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A Medicina

do Amanhã
Volume 01

Meishu Sama
A Medicina do Amanhã – Volume 01

Copyright © Associação Ooshin (edição brasileira), 1ª edição – 2020

Este documento foi traduzido por meio do projeto de crowdfunding (financiamento coletivo)

organizado pela Associação Ooshin, por meio do qual diversas pessoas das mais variadas vertentes

messiânicas contribuíram financeiramente para a contratação de um tradutor que realizasse a

tradução da presente obra.

Caso queira participar em projetos futuros; encontre algum erro; ou queira dar alguma sugestão,

nos contate pelo e-mail traducao@ooshin.org. O texto em japonês foi obtido no site:

www.rattail.org. Thanks due to rattail, cynnd and taki. We truly appreaciatte you guys!

Título do Original: 明日の医術 第一編(再版)(segunda impressão)

Data da Publicação do Original: 05/02/1943 (reimpressão)

Tradução: Julia Hoçoya Sassaki

Este documento está licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição - Partilha nos

Mesmos Termos 4.0 Não Adaptada (“CC BY-SA”). Para ver uma cópia desta licença, visite

https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0/deed.pt.

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A Medicina do Amanhã – Volume 01

Foto do lançamento do livro “A Medicina do Amanhã”.

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A Medicina do Amanhã – Volume 01

APRESENTAÇÃO

Este livro é o primeiro volume de uma coletânea de três nos quais Meishu

Sama apresenta os conceitos fundamentais de seu sistema médico. Ao lê-lo, deve-se

ter em mente que não se trata de um texto de apresentação tampouco com

explicações superficiais não sendo, portanto, de fácil leitura.

Como qualquer livro técnico de qualquer área de conhecimento,

compreendê-lo efetivamente exige, além do estudo detido e refletido do texto, a

prática e a experimentação empírica de seus pressupostos além da troca de

experiências e reflexões com os pares.

Naturalmente tal estudo deve ser apoiado não só por outros livros escritos

por Meishu Sama (como os 10 volumes do curso de Johrei, também publicados pela

Associação Ooshin) mas também por livros de biomedicina (como os sobre

fisiologia, toxicologia e patologia), ciência psíquicas (como os publicados por Oliver

Lodge e Ruper Sheldrake), sociologia, saúde pública, etc.

Note que Meishu Sama contradiz alguns pressupostos científicos

amplamente aceitos; portanto, naturalmente, o leitor não deve se apressar em

acreditar em tudo o que está escrito mas deve-se haver igual cuidado para não ter

pressa em rejeitar aquilo que parece estranho à primeira vista, aqui reside a

importância da leitura detida e refletida.

Trata-se portanto de um estudo crítico que deve ser igualmente direcionado

tanto para o texto como para o conhecimento e paradigma vigente que leve o leitor

a uma síntese a qual deve confrontar com o mundo para que se verifique a
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A Medicina do Amanhã – Volume 01

adequação material.

Como se notará, nesta coletânea Meishu-Sama se utiliza de uma linguagem

muito mais técnica e formal, buscando ainda expor constantes referências de

pesquisas científicas e teorias médicas da época. Esse tipo de discurso, com

constante referência externa, nos dá a entender que Meishu-Sama desejava que

este livro não se limitasse a esfera religiosa, mais do que isso, temos a impressão

que ele é escrito visando a sociedade e as autoridades médicas e científicas de seu

tempo.

Outro ponto que certamente merece atenção do leitor é o período histórico

em que ela foi escrita. A versão que apresentamos, datada de 1943, foi escrita

enquanto o Japão enfrentava a Segunda Guerra Mundial. Neste período todos os

recursos eram focados no esforço de guerra, e as autoridades militares exerciam

um rígido controle sobre a sociedade não apenas no aspecto material como

também no ideológico; o pensamento ultranacionalista era tido como verdade

incontestável no Japão naquele momento e qualquer tipo de pensamento que a isso

se opusesse corria iminente risco de sofrer repressões. Dessa maneira, alguns

pontos deste livro, que talvez soem estranhos a quem os lê agora - outro momento

histórico -, podem expressar uma tentativa de adequar o texto ao pensamento

vigente, de forma que sua mensagem pudesse alcançar o maior número de pessoas

possível apesar dessas dificuldades.

Ainda com relação às dificuldades da publicação deste livro, Meishu-Sama

se expressa da seguinte forma no Ensinamento Gakumon no Zure (A

Incompatibilidade do Estudo) de 1949:

“Há mais de dez anos, falo sobre uma nova teoria no campo da medicina; porém,

no momento em que a escrevi e publiquei como livro, sua venda foi proibida pelas
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A Medicina do Amanhã – Volume 01

autoridades. Como isso se repetiu por três vezes, acabei tendo que desistir. A razão é que

minha teoria se opõe aos conceitos da medicina atual.”

Tendo em mente essas características únicas deste livro, desejamos a todos

uma ótima leitura.

Equipe Ooshin

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A Medicina do Amanhã – Volume 01

Sumário

PREFÁCIO (original)...........................................................................................................................8
01. Questão demográfica....................................................................................................................20
02. Movimento demográfico em diversos países...............................................................................41
03. A questão da queda da taxa de crescimento demográfico............................................................61
04. A verdadeira causa da doença......................................................................................................66
05. Questão da tuberculose e tendências............................................................................................74
06. Tuberculose pulmonar..................................................................................................................93
07. A tuberculose jamais se transmite..............................................................................................103
08. Questão de taxa de mortalidade infantil.....................................................................................108
09. Problema de queda de desempenho físico do povo....................................................................118
10. A verdadeira causa da queda do desempenho físico..................................................................133
11. Toxinas dos medicamentos.........................................................................................................136
12. O que fazer com a vacinação contra varíola...............................................................................141
13. Medicina Anticientífica..............................................................................................................142
14. Recursos humanos e medicina atual...........................................................................................149
15. A crise dos recursos humanos....................................................................................................153
16. Micróbios e doenças contagiosas...............................................................................................156

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A Medicina do Amanhã – Volume 01

PREFÁCIO (original)

Quero alertar as pessoas que irão ler este livro do seguinte: não importa quem

seja o leitor, não importa quais sejam os livros que ele leu até agora, ou melhor,

mesmo que tenha lido todos os livros já publicados no mundo, provavelmente

jamais terá encontrado uma teoria tão surpreendente como a deste livro. Talvez

haja quem a veja como doutrina herética. Foi o que aconteceu com o polonês

Copérnico, que defendeu o heliocentrismo no início do século 16. Ele quis publicar

o livro sobre essa teoria revolucionária da astronomia, mas como no seu próprio

país não tinha esperanças de isso ser permitido, entregou os manuscritos a um

jovem alemão, seu discípulo, para que tentasse publicá-lo na Alemanha, mas como

mesmo na Alemanha era arriscado publicá-lo como ele tinha escrito, a única saída

que encontraram foi escrever no início do livro que se tratava de “ficção”. E seu

sucessor Galileu, autoridade em ciências naturais, foi intimado a comparecer ao

Vaticano por causa da sua teoria sobre a rotação da Terra, e foi obrigado a se

retratar, pois ele era um septuagenário e não suportou a tortura. Na época, as

pessoas nem ousavam se aproximar da luneta feita por Galileu, dizendo ser

instrumento do diabo, fato tão hilário que hoje nem acreditamos que fosse

verdade. Como se vê, as novas teorias que desmentem as teorias existentes na

época e as novas descobertas inimagináveis pela população não raras vezes são

alvos de mal-entendidos, e as pessoas que as defendem são tachadas de loucas.

E eu, nos meus vinte e poucos anos de dedicação à cura de doenças sem ser

pela medicina, descobri um fato realmente surpreendente e fiquei atônito. Trata-se

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A Medicina do Amanhã – Volume 01

de um fato lamentável muito grave, que provavelmente ninguém neste mundo

havia descoberto até agora.

Mas eu pensei: precisa haver uma razão importante para eu ter conseguido

descobrir esse fato. E qual seria essa razão, a não ser a vontade de Deus pelo fato de

ter chegado o “momento do perigo” que O instava a levar isso a toda a

humanidade?

Permita-me escrever sobre meu modesto histórico. Eu tenho muito pouca

instrução. Mas quis ser pintor e entrei no curso preparatório para a escola de artes,

desistindo no meio devido à doença oftalmológica. Depois disso quis ser

empresário e tive algum sucesso momentaneamente, mas acabei amargando um

grande fracasso e busquei a religião por causa da desilusão e sofrimento decorrente

disso e também pelo anseio de encontrar uma solução para minha saúde frágil que

me acompanhava desde o nascimento. Assim, interessei-me pelo estudo dos

espíritos e me dediquei de corpo e alma a ele. Depois disso descobri a “relação entre

a doença e o espírito”, continuei a pesquisa e acabei por criar meu método próprio

de cura da doença, mas o mais importante é que descobri que a doença e a sua

causa estavam em um ponto que sequer imaginávamos. Quanto mais descobria

sobre isso, mais constatava que era o oposto da teoria da medicina moderna,

totalmente inconsistente com a política atual do governo baseada na medicina

ocidental, e por isso acabei tendo que abandonar o tratamento da doença.

Mas o índice de cura obtido quando eu atuava no tratamento era espantoso,

sendo seguramente da ordem de 90%. Um dos motivos de eu ter parado de tratar as

pessoas foi que se formava sempre uma multidão na frente da minha casa e meu

corpo já não aguentava. Provavelmente ninguém acredita se eu falar em índice de

cura de 90%. Principalmente os profissionais da saúde terão mais dificuldade de


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A Medicina do Amanhã – Volume 01

acreditar. Mas se eu dissesse tal coisa na época em que eu trabalhava na cura

diriam que era propaganda, mas agora que eu parei de tratar as pessoas e estou

vivendo ociosamente, não tenho a menor necessidade de fazer tal propaganda. E

por que consegui obter o índice de cura sem igual no mundo como o que citei

acima? Foi porque eu descobri a verdade sobre a causa da doença e a ataquei. Além

disso, não utilizo medicamento nem máquina, apenas a técnica que utiliza os dedos

e a palma da mão. Quero deixar claro que o efeito que mencionei acima não contém

nenhum exagero.

Dizem que a medicina está atualmente avançando de forma realmente

espantosa. E os povos de todas as nações civilizadas acreditam nisso piamente, e os

seus governos e populações criam suas políticas de saúde tendo-a como base. E

preveem que todas as causas da doença serão resolvidas uma a uma, os seus

métodos de cura serão estabelecidos, a expectativa de vida do ser humano

aumentará, o desempenho físico melhorará, e consideram que a redução gradual

de doenças contagiosas e tuberculose nos países avançados e desenvolvidos é o

resultado do avanço do saneamento e higiene da sociedade. Entretanto, se é que as

doenças contagiosas e a tuberculose estão diminuindo gradualmente como

idealizado, a expectativa de vida está aumentando, ainda que vagarosamente, e o

índice de mortalidade também está diminuindo aos poucos, a população deveria

obrigatoriamente aumentar, mas a realidade é o oposto disso, estando os países

desesperados por evitar a redução da população, o que é o cúmulo do absurdo.

E no nosso Japão o aumento de tuberculose de crianças fracas e a queda de

desempenho físico geral são fatos conhecidos. Além do mais, se na década de 1900 a

incidência de doenças pulmonares em jovens na idade de se alistar era de dois em

cada cem, em 1937 eram vinte em cada cem, um aumento de dez vezes. Por que será
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A Medicina do Amanhã – Volume 01

que muitos outros fatos estão caminhando na proporção inversa ao avanço da

medicina? Será que não há uma causa importante oculta, ainda não descoberta?

Usando uma metáfora, não seria como se, vendo a árvore ficar com folhas

amareladas e a quantidade de novos brotos diminuir com o passar do tempo,

estivessem pesquisando folhas, galhos e troncos da árvore, achando que a causa

está neles? Talvez não estivessem percebendo que a causa está na raiz, que é um

ponto profundo que ninguém enxerga. Eu consegui descobrir que a causa da

doença estava nesse ponto profundo.

Não será fácil minha teoria ser aceita como Verdade ou ser colocada em

prática. Isto porque todos os sistemas e estabelecimentos foram criados até agora

tendo como base a medicina ocidental construída ao longo de vários séculos. Mas

se continuar assim, a estatística seguirá na direção cada vez mais pessimista. Por

isso, por mais que se tomem medidas periféricas, embora momentaneamente

consigam algum efeito, não conseguirão dar conta da maioria a menos que

ataquem a causa. Trata-se de um problema grave que afeta a prosperidade da

nação, o destino do povo. No caso do heliocentrismo, mesmo que a sua aceitação se

atrasasse cem anos, isso não implicaria em perigo, mas este é um caso que requer

máxima urgência. Eu pretendo dar o primeiro alerta com este livro.

Não há dúvida de que a civilização moderna foi construída graças ao avanço

da ciência. É imensurável o incremento do bem-estar da humanidade

proporcionado pela ciência. Por isso, não é sem razão que o homem moderno pense

que não há nada que a ciência não possa resolver. Logicamente será natural que

considere que tanto a doença como a vida do ser humano sejam resolvidas

gradativamente pela força da ciência.

Porém, é preciso que saibam também que há coisas que podem ser resolvidas
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A Medicina do Amanhã – Volume 01

pela ciência, e outras que não podem. Acho que também podemos dizer o seguinte:

o avanço da ciência atual propriamente dito pode ser assim considerado quando

visto em relação à história desde os tempos primitivos, e creio que a humanidade

daqui a centenas ou milhares de anos, ao avaliar a ciência do século 20, certamente

rirá da tamanha incipiência, assim como o fazemos em relação à cultura dos

tempos primitivos. O fato de que as pessoas da Idade Média tinham como Verdade

suprema o geocentrismo defendido por Aristóteles e pelo cristianismo, e de que a

astrologia da época era idolatrada como se fosse ciência dos dias de hoje, tanto é

que o médico que não conhecesse a astrologia não era considerado um bom

médico, nos dias de hoje, chega a ser ridículo. Por isso eu digo que a Vida do ser

humano não pode ser resolvida com a ciência no nível em que se encontra hoje.

Porém, imagina-se que chegará o dia em que a ciência, que nunca para de avançar,

acabará por conseguir resolver as questões da Vida humana. Assim, eu digo que, no

que toca à Vida humana, os princípios da ciência atual não são capazes de dar a

solução. E no entanto, dizem que será capaz de dar solução. É daí que surge o erro

fundamental, e foi a descoberta desse erro que resultou neste livro.

E eu acho que esta minha teoria é na verdade a ciência do futuro. Recomendo

ao leitor que esteja acostumado com a ciência atual que a leia sem se prender às

ideias preconcebidas, com a mente totalmente livre delas.

Os especialistas dirão: de que entende um sujeito leigo que nunca estudou a

medicina? Seria muita pretensão! Mas eu digo: consegui fazer esta grande

descoberta justamente porque eu não conhecia a medicina. Todos sabem que há

muitos casos de grandes invenções feitas por reles anônimos, que não eram

especialistas no assunto, e de grandes jazidas minerais descobertas por pessoas sem

conhecimento de minérios.
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A Medicina do Amanhã – Volume 01

Agora me permitam expor minha opinião sobre as invenções e as descobertas.

A maioria das invenções e descobertas ocorridas até hoje não foi feita por cientistas

e especialistas. É só pensar em Watt, do motor a vapor, em Marconi, da

radiotelegrafia, em Edison, da eletricidade, nos irmãos Wright, da aviação, etc. A

realidade é que todas as culturas foram se desenvolvendo com os leigos

descobrindo os princípios fundamentais e com os cientistas desenvolvendo-os e

aprimorando-os.

E consta que Hitler, Mussolini e Stalin, grandes personagens que estão

dirigindo o mundo atual, também têm muito pouca instrução. Vou explicar a razão

de acontecer este fenômeno curioso.

Os conhecimentos acadêmicos são, originalmente, a história de fatos e leis

criados pelos ancestrais, tratando-se assim de conhecimentos do passado. Têm

valor apenas como fundamento, e não como conhecimentos pioneiros das áreas do

futuro. São, por assim dizer, conhecimentos convencionais e estereotipados.

Portanto, acontece até de os conhecimentos acadêmicos se tornarem um obstáculo

quando se quer realizar um sonho do futuro. É porque a ideia estereotipada e

solidificada tenta refutar esse sonho. Entretanto, todos os grandes homens têm

invariavelmente seus intentos e comportamentos nada convencionais. É pela

negação dos modelos preexistentes e do conhecimento do passado que nascem

coisas novas. É assim que acontece um grande salto. A cultura de ontem não é a

cultura de amanhã. É claro que nenhuma nova descoberta ou invenção é uma

mágica que cria algo do nada. Sem dúvida elas são construídas sobre o alicerce da

história que os antecessores levaram longo período para construir. E como

resultado da devoção aos modelos preexistentes como sendo a Verdade absoluta, os

conhecimentos acadêmicos por vezes tentam impedir e negar as descobertas e as


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A Medicina do Amanhã – Volume 01

invenções úteis, e o curioso é que às vezes os intelectuais da época desempenham

esse papel, reprimindo temporariamente coisas maravilhosas que beneficiam a

humanidade.

