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Aula 05
Renato Borelli
AULA 05
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Sumário
Sumário.............................................................................................................................. 2
Direito Administrativo Para Concursos ..................................................................................... 3
1 - Normas constitucionais relativas aos servidores públicos ....................................................... 3
2 - A organização legal do serviço público ................................................................................ 6
3 - O regime jurídico do servidor público ................................................................................. 9
3.1 - Regime jurídico dos servidores temporários..................................................................11
4 - O direito de acesso aos cargos, empregos e funções públicas................................................13
4.1 - Requisitos de acesso aos cargos, empregos e funções ...................................................15
4.2 – Qual é o momento da comprovação da habilitação legal? ...............................................16
5 - Concurso público ............................................................................................................18
5.1 - Exceções à regra do concurso público ..........................................................................20
5.2 - Vedação à prática do nepotismo .................................................................................22
5.3 - Prazo de validade do concurso público .........................................................................23
5.4 - Direito subjetivo e prioridade na nomeação ..................................................................24
5.5 - Reserva (constitucional) de vagas para pessoas com deficiência ......................................29
5.6 - Reserva de vagas para negros – Lei nº 12.990/2014 .....................................................31
5.7 - Edital – “A lei do concurso público” .............................................................................34
5.8 – O exame psicotécnico e o seu caráter subjetivo ............................................................37
5.9 - Teste de aptidão física como etapa do concurso ............................................................38
5.10 - Investigação social (análise de vida pregressa) ...........................................................38
5.11 - Forma de convocação dos aprovados .........................................................................39
5.12 – “Controle” dos concursos públicos.............................................................................40
6 - Acumulação de cargos, empregos e funções .......................................................................41
6.1 - Exceção à regra da acumulação ..................................................................................41
7 - Direito de greve e de livre associação sindical.....................................................................44
7.1 - Direito de greve e desconto de dias não trabalhados .....................................................47
8 - Mandato eletivo e suas peculiaridades ...............................................................................47
9 – Estabilidade: uma garantia constitucional ..........................................................................48
9.1 - Estágio probatório ....................................................................................................51
10 - Vitaliciedade ................................................................................................................53
11 - Sistema remuneratório dos Agentes Públicos ....................................................................53
11.1 - Fixação e alteração da remuneração e do subsídio .......................................................55
11.2 - Irredutibilidade de vencimentos e subsídios ................................................................57
11.3 - Limites de remuneração de servidores .......................................................................58
11.4 - Vedação à vinculação e à equiparação de remunerações ..............................................61
11.5 - Vedação ao “efeito repique” .....................................................................................62
11.6 - Pagamento a maior e pagamento em atraso ...............................................................62
12 - Direitos e garantias dos trabalhadores em geral aplicáveis aos servidores públicos .................63
13 - Regime previdenciário ...................................................................................................64
Bons estudos!
c) comissionados.
regime que lhe fosse mais adequado, desde que fosse o único. Na prática,
alguns entes adotavam o regime único estatutário (a exemplo da União) e
outros (principalmente Municípios), o regime único celetista.
A previsão do regime jurídico único foi abolida pela EC nº 19/1998. A partir
dessa Emenda Constitucional, passou a ser possível que qualquer ente
federativo tivesse ao mesmo tempo servidores regidos pelo regime estatutário
e outros contratados sob o manto das leis trabalhistas.
Contudo, posteriormente o STF deferiu medida cautelar suspendendo a
eficácia da nova redação do caput do art. 39 da Constituição Federal, veiculada
pela EC nº 19/1998, que havia acabado com a obrigatoriedade do regime
jurídico único (ADI 2135 MC).
A decisão do STF foi baseada na existência de aparente vício formal na
tramitação da EC nº 19/1998. Com efeito, foi restaurada a exigência
constitucional de regime jurídico único para os servidores públicos de
cada ente federativo. Contudo, tal decisão só atingiu as relações jurídicas
estabelecidas a partir de então (02.08.2007). Com isso, ficam respeitadas as
situações jurídicas consolidadas na vigência da redação dada pela EC nº
19/1998, até que se decida o mérito da questão.
A qualificação de um servidor como celetista ou estatutário tem, entre seus
efeitos, o de definir o juízo competente para julgamento dos eventuais litígios
entre o agente e a Administração. No caso dos celetistas, as ações trabalhistas
devem ser ajuizadas na justiça do trabalho; já no que concerne aos
estatutários, os litígios serão resolvidos pela justiça comum (Justiça Federal, no
caso de servidores da União, e Justiça Estadual, para os servidores dos estados
e municípios).
Questão de natureza prática diz respeito à competência para julgar ações
judiciais que discutem verbas salariais de servidores que atualmente são
estatutários e ocupam cargos resultantes da transformação de empregos
públicos, quando o litígio se refere ao período em que o servidor era celetista.
