o Traduz-se na criação de empresas públicas em sentido amplo ou na
participação no capital de empresas privadas
Restrições
o Não se conhece qualquer restrição em matéria de acesso a qualquer setor ou
ramos de atividade económica, nem está sujeita ao princípio constitucional da
subsidiariedade
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Direito Económico
Direito ao ambiente
O direito ao ambiente constitui uma ação positiva por parte do Estado no sentido de
controlar e defender as ações poluidoras
Art. 66º Nº1 e 2 CRP
Constitui assim um dos limites ao livre exercício da atividade económica
São obrigações do Estado:
o Preservação dos espaços naturais
o Intervenção nos espaços degradados
o Ordenamento da implantação urbana e industrial e da exploração agrícola e
florestal
o Proibição de ações atentatórias ao ambiente por parte do Estado e de
terceiros
A CRP destaca o dever de defender, o qual também vincula os particulares
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Direito Económico
O setor público
Está regulado no DL 558/99 de 17 Dezembro
Estamos perante o Setor empresarial do Estado (SEE) constituído por:
o Empresas públicas propriamente ditas
o Empresas participadas (o Estado participa na gestão dessas empresas,
correspondendo um mínimo de 51%)
Compreende os institutos públicos, as empresas públicas, sociedades de capitais
públicos ou mistos
Estas últimas desde que maioritariamente controladas pelo Estado, tendo este a
maioria dos órgãos de gestão
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Direito Económico
Competências genéricas
Abrange a efetivação dos direitos fundamentais – art.81º h) l) e) CRP
Constituem fundamentalmente direitos a ações positivas por parte do Estado
Promove a orientação e controle da atividade económica – art.81º c) d) g) j)CRP
Promoção da solidariedade (redistribuição dos rendimentos, melhoria da qualidade de
vida de todos os cidadãos, sobretudo os mais desfavorecidos) – art.81º a) b) d)CRP
Defesa da concorrência
Neste caso o Estado deve proceder ao controlo dos monopólios privados e tem a
obrigação de proteger as PMEs
Deve assegurar uma política de diversificação de mercado do ponto de vista dos
sujeitos que nela atuam
Art.81º f) CRP
Planeamento
É uma das formas de orientação do mercado e tem como objetivo promover o
desenvolvimento económico e social
Dar orientações das atividades económicas pelo poder político permite a
democratização do sistema económico
Art.90º a 92º CRP
Políticas monetárias
Importa referir que para que o sistema financeiro possa funcionar é necessário a
definição do sistema monetário
Competência reservada à AR nos termos do art.165º nº1 o)
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Direito Económico
Políticas financeiras
Importa referir o art.101º e ss CRP abrangendo esta norma as instituições monetárias
e financeiras, nomeadamente o sistema bancário, instituições de crédito e sociedades
financeiras
Justifica-se a sujeição destas entidades a um regime específico de controlo estadual e
de regulação pública precisamente pela relevância social e económica dos fins que
estas entidades prosseguem
Políticas creditícias
Menor atenção dispensada pela CRP
Limita-se a consagrar a necessidade de autorização parlamentar sobre a forma de Lei –
art.161º h) e 166º,nº3 para que o Governo realize operações passivas ou ativas de
crédito
A proteção do ambiente
A CRP consagra o direito do ambiente (art.66º)
Importa que sejam tomadas medidas para que o direito seja eficazmente realizado
A defesa da natureza do ambiente, a preservação dos recursos e do ordenamento do
território é tarefa do Estado – art.9º e)
Destaque-se o caráter transversal deste campo de regulação pública que se manifesta
no princípio de integração de objetivos ambientais nas várias políticas de âmbito
setorial.