E qual é o objetivo da medicina? Obviamente não é a medicina propriamente

dita. Ela deve ser a medicina para resolver a doença. Isso consiste em esclarecer a

causa de todas as doenças, curar todas as doenças e aumentar a saúde. Em outras

palavras, gerar pessoas livres de doença, famílias sem membros doentes. Construir

uma nação com crescimento demográfico intenso, sem que sejam necessários os

estabelecimentos governamentais para tanto. Tanto os sanatórios 1 como os

hospitais psiquiátricos deverão diminuir aos poucos, e o controle de resistência

física e os exames de saúde deverão se tornar desnecessários. Penso que o avanço

da medicina está em pelo menos se aproximar pouco a pouco dessa situação, e que

a verdadeira medicina é o poder que torna essa situação possível. Mas veja o que

acontece atualmente: não é que está avançando na direção contrária à acima

mencionada? Por que será? Diante desta realidade, nem os especialistas, nem o

governo, nem o povo levantam qualquer dúvida. Eu acho isso extremamente

incompreensível. Este extraordinariamente ininteligível enigma do século deverá

ser elucidado por este livro.

Mas quando reflito sobre isso, vejo que há motivo para tanto: como é vistosa a

aparência da medicina atual! O desenvolvimento do microscópio trouxe a

descoberta dos micróbios; a anatomia e o raio X permitiram o conhecimento ainda

maior do interior do corpo humano; as análises de vários campos se tornaram cada

vez mais minuciosas, trazendo inúmeras descobertas; os tratamentos químicos,

1 N.T.: Na época em que este Ensinamento foi escrito os sanatórios eram amplamente utilizados para o tratamento da
tuberculose, como uma espécie de "centro de tratamento para tuberculose".
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por raios e outros se diversificaram ainda mais; as técnicas cirúrgicas se tornaram

sofisticadas; e as ferramentas, os equipamentos e os métodos de assepsia parecem

ser perfeitos. Não é à toa que as pessoas pensem que a medicina está progredindo

maravilhosamente ao ver tudo isso.

E o destino dos povos desenvolvidos depende de eles aceitarem ou negarem

esta minha teoria. Se hesitarem em aceitá-la ou a negarem, isso só acelerará o

avanço rumo à aniquilação. Mas se pelo contrário aceitá-la, eles caminharão rumo

à iluminação e prosperidade eternas. Assim, espero que pelo menos um especialista

em medicina preste atenção à “criação da medicina” pregada por mim. Com

certeza isso será a revolução da medicina, o ponto de partida para a medicina do

amanhã, o primeiro passo para a construção da ciência do futuro.

Penso também que até hoje nunca houve uma medicina japonesa no real

sentido. Em última análise, apenas “ajaponesamos” as medicinas criadas no

ocidente, na China ou na Índia, e não era medicina original do Japão. Mas acho

que esta medicina que eu prego, esta sim, será digna de orgulho eternamente como

uma verdadeira medicina japonesa.

Sempre penso também o seguinte: atualmente o Japão está enviando

unidades de pacificação à China e às áreas do Pacífico Sul sob seu domínio, cujo

principal objetivo está em mostrar o desenvolvimento da cultura japonesa por

meio dos serviços médicos e levar ao conhecimento daqueles povos o seu benefício.

Mas se pensarmos um pouco mais a fundo, será que isso não resultará na seguinte

situação? Caso esses serviços médicos surtam efeito, antes de acreditarem na

superioridade dos japoneses, eles ficarão admirados com a superioridade dos

ocidentais, que são os fundadores dessa medicina. E o mérito que atribuirão aos

japoneses será apenas o de ter imitado tão bem os ocidentais, nada mais. Neste
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A Medicina do Amanhã – Volume 01

sentido, caso esta minha medicina os salve, é óbvio que, quanto mais for eficaz em

comparação à medicina ocidental, mais eles ficarão admirados sinceramente com

os japoneses. E além disso ela não requer nem máquina nem medicamento, de

modo que é facilmente praticável nos lugares mais ermos.

Qual é a maior causa de todas as desgraças na sociedade atual? É a doença

propriamente dita. Suponhamos que surgiu um doente. Digamos que ele tenha,

não necessariamente tuberculose, mas alguma doença conhecida. Qualquer pessoa

procuraria imediatamente o médico ou o hospital para receber tratamento. Na

medicina, quando a doença for um pouco grave, recomenda-se em primeiro lugar o

repouso. Em seguida, aplicam-se diversos tratamentos complexos como medicação,

injeção, bolsa de gelo, compressas, etc. Mas não se cura facilmente. O paciente se

vê obrigado a mudar de médico ou de hospital. Mesmo assim não se cura. Neste

caso, quanto mais abastado o paciente for, mais troca de hospital sem se importar

com o custo e o tempo, ávido por se curar. É como se fosse peregrino de hospitais.

Mas por mais que fique ávido, não tem como se curar, pois não importa aonde vá,

os tratamentos apoiados numa mesma teoria fundamental chamada medicina

ocidental têm pouca diferença entre si. Portanto, se o primeiro médico não obteve

efeito, o outro médico, que tem o histórico de estudo de medicina semelhante, não

deverá ser muito diferente. Se bem que até existem médicos com dons

especialmente superiores que obtêm bons resultados pelo conjunto de seu

diagnóstico, técnicas e aspecto espiritual, mas não é o caso da maioria. E assim, por

mais que frequente os hospitais, se interne, não se cura. O paciente fica aflito,

agoniado. Quando chega a esse ponto, na maioria das vezes já está com a economia

esgotada e, se for ele o chefe da família, está sem trabalhar há muito tempo e a

receita está reduzida ou deixou de existir, contraiu dívidas, foi dispensado do


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A Medicina do Amanhã – Volume 01

emprego e se vê num beco sem saída. Tal situação trágica é vista hoje em todos os

lugares. E se o paciente for cônjuge ou filhos, se a doença durar vários anos, uma

fortuna modesta acabará se esgotando. E se no fim perderem a vida, as despesas

volumosas feitas até então foram praticamente em vão. O que receberam em troca

dessa enorme despesa foram os longos dias de sofrimento e a própria “morte”. Dá

até vontade de dizer: “ó pobre ser, teu nome é homem moderno”. Eu vi e ouvi dizer

de muitos e muitos casos de pessoas desafortunadas que viram dois ou três filhos

passarem por esse processo de doença e acabarem morrendo, dissipando quase

toda a fortuna, perdendo a esperança e a expectativa no futuro e ficando arrasados.

O que nos ensina o fato de que a recompensa do preço tão alto seja um resultado

tão infeliz? É simples: que a medicina atual é por demais impotente para acabar

com a doença.

O foco principal deste livro é a questão demográfica. O que se sugere é que a

queda no crescimento demográfico de povos desenvolvidos levará um dia à sua

aniquilação. Segundo a estimativa de Burgdörfer, conhecido como estatístico

demográfico da Alemanha, por volta de 2050, daqui a cerca de 110 anos, a

população alemã ficaria em 25 milhões de habitantes. Isso significa uma redução

drástica para cerca de dois quintos da população alemã atual de 67 milhões de

habitantes. E segundo as pesquisas da cientista inglesa Enid Charles, se na

Inglaterra a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade continuarem a cair como

vem ocorrendo, a população inglesa, que atualmente é de cerca de 46 milhões de

habitantes, acabará caindo para 4,4 milhões, menos de um décimo disso, daqui a

cem anos. Então, como será no Japão? Segundo a estimativa do Dr. Tomonaga

Nakagawa, nossa autoridade em estatística, considerando que a população atual de

73.939.278, contado em 1940, continue crescendo na mesma proporção de hoje, em


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A Medicina do Amanhã – Volume 01

2000, daqui a 60 anos, chegará ao pico de 122.741.777, a partir do qual começará a

diminuir, chegando a 115.465.386 em 2020, vinte anos depois. Pelo cálculo acima, a

população alemã se reduzirá a apenas 1,6 milhões de habitantes daqui a 550 anos, a

inglesa, a 440 mil habitantes daqui a 200 anos, e a japonesa, a zero daqui a 400, 500

anos.

Já que o acima exposto é uma previsão baseada na estatística, creio que

podemos depositar-lhe confiança considerável. Quando confrontado com este

problema, ninguém deixará de sentir temor e horror. Eu considero este grande

problema dezenas de vezes maior que a questão da Esfera de Coprosperidade da

Grande Ásia Oriental, que a questão da nova ordem mundial, e que ele requer uma

solução absoluta. Por que será que entre os séculos 19 e 20 começou a ocorrer este

terrível fenômeno chamado decréscimo demográfico? Creio que este curioso

fenômeno não ocorria antes do século 18. Mesmo porque, se tivesse se iniciado em

alguma época, os povos desenvolvidos teriam que ter se aniquilado, ou no mínimo

próximo disso.

E o que seria a real causa do enigma do século 20 chamado decréscimo

demográfico? Não se assustem, leitores, é o avanço da medicina. Houve uma

questão não inesperada como esta em toda a história?

Eu citei a estatística que diz que os povos desenvolvidos serão extintos em 300,

400 ou 500 anos, mas na verdade, a meu ver, isso acontecerá mais cedo, e penso

que talvez não dure mais que 200, 300 anos. Isto porque, se a causa disso é o efeito

inverso do avanço da medicina e a medicina avançará cada vez mais, naturalmente

o resultado será pior que a previsão baseada na medicina no estágio atual.

Mas então, por que o efeito inverso? O grande desejo de denunciá-lo e

esclarecê-lo exaustivamente, fundar a verdadeira medicina japonesa e salvar os


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A Medicina do Amanhã – Volume 01

milhões e bilhões de seres humanos em processo de extinção se traduziu neste

livro.

(Outubro de 1941)

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A Medicina do Amanhã – Volume 01

01. QUESTÃO DEMOGRÁFICA

O assunto que mais está atraindo o interesse como sendo a questão mais

importante nos países desenvolvidos de hoje deve ser a questão demográfica, pois

ela é o fundamento da prosperidade ou decadência do povo. As palavras de Adam

Smith de que a força de uma nação está na capacidade de crescimento demográfico

é realmente uma grande verdade. É justamente nesse sentido que Mussolini

clamou para o povo italiano: “vamos concretizar a mais alta taxa de natalidade e a

mais baixa taxa de mortalidade”. Como se vê, a questão demográfica começou a ser

premente desde o século 19. É claro que não temos como saber os números precisos

pois antes do século 18 nenhum país tinha estatística estruturada, mas pelo menos

uma ou outra nação ou povo passou por declínio temporário de população em

virtude de guerras ou de desastres naturais. Mesmo assim, acredito que seja inédito

tal fenômeno de queda de crescimento demográfico de todos os povos

desenvolvidos que se vê hoje. Se a tendência de redução demográfica como a que

está acontecendo hoje tivesse começado há alguns séculos, provavelmente não

teria havido a prosperidade dos povos desenvolvidos que vemos hoje. Mais do que

isso, ou teriam se extinguido, ou restaria uma parte bem ínfima deles, como no

caso de ainus2. Assim sendo, não teria havido o desenvolvimento de uma cultura

tão exuberante como a de hoje.

E a primeira dúvida que precisa ocorrer é o seguinte: se é que a queda no

índice de crescimento demográfico começou no início do século 19, devemos pensar

2 N.T.: Os Ainus são um grupo étnico indígena do norte do Japão.


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A Medicina do Amanhã – Volume 01

que num passado não muito distante desse começo, foi aplicado algum meio

específico que antes do século 18 inexistia, sobre toda a população dos povos

desenvolvidos. Sendo assim, é preciso investigar esse meio e descobrir sua

identidade. Obviamente se foi aplicado a toda a população dos povos

desenvolvidos, foi porque acreditaram piamente que era bom. Porém, mesmo

aquilo que se acreditava ser bom, ainda que durante alguns anos ou algumas

dezenas de anos obtivesse resultado positivo, poderá acontecer de se tornar

negativo ao longo de maior espaço de tempo. Mas o ser humano tem um ponto

fraco, que é não perceber o surgimento de fenômeno negativo uma vez que

acreditou que aquilo era positivo, devido à forte ideia preconcebida que refuta esse

fenômeno negativo. Seria como se uma pessoa que foi iludida por uma religião

maligna continuasse a acreditar cegamente nela mesmo depois de a sua identidade

ser descoberta, inventando desculpas, devido às ideias preconcebidas que refutam

essa descoberta.

Descobrir esse meio acima mencionado será, então, a chave para solucionar

esta grande questão. E o que seria esse meio misterioso? Mas antes disso vamos

mostrar a tendência demográfica do Japão e dos países do mundo na atualidade.

No boletim semanal do governo de 08 de dezembro de 1940 está escrito o

seguinte:

A taxa de natalidade deste país teve o pico de 3,6% em

relação à população de 1920, ficou abaixo de 3% em 1936,

subiu para 3,1% em 1937 mas em 1938 caiu para 2,7%, devido

à Guerra Sino-Japonesa. Mas se compararmos com 2,3% da

Itália, 1,9% da Alemanha, 1,7% dos EUA e 1,5% da Inglaterra

e da França, ainda é consideravelmente alta. Mas este fato


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A Medicina do Amanhã – Volume 01

não é de maneira alguma motivo para sermos otimistas em

relação à queda de natalidade deste país. Para começar, a

causa da queda de natalidade ainda não está suficientemente

elucidada até hoje, sendo um dos importantes temas de

pesquisa da questão demográfica, mas as experiências dos

países desenvolvidos da Europa nos ensinam que a guerra

não é a causa do declínio da natalidade, embora seja um

elemento estimulador terrível dele. Mostra também com tal

clareza que o declínio de natalidade, uma vez iniciada,

ganha aceleração surpreendente para seguir em queda livre,

e que a taxa de natalidade, uma vez em queda, se recupera

com muita dificuldade. E diz-se que o declínio de natalidade

geralmente provoca a queda de multiplicação da população

de alta qualidade3, enquanto que a capacidade de

multiplicação da população de baixa qualidade permanece

alta, impulsionando a tendência de seleção natural inversa,

ou seja, a de reduzirem-se os elementos de boa qualidade e

aumentarem os de má qualidade. Partindo deste ponto de

vista, para promover a melhoria de qualidade da população

é preciso aumentar a natalidade.

A seguir, vamos citar o exemplo de questão demográfica e guerra. (De acordo

com o mesmo boletim)4

3 N.T.: O termo qualidade populacional era amplamente utilizado e tema de grande interesse nos estudos demográficos
da época, mas caiu em desuso em parte devido a semelhança do termo com as ideias e teorias nazistas.
4 N.E.: Nesta e nas páginas seguintes, Meishu Sama faz referência a diversos boletins governamentais publicados à
22
A Medicina do Amanhã – Volume 01

Citando como exemplo a Alemanha na última Guerra

Mundial, que é a mais típica guerra moderna, a Alemanha

mobilizou mais de 13 milhões de soldados em quatro anos,

com 1,85 milhão de baixas. A morte de 1,85 milhões de

soldados não é um número nada desprezível, mas a redução

de natalidade e aumento de mortes de civis levou a

Alemanha a perder 4, 2 milhões de habitantes, 2,5 vezes mais

que na guerra. Juntando as duas perdas demográficas acima

mencionadas, fica claro como a guerra moderna afeta o

crescimento demográfico, e como é importante compensar

rapidamente esta perda demográfica.

Também na variação de natalidade e mortalidade, ou seja, no

movimento demográfico deste país sob a Guerra Sino-

Japonesa, podemos observar efeito semelhante, guardadas as

proporções. Em 1938, foram mais de 250 mil nascimentos a

menos que no ano anterior, mais de 50 mil mortes a mais,

fora as mortes em guerra, resultando em queda de

crescimento demográfico natural de mais de 300 mil.

Precisamos refletir bem sobre o fato de que perder assim

parte do crescimento demográfico natural com a guerra é

inevitável, mas perdê-la hoje significa perder aqueles que

época; no livro original, apenas a referência anterior a esta [“No boletim semanal do governo de 08 de dezembro de
1940 está escrito o seguinte:”] está demarcada de forma clara como citação direta. No entanto, pesquisando-se os
demais boletins mencionados, foi-nos possível encontrar o boletim do dia 19 de fevereiro de 1941, e verificamos que
Meishu Sama fez uma citação direta com pequenas alterações no texto que se seguiu. Assim, tendo-se em vista o padrão
adotado por Meishu Sama nesse capítulo [De acordo com o boletim XX do dia YY – citação direta] entendemos que
todas as vezes que esse padrão foi adotado, tratava-se de citação direta. Desta forma, para facilitar a leitura, resolvemos
aplicar a formatação de citação direta em todos os casos.
23
A Medicina do Amanhã – Volume 01

seriam pais e mães no futuro próximo e influenciará por

muito tempo o futuro do crescimento demográfico.