Para o STF, é a natureza jurídica do vínculo existente entre o
trabalhador e o Poder Público, vigente ao tempo da propositura da
ação, que define a competência jurisdicional para a solução da
controvérsia, independentemente de o direito pleiteado ter se originado
no período celetista (Rcl 8.909 AgR). Com efeito, o servidor atualmente
estatutário deve pleitear na justiça comum verbas salariais relativas ao período
em que tinha vínculo celetista.
e) carreira diplomática;
f) oficial das Forças Armadas;
g) Ministro de Estado da Defesa. É importante esclarecer que a norma
constitucional que confere aos brasileiros o direito de acesso aos cargos,
empregos e funções públicas é de eficácia contida (para os estrangeiros
a norma é de eficácia limitada), o que significa que a princípio qualquer
cargo, emprego ou função pública é acessível a todos os brasileiros
(respeitados os cargos que por disposição constitucional são privativos de
brasileiros natos), mas a legislação infraconstitucional poderá estabelecer
limitações ao exercício desse direito, a exemplo dos requisitos de idade,
escolaridade etc.
5 - Concurso público
O concurso público é um procedimento administrativo destinado à seleção
de pessoas que irão ocupar empregos públicos ou cargos públicos de
provimento efetivo ou vitalício.
Cuida-se de escolha meritória, que atende aos princípios da igualdade e
da moralidade administrativa, evitando-se com isso que o ingresso no serviço
público se dê por critérios de favorecimento pessoal ou nepotismo.
Atenção: É importante não confundir o concurso público enquanto
processo seletivo destinado à escolha de servidores ou empregados públicos
com o concurso previsto na Lei de Licitações e Contratos (Lei nº 8.666/1993),
que se constitui em modalidade de licitação cujo objetivo é escolher trabalho
técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou
remuneração aos vencedores.
O concurso público deve ser aberto a todos os interessados, não se
admitindo atualmente os chamados “concursos internos” (ou seja, aqueles
abertos apenas aos que já são servidores públicos), a “transferência” de
servidores de um cargo para outro sem concurso público, ou a “transformação”
do cargo original em cargo diferente, com atribuições distintas daquelas
pertencentes ao cargo legitimamente ocupado. A Suprema Corte entende que
todas essas hipóteses implicam violação da Constituição Federal, já que
resultam no provimento do servidor em novo cargo sem a realização de
concurso público de provas ou de provas e títulos. Atualmente, tal
entendimento está cristalizado na Súmula Vinculante nº 43, onde foi assentado
que:
vagas previstas no edital deve ser motivada, sendo tal motivação suscetível de
apreciação pelo Poder Judiciário (RExt 227.480). A título de exemplo, seria
legítima a recusa fundamentada na superveniência de grave crise econômica
que comprovadamente reduzisse a arrecadação do ente federado, fazendo-o
estourar o limite de gastos com pessoal previstos na Lei de Responsabilidade
Fiscal.
Há também outras situações que permitem presumir a necessidade de
provimento de cargos de forma a, caso não haja impedimento legal, garantir
aos aprovados direito subjetivo à nomeação, respeitada a ordem de
classificação conforme exemplificado a seguir:
a) a nomeação de servidores temporários para o exercício de atividades
permanentes que compõem o plexo de atribuições de cargos vagos cujo
provimento é aguardado por concursados aprovados em concurso com
prazo de validade não expirado;
b) o não preenchimento de todas as vagas ofertadas dentro do prazo de
validade do concurso, em virtude da eliminação (ou desistência) de
candidato inicialmente habilitado dentro do número previsto em Edital;
c) a vacância de cargo (em virtude de aposentadoria, exoneração,
falecimento etc.) no transcorrer do prazo de validade do concurso que já
nomeara todos os aprovados dentro do número de vagas previstas no
edital.
aos candidatos aprovados dentro do limite das novas vagas o direito subjetivo à
nomeação. Fica fácil perceber que a Suprema Corte não afastou o caráter
discricionário da decisão administrativa de nomear ou não os candidatos
aprovados fora das vagas inicialmente previstas. O que se reconheceu foi que
no caso concreto examinado o juízo de discricionariedade já havia sido exercido
pelo TSE, de forma a vincular o TRE quando da criação de vagas com um
concurso com prazo de validade ainda vigente (RExt 607590 AgR-ED).
Discussão de grande relevância prática se verifica caso a Administração
realize novo concurso para o mesmo cargo quando ainda remanescem
candidatos aprovados em certame anterior com prazo de validade não expirado.
A rigor, a depender das peculiaridades do caso concreto, da situação poderia
até decorrer a presunção estudada anteriormente, no sentido de que a
Administração demonstrou a necessidade de provimento de cargo, gerando
direito subjetivo à nomeação daqueles candidatos.
Contudo, é possível imaginarmos a necessidade de a Administração realizar
novo concurso, tendo em vista a proximidade do termo final do prazo de
validade do certame vigente e a previsão de um número alto de aposentadorias
para os anos subsequentes. Caberá ao Judiciário, em cada caso concreto que
lhe seja submetido, cotejar e aferir a veracidade dos motivos alegados pela
Administração com os direitos dos candidatos que aguardam nomeação. Sobre
a matéria, a Constituição Federal, no seu art. 37, IV, prescreve que, “durante o
prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em
concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com
prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na
carreira”.
