Você está na página 1de 9

Fusão nuclear

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Fusão nuclear é o processo no qual dois ou mais núcleos atômicos se juntam e formam um outro núcleo de
maior número atômico. A fusão nuclear requer muita energia para acontecer, e geralmente libera muito mais
energia do que a que consome. Quando ocorre com elementos mais leves que o ferro e o níquel (que possuem
as maiores forças de coesão nuclear de todos os átomos, sendo portanto mais estáveis) ela geralmente libera
energia, e com elementos mais pesados ela consome. Até hoje, início do século XXI, ainda não foi encontrada
uma forma de controlar a fusão nuclear, como acontece com a fissão.

O principal tipo de fusão que ocorre no interior das estrelas é o de hidrogênio em hélio, onde dois prótons se
fundem em uma partícula alfa (um núcleo de hélio), liberando dois pósitrons, dois neutrinos e energia. Mas,
dentro desse processo, ocorrem várias reações individuais, que variam de acordo com a massa da estrela. Para
estrelas do tamanho do Sol ou menores, a cadeia próton-próton é a reação dominante. Em estrelas de massa
elevada predomina o ciclo CNO.

Vale ressaltar que há conservação da energia, e, portanto, pode-se calcular a massa dos quatro prótons e do
núcleo de hélio, e subtrair a soma das massas das partículas iniciais daquela do produto desta reação nuclear
para calcular a energia produzida.

Utilizando a equação E=mc², pode-se calcular a energia liberada, oriunda da diferença de massas. Uma vez
que o valor de c é muito grande (cerca de 3×108 m/s), mesmo uma massa muito pequena corresponde a uma
enorme quantidade de energia. Este fato levou muitos engenheiros e cientistas a iniciar projetos para o
desenvolvimento de reatores de fusão (Tokamaks) de modo a gerar eletricidade (por exemplo, a fusão de
poucos cm³ de deutério, um isótopo de hidrogênio, produziria uma energia equivalente àquela produzida pela
queima de 20 toneladas de carvão).

Índice
Requisitos para a fusão
Processo de Fusão
Fusão em plasma
Características fundamentais do plasma e suas implicações
Projetos em andamento
Ver também
Referências
Ligações externas

Requisitos para a fusão


Uma substancial barreira de energia deve ser vencida antes que a fusão possa ocorrer. A grandes distâncias,
dois núcleos expostos se repelem mutuamente devido à força eletrostática que atua entre seus prótons
positivamente carregados. Se os núcleos puderem ser aproximados suficientemente, porém, a barreira
eletrostática pode ser sobrepujada pela força nuclear forte a qual é mais poderosa a curta distância do que a
repulsão eletromagnética.

Três fases da reação de fusão nuclear:

1: o deutério e o trítio são acelerados até uma


velocidade que permita o início da reação.

2: é criado um núcleo instável de He5.


3: a ejeção de um nêutron e a expulsão de um
núcleo de He4.

Quando uma partícula tal como o próton ou nêutron é adicionado a um núcleo, ele é atraído pelos outros
núcleons, mas principalmente por seus vizinhos imediatos devido à força de curto alcance. Os núcleons no
interior do núcleo têm mais vizinhos do que aqueles na sua superfície. Desde que núcleos menores têm uma
grande razão de superfície para volume, a energia de ligação por núcleon devido à força nuclear forte
geralmente aumenta como o aumento do tamanho do núcleo, mas atinge um valor limite que corresponde à
vizinhança do núcleon totalmente preenchida.
A força eletrostática, por outro lado, é uma força proporcional ao inverso do quadrado da distância; então, um
próton adicionado ao núcleo ira sentir uma repulsão eletrostática de todos os prótons no núcleo. A energia
eletrostática por núcleon devido à força eletrostática irá portanto aumentar independentemente do tamanho do
núcleo.