E o mais importante é que o grau de influência da guerra

sobre o crescimento demográfico varia muito conforme a

fase em que ela ocorreu. De modo geral, podemos dividir em

quatro as fases de crescimento demográfico5 pelas quais os

países desenvolvidos passaram: a primeira fase é aquela em

que a taxa de mortalidade atingiu seu ápice e entra em

declínio, enquanto que a taxa de natalidade aumenta,

impulsionando o crescimento demográfico natural. A

segunda fase é aquela em que a taxa de natalidade começa a

cair mas a taxa de mortalidade cai com velocidade ainda

maior, resultando em aumentar cada vez mais o crescimento

demográfico natural. A terceira fase é aquela em que a taxa

de mortalidade vai caindo aos poucos até se estagnar, a

queda de taxa de natalidade finalmente se intensifica, até

chegar a queda livre. Com o avanço desta situação, a taxa de

natalidade troca de posição com a taxa de mortalidade,

ficando abaixo desta. A taxa de mortalidade, por sua vez, vai

aumentando aos poucos. A população já não aumenta mais,

pelo contrário, começa a diminuir. Esta é a quarta fase. O

efeito da guerra sobre a população ocorrida na primeira fase

tende a ser compensado com relativa facilidade, mas o efeito

da guerra ocorrida no final da segunda fase em diante não é

5 N.T.: Esse modelo chama-se Demographic Transition Model e foi proposto por Warren Thompson, em 1929.
24
A Medicina do Amanhã – Volume 01

compensado tão facilmente. Pelo contrário, impulsiona

ainda mais a queda de natalidade. A Alemanha enfrentou a

[Primeira] Guerra Mundial no final da segunda fase e sofreu

uma queda de natalidade assustadora, e a política de

aumento de população em larga escala implementada pelo

governo nazista mostra nitidamente como é difícil recuperar

a taxa de natalidade que caiu. A França, que entrou na

[Primeira] Guerra Mundial na terceira fase, já está na quarta

fase. O processo de combate desde a Operação Escandinávia

da Alemanha até a tomada do castelo de Paris sem

derramamento de sangue pelas tropas alemãs mostra como a

França estava com dificuldade de arranjar soldados e como

estava temendo o desgaste deles.

Segundo consta, Napoleão, que na época áurea da França

percorreu a Europa inteira, gabou-se ao ver as não poucas

baixas do poder militar na batalha de Eylau de fevereiro de

1807: “Uma noite de Paris compensará tudo isso”. Em

contraste a isso, certo general francês teria lamentado na

época da [Primeira] Guerra Mundial dizendo que, se tivesse

mais um pouco de soldados na frente de Marne, as tropas

francesas teriam conseguido sozinhas perseguir as tropas

alemãs para a outra margem do rio Reno. O declínio da

natalidade e a estagnação do crescimento demográfico na

França acabaram sendo definitivas com a [Primeira] Guerra

25
A Medicina do Amanhã – Volume 01

Mundial. A França está hoje subjugada6 pela Alemanha. A

julgar pela tendência demográfica da França após a

[Primeira] Guerra Mundial, provavelmente era o destino

inevitável dela.

Quando a ameaça do imperialismo russo veio se

aproximando do nosso país, ele se opôs com determinação

iniciando a Guerra Russo-Japonesa, derrotando o império

dos brancos e fazendo os povos da raça de cor7 darem gritos

de alegria, mas a nossa população se encontrava nessa época

justamente nos meados da primeira fase. Mas atualmente a

nossa população já está se aproximando do final da segunda

fase, como falarei posteriormente. É claro que há grande

diferença de escala entre a Guerra Sino-Japonesa atual e a

Guerra Russo-Japonesa, mas não devemos esquecer também

que as fases de movimento demográfico também são

diferentes. Um dos motivos da necessidade de estarmos

muito alertas com relação ao futuro do crescimento

demográfico do nosso país hoje, sob a Guerra Sino-Japonesa,

6 N.T.: A Alemanha invadiu a França, Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo em 10 de maio de 1940. A rendição oficial
da França se deu em 22 de junho de 1940. O país foi libertado novamente em meados de 1944, com a aproximação do
fim da Segunda Guerra Mundial.
7 N.E.: Apesar de atualmente saltar aos olhos o uso de termos como "império dos brancos" e "povos da raça de cor", os
Editores da presente tradução optaram por manter os termos em sua literalidade a fim de que o leitor possa ter um
acesso mais direto ao texto original. No entanto, não se pode deixar de mencionar que o uso destes termos remetem ao
contexto específico daquele momento histórico, em que a eugenia era uma ideia em voga e em expansão, a qual pregava
uma superioridade dos "brancos" contra os demais povos "não-brancos". Um estudo mais aprofundado desse momento
histórico revela que o povo japonês era visto como "não-branco", também chamado por "povos da raça de cor", o que
ajuda a compreender o contexto em que tais termos são utilizados. Os referidos termos foram utilizados inclusive no
Brasil, com caráter claramente eugenistas e de forma preconceituoso contra o povo japonês, como se verifica de estudo
feito pela Dra. Priscila Nucci, no artigo "O perigo japonês", sobre artigos publicados em jornais brasileiros em meados
de 1942.
26
A Medicina do Amanhã – Volume 01

está exatamente neste ponto.

A seguir, devemos comparar as taxas de natalidade dos povos

que cercam este país, principalmente os da Esfera de

Coprosperidade da Ásia Oriental. A taxa de natalidade do

povo chinês, que representa um quinto da população

mundial, é ignorada, mas temos fundamento para estimar

que seja de 4% ou mais. Podemos estimar que a taxa de

natalidade da união soviética, cuja população é de quase 200

milhões, seja próxima de 4%. A Índia, que possui população

de 350 milhões de habitantes, apresenta uma taxa alta de

3,5%, as Filipinas, de 3,7%, e o Estabelecimento dos

Estreitos8, 3,8%, e se comparada com estas, a taxa de

natalidade do nosso país é a mais baixa. Se bem que nestes

países a taxa de mortalidade também é altíssima e a taxa de

crescimento demográfico não é tão alta quanto a taxa de

natalidade, mas estas taxas de natalidade são suficientes para

mostrar como é grande a sua capacidade latente de

crescimento demográfico, não sendo difícil prever que, uma

vez consolidada a segurança e garantida a estabilidade e

melhoria da vida econômica, garantirá uma capacidade de

crescimento demográfico surpreendente.

8 N.T.: Os Estabelecimentos dos Estreitos eram um grupo de territórios britânicos localizados no Sudeste Asiático. Os
Estabelecimentos dos Estreitos consistiram em assentamentos individuais de Malaca, Dinding, Penang (também
conhecida como Ilha do Príncipe de Gales), e Singapura, bem como (desde 1907) Labuan, ao largo da costa de Bornéu.
Com exceção de Singapura, estes territórios passaram a fazer parte da Malásia.
27
A Medicina do Amanhã – Volume 01

No boletim do Departamento de Informações de 12 de fevereiro de 1941 está

escrito o seguinte:

O fato de a população japonesa ter aumentado em quase um

milhão por ano até o início do Incidente da China parece, à

primeira vista, a promessa de progresso sem fim do povo

japonês. Mas na verdade isto é uma grande ilusão. Que a

população japonesa permaneceu aumentando quase um

milhão por ano é um fato indubitável, mas isso não nos

permite necessariamente o pensamento otimista de que seja

promessa de desenvolvimento e crescimento eternos da

população japonesa. O aumento da população acontece

quando há mais nascimento que mortes. Calculando-se a

taxa de natalidade pela proporção de número de pessoas

nascidas no ano em relação ao número de habitantes do

mesmo ano, constata-se que a taxa de natalidade no Japão

permaneceu em ascensão ano a ano nos cerca de cinquenta

anos desde os primeiros anos da era Meiji até 1920, mas a

partir de então repentinamente iniciou-se a queda brusca. A

taxa de natalidade em 1899 era de 3,133%, e em 1900, 3,169%.

Em 1920, subiu para 3,619, o que significa que neste período a

taxa de natalidade deste país cresceu 0,486%, mas a partir de

então ela foi abaixando ano após ano, até chegar a 3,061% de

1937. Isto significa que em apenas 16 anos a taxa de

natalidade do nosso país caiu 0,65%. Isso quer dizer que em

pouco tempo a capacidade reprodutiva dos japoneses caiu


28
A Medicina do Amanhã – Volume 01

tudo isso. Por que, não obstante tal declínio repentino da

capacidade reprodutiva dos japoneses a partir de 1920, a

capacidade de crescimento demográfico não caiu tanto,

continuando a aumentar em quase um milhão de habitantes

por ano? A primeira razão é a queda da taxa de mortalidade

em consonância com a queda da taxa de natalidade. A taxa de

mortalidade no Japão foi aumentando desde os primeiros

anos da era Meiji até por volta de 1920, assim como no caso

da taxa de natalidade, mas a partir dessa época

repentinamente passou a cair. A taxa de mortalidade em 1899

era de 2,105%, e em 1900, 2,031%, mas em 1920 chegou a

2,541%, o que significa que em cerca de 50 anos a taxa de

mortalidade cresceu 0,51%, mas a partir de então passou a

cair repentinamente como no caso da taxa de natalidade,

chegando a 1,695% em 1937. E em apenas 16 anos a taxa de

mortalidade deste país caiu 0,846%. Isto é realmente

surpreendente.

Se, apesar de a taxa de natalidade no Japão ter começado a

mostrar a tendência de queda repentina a partir da recente

[Primeira] Guerra Mundial, a tendência de crescimento

demográfico não caiu tanto e conseguiu manter o aumento

de quase um milhão de habitantes por ano, é exatamente

porque a taxa de mortalidade caiu assim.

Se é que tanto a taxa de natalidade como a taxa de

mortalidade estão em queda, como ficará o futuro da


29
A Medicina do Amanhã – Volume 01

população? Esta experiência já foi vivida nos países da

Europa. O que aconteceu com a população dos países da

Europa cuja taxa de natalidade e taxa de mortalidade

começaram a cair? Em primeiro lugar, a população em si foi

diminuindo aos poucos, surgindo a preocupação com a

extinção do povo em si.

Por que, no caso de a taxa de natalidade e a taxa de

mortalidade caírem juntas, a população está fadada à

extinção? É porque a tendência de queda de taxa de

natalidade não tem limite, sendo possível até imaginar que

deixe de haver um nascimento sequer, mas a tendência de

queda de taxa de mortalidade tem um limite, não caindo

desmesuradamente. A menos que seja descoberto o remédio

ou a fonte da eterna juventude, como os ancestrais

imaginaram.

Pela experiência da humanidade até agora, é muito difícil

reduzir a taxa de mortalidade para menos de 1% da

população. Atualmente os países com as menores taxas de

mortalidade são Austrália e Nova Zelândia. Nestes países a

taxa de mortalidade é inferior a 1% há 20 anos, e é a menor

do mundo. Mesmo na Inglaterra, que registra a menor taxa

de mortalidade entre os países desenvolvidos da Europa, é de

1,16% (1938), e na Alemanha é de 1,17% (mesmo ano). Estes

números deverão ser considerados as menores taxas de

mortalidade que a humanidade consegue alcançar.


30
A Medicina do Amanhã – Volume 01

E se no Japão também a taxa de natalidade e a taxa de

mortalidade continuarem caindo rapidamente até chegarem

aos mesmos níveis dos países da Europa, o que acontecerá?

Com certeza chegará o dia em que nosso país também terá de

se preocupar com a extinção do povo, como acontece com

esses países da Europa. Vendo a previsão feita pelo Instituto

de Pesquisa de Questões Demográficas, a população japonesa,

mantida como está, aumentará até o ano 2000 e alcançará

123 milhões de habitantes, mas esse será o número máximo

que a população japonesa conseguirá alcançar. A partir de

então passará aos poucos a diminuir, rumo à extinção. Este

cálculo foi feito meticulosamente segundo a ciência

demográfica com base no movimento da nossa população até

1937, mas devemos dizer que se trata de uma previsão nada

animadora para nós, que estamos envidando todos os

esforços para a construção da Esfera de Coprosperidade da

Ásia Oriental.

A segunda questão preocupante que ocorre em termos de

fenômeno demográfico do país como resultado da queda

tanto da taxa de natalidade como da taxa de mortalidade é

que a proporção de pessoas jovens vai diminuindo aos

poucos e aumentando a de pessoas idosas.

Isto acontece porque, com a queda da taxa de mortalidade

concomitantemente com a queda da taxa de natalidade, a

proporção de pessoas que vivem mais vai aumentando, ao


31
A Medicina do Amanhã – Volume 01

passo que o número de nascimentos vai caindo, diminuindo

a proporção de pessoas jovens. Nos países desenvolvidos da

Europa, como resultado da continuidade bastante

prolongada da queda concomitante de taxa de mortalidade e

de natalidade, já nos dias de hoje a proporção de pessoas

jovens está bem baixa, tornando-se um “povo sem

juventude”. No nosso país também, se compararmos a

população atual com a de dez ou mais anos atrás, a proporção

dos idosos está bem mais alta, e se nada for feito a respeito,

esta tendência com certeza se acentuará cada vez mais,

repetindo o exemplo da Europa. Isto é muitíssimo

alarmante.

Um povo sem juventude não se desenvolverá nem poderá

acalentar sonhos radiantes para o futuro. Imagine um país

habitado apenas por idosos que estão desfrutando a fase final

da vida. Nele não se verá nem progresso nem

desenvolvimento. O destino trágico de um povo sem

juventude está mais claramente demonstrado pelo fim a que

chegou a França.

E na edição de 19 de fevereiro de 1941 do mesmo boletim está escrito o

seguinte9:

9 Analisando-se o referido boletim de 19 de fevereiro de 1941, percebe-se que Meishu Sama faz uma espécie de
“resumo” daquilo que Ele entende por essencial de ser mencionado acerca do texto contido no boletim; desta forma, há
recortes de trechos, omissões de partes dele, e substituição de algumas palavras por outras semelhantes; no entanto,
apesar de não se tratar do texto do boletim em sua integralidade e literalidade, optamos por formatá-lo como citação
direta por tratar-se essencialmente disto, e a fim de melhorar a experiência de leitura do leitor da presente tradução.
32
A Medicina do Amanhã – Volume 01

(4) A meta da política demográfica e seu método

Na sombra do exuberante desenvolvimento e crescimento da

população japonesa até agora, na verdade, já estava em

desenvolvimento esta terrível toxina. Nós devemos antes de

tudo eliminar esta terrível toxina e procurar não repetir o

mesmo erro dos países europeus. Se a população japonesa

envelhecer aos poucos, reduzir seu ritmo de crescimento e

acabar seguindo pelo caminho do decréscimo, como poderá

cumprir a importante função como líder da Esfera de

Coprosperidade da Ásia Oriental? Está se tornando cada vez

maior a importância de o Japão do futuro ter jovens

vigorosos, saudáveis e sábios. Para atender a esta

necessidade, a política demográfica do Japão deverá ser

estabelecida tendo como meta atingir os quatro seguintes

objetivos:

1. Garantir o crescimento eterno da população e evitar o

envelhecimento e a redução futura dela.

2. Sobrepujar os demais países em sua capacidade de

multiplicação e sua qualidade.

3. Garantir a força militar necessária a uma nação

plenamente armada.

4. Dispô-la adequadamente para garantir a liderança em

relação aos países da Ásia Oriental.

Se o governo elegeu por ora como meta o aumento da

população interna para cem milhões de habitantes até 1960


33
A Medicina do Amanhã – Volume 01

dentro das diretrizes de estabelecimento de política

demográfica recentemente anunciadas, foi para indicar de

forma simples, clara e concreta a população necessária para

atingir estes objetivos. E se esta meta de cem milhões de

habitantes em 1960 for atingida, o aumento populacional do

Japão a partir de então se tornará ainda mais rápido, e só

então o povo japonês terá conseguido estabelecer a base para

consumar o desenvolvimento rápido eterno e permanente.

Entretanto, na verdade será uma empreitada nada fácil de

concretizar a meta de cem milhões de habitantes em 1960.

Mas precisamos atingir esta meta o quanto antes superando

esta extrema dificuldade. Então, o que fazer para atingir esta

meta difícil? Para tanto, pelo raciocínio comum, há duas

formas: aumentar a taxa de natalidade e abaixar a taxa de

mortalidade. Há pessoas que defendem com maior ênfase a

redução da taxa de mortalidade. Segundo a opinião destas

pessoas, “a taxa de mortalidade no nosso país está

ultimamente caindo rapidamente, mas ainda assim é uma

taxa bem mais alta que a da Inglaterra, Alemanha, Austrália,

Nova Zelândia etc. Isto é uma prova bastante convincente de

que há ainda uma margem bastante grande de redução da

taxa de mortalidade no Japão. E para atingir a meta de

crescimento demográfico, a forma mais eficiente e mais

racional é criar com cuidado as crianças nascidas e diminuir

ao máximo a sua mortalidade, do que empenhar-se em


34
A Medicina do Amanhã – Volume 01

aumentar a natalidade”. Isto parece à primeira vista uma

opinião bastante acertada.

