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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE

CURSO - FACULDADE
UNINASSAU

UNINASSAU CARUARU
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

ELTON CHARLES MONTEIRO XAVIER


JOSÉ WILSON BEZERRA INÁCIO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM ESTRUTURA DE


CONCRETO PRÉ- MOLDADO

CARUARU
2020

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE
CURSO - FACULDADE
UNINASSAU

UNINASSAU CARUARU
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

ELTON CHARLES MONTEIRO XAVIER

JOSÉ WILSON BEZERRA INÁCIO

MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM ESTRUTURA DE


CONCRETO PRÉ- MOLDADO

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como requisito
parcial para conclusão do curso
de Bacharel em Engenharia Civil da
Faculdade Uninassau Caruaru.

CARUARU
2020
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM ESTRUTURA DE


CONCRETO PRÉ- MOLDADO

ELTON CHARLES MONTEIRO XAVIER

JOSÉ WILSON BEZERRA INÁCIO

APROVADO EM: _____/ ______/2020

Professora – Dra. Eng. Paula Carneiro Viana

Orientador – Prof. Eng. Rafael Thomas Pimentel Tabosa

CARUARU
2020
Dedico

A nossa família, amigos e a nós, assim reconhecendo á todos os que nos apoiaram
nessa caminhada e também reconhecendo os nossos esforços durante essa luta
diária.
AGRADECIMENTOS

Agradecemos, primeiramente, à Deus, que nos protegeu durante todos esses


dias, em todas as viagens no translado a Caruaru, bem como nos deu forças,
paciência e sabedoria para conciliar nossos estudos e trabalho nessa caminhada.
Queremos agradecer e dedicar aos nossos familiares por sempre estarem ao
nosso lado.
Agradecemos aos nossos colegas de classe que dividiram conosco todas as
lutas e desejamos sucesso a todos.
Somos muito gratos também a todos os professores, em especial ao
professor, engenheiro mecânico Rafael Thomas Pimentel Tabosa, por ser tão
atencioso e ter grande paciência e dedicação, que abraçou nossa proposta, e com
dedicação e paciência nos acompanhou nesse tema, que aperfeiçoaremos na vida
profissional futuramente. Agradecemos também aos coordenadores e pessoas que
fazem parte da estrutura acadêmica da Universidade Mauricio de Nassau -
UNINASSAU, por nos transmitirem todo conhecimento e apoio até o momento.
”Seja um parâmetro de qualidade. Algumas pessoas não estão acostumadas a um
ambiente onde a excelência é esperada.”
(Steve Jobs)
RESUMO: Neste estudo foi pesquisado as principais manifestações patológicas
gerados durante execução de estruturas de concreto pré-moldado no cenário da
construção civil, estudada em comparativo a outras metodologias e literatura, com o
intuito de discriminar os pontos onde tais manifestações impactam de forma
assertiva e deficiente a durabilidade da estrutura, com o intuito de obter informações
para conhecimento e prevenção de tais manifestações, evitando agravamento e
surgimento de novas patologias. Para a obtenção dos resultados, trabalhou-se na
revisão bibliográfica disponível sobre o tema abordado, sendo possível a verificação
dos tipos de manifestações patológicas, sua origem e causa, assim como, os
procedimentos de reparo a serem realizados em cada situação, para atender a
expectativa de vida útil de determinado elemento. Sendo apresentado pontos
positivos, como também vantagens e desvantagens na utilização desse sistema
construtivo, por fim, apresentando de forma global a viabilidade no uso do concreto
pré-moldado.

Palavras-chave: Concreto pré-moldado, Patologias, Procedimento de reparos.


ABSTRACT: In this study, the main pathological manifestations generated during the
execution of precast concrete structures in the civil constructions scenario were
investigated, studied of comparison to other methodologies and literature in order to
discriminate the point where such manifestations impact in an assertive and deficient
way the structure durability, in order to obtain information for knowledge and
prevention of such manifestations. In order to obtain the results, we worked on the
bibliographic review available on the subject, being possible to verify the types of
pathological manifestations, their origin and cause, as well as the repair procedures
to be performed in each situation, to meet the life expectancy of a certain element.
Being presented positive points, as well as advantages and disadvantages in the use
of this constructive system, finally, presenting in a global way the viability in the use
of pre-cast concrete.

Keywords: Pre-cast Concrete, Pathologies, Repair procedure.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Fissuras e Trincas........................................................................................18


LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Vantagem e Desvantagem do Concreto Pré-moldado..............................24


Quadro 2: Vantagem e Desvantagem do Concreto Pré-moldado in loco..................24
LISTA DE ABREVIATURAS

NBR – Normas Técnicas Brasileiras


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 12

2. OBJETIVOS.................................................................................................................. 13

2.1 Objetivo Geral.........................................................................................................13

2.2 Objetivos Específicos..............................................................................................13

2.3 Estrutura do trabalho..............................................................................................14

3. DESENVOLVIMENTO..................................................................................................14

3.1 Revisão Bibliográfica..............................................................................................14

3.1.1 Definição de Concreto Pré-moldado e Pré-fabricado...........................................14

2. MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS.............................................................................16