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Direito Económico
A Assembleia da República
Existem limitações ao Governo, pelas competências reservada s à AR
Art.147º e ss, CRP
o Objetivos económicos
Desenvolvimento harmonioso, equilibrado e sustentável das
atividades económicas
Crescimento sustentável não inflacionista
Alto grau de competitividade e de convergência dos comportamentos
da economia
Princípios
Jurídico – políticos
o Princípio da competência da atribuição
o Princípio da solidariedade
o Princípio da não discriminação
o Princípio da proporcionalidade
Jurídico- económicos
o Unidade de mercado
o Liberdade de circulação
o Concorrência
Pós Tratado de Maastricht
o Princípios de uma economia de mercado aberto e de livre concorrência –
art.119º,nº1 e 127º,nº1 TFUE
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Direito Económico
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Direito Económico
Causa de flexibilidade
Se uma ação for considerada necessária para atingir um dos objetivos definidos nos
Tratados mas não ficar previsto poderes para tal, o Conselho deliberando por
unanimidade e sob proposta da Comissão e após aprovação do PE, adotará as
disposições adequadas – art.352º TFUE
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Fins da pessoa coletiva
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Referente ao órgão
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Direito Económico
Notas jurisprudenciais do TJ
o Encargos e medidas de efeitos equivalentes
Qualquer direito, quaisquer que sejam a sua designação ou a sua
técnica que incidindo sobre o produto importado, com exclusão do
produto nacional similar, tem, ao alterar o seu preço sobre a livre
circulação de mercadorias, a mesma incidência restritiva de um direito
aduaneiro
o Medida de efeito equivalente a uma restrição quantitativa
Qualquer regulamentação comercial dos EM suscetível de entravar,
direta ou indiretamente, atual ou potencialmente, o comércio
comunitário
“truques” comerciais que podem causar entrave à circulação
de mercadorias estrangeiras nos EM
Nota final:
o Atualmente assistimos à efetivação de liberdade de circulação de mercadorias
no território da UE
o Esta liberdade tanto se aplica aos produtos originários dos EM como aos
produtos provenientes de países terceiros, após terem cumprido as
formalidades aduaneiras e pago os direitos exigíveis – art.28º a 32º TFUE
Trabalhadores assalariados
Tem como objetivo a constituição de um mercado unificado do trabalho assalariado e
funda-se na abolição de quaisquer discriminações entre os trabalhadores* dos EM, no
que respeita ao emprego, à remuneração e demais condições de trabalho – art.45º a
48º TFUE
o *Todo aquele que mediante um contrato de trabalho ou de um contrato de
qualquer outro tipo se encontra na dependência de um empregador,
exercendo a sua atividade remunerada, por conta alheia, sendo indiferente
que a exerça a tempo parcial ou que aufira outros rendimentos de trabalho –
noção de trabalhador, dada pelo TJ
Esta liberdade de circulação do trabalhador assalariado:
o Não se aplica aos empregos na AP (art.45º,nº4 TFUE)
o Inclui o direito de residência – art.45º,nº3 c)e d)
o Inclui o direito de responder a ofertas de trabalho
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Direito Económico
Liberdade de estabelecimento
Diz respeito:
o Ao acesso às atividades não assalariadas e ao seu exercício
Profissionais liberais, comerciantes, artesãos
o À constituição e gestão de empresas e sociedades nas condições definidas pela
legislação do país de estabelecimento para os seus próprios nacionais
Art.49º e ss TFUE
A noção de sociedade está prevista no art.54º TFUE (2º parágrafo)
o Por sociedade entende-se as sociedades de direito civil ou comercial, incluindo
as sociedades cooperativas, e as outras pessoas coletivas de direito ´publico ou
privado, com exceção das que não prossigam fins lucrativos
A liberdade de estabelecimento exige igualdade de tratamento, isto é, a proibição da
discriminação fundada na nacionalidade.
Embora os EM possam estabelecer limitações à liberdade de estabelecimento, não o
podem fazer discriminando entre nacionais e membros de outros países da EU
o Art.18º e 49º,nº1 TFUE
Liberdade de concorrência
Art.101º e ss TFUE – é uma verdadeira política da UE
É uma consequência das liberdades económicas referidas previamente
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Direito Económico
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Direito Económico
06-11-2012
A administração económica
A administração económica portuguesa
Administração em sentido orgânico
Para levar a cabo a atividade de satisfação das necessidades públicas o Estado precisa
de se organizar em diversas instituições e órgãos
Os mesmos são indispensáveis para a tomada de decisões e gestão de recursos
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Direito Económico
Administração indireta
Constituída por um conjunto de entidades públicas que desenvolvem, com
personalidade jurídica própria e autonomia administrativa e financeira, uma atividade
administrativa destinada à realização de fins do Estado
A doutrina divide em :
o Serviços personalizados
Institutos públicos
Entidades administrativas independentes
o Estabelecimentos públicos
Complexos organizados de elementos pessoais e patrimoniais
fornecedores de prestações individualizadas ao público
o Fundos personalizados
As fundações: acervos patrimoniais especificamente afetados a
determinada atividade
o Entidades públicas empresariais
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Direito Económico
Os órgãos consultivos
Os órgãos consultivos da AP, são os chamados Conselhos ou Comissões
Estes variam em função das suas competências, dos seus poderes e da sua composição
Caraterísticas
Tem uma composição mista
o Inclui representantes da administração e especialistas ou peritos escolhidos
pela reconhecida competência e idoneidade
Exercem funções de aconselhamento
Cada órgão consultivo tem uma importância e influência variável
Funcionamento
O funcionamento destes órgãos depende diretamente dos objetivos da sua criação,
logo tanto podem funcionar por um período limitado no tempo como terem carater
permanente
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Base legal
Art.267º,nº4 CRP e Lei 6/2008
Por desempenharem funções de regulação profissional e económica são
frequentemente designadas por administração corporativa
Caraterísticas
São associações de pessoas singulares ou coletivos dotados de um estatuto de direito
público
O Estado confere-lhes poderes de autoridade para exercer funções de administração
económica circunscrita à categoria profissional ou atividade que representam
o Tem poderes para editar regulamentos, fixar taxas, exercer poderes
disciplinares sobre os seus membros
Estas Associações definem as condições para o exercício da profissão e fiscalizam o seu
cumprimento
Através destas associações, o acesso á profissão é realizado por inscrição obrigatória
o Ordem dos advogados, câmara dos solicitadores, etc.