Como se observa, o dispositivo constitucional não proíbe a abertura de
novo concurso com a mesma finalidade, ainda que vigente concurso anterior
com candidatos aprovados não nomeados. Todavia, nos termos estritos do art.
37, IV, da CRFB (supratranscrito), no prazo de validade, os aprovados no
primeiro concurso têm prioridade de nomeação sobre os candidatos habilitados
no segundo concurso, independentemente da classificação que tenham
obtido. Nesse ponto, ressaltamos que, segundo o entendimento do Supremo
Tribunal Federal, para gozar de tal prioridade não basta ao candidato a mera
aprovação, sendo-lhe necessária também a classificação dentro do número
de vagas disponibilizadas no concurso (AI 711.504-AgR).
Sobre o tema, registramos que o Supremo Tribunal Federal, ao julgar o
mérito do RExt 837.311, com repercussão geral reconhecida, fixou a seguinte
tese (Tema 784): “O surgimento de novas vagas ou a abertura de novo
entanto, uma vaga dentre duas configura uma reserva de 50% das vagas do
certame, o que, além de não parecer razoável, ultrapassa o percentual máximo
legalmente previsto (20%). Numa situação ainda mais extrema, a aplicação das
mesmas regras a um concurso com vaga única geraria a necessidade de
arredondamento para cima de meio décimo de vaga (0,5%), de forma a se
fazer um concurso originariamente exclusivo para pessoa com deficiência, o que
parece ainda mais agressivo à razoabilidade e ao próprio princípio da isonomia,
razão de ser da reserva de vagas.
Objetivando conciliar a necessidade de reserva de vaga com o princípio da
razoabilidade, o STF, considerando o caso de um concurso para tabelião de
notas, em que se disputavam duas vagas, decidiu pela impossibilidade de
reserva de vagas aos deficientes físicos sob o argumento de que a regra exigiria
uma vaga para deficiente, ou seja, cinquenta por cento das vagas existentes, o
que resultaria em majoração indevida dos percentuais legalmente previstos (MS
26.310, Rel. Min. Marco Aurélio DJ 31.10.2007; no mesmo sentido: RExt
408.727-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJE 08.10.2010).
Outro ponto de relevância é a necessidade de compatibilidade entre as
atribuições do cargo e as deficiências do candidato à vaga. É por demais óbvio
que não há compatibilidade, por exemplo, entre as tradicionais atribuições de
um agente de fiscalização de trânsito e a limitação sofrida por pessoas com
deficiência visual.
No entanto, tal incompatibilidade não justifica que simplesmente não
sejam reservadas vagas para pessoas com deficiência no certame objeto do
exemplo. Há um conjunto de deficiências físicas que podem ser consideradas
compatíveis com as atividades do agente de trânsito. Além disso, na imensa
maioria das carreiras existem atribuições de natureza administrativas que
podem ser compatibilizadas com boa parte das limitações das pessoas com
deficiência.
Grandes discussões têm sido travadas envolvendo o entendimento do
Superior Tribunal de Justiça no tocante à possibilidade de enquadramento no
conceito de pessoa com deficiência (para efeito de disputa das vagas
reservadas em concursos públicos) das pessoas com surdez unilateral e
daquelas com cegueira monocular. As situações parecem apontar para uma
necessária identidade de tratamento, pois, em ambas, a deficiência existente
não é bilateral.
No entanto, tendo como pano de fundo a solução prevista na
regulamentação da matéria (Decreto nº 3.298/1999, com a redação dada pelo
1. Não havendo sentença condenatória transitada em julgado, o princípio da presunção de inocência resta
maculado, ante a eliminação de candidato a cargo público, ainda na fase de investigação social do
certame, por ter sido verificada a existência de inquérito ou ação penal.
2. É desprovido de razoabilidade e proporcionalidade o ato que, na etapa de investigação social, exclui
candidato de concurso público baseado no registro deste em cadastro de serviço de proteção ao crédito.