O resultado combinado destas duas forças opostas é que a energia de ligação por núcleon geralmente aumenta
com o aumento de tamanho do átomo, para elementos até com núcleo do tamanho de ferro e níquel, e diminui
para núcleos mais pesados. Eventualmente, a energia de ligação se torna negativa e núcleos muitos pesados
não são estáveis. Os quatro núcleos blindados mais compactos, em ordem decrescente de energia de ligação,
são 62 Ni, 58 Fe, 56 Fe e 60 Ni [1] (http://hyperphysics.phy-astr.gsu.edu/hbase/nucene/nucbin2.html#c1). Embora
o isótopo do Níquel 62 Ni seja o mais estável, o isótopo do Ferro 56 Fe é uma ordem de magnitude mais
comum. Isto é devido em grande parte à grande razão de desintegração do 62 Ni no interior de estrelas
conduzida pela absorção de fótons.

Uma notável exceção a esta regra geral é o núcleo do hélio-4, cuja energia de ligação é maior que a do lítio, o
próximo elemento mais pesado. O princípio de exclusão de Pauli provê um explicação para este
comportamento excepcional – isto se dá porque os prótons e nêutrons são férmions, eles não podem coexistir
exatamente no mesmo estado. Cada estado energético de um próton ou nêutron em um núcleo pode acomodar
uma partícula de spin para abaixo e outra de spin para acima. O Hélio-4 tem uma banda de energia de ligação
anormalmente grande porque seu núcleo consiste de dois prótons e dois nêutrons; então todos os núcleons dele
podem estar em um estado fundamental. Qualquer núcleon adicional deverá ir para um estado energético alto.

A situação é similar se dois núcleos são colocados juntos. Ao se aproximarem, todos os prótons em um núcleo
repelem todos os prótons do outro, até o ponto em que os dois núcleos entrem em contato para que a força
nuclear forte domine. Consequentemente, mesmo quando o estado de energia final é mais baixo, há uma
grande barreira energética que deve ser ultrapassada primeiro. Na química, este fato é conhecido como energia
de ativação. Em física nuclear ele é chamado de barreira de Coulomb.

A barreira de Coulomb é menor para os isótopos do hidrogênio – eles contêm uma única carga positiva em
seus núcleos. Um bipróton não é estável, então os nêutrons devem ser envolvidos, de forma a produzir um
núcleo de hélio.

Usando combustível deutério-trítio, a barreira de energia resultante é de cerca de 0,1 MeV. Em comparação, a
energia necessária para remover um elétron do hidrogênio é 13,6 eV, cerca 7 500 vezes menos energia. O
resultado (intermediário) da fusão é um núcleo instável de 5 He, o qual imediatamente ejeta um nêutron com
14,1 MeV. A energia recuperada do núcleo de 4 He remanescente é 3,5 MeV, então a energia total liberada é
17,6 MeV. Isto é muitas vezes mais que a barreira de energia a ser transposta.

Se a energia para iniciar a reação vem da aceleração de um núcleo, o processo é chamado de fusão por
projétil-alvo; se ambos os núcleos são acelerados, isto é fusão projétil|projétil. Se o núcleo faz parte de um
plasma próximo ao equilíbrio térmico, denominamos fusão termonuclear. A temperatura é uma medida da
energia cinética média das partículas, então por aquecimento o núcleo deverá ganhar energia e eventualmente
transpor a barreira de 0,1 MeV. A conversão das unidade entres elétron-volts e kelvins mostra que esta barreira
será transposta quando a temperatura ultrapassar 1 GK, obviamente uma temperatura muito alta.