Reduzir a taxa de mortalidade é especialmente necessário no

nosso país. Mas se esta opinião for para defender que a

política demográfica do Japão daqui para frente deva

priorizar a redução da taxa de mortalidade, não podemos

dizer que ela seja necessariamente correta. Isto porque,

mesmo que se esforce somente em reduzir a taxa de

mortalidade, isso não será suficiente para atingir a meta de

cem milhões de habitantes no território japonês até 1960, e

além do mais, se ficar somente na redução de mortalidade,

com certeza após algumas dezenas de anos a população

japonesa começará a diminuir.

A previsão do Instituto de Pesquisa das Questões

Demográficas, já citada, foi baseada na suposição de que a

taxa de natalidade e a taxa de mortalidade no Japão

manterão a tendência de queda verificada até 1937, e segundo

ela, mesmo que a taxa de mortalidade no Japão continue a

cair com muita rapidez como tem acontecido até agora, a

partir de 2000 a população começará a diminuir. Assim, para

atingir a meta estabelecida, não podemos depender somente

da redução da taxa de mortalidade. Será preciso concentrar o

esforço em aumentar a taxa de natalidade.

(5) Queda de natalidade e medidas para aumentá-la

Como disse acima, para promover o crescimento da


35
A Medicina do Amanhã – Volume 01

população, a tônica precisa ser o aumento da natalidade. E

como promover o aumento da natalidade?

Se a taxa de natalidade do nosso país começou

repentinamente a cair a partir do período imediatamente

posterior à recente [Primeira] Guerra Mundial, é por duas

razões: as pessoas estão se casando mais tarde, e as pessoas

casadas estão tendo menos filhos. Por exemplo, no intervalo

de dez anos entre 1925 e 1935 a taxa de natalidade caiu de

3,492% para 3,163%, e a redução do número de crianças

nascidas foi de aproximadamente 400 mil, um número

bastante grande. Esta é a taxa de pessoas casadas em 1925, e

estimou-se o número de nascimentos em 1935, supondo-se

que a taxa de fecundidade das pessoas casadas fosse igual a

essa época, comparando-se então com o número de

nascimentos reais de 1935. Assim, tivemos redução de cerca

de 230 mil atribuída ao retardamento de casamento dos

jovens e consequente queda de taxa de jovens casados, e de

cerca de 170 mil atribuída à queda da taxa de fecundidade das

pessoas casadas. Há quem diga que a queda da taxa de

natalidade no Japão se deva tão somente ao controle de

natalidade, mas o fato acima prova que a queda da taxa de

jovens casados decorrente dos casamentos tardios é

responsável pela maior parte da queda de natalidade. E é

precipitado também considerar que a queda de fecundidade

das pessoas casadas se deve tão somente ao controle de


36
A Medicina do Amanhã – Volume 01

natalidade. A queda da fecundidade das pessoas certamente

se deve em parte ao controle de natalidade, mas imagina-se

que há além disso a queda da capacidade de concepção das

mulheres. Portanto, para promover o aumento de

nascimentos, obviamente será necessário acabar com a

tendência de controle de natalidade, mas isso não será

suficiente para atingir a meta. Será necessário fazer com que

os jovens se casem cedo para aumentar a taxa de jovens

casados. Será preciso também aumentar a fecundidade de

pessoas casadas.

Mas na verdade não é nada fácil atingir esta meta de

aumento de natalidade. Para tanto, o fundamental é banir na

medida do possível o controle de natalidade e a tendência

individualista, e manter e fortalecer a instituição familiar

saudável, pois ela é a força motriz do aumento demográfico.

E para apressar o casamento e aumentar a taxa de jovens

casados, será necessário que as entidades e os órgãos públicos

trabalhem ativamente no agenciamento e orientação de

casamentos. Será necessário também reduzir radicalmente o

custo de casamento e instituir sistema de financiamento

matrimonial. Com relação à reforma do sistema educacional,

é extremamente necessário que se sane a situação atual em

que o casamento é adiado porque os jovens precisam

frequentar as escolas por muito tempo, considerando a

relação com a política demográfica.


37
A Medicina do Amanhã – Volume 01

(6) Redução populacional e medida de melhoria de qualidade

Para promover o aumento da população será necessário em

primeiro lugar promover o aumento de natalidade, mas é

claro que, paralelamente, se promova a redução de

mortalidade. E no recentemente editado “Princípio para o

Estabelecimento da Política Populacional” o governo espera

reduzir a taxa de mortalidade geral em aproximadamente

35% nos próximos 20 anos, mas isto também não é nada fácil,

assim como o aumento da natalidade.

Já foi dito que a taxa de mortalidade do Japão ainda é

bastante alta em relação os países da Europa, como

Alemanha e Inglaterra, mas estudando mais

minuciosamente, nota-se que é especialmente alta a taxa de

mortalidade infantil e a mortalidade por tuberculose que

atinge principalmente os jovens em torno de 20 anos.

Mas quanto à taxa de mortalidade infantil, no nosso país

também está ultimamente em queda livre, a partir da

[Primeira] Guerra Mundial. Ou seja, a taxa de mortalidade de

bebês no Japão em 1918 era de 18,86%; em 1919, era de 17,05%

e em 1920 era de 16,57%. Isto significa que até completarem

um ano de idade cerca de 20% deles morriam. Mas a partir de

então a mortalidade foi caindo a cada ano, e em 1920 a taxa

de natalidade de bebês havia caído para 11,67%, e em 1921,

para 10,58%. Ainda assim a taxa de natalidade de bebês do

Japão continua sendo bem mais alta que a dos países da


38
A Medicina do Amanhã – Volume 01

Europa. A taxa de mortalidade de bebês na Inglaterra em

1920 era de apenas 6,19%; a da Alemanha, 6,58%, e a da

França, 6,7%. E segundo o 6º Gráfico da Vida do Japão, das

100 mil crianças nascidas, apenas 81.788 sobreviveriam até

completar 5 anos de idade, se fossem meninos, e 83.229, se

fossem meninas.

Isto mostra um fato assustador, que é a morte de quase 20%

desde o nascimento até completar 5 anos de idade. Para

reduzir a taxa de mortalidade do Japão é fundamental

reduzir esta taxa de mortalidade infantil.

Quanto à taxa de mortalidade por tuberculose, houve quem

achasse que ela era uma doença que acompanhava

inevitavelmente o avanço cultural, algo que pudesse ser

chamado de doença da civilização, mas isso é um grande

engano. A taxa de mortalidade por tuberculose do Japão não

mostra quase nenhuma tendência de cair. Pelo contrário, nos

últimos tempos está mostrando até a tendência de subir. Ou

seja, a taxa de mortalidade por tuberculose do Japão em 1920

era de 0,224%, caiu temporariamente para 0,18% em 1932,

mas a partir de então voltou a subir e chegou a 0,207% em

1938. Isto parece corroborar que o aumento de taxa de

mortalidade por tuberculose é resultado inevitável do

desenvolvimento, mas se compararmos estes números com

os dos países da Europa, a da Alemanha é de 0,055%, a da

Austrália, 0,038%, e a da Nova Zelândia, 0,036%. Isto prova


39
A Medicina do Amanhã – Volume 01

que a redução da taxa de mortalidade por tuberculose nem

sempre é impossível, dependendo do esforço, não obstante o

desenvolvimento.

Por isso, o recentemente editado “Princípio para o

Estabelecimento da Política Populacional” estabelece como

meta principal da redução da taxa de mortalidade a melhoria

da taxa de mortalidade infantil e da taxa de mortalidade por

tuberculose.

40
A Medicina do Amanhã – Volume 01

02. MOVIMENTO DEMOGRÁFICO EM DIVERSOS PAÍSES

Vejamos o movimento demográfico da França. Mesmo nesse país a taxa de

natalidade era bastante alta no início do século 19. Ou seja, de 1801 a 1810 era de

32,4%; de 1811 a 1820, 31,8%, e de 1821 a 1930, 31,0%. Mas de 1831 a 1840 ficou abaixo

de 30%, caindo para 29,0%. Desde então segue caindo, chegando a 25,0% na época

da Guerra Franco-Prussiana de 1870. E antes da Primeira Guerra Mundial a taxa de

natalidade era de cerca de 19%, mas no período de 1914 a 1919 ela caiu

drasticamente para 12,4%. Se bem que após a Guerra a taxa de natalidade se

recuperou um pouco, registrando 21,4% em 1920 e 19,4% no período de 1921 a 1925,

mas depois voltou a cair e em 1938 chegou ao lamentável número de 14,6%. Em

relação a isso, o sociólogo [nome não identificado]10 disse na Teoria da Seleção

Social que há diversas causas, mas que a maior delas é a esterilidade fisiológica.

É preciso atentar para o fato de que tal redução demográfica da França se

iniciou por volta de 1834.

E na estatística do referido país o número de nascimentos no começo do

século 19, ou seja, 1801, foi de 900 mil; em 1926 foi de 750 mil e em 1931, 730 mil,

parecendo não ser tão grande a diferença, mas é preciso compará-los com o

aumento populacional neste período. Ou seja, enquanto que em 1801 foram 900 mil

nascimentos para a população de 27 milhões de habitantes; em 1926, foram 750 mil

nascimentos para 40 milhões de habitantes, e em 1931 foram 730 mil nascimentos

para 41,8 milhões de habitantes, denotando quão drástica é a queda da taxa de


10 N.E.: No original: ラヴージ; apesar de não termos conseguido identificar de forma inequívoca o nome do referido
pesquisador, entendemos que deve-se tratar de J. B. S. Haldane.
41
A Medicina do Amanhã – Volume 01

natalidade. Vamos demonstrar a variação da taxa de natalidade:

Período Número médio de nascimentos por

10 mil habitantes

1801 – 1810 329

1811– 1820 318

1821– 1830 306

1831– 1840 288

1841– 1850 273

1851– 1860 261

1861– 1870 262

1871-1880 254

1881-1890 239

1891– 1900 131

1901– 1910 206

1911-1920 153

1921-1925 193

1926 188

1931 174

E depois, a queda da taxa de natalidade entre países desenvolvidos do mundo

não se restringe à França, podendo ser considerado hoje uma lei universal. Mas a

42
A Medicina do Amanhã – Volume 01

queda da taxa de natalidade na França se tornou problema porque essa queda se

manifestou já no início do século 19. Os países que pensaram que a queda de

natalidade na França nada tinha a ver com eles estão enfrentando a mesma

situação. Vejamos a situação dos países da Europa.

A situação da taxa de natalidade na Inglaterra é como segue:

Período Número de nascimentos

por 10 mil habitantes

1841-1850 326

1851 – 1860 342

1861-1870 352

1871-1880 355

1881-1890 325

1891-1900 299

1901-1910 272

1911-1915 241

1916-1920 201

1921-1925 199

1926 178

1930 168

Fonte: artigo do Professor Shiras, já citado.

De 1871 a 1880, a taxa de natalidade seguiu aumentando, mas desde então


43
A Medicina do Amanhã – Volume 01

mudou seu rumo, diminuindo em ritmo acelerado. Ou seja, de 355 caiu para 241 no

período anterior à Guerra, passando para 178 em 1926 e para 168 em 1930. Durante

meio século que separa a década de 1871 a 1880 de 1926, ela continuou caindo,

chegando a praticamente metade. E se comparar isto com a queda na França, a sua

velocidade foi cerca de 2,5 vezes maior, pois na França a queda foi de pouco mais de

40% em 125 anos (1801 a 1926). Este fato assustou sobremaneira a Inglaterra, tanto é

que o Jornal Times escreveu: “Desde que entramos neste século, a queda de

natalidade, que era uma característica marcante da estatística demográfica da

Inglaterra, continua, ao contrário, acelerando-se”. A estatística recente da

Inglaterra é assim lamentável.

Ano Nascimento por 10 mil habitantes

1921 134

1922 204

1923 197

1924 188

1925 183

1926 178

Como pode ver acima, em 1926 ficou abaixo da taxa de natalidade da França.

Vejamos agora a Alemanha.

Período Nascimento por 10 mil habitantes

44
A Medicina do Amanhã – Volume 01

1841-1850 361

1851-1860 353

1861-1870 372

1871-1880 391

1881-1890 368

1891-1900 168

1901-1910 330

1911-1915 285

1916-1920 179

1921-1925 219

De 1871 a 1880, a taxa de natalidade foi subindo aos poucos, mas a partir de

então começou a cair bruscamente. Ou seja, de 391 caiu para 330 no início do século

20. Mas como na Alemanha de modo geral estavam acostumados com a taxa de

natalidade muito alta, não acreditaram nesta queda repentina e Dietzel a viu com

ceticismo; Wagner disse em 1907 que isso se devia a maré baixa temporária de

natalidade, e [nome não identificado] 11 chegou a atribuí-la ao erro de cálculo

estatístico. Como se vê, os cientistas alemães não acreditavam na queda da taxa de

natalidade. Entretanto o fato é que essa queda continuou, chegando a 276 em 1913.

Isto significa que a Alemanha perdeu um terço de sua taxa de natalidade em 40

anos.

E a situação após a Guerra é a seguinte:

11 N.E.: No original: フィールクス.

45
A Medicina do Amanhã – Volume 01

Ano Nascimento por 10 mil habitantes

1921 253

1922 229

1923 208

1924 202

1925 204

De 1871 a 1925 a taxa de natalidade caiu de 391 a 204. Ou seja, em meio século

perdeu metade (48%) da sua taxa de natalidade. E essa queda continua

regularmente. A velocidade de sua queda é 2,5 vezes maior que a da França.

Vejamos agora a Itália.

Ano Nascimento por 10 mil habitantes

1861-1870 371

1871-1880 370

1881-1890 376

1891-1900 349

1901-1910 327

1911-1915 328

1916-1920 229

1921-1925 291

46
A Medicina do Amanhã – Volume 01

Na Itália também pode-se observar o fenômeno de queda de natalidade, mas

não é tão visível como na Inglaterra e na Alemanha. Mas nos últimos tempos ela

está consideravelmente grande.

Ano Nascimento por 10 mil habitantes

1921 303

1922 302

1923 293

1924 282

1925 275

E essa queda continua, chegando a 251 em 1929. Talvez por isso o governo

italiano emitiu um grande alerta ao povo, dizendo que se a taxa de natalidade

continuar caindo assim, no final do século 20 enfrentará uma grande crise,

incentivando fortemente o aumento da população. Seja como for, em cerca de 40

anos até 1925 perdeu um quarto da taxa de natalidade.

E Ravinovich cita as estatísticas da Bélgica, Suécia e Noruega, apontando a

queda de natalidade. Ou seja, a taxa de natalidade da Bélgica caiu 40% em cerca de

80 anos; quanto à Suécia, seguiu às vezes o mesmo caminho da França, caindo pela

metade a taxa de natalidade em um século; na Noruega a queda de taxa de

natalidade começou depois da Suécia, mas caiu 40% em um século. Já a Suíça teve

queda de 40% da taxa de natalidade em meio século (1875 a 1926).

Agora vejamos os outros continentes. Qual é a situação da Austrália e da Nova

47
A Medicina do Amanhã – Volume 01

Zelândia?

Ano Austrália Nova Zelândia

1913 282 261

1914 279 260

1915 271 252

1916 266 259

1921 250 233

1922 247 232

1923 238 219

1924 232 216

1925 229 212

1926 220 211

1927 217 203

1928 213 196

1929 203 190

Ambos os países tiveram queda de mais de 30% na taxa de natalidade em

apenas 16 anos. Os países com população branca do hemisfério sul, que tem

condições sociais totalmente diferentes das da Europa, também não são exceção em

termos de queda da taxa de natalidade.

Ravinovich conclui, à luz das estatísticas dos países acima, que em todas as

48
A Medicina do Amanhã – Volume 01

nações e em todos os povos do mundo se observa a queda da taxa de natalidade.

Vejamos agora os Estados Unidos. Como este país não faz o registro de

nascimentos no país inteiro, não há dados que indiquem diretamente a queda da

taxa de natalidade do país como um todo, mas se subtrairmos da população total de

cada ano do censo o número líquido de imigrantes ingressados no país, compará-lo

com a população do ano do censo anterior, calculando assim a taxa de crescimento

populacional, poderemos saber em linhas gerais a variação da taxa de natalidade.

Segundo este cálculo, desde 1880 a taxa de natalidade vem caindo. E mesmo a taxa

de natalidade das regiões que ultimamente fazem o registro mostra queda ano a

ano, como mostra a seguinte tabela:

Ano Nascimentos por mil habitantes

1920-21 24,0

1922-23 22,5

1924-25 22,0

1926 20,6

1927 20,6

1928 19,8

1929 18,9

1930 18,9

Fonte: Shirras - The Population Problem in India

- Economic Journal, Mar.,1933., p. 63.