3. Recurso ordinário em mandado de segurança conhecido e provido.” (RMS 30.734, Rel. Min. LAURITA
VAZ, DJe 04/10/2011)
3 “ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão de 1a Câmara, ante as razões
expostas pelo Relator, em:
9.1. considerar ilegal o ato de admissão do Sr. Washington Rodrigues de Oliveira no Tribunal de Justiça do
Distrito Federal e Territórios - TJDFT (fls. 2/3), negando-lhe o competente registro;
9.2. dispensar a reposição das importâncias recebidas indevidamente, haja vista que não consta dos autos que
os serviços não tenham sido prestados;
9.3. com fulcro no art. 261, caput e § 1º, do Regimento Interno deste Tribunal, determinar ao Órgão de origem
que:
9.3.1. faça cessar todo e qualquer pagamento decorrente do ato impugnado, no prazo máximo de 15 (quinze)
dias, contados da ciência deste Acórdão, sob pena de multa e ressarcimento das quantias pagas após essa data
pelo responsável, ressalvada a hipótese de, nesse prazo, mediante novo ato a ser submetido à apreciação desta
Corte de Contas, reste demonstrado que o servidor optou pelo cargo de Técnico Judiciário do TJDFT em
detrimento do cargo de Auxiliar de Enfermagem que exerce na FUB/UnB ou adequou sua jornada semanal de
trabalho ao limite indicado no subitem 9.4 infra, respeitado, em cada um dos cargos, o mínimo de horas de
trabalho fixado pelo caput do art. 19 da Lei n. 8.112/1990 ou por lei especial;
9.3.2. comunique ao interessado constante do subitem 9.1 supra a respeito deste Acórdão, alertando-o de que
o efeito suspensivo proveniente da interposição de eventuais recursos não o exime da devolução dos valores
percebidos indevidamente após a respectiva notificação, caso os recursos não sejam providos;
9.4. informar ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios - TJDFT que o interessado poderá optar por
um dos cargos, nos termos do art. 133 da Lei n. 8.112/1990 ou, alternativamente, permanecer nos dois, desde
que o cômputo da carga semanal máxima de ambos não ultrapasse 60 (sessenta) horas semanais e que seja
respeitado, em cada um deles, o mínimo de horas de trabalho fixado pelo caput do art. 19 da Lei n. 8.112/1990
ou por lei especial, devendo um novo ato ser submetido à apreciação deste Tribunal, caso permaneça no cargo
de Técnico Judiciário do TJDFT;
9.5. determinar à Sefip que proceda à verificação do cumprimento da medida constante do subitem 9.3 supra,
representando a esta Corte, caso necessário;
9.6. enviar à Fundação Universidade de Brasília - FUB cópia da presente Deliberação, acompanhada do Relatório
e do Voto que a fundamentam, para que tome ciência da acumulação ilegal de cargos pelo Sr. Washington
Rodrigues de Oliveira e, caso a irregularidade não seja elidida no prazo de 30 (trinta) dias, contados da ciência
deste Acórdão, adote as providências a seu alcance, comunicando a este Tribunal, em igual prazo, quais foram
as medidas alvitradas.”
de acumulação.
a) assiduidade;
b) disciplina;
c) capacidade de iniciativa;
d) produtividade;
e) responsabilidade.
10 - Vitaliciedade
A vitaliciedade é uma garantia de permanência no serviço público conferida
a agentes públicos que titularizam cargos de provimento vitalício.
Atualmente, os cargos vitalícios são os seguintes:
a) magistrados (CRFB, art. 95, I);
b) membros do Ministério Público (art. 128, § 5º, I, “a”);
c) membros dos Tribunais de Contas (art. 73, § 3º).
c) o subsídio.
___
Súmula nº 679: “A fixação de vencimentos dos servidores públicos não
pode ser objeto de convenção coletiva”.
Os militares, portanto, são enquadrados num regime que não se confunde com
aquele aplicável aos servidores civis, visto que têm direitos, garantias,
prerrogativas e impedimentos próprios (RExt 570177/MG).
Consolidando o entendimento, a Suprema Corte editou a SV nº 6, em que
se afirma textualmente que “não viola a Constituição o estabelecimento de
remuneração inferior ao salário mínimo para as praças prestadoras de serviço
militar inicial”.
No tocante ao limite máximo, a regra do teto remuneratório foi
estabelecida pelo art. 37, XI, da CRFB, com redação dada pela EC nº 41/2003.
Estão submetidos ao teto a remuneração e o subsídio dos ocupantes de
cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e
fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos
demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie
remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens
pessoais ou de qualquer outra natureza. Já as parcelas de caráter indenizatório
não serão computadas para efeito de cálculo do teto remuneratório (art. 37, §
11, da CRFB).
A regra do teto remuneratório também se aplica às empresas públicas e
às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem
recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios
para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral (art. 37,
§ 9º, da CRFB). Contudo, se essas entidades não receberem recursos públicos
para pagamento de despesas de custeio e de pessoal, seus empregados não
estarão submetidos ao teto remuneratório previsto no art. 37, XI, da CRFB.
De acordo com esse dispositivo constitucional, existe um teto geral
remuneratório aplicado a todos os Poderes da União, Estados, Distrito Federal e
Municípios: o subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal. Além
desse teto geral, existem tetos específicos (ou subtetos) para os Estados,
Distrito Federal e Municípios.
Na esfera estadual e distrital, a remuneração dos agentes públicos,
além de não poder exceder o subsídio mensal dos Ministros do STF, também
não pode ultrapassar os seguintes limites:
a) No âmbito do Poder Executivo: o subsídio do Governador;
b) No âmbito do Poder Legislativo: o subsídio dos Deputados Estaduais e
Distritais;
13 - Regime previdenciário
O art. 40 da Constituição Federal assegura aos servidores públicos titulares
de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
regime de previdência de caráter contributivo e solidário.