Há dois fatos que podem diminuir a temperatura necessária. Um é o fato que a temperatura é uma média da
energia cinética, implicando que alguns núcleos a esta temperatura poderão já ter uma energia maior que 0,1
MeV, enquanto outros um pouco menos. Estes núcleos na faixa de alta-energia da distribuição de velocidade
participam da maioria das reações de fusão. O outro efeito é o tunelamento quântico. O núcleo não precisa
sempre ter bastante energia, podendo atravessar, por efeito túnel, a barreira restante. Por esta razão,
combustíveis a temperaturas menores podem experimentar eventos de fusão, a uma taxa mais baixa.
A seção transversal da reação σ é uma medida da probabilidade de
reação de fusão com uma função da velocidade relativa dos dois
núcleos reativos. Se os núcleos têm uma distribuição de velocidade,
isto é, uma distribuição térmica com a fusão termonuclear, então eles
são úteis para obter uma média sobre a distribuição dos produtos da
seção transversal e da velocidade. A taxa de reação (fusão por volume
por tempo) é <σv> vezes o produto da densidade dos participantes:

Se um tipo de núcleo está reagindo com si próprio, tal como a reação


PP, então o produto pode ser substituído por . A fusão de reação de deutério-trítio
aumenta sua taxa rapidamente com
aumenta de praticamente zero a temperatura ambiente para um a temperatura até ela se maximizar a
significativo valor a temperatura de 10 - 100 keV. A estas 70 keV. (800 milhões kelvins) e
temperaturas, bem abaixo da energia de ionização típica (13,6 eV no então gradualmente descende.
caso do hidrogênio), os reativos da fusão existem um estado de
plasma.

O significado de <σv> como uma função da temperatura em um experimento com uma energia de tempo
confinamento é determinado pela utilização do critério de Lawson.

Processo de Fusão

O mecanismo de fusão é quase o inverso do mecanismo de fissão


nuclear: núcleos leves e rápidos podem colidir, e fundir para formar
núcleos mais pesados, sendo que há também uma quantidade
considerável de energia liberada nesse processo. Essa energia está
associada à dissipação de calor, depende diretamente das massas dos
parceiros envolvidos na reação e tem suas propriedades relacionadas com
a matéria nuclear, isto é, para que ocorra a fusão, alguns requisitos devem
ser satisfeitos pelos parceiros envolvidos no processo:

1) a energia cinética dos núcleos da reação deve ser grande


para possibilitar o aumento da probabilidade de penetração O Sol esta em constante
na barreira coulombiana; esse processo ocorre em núcleos processo de fusão de núcleos
muito leves, a uma temperatura da ordem de 107K , estando,
então, os átomos completamente ionizados, prefigurando um
estado de plasma.[1]

2) a densidade de matéria presente nas temperaturas envolvidas na reação de fusão deve ser
extremamente alta.

O interior das estrelas, em especial o sol, dispõe de todo cenário propício a esse tipo de reação, a densidade do
interior do sol é de cerca de 1 000 g/cm3 a uma temperatura de 1,5 x 107 K. A Figura representa a reação de
fusão de hidrogênio em hélio, que ocorre no interior das estrelas e que esteve presente no início da formação
do universo, na nucleossíntese primordial
Conforme a temperatura, núcleos mais pesados podem ser formados.

As principais vantagens em relação aos atuais reatores de


fissão são:

Combustível de fácil obtenção e em grande


quantidade, o deutério pode ser obtido da água
do mar e trítio obtido no próprio reator de fusão
a partir do lítio, o urânio utilizado na fissão é
muito raro e de difícil extração;
Esquema de reação de fusão nuclear em que dois
A fusão é um processo mais seguro que a prótons se fundem para gerar o dêuteron.
fissão, uma vez que a quantidade de
combustível empregado é menor, sem
liberação descontrolada de energia e as taxas de radiação emitidas são inferiores à taxa de
radiação natural que incide na superfície terrestre;
Menor produção de lixo nuclear comparado à fissão, além do que o lixo proveniente da fusão
não é matéria prima para fabricação de armas nucleares, como no caso da fissão. Atualmente,
a NASA tem investido em pesquisas na construção de reatores nucleares de fusão para gerar
energia para foguetes espaciais. Propulsores a fusão seriam mais eficientes e tornariam os
foguetes mais velozes, além de propiciar viagens mais longas, uma vez que o combustível
(hidrogênio) seria gerado de forma ilimitada no processo.[1]