2.1 Manifestações Patológicas em Estruturas de Concreto pré-moldado.........................16

2.1.1 Fissuras e Trincas...........................................................................................17

2.1.2 Manchas ou Bolor............................................................................................18

2.1.3 Bolhas de Superfície........................................................................................19

2.1.4 Falha de Concretagem....................................................................................20

2.1.5 Quebras de Peças...........................................................................................21

2.1.6 Corrosão da Armadura....................................................................................21

3. VANTAGENS E DESVANTAGENS DO CONCRETO PRÉ-MOLDADO........................23

4. PROCEDIMENTOS DE REPARO EM ESTRUTURAS PRÉ-MOLDADAS....................25

4.1 Fissuras e Trincas...........................................................................................26

4.2 Manchas ou Bolor...........................................................................................27

4.3 Bolhas de Superfície.......................................................................................27

4.4 Falhas de Concretagem..................................................................................28


4.5 Quebra de Peças............................................................................................29

4.6 Corrosão da Armadura....................................................................................29

5. CONCLUSÃO............................................................................................................... 31

REFERÊNCIAS............................................................................................................. 32
12

1. INTRODUÇÃO

A demanda de obras sustentáveis no mercado de construção civil vem cada


vez mais exigindo métodos alternativos que possibilitem uma construção
segura, econômica e executável. Para tal, a pré-moldagem ou pré-fabricação do
concreto entram como possíveis soluções, conquistando um espaço cada vez maior
no quesito, prazo e redução de custos. A aplicação do concreto pré-moldado, traz
vários benefícios, sendo um material versátil e que possuem diversas formas de
viabilidade no seu uso e vantagens. Por exemplo, o reuso de suas fôrmas, trazendo
economia e sustentabilidade, rapidez na execução, redução do desperdício de
material, assim como, maior facilidade no controle de qualidade no canteiro de obra.
Segundo Pederiva (2009), ‘’a racionalização obtida com o uso do pré-moldado
permite que os materiais disponíveis para a execução do empreendimento sejam
bem mais aproveitados sem a necessidade de demandar profundas alterações
tecnológicas’’. De acordo com El Debs (2000), uma das maneiras encontradas
para minimizar o atraso é ‘’a utilização de algumas novas técnicas, a pré-fabricação
do concreto. O emprego recebe a indicação de concreto pré-moldado e as estruturas
formadas por elementos pré-fabricados recebem a denominação de estrutura em
concreto pré-fabricado’’. No entanto, a construção modular dentro da construção civil
tem possibilitado maior rapidez no processo de construção, montagem e finalização
da obra, surgindo devido a uma busca por aumentar a eficiência na construção,
contando com várias facilidades que sua utilização permite.
Contudo, ao longo do tempo, assim como qualquer edificação, as
manifestações patológicas surgem, podendo ser decorrentes do suporte das cargas
a que vem sendo submetida, correlacionado a diferentes tipos de fatores que
contribuem para degradação da construção, como exemplo, variações de
temperatura, erosão, vibrações ou até falhas humanas, como, erros em projetos,
falhas de execução e uso de materiais inadequados, possibilitando que essas
patologias apareçam na construção. Tornando-se necessário a adoção de
mecanismos de correção, analisando os possíveis danos para que os métodos a
serem utilizados sejam eficazes.
Dessa forma, inspecionar, avaliar e diagnosticar as patologias em concreto
pré-moldado, seja em estruturas de pequeno ou grande porte, é uma tarefa
minuciosa que deve ser realizada periodicamente, estabelecendo quais
13

manifestações podem surgir na aplicação desse sistema, de modo que os resultados


e as ações de manutenção possam cumprir de forma eficiente a viabilidade da
edificação.

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

O objetivo geral desse estudo foi avaliar a percepção dos estudantes e


profissionais da construção civil na identificação das principais manifestações
patológicas, durante o processo de execução e sua aplicação, dos elementos de
concreto pré-moldado ou pré-fabricado, analisando as possíveis origens e causas,
no decorrer da sua utilização, sendo uma forma viável de prevenção. Identificando
as patologias encontradas, permitindo o entendimento das relações de causa e o
efeito que possa caracterizar as manifestações. No decorrer do trabalho, identificou-
se que as principais manifestações patológicas estão ligadas a projetos deficientes,
falhas na execução e o uso de materiais inadequados, resultando em inúmeros
problemas que comprometem a vida útil e o desempenho da estrutura.

2.2 Objetivos Específicos

Para atender a este objetivo geral, tem-se os seguintes objetivos específicos:


 Analisar e identificar na literatura disponível as principais patologias que
se desenvolvem ao longo da vida útil dos elementos pré-moldados, origem
e causa.
 Avaliar como o conhecimento e entendimento desses fatores podem
auxiliar na identificação de eventuais patologias encontradas na utilização
desse sistema construtivo. Dispondo de maneiras adequadas de métodos
e procedimentos a serem empregadas na correção das respectivas
manifestações.
14

2.3 Estrutura do trabalho

Esse trabalho conta com todas as informações relacionadas a temática dessa


revisão bibliográfica, pesquisadas em literatura que se encontram nesse tópico. E,
divide-se em três tópicos: Concreto pré-moldado e pré-fabricado, Manifestações
patológicas e sua origem, causas e procedimentos de recuperação, Vantagens e
desvantagens do concreto pré-moldado.