O dispositivo constitucional disciplina o chamado “regime previdenciário
próprio dos servidores públicos estatutários” (RPPS). Deve-se destacar que
somente os servidores públicos estatutários efetivos se sujeitam às regras
do RPPS.
Assim, ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão
declarado em lei de livre nomeação e exoneração, aos empregados públicos e
aos contratados temporariamente aplica-se o regime geral de previdência social
(RGPS) previsto no art. 201 da Constituição Federal (CRFB, art. 40, § 13º).
Caso o servidor estatutário efetivo ocupe também cargo comissionado,
contribuirá apenas para o RPPS. Nessa situação, o valor da remuneração do
cargo em comissão não integrará a base de cálculo da contribuição devida
àquele regime.
Além do disposto no art. 40 da CRFB, o RPPS, no que couber, observará os
requisitos e critérios fixados para o regime geral de previdência social (art. 40,
§ 12).
Cumpre registrar que as normas constitucionais referentes ao RPPS
sofreram sucessivas modificações pelas EC nos 20/1998, 41/2003 e 47/2005. A
análise que faremos já incorpora as alterações promovidas pelas mencionadas
Emendas Constitucionais.
O RPPS possui caráter contributivo e solidário, devendo ser mantido
mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e
14 - Legislação pertinente
Constituição Federal
Art. 37 (...)
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma
vez, por igual período;
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei
específica; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas
portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão
ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo;
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados
nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas
de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na
forma da lei;
(...)
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o
inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos
Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas
Constituições e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos
Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte
e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal
Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados
Estaduais e Distritais e dos Vereadores. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de
2005)
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII,
VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer
requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá estabelecer
a relação entre a maior e a menor remuneração dos servidores públicos, obedecido,
em qualquer caso, o disposto no art. 37, XI. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
19, de 1998)
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime
de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo
ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios
que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo
exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a
aposentadoria, observadas as seguintes condições: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 15/12/98)
III cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde
ou a integridade física. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
(...)
§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de
inatividade, inclusive quando decorrentes da acumulação de cargos ou empregos
públicos, bem como de outras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de
previdência social, e ao montante resultante da adição de proventos de inatividade
com remuneração de cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo em
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 será instituído por lei
de iniciativa do respectivo Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus
parágrafos, no que couber, por intermédio de entidades fechadas de previdência
complementar, de natureza pública, que oferecerão aos respectivos participantes
planos de benefícios somente na modalidade de contribuição definida. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 19. O servidor de que trata este artigo que tenha completado as exigências para
aposentadoria voluntária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em
atividade fará jus a um abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição
previdenciária até completar as exigências para aposentadoria compulsória contidas no
§ 1º, II. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social para
os servidores titulares de cargos efetivos, e de mais de uma unidade gestora do
respectivo regime em cada ente estatal, ressalvado o disposto no art. 142, § 3º, X.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para
cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
****
segurança pública. ARE 654432/GO, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min.
Alexandre de Moraes, julgamento em 5.4.2017. (ARE-654432).
Gabarito: Letra “a”.
Questão 03 (MPE-SP, Promotor de Justiça Substituto, 2017)
Assinale a alternativa correta.
a) O prazo de validade de concurso público é de dois anos, prorrogável
até o preenchimento de todos os cargos pelos candidatos aprovados.
b) A sujeição do candidato a cargo público a exame psicotécnico fica a
critério discricionário da Administração.
c) Em concurso público, é possível limitar a idade dos candidatos quando
esta limitação se justifica pela natureza das atribuições do cargo a ser
preenchido.
d) O vencimento dos servidores pode ser determinado por lei ou ser
objeto de convenção coletiva.
e) É possível a vinculação do reajuste de vencimento de servidores
estaduais e municipais a índices federais de correção monetária.
Comentários:
a) INCORRETA. Art. 37. CRFB III - o prazo de validade do concurso público será de
até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;
b) INCORRETA. Súmula 686 STF: Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a
habilitação de candidato a cargo público.
c) CORRETA. Súmula 683 STF: O limite de idade para a inscrição em concurso
público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser
justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.
d) INCORRETA. Súmula do STF nº 679, “A fixação de
vencimento dos servidores públicos não pode ser objeto de convenção coletiva”.
e) INCORRETA. Súmula Vinculante nº 42 STF: É inconstitucional a vinculação do
reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou municipais a índices federais de
correção monetária.
Gabarito: Letra “c”.
Questão 04 (CEBRASPE, PGE-SE, Procurador do Estado, 2017)
À luz do entendimento dos tribunais superiores, assinale a opção correta
no que tange à disciplina normativa sobre os direitos e deveres dos
servidores e empregados públicos, inclusive quanto ao regime
previdenciário.
a) A contratação temporária de pessoal por tempo determinado é
possível, desde que sejam demonstrados o interesse público profissional
diferença das remunerações, como indenização, sob pena de enriquecimento sem causa
do Estado: precedentes” (AI 339.234-AgR /MG).
e) INCORRETA. Não é possível admitir a remarcação de prova de aptidão física para
data diversa da estabelecida em edital de concurso público em razão de circunstâncias
pessoais de candidato, ainda que de caráter fisiológico, como doença temporária
devidamente comprovada por atestado médico, salvo se essa possibilidade estiver prevista
pelo próprio edital do certame (STF RE 630733).
