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HISTÓRIA DE ROMA ANTIGA

Deus Marte,

Fundação patrono de
Roma

>>> Origem mítica da cidade: A lenda de Rômulo e Remo


> Rei Numítor Réia Silvia + Marte (deus da Guerra)
> Amúlio, o usurpador: jogou as crianças num rio (ver imagem no próximo slide)
Restauração do Trono de Alba Longa e fundação da cidade de Roma
Rômulo mata Remo durante uma luta pelo governo de Roma
Legitimação do poder pela descendência: Deuses + Reis

>>> Origem literária: Narrada na “Eneida”, do poeta Virgílio. Enéias, o herói


troiano fundou o reino de Alba Longa, doze gerações depois surge Rômulo.

>>> Origem histórica: latinos, sabinos, etruscos e etc. (na Península Itálica).
 Etruscos dominaram a região a partir do século 8 a.C.
Personagens etruscos em pinturas da Tumba Boccanera na Necrópole da Banditaccia, c. 550-560 a.C.
Loba Capitolina.
Escultura etrusca,
séc. XII a.C.
DIVISÃO DA HISTÓRIA DE ROMA NA ANTIGUIDADE

• MONARQUIA: 753 a.C. (fundação) até


509 a.C.

• REPÚBLICA: 509 a.C. até 27 a.C.

• IMPÉRIO: 27 a.C. até 476 d.C. (marco das


invasões germânicas)
MONARQUIA (753 a.C. – 509 a.C.)
• Os sete primeiros reis:
• Rômulo (com Tito Tácio);
• Numa Pompílio;
• Túlio Hostílio;
• Anco Márcio;
• Tarquínio Prisco; Dinastia dos
Tarquínios:
• Sérvio Túlio; etruscos (entre Tarquínio, o Soberbo, fazendo-se rei
• Tarquínio, o Soberbo. séc. 7 e 6 a.C.)
Desenvolvimento:
• A aldeia virou cidade (calçadas,
ATENÇÃO: informações deste período são escassas fortificações, sistema de esgoto,
e pouco confiáveis, baseadas nas obras Eneida do
poeta Virgílio (70aC-19aC.) e Ab Urbe condita
grandes santuários) e o latim foi
libri do historiador Tito Lívio (59aC-17dC) consolidado
Sistema Político da Monarquia Romana

• Rei: funções de líder religioso, juiz e chefe militar


• Senado: elaborava as leis e confirmava a aclamação do rei
• Cúrias (assembleias): escolhia o rei

Queda de Tarquínio, o Soberbo (considerado tirano, último rei etrusco)


>> estupro de Lucrécia?
>> patrícios sabinos e latinos tentam limitar o poder real
>> rei adota medidas populares para agradar a plebe e obter apoio
político

> Reação dos patrícios: deposição do Rei e fundação da República


Aristocrática
O suicídio de Lucrécia, Jörg Breu (1475)
Divisão Social Aristocrática (grupos sociais)
• Patrícios: donos de terras extensas e
detentores do poder político
• Clientes: plebeus protegidos ou patrícios
que perderam o título (não tinham
direitos políticos)
• Plebeus: trabalhadores livres, pequenos
comerciantes, com poucas ou nenhuma
posse e sem direitos políticos
• Escravos: prisioneiros de guerra e
endividados
REPÚBLICA (509 a.C. - 27 a.C.)

O senado tornou-se
a instituição mais
importante durante
a fase republicana.
Cícero denuncia Catilina,
Cesare Maccari (1889)
509 a.C. 27 a.C.
Roma
republicana
REPÚBLICA Suas bases:

Existiam

Instituições
Direitos

Lei das 12
Grupos sociais Tábuas

Tribunato da
São: Governo Plebe Governa a cidade
Proprietários de aristocrático Magistrados e comanda o
terras exército
Famílias
Patrícios
aristocráticas
Ratifica leis
e Luta por
Senado Política externa
Agricultores igualdade
Política econômica
Artesãos Plebeus Ficam excluídos e

Comerciantes Mulheres
Impostos Votar leis
Assembleias
Escravos (cúria, centúrias, Eleger magistrados
Exército tribos e povo)
O ditador era um magistrado escolhido em tempos
excepcionais e detinha plenos poderes

Imagem de Lúcio Cornélio Sila, que


cumpriu esta função em 81 a.C.
Nº de ocupantes: 01 a 16
Nº de ocupantes: 02

Nº de ocupantes: 04

Outras
Nº de
magistraturas
ocupantes:
02 a 40

O cargo de tribuno da plebe tornou-


se também uma magistratura
romana, em 494 a.C.