3. DESENVOLVIMENTO

3.1 Revisão Bibliográfica

3.1.1 Definição de Concreto Pré-moldado e Pré-fabricado

Pré-moldado ou pré-fabricado, são dois termos que se diferenciam e


ambos não são moldados in loco. Apesar de suas semelhanças na
nomenclatura mencionadas em norma técnica, a NBR 9062/2001 - (Projeto e
execução de estruturas em concreto pré-moldado), traz um contexto para
cada termo e suas respectivas diferenças.
O concreto pré-moldado, segundo a definição, são peças produzidas
em menor controle de qualidade, com menos rigor, devendo contar com
inspeções individuais ou por lotes, sem a necessidade de supervisão de uma
segunda pessoa. A NBR 9062/2001, nas definições no item 3.5, define de
forma mais abrangente o conceito de elemento pré-moldado, da seguinte
forma: ‘’elemento que é executado de fora do local de utilização definitiva na
estrutura, com controle de qualidade, conforme 12.3’’. No item 12
encontrada na mesma norma, que faz referência ao controle de qualidade e
inspeção, sendo definido da seguinte maneira:

12.3 Os elementos produzidos em condições menos


rigorosas de controle de qualidade e classificados como
pré-moldados, devem ser inspecionados individualmente ou
por lotes, através de inspetores do próprio consultor, da
fiscalização do proprietário ou de organizações
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especializadas, dispensando- se a existência de laboratório


e demais instalações congêneres próprias.

Para Brumatti (2008), ‘’este tipo de sistema é propenso a ter menor


capacidade de produção e, consequentemente, baixa produtividade. Porém,
não há necessidade de transporte para longas distâncias, facilitando o
deslocamento da peça até sua posição na edificação’’.
Já para a produção do concreto pré-fabricado, deve conter algumas
observações, como o uso de matéria prima qualificada, realização de ensaios
dos componentes da mistura, aço, cimento, agregados e análise da água de
adensamento. Considerando toda a estrutura necessária para o laboratório,
com o controle e inspeção exigidos das etapas de produção, devendo ser
mantida pelo fabricante, assegurando assim, conformidade do produto no
mercado, conforme valores de ensaios apresentados. Permitindo maior
qualidade na produção das peças. Podendo ser analisada e verificada em
norma, nas definições encontradas no item 3.6, da seguinte forma: ‘’elemento
pré-moldado, executado industrialmente, mesmo em instalações temporárias
em canteiros de obra, sob condições rigorosas de controle
de qualidade, conforme 12.2’’. No item 12.2, sendo definido como:

12.2 Os elementos produzidos em usina ou instalações


analogamente adequadas aos recursos para produção e que
disponham de pessoal, organização de laboratório e
demais instalações permanentes para o controle de
qualidade, devidamente inspecionada pela fiscalização do
proprietário, recebem a classificação de pré-
fabricados, desde que sejam atendidos os requisitos de 12.2.1 a
12.2.3.

Segundo Magalhães (2013), ‘’os elementos pré-fabricados de


concreto, são preparados, moldados, e curados nas fábricas, sendo
produzidos integralmente em fábrica, e posteriormente transportado e
montados em obra’’. Nesse contexto, o concreto pré-
moldado e o pré-fabricado, pelas orientações da NBR 9062/2001, diferem-se
entre suas estruturas segundo processo do controle de qualidade. Conforme
os itens acima mencionados, os pré-moldados não exigem um controle de
qualidade tão rigoroso, dispensando tais exigências. Enquanto, os pré-
fabricados são produzidos sob rigorosas condições de qualidade, dispondo de
16

laboratórios e pessoas qualificadas, tendo um rigor técnico, como, registro de


data, tipo de concreto, aço e assinatura do responsável.
17

2. MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS

Patologia é definida como, a ciência que estuda a origem, os sintomas e a


natureza das doenças. No caso da construção civil e em estruturas de concreto, a
patologia significa o estudo das anomalias relacionadas à deterioração do concreto
na estrutura. As manifestações patológicas não possuem uma só causa, e sim uma
participação de diversas causas. Segundo Cánovas (1988), definiu a patologia como
‘’a parte da engenharia que estuda os mecanismos, os sintomas, as causas e as
origens dos defeitos das obras’’.
Para Heleno e Pereira (2007), ‘’os problemas comuns de maior efeito no
concreto, são as eflorescências, as fissuras, as flechas excessivas, a corrosão da
armadura, as manchas no concreto aparente, os defeitos de aterro e compactação
do solo e problemas devido a segregação do concreto’’.
É comum deparar-se diariamente com a estrutura de uma edificação, que
traga consigo um erro de construção ou de projeto, e que não ocasione danos de
grande relevância. Tendo a possibilidade de algumas vezes, um determinado tipo de
estrutura apresentar grande comprometimento, como consequências de inúmeros
erros desprezados ou sendo realizados intervenções de forma incorreta ao longo do
tempo.

É importante frisar que uma estrutura que apresenta


pequenos erros de construção, que não acarretam grandes
danos logo após sua ocupação, poderá provavelmente
apresentar problemas durante sua vida útil, em
consequência de modificações que a edificação venha a
sofrer’’. (Garcia e Libório,1998).