Gabarito: Letra “d”.
Questão 15 (VUNESP, Prefeitura de Suzano – SP, Procurador Jurídico, 2015)
Fulano da Silva, funcionário público municipal, detentor de cargo efetivo,
praticou ato considerado ilícito nas esferas criminal e administrativa. A
sentença penal, transitada em julgado, negou a existência do fato e
absolveu Fulano. Considerando as normas do direito pátrio no que tange
ao tema da responsabilidade dos agentes públicos, é correto afirmar que
Fulano
a) poderá ainda ser punido administrativamente, uma vez que essas
duas instâncias são independentes e não se comunicam.
b) não mais poderá ser punido pela Administração, tendo em vista que a
referida decisão penal de absolvição do servidor afasta a
responsabilidade administrativa.
c) poderá ser punido pela Administração, posto que a responsabilidade
administrativa somente poderia ser afastada se a sentença criminal
negasse a autoria do fato.
d) não mais poderá ser punido, uma vez já julgado na esfera penal,
independentemente do fundamento, vez que esta prevalece sobre as
demais esferas de responsabilidade.
e) poderá ser ainda punido pela Administração, considerando que a
absolvição criminal que negou a existência do fato não vincula o
administrador.
Comentário:
A Lei nº 8.112/90 dispõe em seu art. 126 que a responsabilidade administrativa do
servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou
sua autoria.
Gabarito: Letra “b”.
Questão 16 (CEBRASPE, AGU, Advogado da União, 2015)
Julgue o item a seguir, referente a agentes públicos.
( ) De acordo com o STF, embora exista a possibilidade de desconto
pelos dias que não tenham sido trabalhados, será ilegal demitir servidor
público em estágio probatório que tenha aderido a movimento paredista.
Comentário:
Ementa: DIREITOS CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. DIREITO DE GREVE.
SERVIDORPÚBLICO EM ESTÁGIO PROBATÓRIO. FALTA POR MAIS DE TRINTA DIAS.
DEMISSÃO.SEGURANÇA CONCEDIDA. 1. A simples circunstância de o servidor público
estar em estágio probatório não é justificativa para demissão com fundamento na sua
participação em movimento grevista por período superior a trinta dias. 2. A ausência de
regulamentação do direito de greve não transforma os dias de paralização em movimento
grevista em faltas injustificadas. 3. Recurso extraordinário a que se nega seguimento. (RE
226966/RS).
Gabarito: Correto.
Questão 17 (CEBRASPE, AGU, Advogado da União, 2015)
Quanto às formas de provimento dos cargos públicos, afirma-se que:
I. A nomeação é considerada forma originária de provimento.
II. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável ou não no cargo
anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação,
quando invalidada a demissão por decisão judicial.
III. Se o cargo para o qual o servidor venha a ser reintegrado encontre-
se provido, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo de
origem, sem direito à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou,
ainda, posto em disponibilidade.
IV. A reversão se constitui hipótese de retorno à atividade de servidor
que se encontrava em disponibilidade.
A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é:
a) I
b) I e III
c) III
d) I e IV
e) II e III
Comentários:
Assertiva I está CORRETA: Provimento originário: pressupõe a inexistência de uma
relação jurídica anterior mantida entre o Servidor e a Administração. A única forma de
Provimento Originário é a nomeação, que pode ser realizada em caráter Efetivo ou para
Cargos de Provimento em Comissão
Assertiva II está INCORRETA: Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor
ESTÁVEL no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação,
quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com
ressarcimento de todas as vantagens
direta), de modo que não é correto afirmar que tal regime único sempre foi aplicável às
autarquias.
e) CORRETA. A decisão liminar do STF que assim estabeleceu foi tomada, em
agosto de 2007, nos autos da ADIN 2.135/DF
Gabarito: Letra “e”.
Questão 47 (ESAF, PGFN, Procurador da Fazenda Nacional, 2012)
Sobre a acumulação de cargos públicos, assinale a opção correta.
a) Admite-se, excepcionalmente, que o servidor tenha exercício
simultâneo em mais de um cargo em comissão.
b) A proibição de acumular não se estende a funções em estatais
vinculadas a outro ente da Federação, desde que haja compatibilidade
de horários.
c) Via de regra, o servidor pode ser remunerado pela participação em
órgãos de deliberação coletiva.
d) A legislação pátria não admite que o servidor que acumule dois cargos
efetivos possa investir- se de cargo de provimento em comissão.
e) Como regra, a proibição de acumular não se estende à acumulação de
proventos da inatividade com a percepção de vencimentos na ativa.