Fusão em plasma
Em primeiro lugar, recordemos que a colisão de dois núcleos de deutério gera um núcleo de Hélio mais um
nêutron e libera uma energia de 5,12 x 10−13 Joules (3,2 Mev). Se esta energia fosse transferida para um
grama de água, na forma de calor, a temperatura da água aumentaria de apenas 1,26 x 10−13 °C. Portanto, para
se ter um aumento significativo de temperatura da água, gerar vapor e movimentar as turbinas de uma Usina de
Energia, necessitamos de um número muito grande de reações de Fusão.[2]

Resta então a questão: Como obter este grande número de reações? A resposta óbvia é: coloque o maior
número possível de núcleos de deutério em condições de reação. Muito fácil de responder, mas anos e anos de
pesquisa em física de plasma demonstram que é muito difícil fazê-lo.

Para entender as dificuldades vamos tomar, apenas por hipótese, uma certa quantidade de átomos de deutério
em estado sólido. Obviamente, um grama de deutério tem um número muito grande de átomos que, se
reagissem, forneceriam muita energia. No entanto, os átomos de deutério em estado sólido estão praticamente
parados e não têm energia cinética suficiente para vencer a repulsão coulombiana. Portanto, não estão em
condições de realizar uma reação de fusão.

Para vencer a repulsão coulombiana deve-se aumentar a energia cinética dos átomos de deutério, o que pode
ser feito aquecendo-se o sólido. Ao aumentarmos a temperatura, o sólido sofre uma transição de fase
transformando-se primeiramente num líquido e depois num gás. Num gás, uma percentagem grande das
partículas tem uma energia cinética próxima da energia cinética média que é proporcional à temperatura:

é
(onde k é a constante de Boltzmann e T é a temperatura medida em kelvin). Assim, para vencer a repulsão
coulombiana, o nosso gás de deutério deve estar a uma temperatura de aproximadamente 116 000 000 graus
Celsius. (Isto corresponde a uma energia cinética média de 10 keV.)

Esta temperatura elevada traz consigo algumas perguntas. Como aquecer um gás a esta temperatura? Como
confinar um gás tão quente? Será que a matéria não se modifica a temperaturas tão altas? As duas primeiras
perguntas parecem ter uma natureza tecnológica, no entanto, a sua solução só poderá ser obtida se soubermos
mais sobre a terceira indagação cuja natureza científica é evidente. Um primeiro aspecto a ser considerado é
que, após uma certa temperatura, um gás usualmente constituído de átomos e moléculas sofre transformações,
pois os elétrons são arrancados dos átomos e as moléculas se quebram devido à violência dos choques. Em
temperaturas da ordem de 20 000 a 30 000 °C não haverá mais átomos e moléculas, mas apenas íons e elétrons
viajando e se chocando em velocidades fantásticas.[2]

Estes íons e elétrons não mais se comportarão como um gás, visto que, além das colisões, sentirão os efeitos do
campo elétrico e magnético devido às suas cargas e correntes. Isto caracteriza um novo estado da matéria
denominado plasma pelos físicos americanos Langmuir e Tonx em 1923.

Portanto, em busca das condições adequadas de confinamento e temperatura para ocorrência de fusões
nucleares, nos deparamos naturalmente com este novo estado da matéria que é o plasma. Um estudo das
características do plasma vai nos permitir inclusive entender como é possível manter uma certa quantidade de
substância confinada a temperaturas tão altas.

Características fundamentais do plasma e suas implicações

Um plasma se caracteriza por ser um gás altamente ionizado, quase neutro e não se encontrar em equilíbrio
térmico. A primeira característica (alta ionização) já foi discutida. A quase neutralidade se refere ao fato de
que, embora a carga total num plasma (cargas positivas dos íons mais cargas negativas dos elétrons) seja
praticamente nula, existem regiões onde se pode ter acúmulos significativos de cargas formando zonas não
neutras.

