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ARGUMENTAÇÃO

Aula 6
Rita Maria Knop
É um processo comunicativo,
em que são expostas, de uma
forma encadeada,
determinadas razões que
explicam ou justificam uma
dada conclusão.
ARGUMENTAR é

Convencer ou tentar convencer


mediante a apresentação de
razões, em face da evidência das
provas e à luz de um raciocínio
coerente e consistente.
Fundamenta-se nos princípios da lógica.

Lida com ideias, princípios ou fatos.


CONDIÇÕES DA
ARGUMENTAÇÃO
Construtiva na finalidade;
cooperativa em espírito;
útil socialmente.
PRINCÍPIOS DA ARGUMENTAÇÃO

NATUREZA DA TESE
NATUREZA DO AUDITÓRIO QUE SE
QUER CONVENCER
CONSISTÊNCIA DO RACIOCÍNIO
EVIDÊNCIA E A FORÇA DAS PROVAS
FATOS:
podem ser mais ou menos irrefutáveis, levando-
se em conta a relatividade deles no tempo.
Posso, por exemplo, provar a deficiência da
TIPOS DE previdência social, citando o fato de
contribuintes se verem forçados a recorrer a
ARGUMENTOS hospitais particulares, o fato de pessoas
morrerem na fila de espera ou simplesmente
DEMONSTRATIVOS não conseguirem atendimento de urgência.
/FACTUAIS
➢ Exemplos: são fatos típicos ou representativos de
determinada situação. O fato de um professor se ver
na contingência de dar, em colégios particulares ou
públicos, dez ou mais aulas diárias é um exemplo
típico dos sacrifícios a que estão sujeitos os membros
do magistério no Brasil.
Testemunho: fato trazido à argumentação por um terceiro, por meio
do argumento chamado “de autoridade”.

Ilustrações: quando o exemplo se alonga em narrativa detalhada,


temos a ilustração (ou descrição narrativa).