Comentários:
a) CORRETO. De fato, assim autoriza o art. 9º, parágrafo único, Lei 8.112/90: "O
servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial poderá ser nomeado
para ter exercício, interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das
atribuições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar pela remuneração de
um deles durante o período da interinidade."
b) INCORRETA. O art. 37, XVII, CRFB/88, é claro ao estender a proibição de
acumulação "a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas,
sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou
indiretamente, pelo poder público." E, do mesmo modo, o art. 118, §1º, Lei 8.112/90, assim
preceitua: " A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos e funções em
autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista da
União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e dos Municípios."
c) INCORRETA. Na verdade, a regra geral está prevista no caput do art. 119, Lei
8.112/90, que veda a remuneração pela participação em órgão de deliberação coletiva. A
exceção está contida no parágrafo único deste mesmo dispositivo legal.
d) INCORRETA. Tal possibilidade existe, sim, e está contemplada no art. 120, Lei
8.112/90, in verbis: "O servidor vinculado ao regime desta Lei, que acumular licitamente
dois cargos efetivos, quando investido em cargo de provimento em comissão, ficará
afastado de ambos os cargos efetivos, salvo na hipótese em que houver compatibilidade
de horário e local com o exercício de um deles, declarada pelas autoridades máximas dos
órgãos ou entidades envolvidos."
e) INCORRETA. Ao contrário do afirmado, a Constituição estabelece que "É vedada
a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts.
42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos
acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão
declarados em lei de livre nomeação e exoneração." E, na mesma linha, determina a Lei
8.112/90, em seu art. 118, §3º: "Considera-se acumulação proibida a percepção de
vencimento de cargo ou emprego público efetivo com proventos da inatividade, salvo
quando os cargos de que decorram essas remunerações forem acumuláveis na atividade."
Como se vê, a regra é a impossibilidade de se acumular proventos com vencimentos da
ativa, ressalvados os casos aí previstos.
Gabarito: Letra “a”.
Questão 48 (PGE-RO, Procurador do Estado, 2011)
O texto permanente da Constituição Federal hoje em vigor admite a
concessão de aposentadoria voluntária,
a) com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, para o
homem que completar 60 anos de idade e para a mulher que atingir 55
anos, ocupantes de cargo efetivo, independentemente do tempo de
contribuição, desde que tenham cumprido tempo mínimo de dez anos de
efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que
se dará a aposentadoria.
b) com proventos integrais, para o homem que completar 65 anos de
idade e para a mulher que atingir 60 anos, ocupantes de cargo efetivo,
independente- mente do tempo de contribuição, desde que tenham
cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço
público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria.
c) com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, para o homem
que completar 65 anos de idade e para a mulher que atingir 60 anos,
ocupantes de cargo efetivo, independentemente do tempo de
contribuição, desde que tenham cumprido tempo mínimo de dez anos de
efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que
se dará a aposentadoria.
d) com proventos integrais, para o homem que completar 60 anos de
idade e para a mulher que atingir 55 anos, ocupantes de cargo efetivo,
independentemente do tempo de contribuição, desde que tenham
cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço
público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria.
e) independentemente do tempo de contribuição, a concessão de
aposentadoria voluntária para o homem que completar 60 anos de idade
e para a mulher que atingir 55 anos, ocupantes de cargo efetivo.
Comentários:
A fundamentação da questão está no art. 40, inciso III, "b" da CRFB, in verbis:
"Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de
previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente
público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.
(...)
III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo
exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetio em que se dará a aposentadoria,
observadas as seguintes condições:
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinquenta e
cinco anos de idade e trinta anos de contribuição, se mulher;
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher,
com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.
Gabarito: Letra “c”.
Questão 49 (PGE-RO, Procurador do Estado, 2011)
O texto permanente da Constituição Federal hoje em vigor
a) garante o pagamento de abono de permanência para os servidores
que, havendo satisfeito os requisitos para se aposentarem, optem por
permanecer em atividade.
b) admite a readaptação do servidor cuja demissão tenha sido invalidada
por sentença judicial.
c) garante a estabilidade dos servidores públicos nomeados para cargo
de provimento efetivo após dois anos de efetivo exercício.
d) admite, para efeitos de aposentadoria do servidor, a contagem fictícia
de tempo de serviço.
e) impede que o servidor em disponibilidade exerça outra função
remunerada.
Comentários:
a) CORRETA. Artigo 40, § 19: “O servidor de que trata este artigo que tenha
completado as exigências para aposentadoria voluntária estabelecidas no § 1º, III, a, e que
opte por permanecer em atividade fará jus a um abono de permanência equivalente ao
valor da sua contribuição previdenciária até completar as exigências para aposentadoria
compulsória contidas no § 1º, II”.
b) INCORRETA. Artigo 41, § 2º: “Invalidada por sentença judicial a demissão do
servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável,
****
Bem, por hoje é só. Em seguida ainda tem o “Resumão” da aula, para
ajudar na revisão da matéria.
Bons estudos!