As regiões onde isso ocorre têm dimensões pequenas em comparação com as dimensões totais do plasma. O
acúmulo de cargas (positivas ou negativas) vai afetar as colisões entre os íons e elétrons, pois cria pontos de
atração e/ou repulsão e estabelece campos de força. Deste modo, o movimento de uma partícula se modificará
apenas por choques com contato direto, mas poderão ainda sentir os efeitos da presença de partículas distantes
através dos campos de força.

A quase-neutralidade pode ainda gerar movimentos coerentes de um grande número de partículas. Estes
movimentos, denominados movimentos coletivos, ocorrem, por exemplo, quando um número grande de íons
(cargas positivas) se separa de um número grande de elétrons. Nesta situação, surgem forças atrativas que
tendem a restaurar a neutralidade, isto é, aproximam as cargas opostas. Isto causa um movimento oscilatório no
qual as cargas opostas se aproximam e se afastam. A aplicação de campos externos pode também gerar
movimentos coletivos tais como correntes ou mesmo ondas. Portanto, um plasma difere muito de um gás, pois
neste último as partículas só sentem a presença das outras quando sofrem uma colisão. Num plasma as
interações de longo alcance geradas pelos campos fazem com que os movimentos de partículas distantes sejam
correlacionados. Existem dentro de um plasma dois processos competitivos: de um lado os movimentos
coletivos e do outro as colisões.

As colisões tendem a destruir a coerência, isto é, a natureza ordenada dos movimentos coletivos, pois
espalham as partículas erraticamente. Num projeto de fusão nuclear em plasma se pretende obter uma solução
de compromisso entre os dois processos. Isto é, pretende-se utilizar a coerência dos movimentos coletivos para
propiciar um número grande de colisões que gerem fusão. Como os dois processos são antagônicos esta
solução de compromisso não é fácil.
Projetos em andamento
Existem diversos projetos em andamento ao redor do mundo, com a finalidade de obter o domínio da
tecnologia de fusão nuclear para fins de geração controlada de energia elétrica.

Um dos projetos em andamento é o ITER (International Thermonuclear Experimental Reactor), baseado na


tecnologia do Tokamak, que deverá gerar cerca de 500 MW. O financiamento internacional deste projeto, cuja
conclusão está prevista para 2025, ultrapassa a barreira dos 20 bilhões de euros.[3]

No Brasil e em Portugal também há laboratórios e experimentos destinados ao estudo dos potenciais


proporcionados pela fusão termonuclear. O INPE, através do Laboratório Associado de Plasmas, possui o
Experimento Tokamak Esférico totalmente projetado e construído no Brasil,[4] e tem atuado em cooperação
com outras instituições, como a Comissão Nacional de Energia Nuclear. Além disso, algumas universidades
também operam experimentos nessa área como na Universidade de São Paulo, Unicamp e Universidade
Federal do Rio Grande, por exemplo (com o país possuindo, ao todo, três tokamaks).[5] Além de ser parte no
acordo para o ITER, o mais ambicioso projeto científico mundial para estudar a fusão nuclear, Portugal possui
experimentos no Instituto Superior Técnico, com esforços também direcionados ao tokamak ISTTOK, próprio
da instituição.