2.1 Manifestações Patológicas em Estruturas de Concreto pré-moldado


18

As manifestações patológicas em edificações são problemas que


comprometem a vida útil da construção. Na construção civil, atribui-se patologia ao
estudo de danos ocorridos nas edificações. Para as estruturas pré-moldadas ou pré-
fabricadas esses danos podem se manifestar de diferentes formas, como trincas,
fissuras, rachaduras, manchas, adensamento inadequado, quebras, bolhas
superficiais, entre outros.
Ainda segundo Souza e Ripper (1998), ‘’as prováveis causas das patologias
que podem ocorrer durante a etapa de estudo da edificação, originadas de um mal
estudo preliminar, enquanto que as falhas geradas na realização do projeto final
geralmente são as responsáveis pela implantação de problemas patológicos sérios e
podem ser por diversos fatores’’.

3.1.1 Fissuras e Trincas

Segundo Thomaz (1989), ‘’apontou que as fissuras são tipos de


manifestações patológicas que podem servir de alerta sobre danos mais
preocupantes na edificação, vindo a modificar o desempenho das estruturas
e, em alguns casos, a trazer constrangimento aos usuários’’.
As fissuras podem ser
consideradas como manifestações patológicas características das estruturas
de concreto ou sempre que a deformação a tração a que o concreto está
submetido excede sua própria resistência. A caracterização das fissuras
como irregularidade estrutural dependem da origem, intensidade e tamanho.
Sendo classificadas as fissuras de duas formas, como ativas ou passivas,
onde a primeira possui variações na espessura de acordo com os
movimentos higrotérmicos (movimentações causadas pelas ações da
umidade e temperatura); e a segunda possui abertura constante.
De forma geral, o termo fissura se assemelha ao termo trinca ou
rachadura. Podendo ser classificadas com nomes diferentes, conforme sua
espessura. Segundo os termos da norma técnica NBR 9575/2003, apresenta
as seguintes definições de acordo com a espessura;

3.46 Fissura: Abertura ocasionada por ruptura de um


19

material ou componente, inferior ou igual a 0,5 mm


3.62 Microfissura: Abertura ocasionada por ruptura de um
material ou componente com espessura inferior a 0,05 mm.
3.75 Trinca: Abertura ocasionada por ruptura de um
material ou componente superior a 0,05 mm e inferior a 1 mm.

Figura 1: Fissuras e Trincas

Fonte: block.com.br (2020)

3.1.2 Manchas ou Bolor

O termo mancha ou bolor é entendido como colonização de fungos


sobre vários tipos de substratos. De acordo com Allucci (1988), o termo
emboloramento constitui em uma ‘’alteração observável macroscopicamente
na superfície de diferentes materiais, sendo uma consequência do
desenvolvimento de microrganismos pertencentes ao grupo dos fungos’’. A
proliferação desses fungos causa para obra um mal aspecto visual, formando-
se manchas indesejáveis em tons escuros, variando nas tonalidades preta,
marrom e verde, podendo ser também manchas claras ou amareladas.
Segundo Resende (2001), para a prevenção do bolor ‘’é recomendado
que cuidados sejam tomados desde a fase de projeto, como por exemplo:
20

disposição adequada dos espaços internos, projetar janelas e vãos que


favoreçam a ventilação, proteção interna e externa das estruturas que estão
sujeitas a infiltração de água’’. Outro recurso de prevenção é a
impermeabilização, definido segundo a norma NBR 9575 (2003), que visa
garantir a estanqueidade da estrutura, preservando os elementos e
componentes da edificação contra agentes agressivos.

A impermeabilização é uma técnica utilizada com o objetivo de selar,


vedar os materiais porosos e conter suas possíveis falhas. A ocorrência das
manchas pode estar associada à limpeza das formas, ao método de
aplicação do desmoldaste e também a mistura do concreto.
Dessa forma, tais poros podem apresentar sua origem por questões
de projetos e execução, quanto pela disposição relacionados aos esforços
estruturais causados na sua utilização, além da mecânica dos materiais que
entram em contato entre si.

3.1.3 Bolhas de Superfície

Normalmente, as estruturas de concreto apresentam bolhas em sua


superfície, oriundas de diversos fatores. Expressamente, tais patologias são
mais perceptíveis em peças pré-moldadas, que ficam expostas
constantemente, prejudicando inclusive a estética da estrutura.
Para Fortes et.al. (2004), ‘’o aparecimento das bolhas no concreto pré-
fabricado é consequência do tipo de desmoldante utilizado nas fôrmas’’. No
entanto, segundo Rodrigues (1995), onde ‘’atribui esta patologia ao excesso
de água na produção do concreto’’.
De acordo com Moreira (2009), ‘’ a utilização de óleos e graxas
residuais para a desmoldagem do concreto leva a retenção de água
superficial, dando origem a bolhas e vazios depois do concreto endurecido,
ou seja, eles permitem a adesão das bolhas ao desmoldante’’. Ainda segundo
Moreira (2009), ‘’as bolhas são caminho para a penetração da umidade, água
e gases para o interior do concreto até a armadura, compromentendo a
estrutura com o tempo’’. O surgimento dessa patologia pode estar
21

correlacionado ao tipo de desmoldante empregado nas formas e também à


vibração inadequada. Todavia, segundo a literatura esse tipo de desmoldante
pode propiciar o surgimento de bolhas de superfície.
Nesse caso, a utilização de medidas mitigadoras
que podem contribuir para o não surgimento dessa patologia, como: não
utilizar desmoldantes a base de óleos minerais, concretar as peças com
concreto auto-adensável (CAA), não vibrar excessivamente o concreto nas
proximidades das faces, utilizar vibradores compatíveis com as dimensões
das peças a serem concretadas.
Segundo a NBR 14931/2004, estabelece os seguintes procedimentos
essenciais para um adensamento correto:

 Preferencialmente aplicar o vibrador na posição vertical;


 Vibrar o maior número possível de pontos ao longo do elemento
estrutural;
 Retirar o vibrador lentamente, mantendo-o sempre ligado, a fim de
que a cavidade formada pela agulha se feche novamente;
 Não permitir que o vibrador entre em contato com a parede da fôrma,
para evitar o aparecimento de bolhas de ar na superfície da peça,
mas promover um adensamento uniforme e adequado de toda a
massa de concreto, observando os cantos e arestas, de
maneira que não se formem vazios;
 Mudar o vibrador de posição quando a superfície lhe apresentar
brilhante.

3.1.4 Falha de Concretagem

Além de um problema estético, os vazios ou nichos de concretagem,


conhecidos popularmente por bicheiras, pode afetar grandemente a
durabilidade e resistência das estruturas de concreto, que por ocasião dessas
falhas poderão sofrer deformações ou até mesmo provocando colapso na
estrutura. Para Figuerola (2006), ‘’as principais causas dos problemas são as
falhas no processo de concretagem da estrutura, por exemplo, no lançamento
ou no adensamento do concreto’’. Algumas situações, no entanto, a patologia
22

pode ter sua causa no detalhamento da armadura.


Nesse caso, a quantidade de ferragens acaba retendo a brita e deixa
passar apenas o concreto, formando a bicheira na parte superior do elemento
estrutural. Tal patologia, também pode ser causado pela utilização de
agregados graúdos em locais onde o espaçamento da armadura é falho.
Ainda segundo Figuerola (2006), as principais causas dessa patologia
podem ser referentes a:

 Dosagem inadequada do concreto: concreto muito fluido, sem


coesão, com excesso de agregado graúdo.
 Lançamento de concreto em alturas superiores a 2m;
 Erro no detalhamento da armadura: alta concentração de barras;
 Vibração excessiva;
 Erro na especificação do tamanho máximo do agregado;
 Peças esbeltas, preenchidas com concreto de baixo slump;
 Fôrmas sem estanqueidade.

3.1.5 Quebras de Peças

Para Moreira (2009), ‘’as quebras estão relacionadas com a


desmoldagem inadequada. Isso pode ocorrer pela utilização de desmoldante
incompatível com a fôrma, quebrando alguns pontos localizados no concreto’’.
Nesse caso, o processo de reparo é feito com concreto, argamassa, massa
epóxi ou graute (argamassa de alta resistência).
Ainda segundo Moreira (2009), ‘’as quebras poderão ser originadas
pela desmoldagem prematura quando o concreto ainda não possui
resistência ao manuseio’’. Ao desmoldar as peças não respeitando as idades
mínimas, algumas se quebram, mesmo com um traço previamente estudado.
Assim sendo, os procedimentos para verificação adotados são: a quantidade
de água a ser utilizada, tipo de retardo de pega ocasionado pelo aditivo
superplastificante, temperatura ambiente no decorrer do procedimento de
preparação da massa e durante todo e processo. Quando as peças se
quebram por ocasião do manuseio, normalmente são condenadas e
inutilizadas.
23

3.1.6 Corrosão da Armadura

Esse tipo de manifestação patológica, geralmente ocorre em ‘’peças de


concreto aparente, pois a ação da corrosão acontece devido a interação destrutiva
do material com o ambiente através do processo químico e eletroquímico,
ocasionado pela oxidação da armadura e, consequentemente, a ação da corrosão’’
(MELO,2011).
O concreto armado, apresenta características mecânicas muito extensas,
demostra possuir uma durabilidade adequada na maioria da utilização a que se
destina. Esta durabilidade referente das estruturas de concreto armado ‘’ é o
resultado natural, que o concreto acaba exercendo sobre o aço: uma parte o
cobrimento do concreto, por outra, a alcalinidade elevada que o concreto desenvolve
sobre o aço uma camada passiva que o mantém inalterado por um tempo
indefinido’’, conforme Andrade Pedrix (1992).
Ainda segundo Melo (2011), ‘’outro fator que pode ocasionar a corrosão, é o
cobrimento insuficiente, onde a armadura fica mais próxima das faces da peça e
através de poros formados, facilita a entrada de agentes agressivos’’.
Sendo assim, a rede de poros forma uma quantidade desordenada de canais
e capilares, nem sempre comunicados entre si, permitindo que o concreto apresente
adequada permeabilidade aos líquidos e aos gases. Nesse caso, ainda que o
cobrimento das armaduras seja apenas uma barreira física, esta é permeável em
certa medida e permite o acesso dos elementos agressivos percorra até o aço.
Para Minuzzi (2007), ‘’na estratégia de projeto devem-se considerar medidas
que preservem e protejam a estrutura contra a deterioração prematura’’, sendo elas:

 Escolha apropriada da forma estrutural dos elementos;


 Determinação da composição do concreto;
 Definição da qualidade do concreto e da espessura de
cobrimento;
 Detalhamento adequado das armaduras;
 Limitação da abertura nominal das fissuras;
 Medidas especiais para ambientes agressivos;
 Procedimentos de inspeção e manutenção durante o uso da
24

estrutura;
 Consideração de aspectos relativos à execução.