Renato Borelli
Agentes políticos: elaboram políticas públicas e dirigem a Adm; atuam com liberdade funcional (ex:
chefes do Executivo, ministros e secretários, membros do Legislativo, juízes, membros do MP e do TCU).
Agentes administrativos: exercem atividades administrativas (ex: servidores públicos, empregados
públicos e agentes temporários).
Agentes honoríficos: prestam serviços relevantes ao Estado; em regra, não recebem remuneração
(ex: mesários e júri).
Agentes delegados: particulares que atuam em colaboração com o Poder Público; podem ser
pessoas jurídicas (ex: concessionárias de serviços públicos, tabeliães, leiloeiros).
Agentes credenciados: representam a Administração em atividade específica (ex: pessoas de
renome).
Agentes de fato: pessoas investidas na função pública de forma emergencial (necessários) ou
irregular (putativos). Seus atos devem ser convalidados (teoria da aparência).
NORMAS CONSTITUCIONAIS
CONCURSO PÚBLICO:
Contratações temporárias
Os casos excepcionais devem estar previstos em lei; o prazo de contratação deve ser
predeterminado; a necessidade deve ser temporária; e o interesse público deve ser excepcional.
Pode ser feita sem concurso público, mediante processo seletivo simplificado.
Os agentes temporários exercem função pública, mas não ocupam cargo, nem emprego público ->
firmam contrato de direito público com a Administração.
Teto remuneratório:
Inclui todas as vantagens, exceto de natureza indenizatória.
EP e SEM apenas se receberem recursos da fazenda pública para custeio ou pagamento de pessoal.
Cargos acumuláveis;
Cargos eletivos; ou
Cargos em comissão.
Mandatos eletivos:
Requisitos para estabilidade (servidores estatutários efetivos; não se aplica aos empregados públicos):
O servidor estável só perderá o cargo se for condenado em processo judicial ou administrativo ou,
ainda, como última solução para adequar os gastos de pessoal aos limites da LRF.
Modalidades de aposentadoria:
Por invalidez permanente: proventos proporcionais, exceto doença grave, contagiosa ou incurável;
Compulsória aos 75 (na forma de LC) anos de idade: proventos proporcionais;
Voluntária, desde que cumpridos 10 anos de efetivo exercício no serviço público e 5 anos no cargo:
Por tempo de contribuição, com proventos calculados a partir da média das maiores remunerações
utilizadas como base para as contribuições aos regimes próprio e geral:
Homem: aos 60 anos de idade e 35 anos de contribuição.
Mulher: aos 55 anos de idade e 30 anos de contribuição.
Por idade, com proventos proporcionais:
Homem: aos 65 anos de idade.
Mulher: aos 60 anos de idade.
Aposentadorias especiais:
Servidores aposentados recebem apenas o teto do RGPS; se quiserem receber mais devem contribuir
para o regime complementar;
Será gerido por entidades fechadas de previdência complementar, de natureza pública (mas pode
ter personalidade jurídica de direito privado).
Os planos de benefícios serão oferecidos apenas na modalidade de contribuição definida.
O servidor que ingressar no serviço público até a instituição do regime precisa registrar prévia e
expressa opção.
Na esfera federal foram criadas: Funpresp-Exe, a Funpresp-Leg e a Funpresp-Jud, fundações
públicas com personalidade jurídica de direito privado.
*****
17 - Gabarito
2) A 3) C 4) E 5) A
1) C
7) E 8) E 9) E 10) C
6) C
12) A 13) D 14) D 15) B
11) C
17) B 18) D 19) C 20) B
16) C
22) A 23) E 24) E 25) B
21) D
27) C 28) E 29) C 30) B
26) E
32) D 33) D 34) C 35) E
31) E
37) E 38) E 39) E 40) E
36) C
42) E 43) C 44) C 45) A
41) E
47) A 48) C 49) A 50) C
46) E
18 - Referências bibliográficas
Alexandrino, M. Paulo, V. Direito Administrativo Descomplicado. 22ª ed.
São Paulo: Método, 2014.
Bandeira de Mello, C. A. Curso de Direito Administrativo. 32ª ed. São Paulo:
Malheiros, 2015.
Borges, C.; Sá, A. Direito Administrativo Facilitado. São Paulo: Método,
2015.
Carvalho Filho, J. S. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. São Paulo:
Atlas, 2014.
Di Pietro, M. S. Z. Direito Administrativo. 28ª ed. São Paulo: Editora Atlas,
2014.
Furtado, L. R. Curso de Direito Administrativo. 4ª ed. Belo Horizonte:
Fórum, 2013.
Knoplock, G. M. Manual de Direito Administrativo: teoria e questões. 7ª
ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
Justen Filho, Marçal. Curso de direito administrativo. 10ª ed. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2014.
Meirelles, H. L. Direito administrativo brasileiro. 41ª ed. São Paulo:
Malheiros, 2015.
Scatolino, G. Trindade, J. Manual de Direito Administrativo. 2ª ed.
JusPODIVM, 2014.