Moeda com rosto de Tibério


Semprônio Graco, um dos mais
importantes tribunos da plebe
Nº de ocupantes: 02
Nos primórdios da República:
vitórias e derrotas

509 a.C. ~ 390 a.C. 343 a.C.


Fundação da República Invasão de gauleses Início da expansão territorial
Cisão entre romanos e etruscos Pilharam e incendiaram Roma Dominação sobre os samnitas
Domínio de latinos e sabinos Fuga e resgate
Domínio sobre península
Fim da proteção das cidades Reconstruir a cidade ou
etruscas abandoná-la? Fundação de colônias

Mudança no exército com Rumo aos mares


participação da plebe e da
infantaria

Gauleses chegando em Roma. Séc. XIX. Por Vital Luminais, no Musée des Beaux-Arts de Nancy
Patrícios versus Plebeus:
disputas sociais

Patrícios se beneficiam da
expansão territorial
Plebeus voltam endividados
Acumulam terras
das guerras distantes
Ocupam áreas públicas
Perdem colheitas
Utilizam mão de obra escrava e
praticam monocultura Alguns tornam-se proletários

Únicos que podem consultar os Outros são escravizados


auspícios sem sacerdotes por dívidas

Reivindicam
direitos e
participação
política
A revolta do Monte Sagrado ou retirada
Sem tempo, para a Colina Aventino (494 a.C.) foi uma das
irmão. Quero manifestações plebeias que renderam frutos
direitos! E escritos em
Times New Roman

445 a.C.

Lei Canuleia permite


casamentos entre
patrícios e plebeus
Os irmãos Graco:
políticas agrárias

Tibério Graco (133 a.C.) Caio Graco (123 a.C.)

• Lei agrária para limitar • Tentou reduzir poderes do


ocupação de terras públicas senado
(ager publicus) por grandes • Lutou por direitos das massas
proprietários italianas
• Atribuir a cidadãos pobres • Aprovou Lei Frumentária para
terras inalienáveis diminuir preços dos cereais
• Um complô de aristocratas o para os mais necessitados
assassinou (inscritos numa lista)
• Acusado de traidor de Roma
pelos senadores e pressionado,
Os Graco, por Eugène Guillaume (Museu de Orsay, 1853)
cometeu suicídio

“A obra dos Gracos revelou-se muito


importante para formação de um
Os Graco eram netos de partido popular” (Pierre Grimal).
Cipião Africano, general herói
da segunda guerra púnica
Crise política e social da república:
transformações e embates

Homens-novos ou cavaleiros Guerras civis

• Plebeus enriquecidos formam • Profissionalização do exército


uma nova aristocracia • Formação de “soldados”
• Espólio de guerra • Lealdade ao general
• Comércio • Generais tornam-se
ambiciosos

Luta por igualdade política


• Questão agrária se
Aumento do número de escravizados acirra
• Representantes
• Desemprego plebeus são
• Fome e miséria boicotados
• Revolta de escravos • Evergetismo
• Pão e Circo
Guerras civis:
Ditaduras, caos social e triunviratos

• Reforma agrária x Privilégios dos patrícios


1º guerra civil • Mário, do partido popular
• Sila, apoiado por aristocratas

Lucius Cornelius Sulla Félix (Sila):


• derrota as tropas de Mário
• é escolhido ditador (81 a.C,)
• persegue e assassina adversários no partido
senatorial
• desfaz medidas contrárias aos aristocratas
• após 10 anos devolve o poder

A obra de Sila será em vão


• Novos levantes ocorrem na Hispânia
• O caos se instaura
• Outro general, Pompeu (57 a.C.), é quem socorrerá a ordem
Guerras civis:
“Dê a César o que é de César”
2º guerra civil
“Veni. Vidi. Vici”.
1º triunvirato
• Pompeu, Júlio César e Crasso • Crasso morre em batalha no Oriente
• Roma aumenta suas • César enfrenta Pompeu e vence
fronteiras: Gália, Britânia, • Impõe seu nome como cônsul, depois
Anatólia e Egito ditador
• É nomeado ditador perpétuo (45 a.C.)

Ações de César:
• Convite a homens das províncias para o Senado
• Dá cidadania para povos inteiros
• Funda colônias fora da Itália para acolher plebe
• Restaura autonomia em cidades de província
• Pacifica Hispânia, Oriente e África
• Tenta generalizar ordem e justiça

“Alea jacta est!”