Dessa forma, tais fatores podem reduzir ou inibir o surgimento de corrosão


nas armaduras sendo, portanto, processos indispensáveis no que se refere na
qualidade das peças de concreto armado.

4. VANTAGENS E DESVANTAGENS DO CONCRETO PRÉ-MOLDADO

A realidade de uma obra com longos prazos para entrega e com canteiros
repletos de materiais, não é mais uma constante na maioria dos projetos. Isso
porque, forte demanda por peças pré-moldadas tem ganhado destaque, com isso, o
processo construtivo não ganha apenas em agilidade, mas na racionalização dos
materiais, durabilidade, controle maior na qualidade das peças, com peças mais
esbeltas, por outro lado, um maior lucro, menor desperdício de recursos e muito
mais sustentáveis.
Os projetos que utilizam esses tipos de montagem são capazes de eliminar diversos
serviços usados em construções convencionais, como por exemplo: concretagem,
instalações elétricas e hidráulicas, alvenaria e armação. A antecipação desses
serviços acaba influenciando na redução de compras de diversos insumos.
De acordo com Cinchinelli (2015), observa como ‘’ponto positivo as obras em
pré-moldado, por apresentar maior rapidez na execução eliminando os
escoramentos das fôrmas das estruturas, diminuição de resíduos, além de
racionalização no uso de recursos, o principal benefício dessa opção construtiva’’.
A limpeza é um dos pontos extremamente vantajosos considerados com este
tipo de material. Os produtos de construção civil deixam muitos resíduos e geram
um enorme transtorno no momento da limpeza. Isso torna a mudança pós obra
rápida. Evitar o desperdício também é um dos diferenciais de comprar muros pré-
moldados. Diminui o tempo de serviço, o desperdício economiza cerca de 25% da
25

duração de uma obra.


Como principais desvantagens da fabricação de pré-moldados de
concreto, têm-se a colocação das peças nos locais definitivos e a
necessidade de prover a ligação entre os vários elementos que compõem a
estrutura, conforme os quadros 1 e 2.

Quadro 1: Vantagem e Desvantagem do Concreto Pré-moldado

CONCRETO PRÉ-MOLDADO
VANTAGENS DESVANTAGENS
ALTA QUALIDADE PESOS E DIMENSÕES LIMITADOS
PRECISÃO DIMENSIONAL LOGÍSTICA DE TRANSPORTE
PRODUÇÃO INDEPENDENTE DO TEMPO DESPESAS COM TRANSPORTES ESPECIFICOS
CURTO TEMPO DE MONTAGEM SOLUÇÕES UNIFORMIZADAS

Fonte: Adaptada de (Bodensee Wasserversogung, 2012).

Quadro 2: Vantagem e Desvantagem do Concreto Pré-moldado in loco

CONCRETO PRÉ-MOLDADO IN LOCO


VANTAGENS DESVANTAGENS

FÔRMAS INDIVIDUAIS REDUÇÃO DA QUALIDADE E PRECISÃO NA PRODUÇÃO

COMPONENTES E ESTRUTURAS CONFORME ALTAS DESPESAS COM EQUIPAMENTOS NO CANTEIRO


EXIGIDO PELO RESPONSAVÉL DE OBRA

VASTA GAMA DE APLICAÇÃO PROBLEMAS NA QUALIDADE AO TEMPO DE EXPOSIÇÃO


26

Fonte: Adaptada de (Bodensee Wasserversogung, 2012).

5. PROCEDIMENTOS DE REPARO EM ESTRUTURAS PRÉ-MOLDADAS

Souza e Ripper (1998), apresentam em seu livro um conceito referente


a manutenção estrutural retirada do British Standards 3811 de 1984, que
estabelece ser ‘’manutenção estrutural a combinação de todas as ações de
caráter técnico e/ou administração que tenham por fim garantir ou
restabelecer, para uma determinada estrutura, as condições necessárias para
que esta desempenhe, capazmente, as funções para as quais foi concebida’’.
As medidas de correção tanto podem incluir pequenos reparos
localizados, quanto a uma recuperação generalizada da estrutura. As
estruturas de concreto pré-moldada necessitam de manutenção e de reparos
periódicos, em função ao meio onde está e da utilização que tem, existindo
várias maneiras de se proceder esses reparos. Os quais se aplicam
dependendo das circunstâncias onde se faz necessário.
Por outro lado, essas manutenções em certos casos podem ser
evitadas, ou ainda ter seu período de execução prolongada, dependendo dos
cuidados a serem tomados, desde a fase de projeto, passando por sua
execução e finalizando com serviços de proteção da estrutura ao final da
obra. Como normalmente serviços de manutenção, reparos e reformas são
necessários, os problemas devem ser analisados, e utilizar o método mais
27

adequado para cada caso em especifico. Por tanto, no início do processo se


conseguir evitar o máximo de manifestações indesejáveis no concreto, o
custo e a segurança da estrutura estarão garantidos. Dessa forma, o controle
desses procedimentos deve ter metas e seu objetivo, com a identificação dos
operários que trabalharem na produção de cada peça. O objetivo da
identificação desses erros é gerar um processo de aprendizado do
profissional, analisando cada falha cometida e, junto aos responsáveis do
setor, definir estratégias para a correção.