49
A Medicina do Amanhã – Volume 01

Quanto à América do Sul, no momento só dispomos de dados da Argentina,

onde a taxa de natalidade média anual no período de 1910 a 1914 era de 38,9 por mil

habitantes, e a taxa de crescimento demográfico natural era de 20,8, um número

maravilhoso, mas no período de 1934 a 1938 a taxa de natalidade caiu para 25,0, e a

taxa de crescimento demográfico natural, para 12,5.

E quanto ao nosso Japão?

Ano Nascimentos por mil habitantes

1911-15 33,5

1916-20 33,0

1921-25 34,6

1926 34,6

1927 33,6

1928 34,4

1929 33,0

1930 32,4

1931 32,1

Quanto ao período de 1916 a 1920, devido à influência da [Primeira] Guerra

Mundial, em 1919 atingiu o ponto mais baixo, com 31,6, mas no ano seguinte, talvez

por reação, passou para 36,2, o recorde do nosso país. A variação da taxa de

natalidade neste período é observada em vários países do mundo. Assim sendo,

vendo de forma abrangente excluindo este período, no nosso país, até o final da era

50
A Medicina do Amanhã – Volume 01

Taisho (1915), de modo geral a tendência foi de aumento, passando para a redução

ao entrar na era Showa. Os próprios cientistas consideram muito interessante que

só o Japão tenha apresentado crescimento da taxa de natalidade enquanto que

todos os países ditos desenvolvidos estão mostrando tendência de redução da taxa

de natalidade há cem anos, nos casos mais precoces, ou há 40, 50 anos, nos casos

mais tardios.

Levando isto em consideração, podemos dizer que hoje em dia a queda da taxa

de natalidade é uma regra invariável dos países desenvolvidos. A tabela abaixo

mostra como esses países tiveram queda nas suas taxas de natalidade.

Nação Número de anos Proporção da queda de

taxa de natalidade

França 120 anos 45%

Inglaterra 50 anos 50%

Alemanha 50 anos 50%

Itália 40 anos 25%

Bélgica 90 anos 40%

Suécia 100 anos 50%

Noruega 70 anos 40%

Suíça 50 anos 40%

Em resumo, a França continua liderando a queda de taxa de natalidade, e

todos os demais países o acompanham, embora com algumas diferenças no ritmo,

51
A Medicina do Amanhã – Volume 01

e hoje alguns já a alcançaram ou até a ultrapassaram.

E a época em que a taxa de natalidade da França era excepcionalmente baixa já

é coisa do passado. Hoje os tempos mudaram e a situação dos países da Europa é a

seguinte (1929).

França 177

Suíça 171

Inglaterra 167

Noruega 173

Austrália 167

Suécia 152

E a queda paralela da taxa de natalidade e da taxa de mortalidade é fenômeno

comum a todos os países, mas como a queda de taxa de natalidade é mais acentuada

que a da taxa de mortalidade, sem exceção, a taxa de crescimento cai. Vamos citar

como exemplo a estatística da França:

Ano Número de mortes por Diferença positiva

10 mil habitantes entre mortes e

nascimentos

1801-1810 286 73

1811-1820 260 53

1821-1830 248 58

52
A Medicina do Amanhã – Volume 01

1831-1840 247 42

1841-1850 232 41

1851-1860 237 24

1861-1870 235 27

1871-1880 237 17

1881-1890 221 18

1891-1900 215 16

1901-1910 194 12

1913 176 15

A queda da taxa mortalidade era bastante acentuada até 1913 e caiu 39%, mas

como a taxa de natalidade caiu ainda mais, a diferença positiva dos nascimentos foi

afetada por isso. Do fim do século 19 até o início do século 20 essa diferença positiva

foi muito insignificante e houve até anos em que o número de mortes ultrapassou o

de nascimentos, até que os intelectuais franceses levantaram a voz de alerta sobre a

extinção da nação, o que não era de se admirar. E em 1938 o referido país chegou a

registrar uma redução de cerca de 130 mil habitantes.

Para finalizar, vejamos novamente a estatística do Japão.

Após o pico de 36,19 por mil habitantes em 1920, seguiu a tendência de queda,

e a taxa de mortalidade também indicou a mesma tendência.

Ano Taxa de natalidade Taxa de mortalidade

1920 36,19 25,41

53
A Medicina do Amanhã – Volume 01

1921 35,06 13,69

1922 34,16 13,32

1923 34,94 13,78

1924 33,79 31,13

1925 34,92 20,27

1926 34,77 19,18

1927 33,61 19,80

1928 34,38 19,91

1929 33,00 20,04

1930 32,35 18,17

1931 32,17 18,98

1932 32,91 17,73

1933 31,55 17,76

1934 29,97 18,11

1935 31,63 16,78

1936 29,92 17,51

1937 20,61 16,95

1938 26,70 17,44

Vendo a tabela acima, embora haja alguma irregularidade de ano para ano, é

possível notar claramente que tanto a taxa de natalidade como a de mortalidade

estão caindo aos poucos. Ou seja, a taxa de natalidade, que em 1920 era de 36,19, em

54
A Medicina do Amanhã – Volume 01

1938, 18 anos depois caiu para apenas 26,70. Mas a taxa de mortalidade também

caiu drasticamente de 25,41 de 1920 para 16,78 de 1935, subindo para 17,44 três anos

mais tarde, em 1938; porém, é fácil imaginar que este aumento se deve em parte à

Guerra Sino-Japonesa. Esta queda paralela da taxa de natalidade e da taxa de

mortalidade merece atenção. A opinião pública interpreta a redução gradativa da

taxa de mortalidade como resultado do avanço da medicina, mas isso é um

equívoco. Explicarei a causa disso detalhadamente mais adiante.

Na previsão do futuro feita pelo Dr. Tomonaga Nakagawa com a suposição de

que a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade mantenham esta tendência, temos

o seguinte:

Ano Taxa de Taxa de Taxa de

natalidade mortalidade crescimento

natural

1935 31,63 16,78 14,85

1940 28,78 15,30 13,48

1945 27,47 14,06 13,41

1950 26,52 12,99 13,53

1955 25,27 12,10 13,17

1960 23,57 11,32 12,25

1965 21,85 10,90 10,95

1970 20,30 11,04 9,26

1975 19,13 11,44 7,69

55
A Medicina do Amanhã – Volume 01

1980 18,25 11,88 6,37

1985 17,33 12,57 4,76

1990 16,28 13,09 3,19

1995 15,21 13,70 1,51

2000 14,21 14,27 - 0,06

2005 13,35 15,08 - 1,73

2010 12,60 15,69 - 3,09

2015 11,90 16,06 - 4,16

2020 11,20 17,35 - 6,15

Vendo a tabela acima, nota-se que a taxa de natalidade vai baixando aos

poucos, igualando-se em 1960 à taxa de natalidade da Itália nos últimos tempos, de

23,6; em 1975, à da Alemanha nos últimos tempos, de 19,7; em 1995, à da Inglaterra

nos últimos tempos, de 15,1, e em 2000 se aproximaria da taxa de natalidade da

França nos últimos tempos, de 14,6. A tendência de queda da taxa de natalidade

continuaria, caindo para 11,20 em 2020. Esta taxa de natalidade corresponde mais

ou menos à taxa de natalidade da França na época da Primeira [Primeira] Guerra

Mundial. Vendo agora a queda da taxa de mortalidade, em 1940 se aproximaria da

taxa de mortalidade da França nos últimos tempos, de 15,4; em 1945, da taxa de

mortalidade da Alemanha nos últimos tempos, de 13,9; em 1960, da taxa de

mortalidade da Inglaterra nos últimos tempos, de 11,6, e da taxa de mortalidade da

Alemanha, nos últimos tempos, de 11,7; e em 1965, da taxa de mortalidade dos

Estados Unidos nos últimos tempos, de 10,7. Mas a taxa de mortalidade no Japão

56
A Medicina do Amanhã – Volume 01

não tem perspectivas de cair mais que isto, devendo retomar a tendência de

elevação de 1965 em diante, ficando até mais alta que a taxa de mortalidade de 1935

em 2020. A queda gradual da taxa de mortalidade entre 1935 e 1965 ocorre porque

com a redução da taxa de natalidade diminui a proporção de bebês e crianças com

maior risco de morte, e aumenta a proporção de jovens e adultos na idade

produtiva com risco de morte relativamente baixo. Mas, enquanto que após 1965 a

proporção de bebês e crianças com mais risco de morte continua caindo, a

proporção de idosos com maior risco de morte aumenta aos poucos.

Analisando agora a evolução da taxa de crescimento natural, como a queda da

taxa de natalidade é maior que a queda da taxa de mortalidade, a taxa de

crescimento natural cai aos poucos, mas até 1955 ainda consegue manter a taxa de

crescimento natural acima de 13. Porém, de 1965 em diante, enquanto que a taxa de

natalidade continua a cair, a taxa de mortalidade apresentará a tendência de

elevação gradual, de modo que a taxa de crescimento natural cai abruptamente, e

em 1965 ficará um tanto abaixo da taxa de crescimento natural da Itália nos últimos

tempos, de 9,7; em 1975, ficará um tanto abaixo da taxa de crescimento natural da

Alemanha nos últimos tempos, de 8,0; e em 1990, ficará equivalente à taxa de

crescimento natural da Inglaterra nos últimos tempos, de 3,5. E em 2000 a taxa de

mortalidade superará a taxa de natalidade, ficando negativa a taxa de crescimento

natural – isto é, o número absoluto de habitantes começa a cair. Vendo a estimativa

estatística acima, ninguém poderá ficar indiferente quanto ao progresso do nosso

povo. É indiscutível que será preciso estabelecer uma grande medida radical frente

a esta crise que está se concretizando. Não é sem razão que o governo também

tenha criado recentemente a Secretaria Demográfica, estando muito alvoroçado

em tomar diversas medidas.


57
A Medicina do Amanhã – Volume 01

Já a estimativa da população futura do Japão, feita pelo Dr. Nakagawa

supondo que a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade no futuro manterá a

tendência de queda dos últimos tempos, é a seguinte. Entretanto, tenha em mente

que não foram levados em consideração os efeitos da Guerra Sino-Japonesa.

Ano Número total

1935 69.254.148

1940 73.939.278

1945 78.985.589

1950 84.336.487

1955 90.107.431

1960 95.955.701

1965 101.608.567

1970 106.857.962

1975 111.453.360

1980 115.379.596

1985 118.554.200

1990 120.914.010

1995 122.328.494

2000 122.741.777

2005 122.186.682

2010 120.737.750

58
A Medicina do Amanhã – Volume 01

2015 118.492.685

2020 115.465.385

2025 111.776.766

Analisando-se a tabela acima, nota-se que a taxa de crescimento natural está

caindo gradativamente, mas até 2000 é positiva, portanto, o número total de

habitantes é o maior, passando de 122.740.000. A partir de então o número total de

habitantes começa a diminuir, mas mesmo em 2025 terá uma população bem

maior que os 73.939.278 habitantes de 1940. O fato de ter população ser superior a

100 milhões de habitantes em 2025, ainda que não se considerem os efeitos da

Guerra Sino-Japonesa, parece alentador à primeira vista, mas há uma coisa que

merece atenção: a partir de 2000, o número absoluto de habitantes do Japão

começa a decrescer aos poucos. Ou seja, dará o primeiro passo para o declínio do

povo. Por isso, o ano de 2000 será a encruzilhada entre a sobrevivência e o

desaparecimento do povo. Se o Princípio para o Estabelecimento da Política

Populacional do governo tem como uma das metas “assegurar o progresso eterno

da população”, deve ser exatamente porque ponderou sobre este ponto.

Como se vê, ao se analisar o movimento demográfico não só de outros países

como do nosso Japão, percebe-se que a queda da taxa de crescimento já se tornou

uma regra invariável comum a todos, sem exceção. As principais medidas tomadas

até hoje pelos países para esta questão são, como todos sabem, reduzir a idade de

casamento dos jovens e evitar os abortos provocados, e no Japão, reduzir a taxa de

mortalidade por tuberculose e a taxa de mortalidade infantil, que são altas. Como

outras medidas podemos citar a prevenção da concentração da população nas zonas

59
A Medicina do Amanhã – Volume 01

urbanas, isto é, a redistribuição da população, e também a promoção da

consciência étnica e reconfirmação da instituição familiar.

Porém, as diversas medidas acima são todas periféricas e não atacam o

problema pela raiz e, embora surtam algum efeito, eu afirmo que está longe de

controlar a situação. Nem é preciso dizer que todos os fatos têm causa e efeito.

Mesmo a queda da taxa de crescimento demográfico não foge à regra, de modo que

não há outra medida definitiva a não ser descobrir a causa e eliminá-la. Mas a

segunda razão é que até hoje ninguém conseguiu descobrir a causa disso.

Vamos então explicar a seguir essa causa – ou seja, o enigma de que falei no

início.

60
A Medicina do Amanhã – Volume 01

03. A QUESTÃO DA QUEDA DA TAXA DE CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO

Creio que compreenderam mais ou menos a tendência da questão demográfica

do Japão e do mundo por meio das estatísticas acima apresentadas. Resumindo, ela

se deve aos seguintes dois pontos:

1. A queda da taxa de crescimento demográfico começou a partir dos meados

do século 19 na Europa, e a partir de 1921 no Japão.

2. A ocorrência paralela de queda da taxa de mortalidade e da taxa de

crescimento demográfico

Vamos dissecar exaustivamente os dois tópicos acima.

Quanto à causa do tópico 1, eu afirmo que é a vacina contra varíola, que a

humanidade considera a salvadora do mundo.

É do conhecimento de todos que a vacina contra varíola é uma descoberta de

Edward Jenner, nascido em 1749 em Berkeley, Inglaterra, e falecido em 1823. Ele

era filho de um vigário e obteve a habilitação de médico em Londres em 1792, e

soube que por volta de 1710 as moças gregas introduziam a agulha na pústula do

paciente com varíola e injetavam esse pus na sua pele, e como resultado elas

tinham varíola leve, livrando-se de ficar em estado grave. Soube ainda que a

varíola bovina substituía a varíola humana. Em 14 de maio de 1796, ele inoculou o

pus de varíola bovina no seu próprio filho e constatou que o experimento foi bem-

sucedido, publicando finalmente o método de vacinação contra a varíola em 1798.

61
A Medicina do Amanhã – Volume 01

A primeira vez que a vacina contra varíola foi introduzida no Japão foi em

1849. E em 1858 foi inaugurada em Otamagaike, Kanda, a Casa da Vacina, a qual

teve o nome alterado para Instituto de Medicina, que deu origem à atual Faculdade

de Medicina da Universidade Imperial. Em 1868, Sensai Nagayo retornou da

Europa, transmitindo o método de vacinação contra varíola com o uso de vaca para

vacina. Em 1874, foi fundado o centro de distribuição de vacinas em Bakuro-cho,

Tóquio, e em seguida passou a ser fabricada a vacina no Instituto de Doenças

Infectocontagiosas, que passou a vacinar o povo em geral com vírus da varíola

bovina e proporcionar-lhe a imunidade contra a varíola.

Eu quero abrir parêntese aqui para dizer que, pelo que entendi, na medicina a

imunidade significa não manifestar a doença. Mas refletindo mais a fundo

podemos levantar a seguinte tese: a não manifestação da doença pode significar

que as toxinas da varíola desapareceram, ou que, mesmo elas estando presentes, a

doença não se manifesta por alguma razão. Por que isso acontece? É porque o ser

humano possui as toxinas hereditárias. São as de varíola, de sarampo, de

coqueluche, etc. Principalmente as toxinas da varíola são temidas, pois são

malignas. E a manifestação da varíola acontece quando as toxinas da varíola se

acumulam em toda a camada subcutânea do corpo para serem eliminadas graças à

atividade de purificação12 natural do corpo humano. Elas são empurradas de dentro

12 N.E.: Optamos por traduzir como "atividade de purificação" ao que normalmente se traduz por "processo de
purificação" ou ainda por "ação de purificação" por entender que a opção pelo termo "atividade" representa melhor o
sentido do termo. Isto porque, em uma análise mais literal ou formal, têm-se que o termo "ação" representa algo
pontual; o termo "processo", representa algo que tem fim; e o termo "atividade", representa um conjunto sucessivo de
processos. Desta forma, ao que nos parece, a "atividade de purificação" aqui referida por Meishu Sama trata-se de uma
sucessão de processos, que seriam os processos de acúmulo e eliminação de toxinas; estes, por sua vez, seriam
compostos por ações de purificações pontuais. Assim, usando-se o termo "atividade de purificação", facilita-se que seja
feita de forma mais clara essa distinção com os processo de acúmulo e eliminação de toxinas, bem como representa de
maneira mais clara tratar-se de uma atividade complexa que por sua vez é composta por processos e ações de
purificação.
62
A Medicina do Amanhã – Volume 01

para fora. Com isso elas formam erupções na superfície da pele, as quais se

rompem expelindo o pus. A este processo se chama varíola, e a febre que a pessoa

tem nessa ocasião é a ação de dissolução natural para facilitar a eliminação das

toxinas. Ao ver as pústulas, qualquer pessoa se convence disso.