• César luta pela conquista da Gália
• É destituído dos poderes pelo Gaius Julius Caesar
“Até tu, Brutus?”.
senado, mas não aceita
• Mobiliza suas tropas rumo à Roma César desagrada senadores e é
• Atravessa o Rubicão assassinado com 40 facadas
Guerras civis: Pra lá

Do fim ao Império Gaius Iulius


Caesar
Octavianus
Onde tá o Augustus
2º triunvirato Imperador?

Marco Antônio, Otávio e Lépido


• Herdeiros de César
• Exilam assassinos do ex-
ditador
• Dividem Roma: Oriente,
3º guerra civil
Ocidente e África Otávio derrota Marco Antônio e
Quero
sua esposa Cleópatra, e recebe pão, pai!
apoio da plebe

Senado confere a Otávio títulos


de Príncipe do Senado, Pontífice
Máximo e Imperador
Otávio acusa Marco Antônio de
destruir cultura romana e deseja
Otávio torna-se Otávio Augusto, o feliz,
aumentar poderes
venerável e escolhido pelos deuses
IMPÉRIO (27 a.C. – 476 d.C.)

O Coliseu, em dias atuais.


Divisão temporal-social do
Império Romano

• Alto Império (Séc. I ao III d.C.)


• Apogeu cultural da civilização romana
• Máxima extensão territorial
• Consolidação do escravismo como base de trabalho
• Construção de estradas, aquedutos, pontes
• Cidadania estendida a estrangeiros (elites)
• “Pax Romana”

• Baixo Império (Séc. III ao V d.C.)


• Decadência do Império
• Crises generalizadas
• Invasões germânicas
PECULIARIDADES DO CARGO DE
IMPERADOR ROMANO

 Não havia hereditariedade


automática
 Mas havia direito de legar poder ao filho
biológico ou adotivo

 Imperadores não eram


proprietários das coisas, mas
“mandatários”
 Serviam à república, diferente do Antigo
Regime em que indivíduo servia ao Rei

 Qualquer senador
“ilustríssimo”, visando o bem
comum, podia aspirar ao trono
desde que se impusesse

 Havia risco de guerra civil e


tranquilidade foi exceção
 Entre 235-282, dezessete imperadores se
sucederam, catorze morreram assassinados
e quarenta usurpadores foram executados
pela justiça
(27 a.C. – 14 d.C.)
Governo de Otávio Augusto:
Início da Pax Romana
Realizações
Características
• Divisão da sociedade em
• Governo conhecido bases censitárias
como “Principado” (senatorial; equestre;
inferiores)
Imperador e primeiro
• Fortalecimento das
cidadão
fronteiras para proteção do
Início do período de império
maior esplendor da • Pacificação das guerras
sociedade romana civis (Pax Augusta)
• Institucionalização do “Pão
e Circo”
• Luta por colonização
cultural
Alguns imperadores durante o
Alto Império
Tibério (14-37)
Dinastias
• Assumiu o poder após a morte de Augusto, reduziu
gastos públicos, fortaleceu fronteiras e a marinha
• Dinastia Júlio-Claudiana (14-68):
Calígula (37-41)
• Tibério, Calígula, Cláudio e
Nero. • Consumiu o tesouro acumulado por Augusto e Tibério.
• Dinastia Flaviana (69-96): Nero (54-68) – memes
• Vespasiano, Tito e • Realizou a primeira perseguição aos cristãos em 64
Domiciano. d.C. Foi acusado de incendiar Roma.
• Dinastia Nerva-Antonina (96-192): Vespasiano (69-79)
• Nerva, Trajano, Adriano,
Antonino Pio, Marco Aurélio
• Sobressaiu num período em que o Império tinha
(com Lúcio Vero) e Cômodo. quatro imperadores, venceu guerra judaico-romana e
iniciou construção do Coliseu (Anfiteatro Flaviano).
• Dinastia Severa (193-235):
• Séptimo Severo, Caracala, Trajano (98-117):
Heliogábalo e Alexandre • Expandiu fronteiras até Índia e fez muitas obras
Severo. públicas (fórum, bibliotecas, estradas, portos). Também
perseguiu os cristãos.
Crise do século III:
O começo do fim
Crescimento do
“A crise do cristianismo
Escassez de mão de escravismo”
obra escrava  Pacifismo e vida
 Dificuldade de plebeia
reprodução  Oposição à divindade
 Necessidade de do imperador
expansão