4.1 Fissuras e Trincas

A primeira etapa a ser investigado é a identificação dos problemas que


afetam o concreto. Microfissuras (aberturas inferiores a 0.05mm), fissuras
(aberturas inferiores a 0.5mm) e trincas (aberturas de até 1mm). São
ocorrências mais comuns. Elas podem surgir quando as deformações do
material superam as tensões que o elemento é capaz de suportar.
O aparecimento dessas complicações superficiais, também está
relacionado à infiltrações, ataques químicos, dilatações e retrações térmicas.
Em casos mais críticos, as aberturas permitem a passagem de substâncias
agressivas que corroem as armaduras de aço e podem evoluir para
rachaduras ou fendas perigosas, comprometendo de forma global a estrutura.
Neste caso, é essencial se contratar um especialista para avaliar a real
gravidade das trincas e fissuras. Apenas um profissional habilitado poderá
determinar se a reparação é viável ou se a situação exige uma intervenção
mais profunda. Podendo se utilizar de dois métodos usuais após a avaliação
da estrutura: Manutenção corretiva ou Manutenção preventiva.
Manutenção Corretiva, que consiste em manutenção realizada após a
ocorrência da falha, destinada a restituir ao elemento condições de executar
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tal função requerida. Sendo, o tipo de manutenção mais caro, com maior
tempo de reparo e em alguns casos não sendo vantajoso a empresa.
Já a manutenção Preventiva, consiste na manutenção realizada de
maneira a prevenir problemas. Em geral, são intervenções programadas pela
equipe de manutenção, evitando assim, surgimento de falhas na estrutura.
Dessa forma, a análise de fissuras e trincas é de grande importância,
pois interfere na escolha do material a ser utilizado na sua recuperação. A
recuperação utilizando da manutenção preventiva pode ser executada da
seguinte maneira: depois de eliminar a causa do problema, aplicar uma
argamassa de cimento e areia com uma proporção 1:2 ou 1:3 bem seca,
contra as armaduras e a cavidade do concreto onde há a presença de trincas.

4.2 Manchas ou Bolor

As recomendações de recuperação quanto a mofos e bolores são:


Executar limpeza das superfícies contaminadas; emprego de soluções
fungicidas; utilizar durante o reparo, materiais de construção mais resistentes
ao bolor, como os materiais fungicidas.
Para a prevenção de bolor, é recomendado que
cuidados sejam tomados desde a fase de projeto, como por exemplo:
disposição adequada dos espaços internos, projetar os vãos que favoreçam a
ventilação, proteção interna e externa das estruturas que estão sujeitas a
infiltração de água.
Outro processo de prevenção é a impermeabilização, onde visa
garantir a estanqueidade da estrutura, preservando os elementos e
componentes da edificação contra agentes agressivos. A impermeabilização
é uma técnica adotada com o objetivo de selar, vedar materiais porosos e
suas falhas. Tais poros podem ter origem tanto por questões de projeto e
execução quanto pela distribuição de esforços estruturais causados na
utilização, além da própria mecânica dos materiais em contato entre si.
29

4.3 Bolhas de Superfície

O concreto, quando preparado e lançado corretamente, tende a ser


uma mistura homogênea que preenche toda a fôrma e envolve
completamente toda a armadura da peça. Porém, quando mal adensado ou
havendo um lançamento incorreto desta mistura, tende a ocorrer falhas na
concretagem, a chamada porosidade.
As principais causas dessas bolhas em peças, são por deficiências no
adensamento, como falta de vibração no concreto ou falhas no lançamento,
onde as pedras podem se separar da argamassa. Além disso, a alta
concentração de armadura e falta de espaçamento entre elas também pode
causar vazios e a segregação do concreto, visto que a falta de espaçamento
dificulta a passagem da brita.

Essa patologia pode ser evitando utilizando vibradores


adequados, evitando encostar na armadura no momento de vibrar e fazer o
lançamento do concreto o mais próximo possível, são precauções que podem
diminuir a porosidade de uma peça.

4.4 Falhas de Concretagem

Popularmente conhecidos como os vazios de concretagem, são


defeitos em pilares, vigas, lajes ou elementos de concreto pré-moldado que
se manifestam por espaços não preenchidos no concreto. As consequências
dessa patologia, também chamada de ninhos de concretagem, variam
de problemas estéticos que demandam o uso extra de materiais para
revestimento, ao comprometimento da capacidade de suporte e da
durabilidade da estrutura. Em casos mais severos, essas falhas de
concretagem podem levar à segregação do concreto e expor as armaduras,
provocando sua corrosão e, em último grau, o colapso da estrutura. Daí a
importância de evitar os vazios a qualquer custo.
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Diagnosticar uma falha de concretagem não é difícil. Muitas vezes uma


