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SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA DE PROJETOS

AGROINDUSTRIAIS DE PEQUENO PORTE: UM PROTÓTIPO DE


MODELO DE SIMULAÇÃO DINAMICA

O artigo foi elaborado por Wagner Luiz Lourenzani, doutorando em engenharia


de produção pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar/SP) com o objetivo de
apresentar um protótipo de modelo de simulador utilizando a metodologia de Dinâmica
de Sistemas como possível alternativa ou complemento à tradicional metodologia de
análises de projetos.

Introdução

Em busca do desenvolvimento socioeconômico rural, programas de incentivo à


implementação de empreendimentos agroindustriais de pequeno porte têm sido
formulados e executados. Entretanto, sua sustentabilidade econômica é bastante
desanimadora, visto que a taxa de mortalidade identificada tem sido bastante alta (Vieira,
1998).
As tradicionais análises de viabilidade utilizam-se de pressuposições
deterministas, expressando através de indicadores numéricos o valor do desempenho
econômico do projeto, simplificando, desta forma, uma possível análise mais
aprofundada. Sendo muitas vezes planejadas sob cenários otimistas, estas análises
frequentemente superestimam o desempenho do plano de negócio (Azevedo-Filho,
1995).
A metodologia de Dinâmica de Sistemas, através da simulação dinâmica por
computador, é a ferramenta que torna possível encontrar implicações dinâmicas para
sistemas não lineares (Richardson, 1991), permitindo processá-los e interpretá-los.

Metodologia

A metodologia de Dinâmica de Sistemas (Forrester, 1961) vem sendo utilizada no


entendimento no auxílio à tomada de decisão de problemas complexos, nas mais diversas
áreas do conhecimento (Powersim, 1996). Sua proposta está em conceber, modelar e
simular sistemas, caracterizados pela interdependência de seus componentes, pela
retroalimentação de informação (loops de feedback) e por defasagens de tempo entre
causa e feito (delays).
O software utilizado neste trabalho foi o POWERSIM 2.5c (1996 Powersim
Corporation). Esta ferramenta permitiu a construção e a simulação do modelo dinâmico,
considerando estoques, fluxos e relações circulares de feedback.
A parte empírica do trabalho baseou-se na análise dos perfis interativos
denominados SAAFI-Agro (Sistema de Apoio à Implantação e Avaliação Financeira de
Empreendimentos Agroindustriais), desenvolvidos na Universidade Federal de Viçosa
(Silva & Fernandes, 2000).

Resultados

Mesmo de maneira simplificada, o simulador construído ilustra o papel da


metodologia de Dinâmica de Sistemas em ajudar a compreender a problemática destes
empreendimentos, podendo até ser utilizado avaliação de projetos do setor. Embora tenha
se baseado em um perfil específico da área de produção de queijo, é possível, e de maneira
relativamente fácil, torná-lo um simulador genérico; e assim, utilizá-lo para avaliação de
qualquer empreendimento agroindustrial de pequeno porte. Este modelo assume,
portanto, um caráter exploratório.

Considerações finais do autor

Como protótipo, ele permite aperfeiçoamentos futuros de modo a satisfazer as


necessidades e interesses de analistas e tomadores de decisão. A validação e
implementação de um protótipo mais sofisticado, na forma de simulador ("management
flight simulador"), podem contribuir para a melhoria e elaboração de diretrizes para o
setor.
Considerações finais do grupo

Em busca do desenvolvimento socioeconômico rural, programas de incentivo à


implementação de empreendimentos agroindustriais de pequeno porte têm sido
formulados e executados, um exemplo é o Pronaf Agroindústria: financiamento a
agricultores e produtores rurais familiares, pessoas físicas e jurídicas, e a cooperativas
para investimento em beneficiamento, armazenagem, processamento e comercialização
agrícola, extrativista, artesanal e de produtos florestais; e para apoio à exploração de
turismo rural (BNDES, 2020).
Segundo Laurenzani (apud Vieira, 1998) “a sustentabilidade econômica é bastante
desanimadora, visto que a taxa de mortalidade identificada tem sido bastante alta” e
complementando a informação, números do Sebrae (2016) apontam que a taxa de
sobrevivência das empresas é de 77%, ou seja, a cada 100 empresas abertas no Brasil 23
fecham as portas antes de completarem 2 anos de início das atividades.
A implementação de sistemas como esse necessita de investimentos, prejuízo para
maioria das agroindústrias de pequeno e médio porte que estão descapitalizadas e há
também a necessidade de capacitação de pessoal para a concretização desse plano de
ação.

Referências
BNDES , 2020. Disponivel em:
<https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/financiamento/produto/pronaf>.
Acesso em: 15 Fevereiro 2020.
SEBRAE. DataSebrae, 2016. Disponivel em:
<https://datasebrae.com.br/sobrevivencia-das-empresas/>. Acesso em: 15 Fevereiro
2020.

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