Dados estatísticos: dados estatísticos são também fatos, mas fatos


específicos. Possuem grande valor de convicção, constituindo
quase sempre prova ou evidência incontestável.
ANÁLISE ARGUMENTATIVA
ENEM 2019 –
“Democratização do acesso ao cinema no Brasil”.
REDAÇÃO NOTA 1000 – ALUNA Ana Clara Socha – BRASÍLIA DF
"Embora a Constituição Federal de 1988 assegure o acesso à cultura como direito de todos os cidadãos, percebe-se
que, na atual realidade brasileira, não há o cumprimento dessa garantia, principalmente no que diz respeito ao cinema. Isso
acontece devido à concentração de salas de cinema nos grandes centros urbanos e à concepção cultural de que a arte
direcionada aos mais favorecidos economicamente.
É relevante abordar, primeiramente, que as cidades brasileiras foram construídas sobre um viés elitista e
segregacionista, de modo que os centros culturais estão, em sua maioria, restritos ao espaço ocupado pelos detentores do
poder econômico. Essa dinâmica não foi diferente com a chegada do cinema, já que apenas 17% da população do país
frequenta os centros culturais em questão. Nesse sentido, observa-se que a segregação social - evidenciada como uma
característica da sociedade brasileira, por Sérgio Buarque de Holanda, no livro "Raízes do Brasil" - se faz presente até os dias
atuais, por privar a população das periferias do acesso à cultura e ao lazer que são proporcionados pelo cinema.
Paralelo a isso, vale também ressaltar que a concepção cultural de que a arte não abrange a população de baixa
renda é um fato limitante para que haja a democratização plena da cultura e, portanto, do cinema. Isso é retratado no livro
"Quarto de Despejo", de Carolina Maria de Jesus, o qual ilustra o triste cotidiano que uma família em condição de
miserabilidade vive, e, assim, mostra como o acesso a centros culturais é uma perspectiva distante de sua realidade, não
necessariamente pela distância física, mas pela ideia de pertencimento a esses espaços.
Dessa forma, pode-se perceber que o debate acerca da democratização do cinema é imprescindível para a
construção de uma sociedade mais igualitária. Nessa lógica, é imperativo que o Ministério da Economia destine verbas para a
construção de salas de cinema, de baixo custo ou gratuitas, nas periferias brasileiras por meio da inclusão desse objetivo na
Lei de Diretrizes Orçamentárias, com o intuito de descentralizar o acesso à arte. Além disso, cabe às instituições de ensino
promover passeios aos cinemas locais, desde o início da vida escolar das crianças, mediante autorização e contribuição dos
responsáveis, a fim de desconstruir a ideia de elitização da cultura, sobretudo em regiões carentes. Feito isso, a sociedade
brasileira poderá caminhar para a completude da democracia no âmbito cultural."
TEMA
"Embora a Constituição Federal de 1988 assegure o acesso à cultura como direito de todos os cidadãos, percebe-se
que, na atual realidade brasileira, não há o cumprimento dessa garantia, principalmente no que diz respeito ao cinema. Isso
acontece devido à concentração de salas de cinema nos grandes centros urbanos e à concepção cultural de que a arte
direcionada aos mais favorecidos economicamente. TESE FATO
É relevante abordar, primeiramente, que as cidades brasileiras foram construídas sobre um viés elitista e
segregacionista, de modo que os centros culturais estão, em sua maioria, restritos ao espaço ocupado
DADO pelos detentores
– ARGUMENTO 1 do
poder econômico. Essa dinâmica não foi diferente com a chegada do cinema, já que apenas 17% da população do país
frequenta os centros culturais em questão. Nesse sentido, observa-se que a segregação social - evidenciada como uma
característica da sociedade brasileira, por Sérgio Buarque de Holanda, no livro "Raízes do Brasil" - se faz presente até os dias
TESTEMUNHO – ARGUMENTO 2
atuais, por privar a população das periferias do acesso à cultura e ao lazer que são proporcionados pelo cinema.
Paralelo a isso, vale também ressaltar que a concepção cultural de que a arte não abrange a população de baixa
renda é um fato limitante para que haja a democratização plena da cultura e, portanto, do cinema. Isso é retratado no livro
"Quarto de Despejo", de Carolina Maria de Jesus, o qual ilustra o triste cotidiano que uma família em condição de
miserabilidade vive, e, assim, mostra como o acesso a centros culturais é uma perspectiva distante de sua realidade, não
necessariamente pela distância física, mas pela ideia de pertencimento a esses espaços. TESTEMUNHO – ARGUMENTO 3
Dessa forma, pode-se perceber que o debate acerca da democratização do cinema é imprescindível para a
construção de uma sociedade mais igualitária. Nessa lógica, é imperativoRETOMADA
que o Ministério da Economia destine verbas para a
construção de salas de cinema, de baixo custo ou gratuitas, nas periferias brasileiras por meio da inclusão desse objetivo na
Lei de Diretrizes Orçamentárias, com o intuito de descentralizar o acesso à arte. Além disso, cabe às instituições de ensino
PROPOSTA
promover passeios aos cinemas locais, desde o início da vida escolar das crianças, mediante autorização e contribuição dos
responsáveis, a fim de desconstruir a ideia de elitização da cultura, sobretudo em regiões carentes. Feito isso, a sociedade
brasileira poderá caminhar para a completude da democracia no âmbito cultural."
Quando trabalhamos no âmbito das ideias, produzimos o
discurso dissertativo ou argumentativo.

O discurso dissertativo trabalha com a exposição e o discurso


argumentativo com a defesa de ideias.

CONSIDERAÇÕES O raciocínio lógico pode ser dedutivo (do geral para o específico)
FINAIS ou indutivo (do específico para o geral).

A estrutura básica de uma dissertação pressupõe a proposição


de uma idéia, sua problematização, apresentação de
argumentos . Conclusão e proposta de intervenção.

Os argumentos podem ser demonstrativos (baseados em fatos)


ou retóricos (baseados em valores, presunções e falácias).
É sabido que ninguém escreve bem, se
não sabe bem o que vai escrever.
Entretanto, se além do “quê”, o autor
tiver a consciência do “como” fazê-lo, o
seu desempenho é muito superior.

O domínio da estrutura da paragrafação


é mais uma habilidade a ser desenvolvida
em favor do seu sucesso profissional.
REFERÊNCIAS
BRASILEIRO, Ada Magaly – Redação do ENEM – Belo Horizonte: Educacional - 2017

EMEDIATO, Wander. A fórmula do texto: redação, argumentação e leitura. São Paulo:


Geração Editorial, 2005.

EMEDIATO, Wander. Língua, linguagem e comunicação. Belo Horizonte: Educacional,


2008.

GARCIA, Othon Moacyr. Comunicação em prosa moderna. Rio de Janeiro: FGV, 2000.

SOARES, Magda Becker e CAMPOS, Edson Nascimento. Técnica de redação: as


articulações linguísticas de pensamento. Rio de Janeiro: Ai livro técnico, 1978.

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