Uma descoberta do físico Vinícius Njaim Duarte (por meio de pesquisa conjunta entre USP e Universidade de
Princeton) descreve como as interferências das ondas de Alfvén sobre plasma prejudicam a
autossustentabilidade da fusão.[6] As conclusões deste estudo foram publicados pela revista científica Physics
of Plasmas em Dezembro de 2017.[7] A descoberta de Duarte, abre a possibilidade para o projeto de tokamaks
plenamente funcionais e eficientes e, também, pode contribuir para o projeto ITER.[6]

Outras abordagens alternativas para tentar chegar ao domínio da fusão nuclear são estudadas por diversos
cientistas. Alguns exemplos são a tecnologia de focus fusion, desenvolvida pelo físico Eric Lerner;; a fusão por
pressão pneumática desenvolvida por Randy Curry[8] e a fusão por bolhas (sonofusão);[9] e o confinamento
eletrostático-inercial (IEC), proposto por Robert Bussard e o reator do tipo Stellarator como o alemão
Wendelstein 7-X.[10]

Em 12 de Fevereiro de 2014, a revista Nature publicou os resultados de experiências de confinamento inercial


com laser de alta potência, realizadas no NIF (National Ignition Facility), conduzidas pelo Laboratório
Nacional de Lawrence Livermore (EUA).[11] Nestas experiências, um balanço energético positivo foi
alcançado, uma vez que as reações produziram mais energia do que consumiram, criando boas perspectivas
para o uso prático da fusão nuclear.[12]

Ver também
Fissão nuclear
Fusão a frio

Referências
1. Souza, Marcos Antonio Matos Souza (2010). J. D. Dantas, ed. Fenomenologia nuclear: uma
proposta conceitual para o ensíno médio (https://periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/view/
2175-7941.2010v27n1p136). 1 1 ed. Florianópolis,SC,Brasil: [s.n.] 155 páginas
2. Cruz, Frederico Firmo de Souza (2009). Marilena Matiko Watanabe de Moraes, ed. Fusão
Nuclear em plasma (https://periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/view/7720/15155). 1 1 ed.
Depto. de Física – UFSC: [s.n.] 73 páginas
3. ARANTES, José Tadeu (5 de janeiro de 2018). «Modelo prediz cenários para geração de
energia por meio da fusão nuclear» (http://agencia.fapesp.br/modelo_prediz_cenarios_para_ge
racao_de_energia_por_meio_da_fusao_nuclear/26947/). Agência FAPESP. Consultado em 5
de janeiro de 2018
4. «Tokamaks Esféricos (Fusão)» (http://www.lap.inpe.br/atividadesP-D/fusao/). Laboratórios
Associados de Plasma - INPE. 12 de junho de 2018. Consultado em 20 março de 2019
5. «Rede pesquisará fusão nuclear para gerar energia limpa» (http://www.inpe.br/noticias/noticia.
php?Cod_Noticia=877). INPE. 10 de novembro de 2006. Consultado em 20 março de 2019
6. Crevilari, Vinicius (5 de fevereiro de 2018). «Descoberta sobre ondas é passo rumo a reator
nuclear limpo e eficiente.» (https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-exatas-e-da-terra/descoberta-
sobre-ondas-e-passo-rumo-a-reator-nuclear-limpo-e-eficiente/). Jornal da USP. Consultado em
14 de junho de 2019
7. V. N. Duarte, H. L. Berk, N. N. Gorelenkov, W. W. Heidbrink, G. J. Kramer, R. Nazikian, D. C.
Pace, M. Podestà & M. A. Van Zeeland (12 de dezembro de 2017). «Theory and observation of
the onset of nonlinear structures due to eigenmode destabilization by fast ions in tokamaks» (htt
ps://aip.scitation.org/doi/10.1063/1.5007811). Physics of Plasmas 24 (em inglês). Consultado
em 14 de junho de 2019
8. Timothy Wall. «Plasma Device Developed at MU Could Revolutionize Energy Generation and
Storage» (http://munews.missouri.edu/news-releases/2013/0415-plasma-device-developed-at-
mu-could-revolutionize-energy-generation-and-storage/) (em inglês). Universidade de Missouri.
Consultado em 16 de junho de 2013
9. Inovação Tecnológica (http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=010
115060131#.VsujSeaE21s) - Sonofusão produz fusão nuclear sem fonte externa de nêutrons.
Redação do Site Inovação Tecnológica (31/01/2006). Página visitada em 22 de fevereiro de
2016.
10. World News (http://wn.com/wendelstein_7-x_--_from_concept_to_reality) - Vídeo: Wendelstein
7-X - from concept to reality. (em inglês) Página visitada em 3 de fevereiro de 2016.
11. Nature (http://www.nature.com/news/laser-fusion-experiment-extracts-net-energy-from-fuel-1.14
710) - Laser fusion experiment extracts net energy from fuel. (em inglês) Página visitada em 24
de Março de 2014.
12. Lawrence Livermore National Laboratory (https://www.llnl.gov/news/nif-experiments-show-initia
l-gain-fusion-fuel) - NIF experiments show initial gain in fusion fuel. (em inglês) Página visitada
em 24 de Março de 2014.