Órgãos
O órgão da AEUE é por excelência a Comissão
Comissão
A nível de estrutura interna é constituída por:
o Direções gerais e setoriais
Ex: direção geral da agricultura e desenvolvimento
o Serviços
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Direito Económico
O Estado empresário
Nota histórica sobre a atividade empresarial do Estado
Na época liberal
Nesta época na Europa, constataram-se intervenções diretas do Estado, na produção
de bens e serviços restringindo-se essas intervenções:
o Infraestruturas de interesse geral
o Correios e comunicações
o Transportes ferroviários
o Imprensas nacionais
o Tabaco e fósforos
Houve outros serviços que foram assumidos pela Administração Municipal
o Serviços de interesse público como a água, o gás e a eletricidade
Assim podemos dizer à luz da doutrina liberal que a atividade económica do estado era
entendida como excecional e a sua intervenção justificada pela existência de falhas de
mercado:
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Direito Económico
Empresa pública
A EP foi entendida pela doutrina portuguesa até meados dos anos 70 como uma
categoria de serviço público personalizado
A EP era uma espécie de género IP
Só após as nacionalizações na sequência de revolução de 74 é que foi instituído em
Portugal o SEE
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Direito Económico
Nacionalizações e privatizações
Nacionalizações
Juridicamente é uma espécie de expropriação
É a transferência forçada por um ato de autoridade de uma unidade económica
privada para a propriedade pública
A expropriação:
o A expropriação consiste na desapropriação de qualquer bem imóvel privado
em benefício de uma entidade pública ou privada, motivada por razões de
interesse público
o A expropriação afeta o direito de propriedade privada e pode ser feita a favor
do Estado, de entidades públicas territoriais ou não (municípios ou
Universidades), ou até de entidades privadas (empresas privadas
concessionárias de serviços públicos)
o A expropriação implica sempre o pagamento de uma justa indemnização
o É uma restrição da propriedade em geral – art.62º CRP
o A justa indemnização está prevista no art.62º CRP
A nacionalização:
o Afeta simultaneamente o direito de propriedade privada e o direito de
iniciativa privada
o A nacionalização até á revisão de 82 não obrigava a pagamento de
indemnização
o Atualmente não obriga a indemnização correspondente ao valor integral dos
bens
o É um ato político sob a forma legislativa
o É uma faculdade constitucional sujeita a alguns limites:
Limites materiais
Não pode ser arbitrária, tem é que ser justificada por interesse coletivo – art.80º d)
CRP
Não pode atingir tal extensão que ponha em causa a existência de outros setores de
propriedade e de iniciativa constitucionalmente previstos – art.80º c) e 82ºCRP
Limites especiais
O redimensionamento do minifúndio far-se-á sem prejuízo do direito de propriedade
privada, o que parece excluir o recurso a medidas de nacionalização – art.95º CRP
É vedada a nacionalização daquelas empresas que sejam suporte e requisito essencial
de liberdades fundamentais
o Ex. Setores de comunicação social
14-11-2012
Lei 62 A /2008
Art.1º: finalidade das nacionalizações
o A nacionalização só pode ser feita com motivos excecionais e sempre na
salvaguarda de interesse público
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Direito Económico
Esta lei também é aplicável “ mutatis mutandis”, aos setor cooperativo e social
A nacionalização das sociedades pode abranger a totalidade do capital da sociedade
ou apenas parte dele, o que quer dizer que a situação da empresa nacionalizada, no
contexto dos setores de propriedade dos meios de produção, depende da extensão do
capital nacionalizado
Privatizações
A privatização em sentido lato é a técnica pela qual o Estado reduz ou modifica a sua
intervenção na economia em favor do setor privado
Os processos de privatização tendem a comprimir o Estado empresário
Este objetivo pode ser alcançado de várias formas:
o Alienação da propriedade dos meios de produção
o Cedência da gestão
o Abertura de setores anteriormente vedados à iniciativa privada
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Direito Económico
As privatizações em Portugal
Lei-quadro das privatizações: Lei 11/90 de 5 de Abril republicada pela Lei 50/2011 de
13 de Setembro
A privatização total das empresas públicas em Portugal só foi possível a partir desta Lei
e na sequência da Revisão Constitucional de 89 que instituiu o princípio da
admissibilidade das reprivatizações: art.1º da Lei 11/90
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Direito Económico
Esta lei não se aplica à reprivatização das terras expropriadas no âmbito da reforma
agrária. Fazemos notar que existe um limite constitucional às privatizações decorrente
do princípio da coexistência dos setores públicos, privado e cooperativo e social
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Direito Económico
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