Entretanto, a vacina contra a varíola inibe a ação de eliminação destas toxinas

da varíola (doravante referidas como toxinas variólicas13). Ela enfraquece a força de

purificação. Em outras palavras, negativa o que é positivo. As toxinas variólicas

assim negativadas perdem a força para sair e por isso permanecem no organismo. E

que tipo de ação fazem as toxinas variólicas negativadas que permanecem no

organismo? Elas causam tuberculose, miopia, doenças renais, amigdalite, doenças

da cabeça e todas as demais doenças. Como se não bastasse, a permanência das

toxinas variólicas negativadas comprometem as funções de todo o corpo, causando

obviamente o declínio da saúde do corpo e da fertilidade das mulheres. Eis a

verdadeira causa do problema demográfico.

Isto está claro nas estatísticas demográficas, senão vejamos: na Europa, os

sinais de queda de taxa de crescimento demográfico já começa a aparecer após a

descoberta da vacina contra varíola, sendo a França a precursora, apresentando

essa tendência 30 ou 40 anos após a referida descoberta, vindo depois a Inglaterra,

que passou a apresentá-la 70 ou 80 anos após. O nosso país também seguiu

praticamente o mesmo roteiro, tanto é que esses sinais estão finalmente

aparecendo 50, 60 anos após o início da vacinação contra a varíola do povo em

geral.

13 N.E.: No texto original, Meishu Sama faz uso dos kanjis 天然痘毒素 para se referir ao que aqui traduzimos como
"toxinas da varíola"; em seguida, provavelmente com o intuito de apenas abreviar o termo completo, Meishu Sama diz
que irá se referir ao termo 天 然 痘 毒 素 apenas como 然 毒 . Na tradução, chamamos então o termo "completo" de
"toxinas da varíola" e o termo abreviado de "toxinas variólicas"; vale dizer que este termo ( abreviado) é também
traduzido em algumas literaturas messiânicas como “toxinas congênitas”.
63
A Medicina do Amanhã – Volume 01

Vamos citar mais um exemplo: está claro que a taxa de natalidade de 40

pessoas por mil habitantes da China, onde a medicina e o saneamento público são

incipientes, se deve ao fato de não fazerem absolutamente nenhuma vacinação.

Outros exemplos são Sohn Kee-chung, o primeiro colocado na maratona da 11ª

Olimpíada, que é oriundo da Península Coreana; o primeiro e o segundo colocados

no levantamento de peso do Campeonato Japonês de Esportes do ano passado,

também oriundos da Península Coreana; a equipe campeã na prova de

revezamento Fukuoka-Osaka também era da Coreia e Taiwan o que não deixa

margem para discussão sobre o quanto os povos sem vacina, a exemplo dos

trabalhadores braçais da Manchúria, com alimentação extremamente pobre e

vivendo em ambiente insalubre, possuem resistência física inquebrantável e

vitalidade tenaz. Espero que se façam mais pesquisas sobre quão grandes são as

diferenças entre os povos vacinados e os povos não vacinados. Sendo assim, o que

acontecerá se for mantida a situação atual? Quem poderá afirmar que a diferença

entre os povos fortes e os povos fracos não aumentará cada vez mais, chegando

uma época terrível em que os povos desenvolvidos acabarão se aniquilando e os

povos não desenvolvidos irão prosperar? Ao encararmos tal fato severo, não

conseguiremos deixar de cobrir os olhos.

Vamos explicar sobre o fato de as toxinas variólicas negativadas estarem

causando todas as doenças. Assim, não poderão deixar de reconhecer como a

medicina de até hoje estava errada na sua origem.

A primeira questão é “o que é doença?”. Não haverá nada que aflige tanto a

mente da humanidade desde os tempos ancestrais até os dias de hoje como a

questão “o que é doença?”. Quantos milhares de estudiosos deram sua vida no

intuito de decifrar este enigma! Mas todos sabem que ainda hoje não lograram
64
A Medicina do Amanhã – Volume 01

decifrá-lo. E o que conseguiram descobrir até hoje são, no caso da medicina

oriental, o colapso da harmonia entre os órgãos internos, e no caso da medicina

ocidental, a teoria da falência das células de Virchow e a descoberta dos micróbios

por Koch da Alemanha e por Pasteur da França, que constituem a medicina de

hoje. Portanto, todas as teorias que surgiram até hoje consideram igualmente que a

doença destrói a saúde e em casos extremos ameaça a vida. E na religião

consideram que se trata de admoestação de Deus ou punição dos pecados. Assim, a

doença era tida como algo a ser lamentado, temido ou maldito. Pois a minha teoria

é diametralmente oposta: digo que “a doença é a maior graça concedida por Deus e

graças a ela a saúde humana é mantida e a vida é prolongada”, portanto, o ser

humano deveria ter a maior gratidão para com a doença. Ao ler tal teoria,

provavelmente as pessoas não conseguirão evitar o espanto. Deixe-me explicar

então em que razões eu me baseio.

65
A Medicina do Amanhã – Volume 01

04. A VERDADEIRA CAUSA DA DOENÇA

Como já disse anteriormente, o ser humano, ao nascer, possui diversas

toxinas hereditárias, a exemplo das toxinas da varíola, de que falei no início. E

devido aos obstáculos trazidos por estas toxinas não é possível manter a saúde

perfeita, por isso o corpo humano é feito de modo que ocorra a atividade de

purificação natural para expulsá-las do corpo. E quando ocorre a atividade de

purificação natural ela é acompanhada de algum desconforto, ao qual deram o

nome de “doença”. Para explicar isto, vamos tomar como exemplo a doença mais

frequente, a gripe, pois não haverá ninguém que nunca a tenha contraído. E até

hoje a causa desta doença não foi explicada pela medicina, mas eu descobri que esta

é uma das ações de purificação das mais simples. Uma vez contraída a gripe,

ocorrem febre, dor de cabeça, tosse, coriza, expectoração, inapetência, fadiga geral,

dor nos membros, etc. Por que isso acontece? Graças à primeira fase da purificação

que ocorre constantemente, ocorreu a atividade em que as toxinas que se

acumulam em diversos pontos do corpo passam a ser eliminadas pela segunda fase

da purificação.

Creio ser necessário explicar o que é a atividade de purificação. As toxinas

variólicas, as toxinas úricas, as toxinas dos medicamentos, etc., que podem ser

chamadas de impurezas do corpo, acumulam-se aos poucos em determinados

pontos pela atividade de purificação constante, sedimentando-se 14. Quais são os


14 N.E.: Este termo que aqui optou-se por traduzir como "sedimentar" (e suas variantes - [toxinas] sedimentadas,
sedimentação, etc) também costuma ser traduzido por "solidificar" (e suas variantes - [toxinas] solidificadas,
solidificação, etc). Outra opção gramaticalmente correta seria traduzir-se como "agregar", "concentrar", "condensar".
O sentido que tentamos passar com a opção pelo uso do termo sedimentar seria algo próximo àquele que ocorre com as
66
A Medicina do Amanhã – Volume 01

pontos onde elas se acumulam? São pontos de tensão, sobre os quais explicarei em

detalhes posteriormente, mas de qualquer forma ocorre a ação de eliminação das

toxinas sedimentadas – eis o início da doença. Portanto, a atividade de purificação

se divide a grosso modo em dois tipos, sendo o primeiro a ação de acumular e

sedimentar as toxinas em um determinado ponto do organismo, e o segundo, a

ação de expulsar as toxinas sedimentadas do corpo. No caso do primeiro, ainda não

há muito desconforto, por isso a pessoa não acha que seja doença. Mas a tensão nos

ombros ou no pescoço é isso. Em seguida ocorre a ação de dissolução dessas toxinas

sedimentadas, que é a segunda fase da purificação, que se manifesta em forma de

sintomas de gripe. Ou seja, esses desconfortos configuram a doença. É por isso que

costumam dizer que as pessoas ficam gripadas quando sentem tensão nos ombros.

Como expliquei acima, a febre é a ação de dissolução para facilitar a expulsão

das toxinas sedimentadas, e a coriza e o escarro são exatamente essas toxinas

dissolvidas e liquefeitas. Elas se transformam também em suor, urina, diarreia etc.

Mas quando as toxinas liquefeitas ainda estão sedimentadas, a sua expulsão é

difícil, por isso ocorre a ação de sucção delas. São o espirro e a tosse. O espirro e a

tosse são como uma ação de bombeamento para expelir a secreção nasal e o

escarro, respectivamente. É por isso que após o espirro sai a secreção nasal, e após

a tosse, o escarro. E a inapetência é causada pela febre, expectoração e

medicamentos. As dores acontecem porque as toxinas sedimentadas nesses pontos

se dissolvem, transformam-se em toxinas líquidas e se movem para serem

expulsas, o que irrita os nervos. A dor de garganta ocorre porque as toxinas

contidas no escarro entram em contato com a mucosa, irritando-a e causando

rochas sedimentares [As rochas sedimentares são rochas formadas através da deposição, e consequente cimentação ou
consolidação de fragmentos provenientes de material mineral ou material orgânico.]
67
A Medicina do Amanhã – Volume 01

inflamação, e a rouquidão ocorre porque por essa mesma razão as pregas vocais e a

válvula se inflamam, prejudicando a operação da fala. A dor de cabeça é causada

pela ação de expulsão de toxinas da cabeça liquefeitas pela febre.

Sendo a gripe o que expliquei acima, basta deixar como está sem fazer

qualquer tratamento nem tomar medicamento que a atividade de purificação

ocorrerá normalmente e a pessoa se curará em poucos dias. Por isso, a ocorrência

da atividade de purificação de forma tão fácil como é o caso da gripe é realmente

uma dádiva do céu. Por esta razão, as toxinas diminuem na mesma medida em que

a pessoa fica gripada, de modo que se curar a gripe naturalmente, o próximo

episódio de gripe será com certeza mais leve que o anterior, e os intervalos entre os

episódios de gripe também irão ficando mais espaçados, até que a pessoa deixará de

pegar gripe. Isto porque a pessoa fica sem toxinas e deixa de haver necessidade de

gripe. A estas alturas, mesmo que raramente pegue gripe, por ter muito poucas

toxinas, praticamente não terá febre, apresentando no máximo pequena

quantidade de coriza e escarro, sendo praticamente nulos os demais desconfortos,

de modo que se dedicará aos trabalhos como sempre, curando-se praticamente sem

nem perceber.

Mas todas as teorias médicas até hoje dizem o oposto, temendo a gripe como

se ela fosse o prelúdio de uma doença grave, tanto é que dizem desde antigamente

que “a gripe é a origem de todas as doenças”, e atualmente é temida como se fosse a

entrada para a tuberculose. Mas devemos dizer que a gripe é um meio de não pegar

a tuberculose, um “fator que livra a pessoa de todas as doenças”. Portanto, pegar

gripe é algo até bem-vindo, e “procurar pegar gripe” é a primeira condição da

promoção de saúde.

Todos os métodos terapêuticos desenvolvidos até agora, quando não tinham


68
A Medicina do Amanhã – Volume 01

conhecimento da lógica acima, temeram a gripe e interpretaram erroneamente os

desconfortos causados pela gripe como agravamento da doença, algo a ser contido,

por isso, eles tentam suspender a atividade de purificação tão cara chamada gripe.

O primeiro método é a medicação. Os medicamentos são todos toxinas. Certa

autoridade em medicina oriental disse antigamente: “todos os remédios são

veneno. Portanto, curar a doença com remédio significa controlar o veneno com o

veneno”; são realmente sábias palavras.

Porque utiliza substância tóxica chamada medicamento, enfraquece as

funções do organismo. Porque enfraquece as funções, a atividade de purificação

fica paralisada. O método de resfriamento por gelo também paralisa a atividade de

purificação, por isso reduz a febre e o desconforto. O mesmo acontece com a

compressa. Além das narinas, o corpo humano respira também pelos capilares da

pele, e a compressa paralisa essa respiração, por isso a atividade de purificação

dessa parte fica reduzida, diminuindo o desconforto. Todos esses diversos métodos

inibem e paralisam a atividade de purificação, por isso o desconforto diminui, até

que os sintomas desaparecem e a pessoa apresenta momentaneamente a situação

de cura. Mas essa não é a cura verdadeira proporcionada pela eliminação das

toxinas, e sim a resedimentação das toxinas que estava passando pela atividade de

purificação, isto é, apenas as devolveu ao estado anterior à ocorrência da atividade

de purificação. Por conseguinte, com o passar do tempo ocorrerá novamente a

atividade de purificação, a pessoa voltará a ficar gripada; novamente paralisará a

atividade de purificação; voltará a ficar gripada e assim sucessivamente. Todos

sabem que existem realmente muitas pessoas assim. E o problema é que a cada vez

acrescentam-se mais toxinas de medicamentos, aumentando cada vez mais as

toxinas a serem purificadas. Por conseguinte, é natural que os episódios vão se


69
A Medicina do Amanhã – Volume 01

agravando aos poucos. Como resultado, ocorrem a pneumonia e outras

complicações.

A pneumonia é uma atividade de purificação severa. Podemos dizer que se

trata de uma gripe grave. Como já disse, como reprimem a gripe, que é uma

atividade de purificação de menor escala, as toxinas vão sendo acumuladas a cada

episódio, e se manifestam de uma vez como reação, em forma de atividade de

purificação de grande escala.

Por ter sido a medicina convencional originada de um equívoco como foi dito

acima, é natural que quanto mais ela evolui mais aumente o número de doentes e

as condições físicas das pessoas piorem. Portanto, podemos dizer que a evolução da

medicina não é no sentido de curar a doença, mas sim a “evolução para não curar a

doença”. Os cientistas também reconhecem que a causa principal da queda da taxa

de crescimento demográfico é a queda da fecundidade das mulheres. É claro que

tanto a mortalidade infantil como o aumento de casos de tuberculose também se

devem ao equívoco da medicina atual.

E o que quer dizer o caminhar paralelo da queda da taxa de crescimento

demográfico com a queda da taxa de mortalidade? É o seguinte: a redução gradual

das doenças infectocontagiosas e tuberculose nos últimos anos nos países

desenvolvidos da Europa é atribuída ao avanço do saneamento público, mas este é

apenas uma das razões e não a única. É claro que provavelmente se deve em parte

ao aprimoramento dos sistemas de saneamento, mas a causa fundamental é a

queda da resistência física. Devem achar muito estranho que as doenças

infectocontagiosas diminuam por causa da queda da resistência física, mas o fato é

que as doenças infectocontagiosas e a tuberculose ocorrem devido à atividade de

purificação decorrente da grande resistência física, de modo que nos povos com
70
A Medicina do Amanhã – Volume 01

resistência física baixa obviamente a atividade de purificação não se manifesta de

modo intenso. O fato de ocorrerem muitas doenças infectocontagiosas com o povo

chinês se deve mais à grande resistência física do que à falta de interesse pelo

saneamento.

Seguindo este raciocínio, teremos o seguinte: vamos dividir os seres humanos

em três tipos. O primeiro tipo é totalmente saudável e livre de toxinas, por isso a

doença não tem como acometê-lo. O segundo tipo é aquele que possui toxinas e tem

muita resistência física, por isso é sujeito à atividade de purificação (representa a

maioria). O terceiro tipo possui toxinas mas como tem baixa resistência física a

atividade de purificação não ocorre. Mesmo que ocorra, é fraca. Mas quando este

tipo de pessoa ganha um pouco de resistência física com a prática de atividades

físicas, por exemplo, ela ocorre. Por isso, as pessoas assim, quando se medicam

imediatamente e ficam de repouso, retornam ao estado anterior e assim se

recupera momentaneamente. Pessoas assim se empenham em evitar

sobrecarregar-se.

Mas como a medicina atual desconhece a lógica acima, tentam transformar as

pessoas do segundo tipo em terceiro tipo. O fato de que as crianças das metrópoles

e os filhos de médicos, isto é, as pessoas que têm mais oportunidade de ter contato

com os médicos, são as mais fracas,e de que há muitos intelectuais pálidos que

seguem fielmente os preceitos da medicina e higiene de hoje, são provas vivas

disso. Se bem que não adianta tentar transformar as pessoas do segundo tipo em

pessoas do primeiro tipo que a medicina atual não tem essa capacidade.

E por que ocorre a morte? Desde antigamente se diz que todas as pessoas

morrem de doença, mas na verdade é muito raro morrer de doença; a maioria

morre porque “reprimem a doença”. Mesmo porque, como disse várias vezes, em
71
A Medicina do Amanhã – Volume 01

razão de tomarem medidas para conter a atividade de purificação, as toxinas não

são eliminadas e voltam ao estado anterior, além de serem acrescentadas as toxinas

dos medicamentos, repetindo assim o choque com a atividade de purificação. Isso

aumenta a debilitação, culminando em perda da vida.