Ligações externas
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - Laboratório Associado de Plasmas (http://www.lap.
inpe.br/index.php)
Instituo de Física da USP - Laboratório de Física de Plasmas (http://portal.if.usp.br/fap/node/33
3)
Unicamp, Instituto de Física Gleb Wataghin - Grupo de Física de Plasmas e Fusão
Termonuclear Controlada (https://portal.ifi.unicamp.br/a-instituicao/departamentos/deq-departa
mento-de-eletronica-quantica/grupo-de-fisica-de-plasmas-e-fusao-termonuclear-controlada-gfp
ftc)
FURG, Instituto de Matemática, Estatística e Física - Laboratório de Plasma (http://www.pgfisic
a.furg.br/index.php/laboratorios/laboratorio-de-plasma)
Instituto Superior Técnico, Centro de Fusão Nuclear - Tokamak ISTTOK (http://www.cfn.ist.utl.p
t/pt/Prj_Tokamak_main.html)

Perguntas frequentes (http://www.cfn.ist.utl.pt/pt/consultorio.html)


U.S. Fusion Energy Science Program (https://web.archive.org/web/20100527085937/http://ww
w.ofes.fusion.doe.gov/)
EURATOM/UKAEA Fusion Association (http://www.fusion.org.uk/)
ITER (http://www.iter.org)
Focus Fusion Society (http://focusfusion.org)
Practical Fusion, or Just a Bubble? - New York Times (http://www.nytimes.com/2007/02/27/scie
nce/27fusion.html?_r=1&ref=science&oref=login)
FUSION FAQ (https://web.archive.org/web/20061205013319/http://fusedweb.pppl.gov/FAQ/fusi
on-faq.html)
European Fusion Development Agreement (http://www.efda.org)
Plasma/Fusion Glossary (https://web.archive.org/web/20110128232742/http://fusedweb.pppl.g
ov/Glossary/glossary.html)
The Helimak Experiment, at the Fusion Research Center at UT Austin (http://www.ph.utexas.ed
u/%7Ephy315/Helimak.htm)
Investigations of the Formability, Weldability and Creep Resistance of Some Potential Low-
activation Austenitic Stainless Steels for Fusion Reactor Applications (ISBN 0-85311-148-
0):A.H. Bott, G.J. Butterworth, F. B. Pickering
"Low Activation Material Candidates For Fusion Power Plants"; C.B.A. Forty and N.P. Taylor (ht
tps://web.archive.org/web/20061012220657/http://www.fusion.org.uk/techdocs/euromat.pdf)
(PDF format)
International Thermonuclear Experimental Reactor (Iter) fusion reactor work gets go-ahead
(BBC news May 2006) (http://news.bbc.co.uk/1/hi/sci/tech/5012638.stm)

Obtida de "https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Fusão_nuclear&oldid=58898144"

Esta página foi editada pela última vez às 18h10min de 29 de julho de 2020.

Este texto é disponibilizado nos termos da licença Atribuição-CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada (CC BY-SA 3.0) da
Creative Commons; pode estar sujeito a condições adicionais. Para mais detalhes, consulte as condições de utilização.

Você também pode gostar