Êxodo urbano
Tensões na hierarquia militar  Colonato: substituição da
entre generais e imperador mão de obra
 Retirada de tropas das Problemas de reabastecimento  Troca de proteção militar
fronteiras (deslocadas para e inflação e uso da terra por
segurança de vilas de obrigações/impostos
 Tentativa de tabelamento
generais) de preços (Édito Máximo)
 Desmonetização
Alguns imperadores durante o
Baixo Império
Diocleciano (284-305)
 Iniciou o Dominato - monarquia mítico-religiosa e despótica, de tipo Helenístico;
 Instaurou a Tetrarquia – reforma administrativa (dois césares, dois augustos);
 Organizou uma das maiores perseguições aos cristãos (303);
 Com o Edito Máximo (301) procurou controlar a inflação, mas fracassou.

Constantino (306-337)
 Promulgou o Edito de Milão (313) concedendo liberdade de culto aos cristãos.
 Transferiu a capital para Constantinopla, antes Bizâncio.

Teodósio (379-395)
 Edito de Tessalônica (380): o cristianismo tornou-se religião oficial do Império
 Em 395 o Império Romano dividiu-se em:
 Império Romano do Ocidente com capital em Roma;
 Império Romano do Oriente com capital em Constantinopla.
Fim do Império:
Invasões bárbaras

 Quem são os povos “bárbaros”?


 Todos aqueles que não haviam sido submetidos ao domínio imperial e ao
processo de romanização;
 Habitavam além das fronteiras do Império;
 Nômades e pastores, apresentavam uma sociedade nos moldes de uma
comunidade primitiva;
 Dividiam-se em: visigodos, ostrogodos, burgúndios, alamanos, francos,
vândalos, hérulos, justos, anglos e saxões. Em maioria germânicos

 Com a chegada dos hunos na Europa Oriental, os “bárbaros” fugiram para o


Ocidente, estas invasões fragmentaram o Império do Ocidente em inúmeros
reinos bárbaros.
 476 d.C. Odoacro, Rei dos Hérulos, depôs Rômulo Augusto, o último imperador
dos romanos. - memes
 FIM DA IDADE ANTIGA E INÍCIO DA IDADE MÉDIA.
PORRADARIA
EM ROMA
Cultura e cotidiano em Roma:
Religião e mitologia
Paganismo
 Politeísmo
antropomórfico
 Sincretismo da
religiosidade grega,
etrusca e oriental
 Flexibilidade religiosa e
respeito a deuses
estrangeiros
 Ritos: oferendas em
santuários domésticos
 Também procissões, orações e
sacrifícios públicos
Cultura e cotidiano em Roma:
Amor e sexualidade

Masculinidade Qual status da mulher?


 Valorização da virilidade
 Os falos e a figa: símbolos  Cultura patriarcal: homem era
de fertilidade – proprietário natural dos
encontrava-se em telhados animais falantes, mudos e
das casas, campainhas, coisas inanimadas
esculturas  Esposa, filhos e escravos; cavalos, gado,
Vênus,
deusa do amor aves; terras e bens materiais

Sexo e moralidade  Mulher não possuía cidadania


 Não era imoral relações entre  Porém possuía mais liberdade do que na
Grécia
pessoas do mesmo sexo  Não ficava restrita apenas ao espaço
 No entanto, posição passiva e doméstico
felação eram desvalorizadas  Podia ter bens e “empresas”
Casamento  Algumas opinavam na política
 Recomendações morais: não
 Negócio e
transar antes do poente; nem à luz
dever cívico
ou penumbra; nem totalmente nu
 “Amor cortês” e paixão são
considerados fraquezas
Bibliografia consultada

EYLER, F. M. S. História antiga: Grécia e Roma: a formação do


Ocidente. Petrópolis: Vozes, 2014.

FUNARI, P. P. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2002.

GRIMAL, P. A civilização romana. Trad. Isabel St. Aubyn. Lisboa:


Edições 70, 2009.

GUARINELLO, N. L. História antiga. São Paulo: Contexto, 2018.

VEYNE, P. (org.). História da vida privada, 1: do Império Romano


ao ano mil. Trad. Hildegard Feist. São Paulo: Companhia das
Letras, 2009, p. 11-212.

VEYNE, P. Quando nosso mundo se tornou cristão (312-394). Slides produzidos por:
Trad. Marcos Castro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011. Munís Pedro Alves
Mestre em história (UFU)
Prof. do Instituto Federal do Amapá
Contato: munhoz.munis@gmail.com

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