Outro motivo é que nos povos desenvolvidos o sistema de saúde está

perfeitamente equipado, e em caso de manifestação da doença, aplicam

imediatamente o tratamento médico, o que causa a paralisação da purificação e o

acréscimo das toxinas dos medicamentos, comprometendo a resistência física. Já

os povos não desenvolvidos, quando a doença se manifesta, não fazem

praticamente nada e deixa que ocorra a cura natural, por isso a atividade de

purificação se torna completa. Eis a razão de sua grande resistência física.

Por isso, em consequência disso os povos desenvolvidos perdem a resistência

física. E porque perdem a resistência física, a atividade de purificação se

enfraquece, diminuindo a oportunidade de adoecer. Por diminuir a oportunidade

de adoecer, a taxa de mortalidade é baixa. Já na época em que os povos

desenvolvidos de hoje ainda tinham atividade de purificação intensa, havia muitas

oportunidades de manifestarem a doença. Por isso, recebiam os tratamentos

médicos. E como os tratamentos médicos surtem o efeito inverso, aumentava a

taxa de mortalidade. É esta a real razão de a taxa de mortalidade ser alta na época

em que a resistência física era grande e a taxa de natalidade era alta.

Entretanto, não podemos deixar de reconhecer que os méritos da medicina

atual também são consideráveis, mas há também equívocos muitas vezes maiores

que os méritos, os quais deram origem à questão demográfica e outras. Vamos

analisar de todos os ângulos como são surpreendentes esses equívocos.

Com relação à solução da questão demográfica, obviamente ela está na


72
A Medicina do Amanhã – Volume 01

abolição da “vacinação contra varíola” e na eliminação das toxinas da varíola, mas

vamos falar disso no outro tópico e passemos agora a falar da questão da

tuberculose e da mortalidade infantil.

73
A Medicina do Amanhã – Volume 01

05. QUESTÃO DA TUBERCULOSE E TENDÊNCIAS

A questão mais importante no que se refere à questão demográfica deve ser a

tuberculose. Vamos mostrar a situação da tuberculose por meio de dados de

diversas pesquisas (talvez devido à situação atual, não há pesquisas divulgadas nos

últimos anos e lamentavelmente só temos os dados abaixo, que são de até por volta

de 1936).

Os casos de tuberculose estão diminuindo anualmente nos principais países

desenvolvidos nos últimos 40 a 50 anos, mas o Japão é o único país onde, ao

contrário, os casos vêm aumentando. As mortes por tuberculose aumentaram

cerca de 30% em relação a 30 anos atrás, e em 1933 chegou a ultrapassar 126.700

pessoas, chegando a ser quatro ou cinco vezes mais que o número total de mortes

por doenças infectocontagiosas como disenteria, tifo e cólera. ………15

O número de pacientes de tuberculose, segundo estimativa de especialistas,

não será menos que o décuplo do número de mortes, ou seja, 1,2 milhões, e a

proporção em relação ao número de habitantes seria de 1 para 50. Além disso, os

números acima baseiam-se nas declarações de óbitos e está evidente que não são

poucas as mortes escondidas sob nomes de outras doenças. Segundo as recentes

pesquisas feitas pela Agência Nacional de Polícia, prefeitura de Tóquio e Associação

Japonesa de Prevenção de Tuberculose, as mortes registradas no município de

Tóquio em 1935 foram 15.475, cerca de o triplo das mortes por doenças

15 N.E.: Estes "pontos contínuos" existem no texto original e seu significado não é claro; desta forma, os mantivemos
na tradução na exata forma em que os encontramos no original, permitindo ao leitor interpretá-los da forma que
entender ser mais adequada para si.
74
A Medicina do Amanhã – Volume 01

infectocontagiosas agudas de notificação obrigatória, e indica que a província de

Tóquio responde por mais de 10% das mortes por tuberculose no Japão. Assim, o

número de pacientes de tuberculose no município são estimados em cerca de 150

mil, e se considerarmos que o número total de habitantes do município for 6

milhões, 1 em cada 40 é tuberculoso. Dizem que a incidência desta doença é maior

entre os jovens e os adultos na idade produtiva, e segundo a estatística de óbitos em

1935 levantada pela Secretaria da Saúde do Município de Tóquio, a maior

porcentagem está na faixa de 20 a 24 anos, com 2.196 mortes, representando 18,5%;

vindo em seguida a faixa de 15 a 19 anos, com 1.930 mortes, representando 16,6%; e,

depois, a faixa de 25 a 29 anos, com 1.789 mortes, representando 15,4%.

E segundo os dados divulgados pela Secretaria de Saúde do Ministério do

Interior em 1933, o número de mortes por tuberculose do aparelho respiratório foi

de 13,9 por 10 mil habitantes; mortes por tuberculose de outros órgãos, 4,9; mortes

por bronquite, pneumonia e pleurite, 22,2. Considerando a população no

arquipélago japonês de 34.731.860 homens e 34.519.405 mulheres, apurada no

censo de 1º de novembro de 1935, teremos 13,9%, ou seja, 96.259 mortes por

tuberculose do aparelho respiratório, e 4,9%, ou seja, 34.033 mortes por outros

tipos de tuberculose, totalizando 130.292 mortes.

Mas no caso de morte por tuberculose, muita gente declara como causa da

morte as complicações, no afã de negar que era tuberculose, citando

principalmente pneumonia, pleurite e bronquite, de modo que o número real com

certeza será o dobro. Por exemplo, contabilizando-se 15,8 mortes por pneumonia,

3,8 mortes por bronquite, 2,6 mortes por pleurite, no total de 22,2 mortes, por 10

mil habitantes, pode-se considerar que alguns porcento de mais de 153.737 mortes

por essas doenças entre os habitantes deste arquipélago são mortes por
75
A Medicina do Amanhã – Volume 01

tuberculose. Principalmente ao se sintetizar os dados divulgados pelo Ministério do

Exército sobre os adultos jovens, que são o alicerce da nação, constata-se que de

1922 a 1926 os jovens com compleição física de classes C e D eram 25%, mas a média

dos anos 1927 a 1932 subiu para 36%, e na pesquisa de 1935 chegou à lamentável

situação de registrar 40%.

E o número de soldados que eram desligados por tuberculose após o

alistamento, que era de apenas 2% por volta de 1904, 1905, registrou, pasmem,

20%, o décuplo disso, em 1935. Somando-se ainda o fato de que 90% dos soldados

em serviço na Manchúria que foram repatriados por terem ficado doentes,

especialmente por causa da mudança de ambiente, eram tuberculosos, tem-se a

ideia clara de como a compleição física dos jovens se deteriorou.

Analisando ainda a pesquisa do Ministério da Educação sobre a compleição

física dos alunos da escola primária, a cada ano aumenta o número de crianças

linfáticas e de constituição frágil. Por exemplo, segundo os dados divulgados pela

Secretaria Municipal de Educação de Tóquio, 22% de todos os alunos daquela

cidade, ou 154.000 crianças, são de constituição frágil ou linfáticas, das quais

42.000 são crianças com risco de tuberculose e 3.500 são tuberculosas, o que

surpreendeu a referida Secretaria. Assim, tanto ela como a sociedade como um

todo perceberam que não poderiam ficar indiferentes, tanto é que o governo

nacional passou a concentrar todos os esforços e sabedoria na prevenção e

erradicação da tuberculose em 1936, destinando verbas de 5 milhões de ienes para o

Ministério do Exército, 4 milhões de ienes para o Ministério da Educação, 15

milhões de ienes para o município de Tóquio, 1 milhão de ienes para a Agência

Nacional de Polícia etc., para socorrer os alunos das escolas primárias, ajudar os

adultos jovens ou militares, na prevenção e socorro às pessoas em situação de


76
A Medicina do Amanhã – Volume 01

vulnerabilidade social.

E a Seção de Saúde do Município de Tóquio realizou sucessivas pesquisas com

12.796 alunos das escolas primárias por dois anos a partir de 1934, descobrindo que

mais de 38% das crianças pesquisadas eram tuberculosas, havendo mais de mil

crianças entre as que deveriam ser isoladas nos hospitais e as com suspeita de

estarem no início da doença. Se aplicarmos esta porcentagem aos 720 mil alunos

atuais do município, mais de 270 mil são tuberculosos, e 50 ou 60 mil têm suspeita

ou são doentes graves, um número assustador. Esta pesquisa foi centrada nos

centros de consulta sobre saúde, tendo como alvo 12.796 alunos e alunas do sexto

ano primário dos distritos de Koishikawa, Shibuya, Shitaya, Honjo, Nakano,

Omori e Arakawa, onde estavam sediados. Tratava-se de um estudo de grande

escala que utilizou a reação de Mantoux 16 e também a radiografia, e como resultado

apurou-se que 4.879 crianças, ou seja, 38,13% dos sujeitos tiveram reação de

Mantoux, isto é, estavam infectadas por tuberculose. Deste universo, as que

tinham tuberculose aberta que necessitavam ser isoladas no hospital eram 69, as

que estavam com os linfonodos da região hilar inchados, indicando fase inicial da

infecção, 205, e as que apresentavam manchas na região hilar, portanto, com

suspeita de infecção, 825, um número surpreendente. Principalmente as 205

crianças com os linfonodos inchados, precisavam se tratar em casa, e se nada fosse

feito, haveria grande risco de infectar outras crianças. Diante destes números, a

Seção de Saúde decidiu investir pesadamente na saúde escolar junto com a

Secretaria de Educação.

Vejamos a seguir a situação atual dos estudantes do nível ginasial. Segundo a

16 N.T.: Reação de Mantoux é um teste de diagnóstico que permite detectar se uma pessoa está infetada com o bacilo
da tuberculose.
77
A Medicina do Amanhã – Volume 01

estatística de 1933 relativa aos óbitos, desistências por motivo de doença e faltas

por motivo de doença em todas as escolas ginasiais, industriais/comerciais e

colégios femininos do Japão, levantada pela Seção de Educação Física do

Ministério de Educação, temos:

Número de estudantes 7.136.500

Óbitos 2.092

Desistências por motivo de doença 3.766

Trancamento de matrícula por motivo de 9.734

doença

Faltas por motivo de doença por uma 47.884

semana ou mais

Destes, cerca de 5.800 desistiram de estudar no meio do curso por motivo de

doença, e descobriu-se que a maior parte deles eram tuberculosos. Mas antes disso

já haviam relatos de que mais de 10% dos alunos das escolas de nível colegial eram

tuberculosos, e de que a causa disso não se resumia à sobrecarga causada pelo

estudo para o ingresso nessas escolas, lançando alerta sobre um grave problema.

O parecer das autoridades sobre essa questão é o seguinte:

Acreditamos que esta questão sugere que será preciso

estudar sobre a predisposição física dos estudantes,

condições familiares, tempo de atividades físicas etc. e sanar

os problemas, mas enfim a contração de tuberculose significa

que o organismo dos estudantes não possui força capaz de

78
A Medicina do Amanhã – Volume 01

resistir à invasão dos bacilos da tuberculose, sendo óbvio que

o ponto crucial da solução deste problema é o incremento da

resistência.

Originalmente os bacilos da tuberculose invadem o nosso

organismo em maior ou menor grau desde o nosso

nascimento até a idade adulta, tanto é que fazendo-se a

necropsia em pessoas saudáveis, na maioria delas se

encontram sinais de que contraíram tuberculose, sendo de

30% nas crianças de 3 a 4 anos, cerca de 50% na faixa de 5 a 6

anos, 86% aos 10 anos, e 100% acima de 14, 15 anos. Mas se

apesar de tão alta taxa de infecção não são tão numerosas as

pessoas que tenham sintomas de tuberculose de fato, é

porque o nosso organismo possui resistência que impede a

atividade dos bacilos patogênicos que invadiram nosso

corpo, e neste sentido a tuberculose é uma doença muito

difícil de se manifestar.

Acontece que os estudantes – principalmente os ginasiais –

estão na fase em que o corpo passa por transformações, com

metabolismo intenso, o que esgota a energia física. No caso

das moças, por causa da menarca e de outras questões

fisiológicas, a sua resistência física fica muito comprometida.

Somem-se a isso os exames e a prática de esportes, que

acentuam ainda mais a queda de resistência, e os bacilos da

tuberculose aproveitam esta oportunidade para começarem a

mostrar a que vieram. Portanto, os estudantes que se


79
A Medicina do Amanhã – Volume 01

encontram nesta fase crítica deverão manter-se sempre bem

nutridos para recuperar a energia física, promovendo o

aumento da resistência.”

Agora vamos escrever por alto sobre os métodos terapêuticos da tuberculose

nos últimos tempos (extraído do artigo de um doutor de medicina).

“Como métodos terapêuticos atuais da tuberculose temos, no

âmbito clínico, os métodos naturais como o repouso, a

terapia nutricional, a climatoterapia e também a terapia por

paz interior, que mantém a tranquilidade da mente, e no

âmbito cirúrgico são aplicados diversos métodos e recursos

tais como o pneumotórax, a oleoterapia, a frenicectomia ou a

excisão do nervo frênico, ou ainda, a toracoplastia. Alguns

deles às vezes surtem efeito, mas por outro lado muitas vezes

não surtem efeito algum. Mas então, por que os bacilos da

tuberculose são difíceis de serem aniquilados? É que a

peculiaridade dos bacilos da tuberculose é que, uma vez

contraída a doença, eles se aninham nos pontos profundos

da parte acometida, ficam envoltos por uma substância

cerosa chamada membrana lipoide, impedindo a chegada de

bactericidas. Até hoje não foi descoberto um medicamento

que os atingisse. É claro que há relatos de bactericidas dignos

de nota do ponto de vista químico, mas por ter grande ação

bactericida tem também efeitos colaterais, havendo prós e

contras como medicamento, e desta maneira até hoje não se


80
A Medicina do Amanhã – Volume 01

tem notícias de medicamentos que surtissem efeito imediato.

A descoberta de um medicamento indicado para o

tratamento desta doença tendo como base um composto

fosfolipídico numa época em que há tal urgência deve ser

muito comemorada. Este composto fosfolipídico é a união de

lecitina, um elemento indispensável para a sobrevivência do

ser humano, e do composto terpênico com forte ação

bactericida mas sem efeitos colaterais, a qual, pela ação

sinérgica, atinge o foco da doença, destrói a membrana

lipoide, considerada a parte mais difícil, agindo diretamente

sobre os bacilos, sendo por isso chamado de composto

especial.”

E a causa e a interpretação da tuberculose na medicina é como segue:

“A fase inicial da tuberculose se apresenta como tipo gripe,

tipo gastrointestinal, tipo febril, tipo neurastênico, dentre

outros, sendo por volta de 6 tipos, e são especialmente muito

numerosos os casos em que acabaram se agravando pois

aquilo que pensavam ser gripe ou problema gastrointestinal

era na verdade fase inicial da tuberculose.

Antigamente se acreditava que a tuberculose era hereditária,

mas com a descoberta dos bacilos da tuberculose por Robert

Koch, soube-se que ela era doença contagiosa. Mas 90% das

pessoas, até seus 14, 15 anos, são infectados pelos bacilos da

tuberculose, no entanto são muito raras as pessoas que


81
A Medicina do Amanhã – Volume 01

manifestam a doença. Por isso surgiu a nova tese, a de

predisposição física, que diz que existe predisposição para a

tuberculose, passando-se a acreditar que quando uma pessoa

com tal disposição física é infectada, ela manifesta a doença.

Mas nesse caso essa predisposição física não indica

necessariamente algo específico, congênito, englobando

também algo como uma fragilidade que surgiu em algum

órgão interno. Isto é, mesmo a pessoa muito resistente por

natureza, se levar uma vida desregrada e sobrecarregar seu

corpo repetidamente, como consequência natural

comprometerá a função dos órgãos internos, tornando-se

predisposta à tuberculose. Por exemplo, se a pessoa beber

demais e comer demais seguidamente, o aparelho digestivo

não suportará a sobrecarga e acabará fatalmente tendo

problemas, debilitando-se. Quando isso acontece, deixa de

absorver nutrientes, perde a resistência e os bacilos da

tuberculose hospedados no organismo começam a agir.

E quando uma pessoa que vive ficando gripada não leva isso a

sério e não se cuida, as funções físicas vão aos poucos se

debilitando, dando oportunidade para os bacilos da

tuberculose se aproveitarem.

Como se vê, chamamos de manifestação da tuberculose a

situação em que ocorre um problema de nutrição na

sequência de alguma doença, o que reduz a resistência e dá

azos para os bacilos da tuberculose escondidos no organismo,


82
A Medicina do Amanhã – Volume 01

que até então estavam reprimidos, abrem as asas e começam

a agir, e ela é classificada em tipos como gastrointestinal,

gripal, cardíaco, neurastênico, anêmico, febril etc.