simples análise visual após a retirada das fôrmas é suficiente para detectar o
problema. Um erro comum no tratamento do vazio de concretagem é simplesmente
preenchê-lo com argamassa, sem sua completa remoção prévia.
Quando as fôrmas não são estanques, a nata de cimento tende a escorrer
pelas frestas, gerando acúmulo de brita na parte superior, ocasionando falhas no
concreto.
Diante de patologias simples, quando a falha é pontual e não há exposição das
ferragens, basta fazer o reparo com aplicação de argamassa de cimento e areia fina
e com aditivo adesivo sintético. Nesses casos, é fundamental garantir que a parte
refeita do concreto tenha características semelhantes às do concreto original e a
aderência entre o material novo e o existente seja adequada. São consideradas
bicheiras pequenas aquelas que apresentam algumas cavidades dispersas de até 3
cm de profundidade ou largura.
Já quando a falha de concretagem é de grande extensão – mais de 3 cm – e
há o aparecimento da armadura e/ou segregação do concreto, o tratamento será
mais trabalhoso. Para essas situações, a recomendação é verificar todos os
detalhes do defeito, sua localização e extensão. Só então deve-se escolher a melhor
estratégia de intervenção.
Na maioria das vezes é possível solucionar o problema com o uso de
adesivos à base de epóxi para solidificar um novo concreto ou graute depois da
remoção de todo o concreto segregado e da limpeza da área. Mas há casos em que
a falha compromete o elemento de tal forma que a única saída viável é partir para
sua demolição e reconstrução.

4.5 Quebra de Peças

A logística é dificultada porque, com frequência, as peças pré-


fabricadas possuem grandes dimensões. Assim, precisam ser transportadas
por veículos igualmente grandes. O posicionamento das peças durante o
transporte também é importantíssimo, para que não se movimentem muito e
não corram o risco de quebrar antes mesmo de chegarem ao seu destino.
Os elementos de concreto pré-moldado precisarem ser empilhados,
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eles devem ser intercalados com dispositivos de apoio, como cavaletes,


caibros ou vigotas, constituídos ou revestidos de material suficientemente
macio. Isso evita o atrito entre as peças e garante a estabilidade, impedindo
tombamentos e deslizamentos longitudinais ou transversais durante o trajeto,
principalmente nas freadas. Se houver necessidade de escoramento, não se
pode introduzir esforços não previstos no cálculo dos elementos. Impedindo
assim, a quebra das peças para execução de tal obra.

4.6 Corrosão da Armadura

A corrosão nas armaduras de concreto é uma das patologias mais


frequentes nas edificações. A corrosão das armaduras, podem determinar o
fissuramento do concreto e até seu desplacamento, fazendo com que sua
armadura fique exposta ao ambiente. Para recuperar caso as barras estejam
oxidadas, usa-se escovas de aço para remoção das camadas de óxidos de
ferro. Porém, se já houver corrosão e as perdas forem significativas, as barras
deverão ser substituídas. Após a limpeza ou trocas da armadura, aplica-se
uma resina epoxídica rica em zinco para proteger contra corrosão.
No
caso de um projeto com altas taxas de armadura, estruturas complexas com
locais de difícil acesso, pode precisar de um concreto auto adensável com
mais fluidez ou graute. Sempre respeitando a dosagem recomendada pelo
fabricante e com o auxílio de um profissional especialista na área.
Por outro lado, existem diversas outras técnicas de reforço e
recuperação do elemento, envolvendo a colocação de mantas de fibra de
carbono, resinas sintéticas de alto desempenho ou graute, levando em
consideração que cada uma é adequada a uma determinada situação.
Dessa forma, no caso de estruturas recém-construídas, os reparos
devem ser feitos imediatamente após a retirada das fôrmas, reduzindo a
possibilidade de haver grandes diferenças nas propriedades dos dois
concretos. O concreto de reposição deve ter no mínimo resistência igual à do
concreto já existente na estrutura, possuir granulometria e diâmetro máximo
dos agregados compatíveis com o serviço, além de apresentar uma
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trabalhabilidade conveniente, a qual poderá ser melhorada com o uso de


aditivos fluidificastes.

6. CONCLUSÃO

O sistema pré-moldado é um grande avanço na construção civil, com


um enorme potencial de otimização dos processos e dos materiais utilizados.
A substituição dos processos convencionais pela produção industrial tem
proporcionado uma grande agilidade na construção, obras com baixos índices
de desperdício e custo, mas, tendo por outro lado um alto nível de qualidade
e produtividade.
Onde os processos tradicionais de construção, são realizados gastando
tempo, produtividade, facilitando erros comuns no pré-projeto, gerando assim,
33

problemas e possíveis manifestações patológicas, que futuramente venha a dificultar


a viabilidade da estrutura. Com a disseminação desse sistema construtivo que tem
possibilitado ao setor da construção, que é de maior investimento no país, uma
forma direta de usufruir dos diversos benefícios apresentados pela utilização do pré-
moldado.
Diante disto, percebendo a necessidade e mudança por um novo sistema,
que acabou se tornando inevitável o seu uso. No processo construtivo ou no
desenvolvimento do projeto, a opção pelo uso do sistema pré-moldado aparece
como uma forma de otimizar os processos da construção e aumentar a qualidade da
obra. Assegurando uma execução de forma rápida, segura e viável, tendo uma
maior qualidade da obra.
Todavia a desvantagem dos pré-moldados está na questão do
transporte e
armazenagem. Por possuírem geralmente grandes dimensões, se requer
equipamentos especiais de transporte e içamento como, por exemplo, os
guindastes; além disso, necessita-se de grandes áreas de estocagem e os
custos
com frete podem desfavorecer esse processo construtivo.

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