A pessoa se descobre enquanto dorme e pega gripe. Ela fica

tranquila achando que irá sarar logo, pois é o que sempre

acontece, mas a languidez do corpo não vai embora. Ou

então, não para de tossir. Ou a pessoa come demais e tem

problemas gastrointestinais. Mas como é uma estação em

que o apetite aumenta, não consegue moderar na comida, a

diarreia persiste e ela vai emagrecendo aos poucos quando

deveria engordar. Quando isso acontece, a pessoa pode estar

pensando que é gripe, que são problemas digestivos, mas na

verdade em muitos casos a tuberculose já saiu do seu

esconderijo, começando a agir, portanto, deverá deixar de

lado rapidamente as medidas paliativas e fazer tratamento

sério, senão acabará agravando a doença. Exemplos assim,

existem aos montes.”

Quanto às medidas que as autoridades estão tomando, intituladas de

“Campanha Prática de Prevenção de Tuberculose” são as seguintes:

A Agência de Polícia Nacional decidiu instalar em cada local de sua jurisdição

o que chamam de “Equipe Itinerante de Prevenção de Tuberculose”. Ela se divide

em 4 equipes, e cada equipe possui um veículo equipado com aparelho de

radiografia e outros equipamentos de tratamento simples, que leva a bordo o

médico, a enfermeira, o escrevente etc., e tem como finalidade dar consultoria


83
A Medicina do Amanhã – Volume 01

sobre saúde nos locais predeterminados durante a metade do mês, e no restante do

mês visitar as famílias, transmitindo conhecimentos sobre tratamento aos

pacientes e conhecimentos sobre prevenção aos familiares.

Quanto aos estabelecimentos de tratamento, a situação é deplorável, havendo

apenas 3.690 leitos somando as entidades municipais, provincianas e particulares e

os hospitais públicos e privados. O que é mais preocupante é que, no caso do

Sanatório do Município de Tóquio, por exemplo, 64% dos pacientes morrem em

menos de 6 meses após a internação, quando deveriam ser isolados e tratados o

mais rápido possível, denotando como as pessoas permanecem em casa até quando

não dá mais.

Atualmente, na cidade de Tóquio há casos de família de 12 membros morando

em uma casa de dois quartos, sendo um de 6 tatames 17 e outro de 4 tatames, na qual

três membros são pacientes graves e há três crianças estudando na escola primária,

ou de família de 8 membros morando em uma casa de dois quartos, perfazendo no

total 11 tatames, onde dois pacientes que precisavam ser internados urgentemente

dormiam lado a lado com quatro filhos, tendo o mais velho 16 anos. Exemplos

assim lamentáveis e ao mesmo tempo perigosíssimos não devem ser poucos por

este Japão afora.

Vamos falar agora resumidamente sobre os métodos terapêuticos adotados

nos diversos países, desde os mais antigos até os atuais.

A tuberculose surgiu na história da medicina muito tempo atrás. Em 400 A.

C. o grande médico grego Hipócrates falou em tísica, Celsus recomendou o clima

do litoral, e Plínio, a vida na floresta, enquanto que Galenos defendeu a mudança

17 N.T.: É comum no Japão o tamanho de um ambiente ser medido pelo número de tatames. O tamanho tradicional de
um tatame é 90 cm por 180 cm (1,62 metros quadrados).
84
A Medicina do Amanhã – Volume 01

para as montanhas e o tratamento com leite bovino, mas somente há cerca de 180

anos o alemão Hermann Bremer construiu um sanatório estabelecendo

determinadas regras de tratamento, construindo a base do tratamento sanatorial

de hoje.

Enquanto isso, no Japão também, Yasuyori Tanba escreveu o tratado de

medicina Ishin-ho em 984, abordando a tuberculose pulmonar chamando-a de

“denshibyo”; Nankei Tachibana disse em 1805 que há tuberculose pulmonar

transmissível e a hereditária, e Gencho Honma demonstrou que esse patógeno era

transmissível.

Com a descoberta dos bacilos de tuberculose por Robert Koch em 1882, pela

primeira vez foi elucidada a verdade sobre a tuberculose, e em 1890 ele criou a

famosa tuberculina. Mas este método terapêutico consistia em estimular o foco da

doença e aumentar a resistência e, embora isso fosse verdade, pelo fato de ter sido

aplicado independentemente do estágio da doença, ocorreram sucessivos casos de

agravamento nos pacientes graves, tanto é que no Japão também o Ministério do

Interior emitiu uma notificação restringindo o uso dela. Assim, infelizmente não

chegou a ter sucesso.

Estimulado por esta tuberculinoterapia, foram feitos posteriormente

inúmeros estudos sérios tanto no campo de imunologia como no de química, mas

em nenhum deles foi descoberto um método que surtisse efeito clinicamente

efetivo e o método terapêutico natural de Bremer voltou a ser reconhecido como o

método principal.

O Sanatório Trudeau dos Estados Unidos, o Sanatório Lesen e o Sanatório

Davos, ambos da Suíça, e outros, famosos mundialmente nos dias de hoje, foram

todos fundados por influência do método terapêutico natural de Bremer, que se


85
A Medicina do Amanhã – Volume 01

tornou indispensável ao tratamento de tuberculose, ao lado do método terapêutico

nutricional.

O texto a seguir também é a interpretação por parte da medicina.

Explicando com palavras simples a resistência, o nosso organismo possui a

função de defesa natural contra os elementos nocivos que vêm invadi-lo. O mais

importante é que há substâncias antibacterianas que dissolvem e matam os

micróbios que invadiram o corpo humano e anulam as suas toxinas. Há também a

função macrofágica dos glóbulos brancos (a ação dos glóbulos brancos de engolir os

micróbios, matando-os), bastante conhecida.

Se hoje proclamam o método terapêutico natural de Bremer e o método

terapêutico nutricional como sendo indispensáveis ao tratamento, em última

análise é com o objetivo de nutrir bem o organismo para aumentar a resistência e

promover a cura natural, e materializa a crença de que “somente a própria pessoa

consegue curar a sua doença”.

Vamos agora citar os exemplos reais de como a tuberculose gera tragédia em

pessoas e lares. (Extraído de matérias de jornais)

A Agência Nacional de Polícia passou a trabalhar em prol da prevenção e

erradicação da tuberculose pulmonar, uma doença que coloca uma nação em

perigo de aniquilação, e recentemente realizou até uma reunião de comitê especial

que discutiu sobre as medidas de prevenção, e ficou decidido que a partir do Ano

Novo faria o atendimento domiciliar gratuito aos tuberculosos e ao mesmo tempo

cooperaria com os assistentes sociais, associações médicas e associações de bairros

para varrer os bacilos desta terrível doença. Como primeiro passo, foi realizado o

levantamento de pacientes tuberculosos dentre pessoas em estado de

vulnerabilidade social, que são as que necessitam de ajuda mais urgentemente, mas
86
A Medicina do Amanhã – Volume 01

o número total de pacientes no momento, no fim de fevereiro, chegou a 1.352,

encabeçados por mais de 150 do distrito de Arakawa, e as próprias autoridades

estão assustadas com essa situação trágica. Veja a situação dos derrotados pela

doença, semelhantes a cadáveres vivos:

Midori Imamura (50) – nome fictício, idem adiante – ajudante de serviços

gerais de Mitoshiro-cho, distrito de Kanda, mora com sua mãe Yoshi (81), terceira

filha Kyoko (21), terceiro filho Yoshio (18) e quarta filha Yoshiko (16), mas sua casa

só tem dois quartos, um de seis tatames e outro de três tatames. A primeira e a

segunda filha morreram recentemente de tuberculose, uma em seguida da outra, e

o segundo filho Atsushi (24) está internado no sanatório Nakano com a mesma

doença. A família vive com os 14 ienes que o terceiro filho Yoshi ganha trabalhando

como office boy numa repartição pública, e a terceira filha Kyoko também ficou

tuberculosa recentemente.

Fumi Yoshimura (23) de Tategawa-machi, distrito de Honjo, ficou com

tuberculose pulmonar no ano passado, e gastou no tratamento toda a economia

que tinha feito trabalhando vários anos como enfermeira, mas a doença só faz

agravar e está sobrevivendo mal e mal graças à bondade dos próximos. Ela ainda

tem a habilitação de enfermeira, mas a Polícia decidiu cancelar essa habilitação

também devido à enfermidade dela. Os dois irmãos mais velhos dela também estão

tuberculosos, tratando-se na terra natal.

Sakae Tanaka (50) de Etchujima, distrito de Fukagawa, ficou doente dois anos

atrás, fechou a loja de produtos usados e sobrevive mal e mal junto com seus cinco

familiares com a diária de 40 centavos de iene que o filho mais velho Susumu (16)

ganha trabalhando como operário aprendiz, única fonte de renda da família.

A Agência Nacional de Polícia ordenou a internação no sanatório público


87
A Medicina do Amanhã – Volume 01

temendo que a família seja infectada, mas não foi possível por falta de leito e

obviamente ela não recebe tratamento médico.

A família de Shoji Arai (51), agricultor residente em Kojiya-cho, distrito de

Kamata, é grande, contando com 12 membros, sendo que seus irmãos mais novos

Harukichi (43), Katsukichi (29) e Ryokichi (21) estão tuberculosos, e sobrevivem

com a renda de 30 ienes que seu filho mais velho Isamu (19) e sua filha mais velha

Harue (17) ganham trabalhando numa fábrica da vizinhança, e como não têm

nenhuma receita da agricultura, por ser agricultor de poucos recursos, encontram-

se em estado miserável.

Na família de Heikichi Ono, vendedor ambulante de peixes residente em Oku-

machi, distrito de Arakawa, o primeiro e o segundo filhos estão doentes e nem

conseguem ir ao toalete sozinhos. Os oito membros da família sobrevivem com a

renda de Heikichi e da filha mais velha Michi (15), que trabalha numa fábrica, no

total de 30 ienes mensais.

Na casa de Tsunejiro Kusano, puxador de riquixá, residente em Senju-machi,

distrito de Adachi, a esposa Hide (35) está doente mas não tem como pagar o

tratamento e está recebendo ajuda do assistente social. Logicamente ela não

consegue cuidar da casa e o filho mais velho Ryokichi (13) deixou de estudar para

cuidar dos irmãozinhos pequenos. Além do mais os seis membros da família

dormem num quarto de 6 tatames, sendo que as crianças dormem abraçados à mãe

doente.

Yukichi Shimoda (60), leitor da sorte do distrito de Koishikawa, está enfermo

junto com sua esposa Tome (45) e a filha mais velha Mine (19), e os três vivem de

forma miserável com os seis ienes que recebe do assistente social.

Além destes, todos os outros pacientes dentre estas pessoas em estado de


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A Medicina do Amanhã – Volume 01

vulnerabilidade social estão numa situação extremamente miserável, por isso a

autoridade policial decidiu ajudá-los mediante discussão com as autoridades

municipais.

Cito como exemplo trágico de tuberculoso um caso publicado na seção de

consultas de um jornal:

“Pergunta: Tenho 33 anos. No primeiro casamento, logo me

enviuvei, e no verão deste ano me casei de novo com uma

pessoa apresentada por um veterano meu que me ajudou

muito, mas recentemente descobri uma falta grave. Eu tive

pleurite no ano passado e custei a sarar totalmente, mas o

médico tinha me dito para não me casar durante uns dois anos.

Meu esposo tem 51 anos, trabalha numa empresa e tem três

filhos, mas em menos de dois anos sua primeira esposa e seis

filhos haviam falecido todos de tuberculose. Eu fugi de casa

duas vezes, mas logo ele me forçava a voltar. O médico me disse

que todos os membros da família estão infectados e os bacilos

estão presentes em todos os cantos, que vivendo numa casa

assim até as pessoas saudáveis serão infectadas, e que

provavelmente eu também contrairei a doença. O meu erro foi

ter acreditado nas palavras da pessoa que o apresentou para

mim, quando eu deveria ter investigado. Meu esposo não quer

aceitar o divórcio de jeito nenhum. Se eu continuar assim,

corro risco de vida, mas também não gostaria de comprometer

a honra do meu veterano forçando o divórcio. O que devo

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A Medicina do Amanhã – Volume 01

fazer? (T)18”

Vejamos agora a situação geral dos sanatórios.

O governo da província de Tóquio e a prefeitura de Tóquio estão abrigando os

pacientes no Hospital Provinciano Kiyose em Kiyose-mura, Tama-gun; no Seiwa-

en e no Kurume Gakuen, ambos provincianos, no Sanatório Municipal de Ekoda,

distrito de Nakano etc. Primeiramente os pacientes deverão ser examinados nos

postos de saúde provincianos ou municipais e fazer o requerimento ao governador

ou ao diretor do sanatório municipal de Tóquio via assistente social, administrador

de distrito etc., mas como são sanatórios voltados para os pobres, não são

admitidas pessoas com renda mensal igual ou superior a 100 ienes. Atualmente há

muita procura por parte dos pacientes, e normalmente demora de 6 a quase 10

meses até serem internados. Além destas pessoas, o município atende também

pacientes pagantes. O preço da internação é de 1,5 ienes por dia, mas segundo

consta mesmo estes pacientes pagantes demoram normalmente cerca de três meses

desde a inscrição até serem internados. No âmbito privado, o Exército da Salvação,

a Saiseikai etc. estão atendendo gratuitamente, mas igualmente há um número

muitíssimo grande de inscritos e não conseguem ser internados em poucos dias.

Outros principais hospitais privados pagos cobram por dia de 80 centavos a 2,50

ienes.

E do ponto de vista da economia nacional, como será a questão da

tuberculose?

Com relação à tuberculose, o Ministério do Interior divulgou que o número de

óbitos anuais é de 120 mil; o número de pacientes é o décuplo disso, ou seja, 1,2

18 N.T.: Nome da pessoa que enviou a pergunta.


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A Medicina do Amanhã – Volume 01

milhão, e o custo de tratamento, considerando-se que seja um iene por dia, são 36

milhões de ienes por mês e 432 milhões de ienes por ano. Este valor é o mínimo

calculado, e na realidade é o dobro ou o triplo. Supondo-se que demande 2 ienes

por dia, serão 864 milhões de ienes, um enorme gasto improdutivo que

corresponde a um terço das finanças do Japão (cálculo feito com base na situação

anterior à Guerra Sino-Japonesa), constituindo uma ameaça à economia do povo.

Por outro lado, as tristezas da vida que isso provoca tanto no aspecto mental como

no aspecto material são indizíveis.

Se o chefe da família, que é o seu sustentáculo, ficar doente, dilapidará o

patrimônio, colocará a esposa e os dependentes numa situação miserável, e se um

jovem promissor desperdiçar a época de treinamento por causa da enfermidade,

também será um enorme prejuízo. Por causa da enfermidade, os trabalhadores

braçais sem ocupação fixa passam fome, isso provoca suicídios e crimes, causando

grande prejuízo à nação, além de se tornar motivo para nascimento de ideologias

nefastas.

O número de mortos no Grande Sismo de Tóquio foi cerca de 80 mil. O

número de soldados mortos na Guerra Russo-Japonesa também foi cerca de 80 mil.

O número de pessoas que morrem de tuberculose é 120 mil por ano. Se é assim, é

como se estivessem sendo repetidos o Grande Sismo de Tóquio e a Guerra Russo-

Japonesa em um ano e meio, e é lamentável que isso continuará sem que possamos

visualizar um fim.

No final das contas, isso se deve à falta de compreensão do povo sobre a

tuberculose. O número de 1,2 milhão de tuberculosos é uma estimativa do

Ministério do Interior, mas se forem somados os pacientes leves que não sabem

que estão tuberculosos, o número será enorme.


91
A Medicina do Amanhã – Volume 01

Entretanto, hoje dizem que o número de mortos supera 150 mil, portanto, será

25% maior que o número acima.

92
A Medicina do Amanhã – Volume 01

06. TUBERCULOSE PULMONAR

Sendo a situação atual desta enfermidade no Japão a acima narrada, nota-se

como ela requer urgência.

Caro leitor, sabe por que a tuberculose pulmonar está aumentando tanto?

Pelo que descobri, a causa está tão somente no equívoco da medicina atual. As

próprias medidas de prevenção de tuberculose da medicina atual estão surtindo o

efeito inverso de aumentar a tuberculose. Dizendo de forma franca, a medicina

atual está produzindo em massa os pacientes de tuberculose. Ah, será que os

homens modernos conseguirão acreditar em tal teoria? Mas já que a verdade é

sempre verdade, não posso fazer nada. Deixe-me explicar por partes.

Os pacientes que os médicos diagnosticam como sendo tuberculosos

pulmonares atualmente, principalmente os da fase inicial, não têm problema nos

pulmões. Eu afirmo que em quase a totalidade dos casos é erro de diagnóstico.

Atualmente há várias formas de diagnose médica, começando por existência

ou não de estertor bolhoso (som borbulhante), reação de Mantoux, taxa de

sedimentação de eritrócitos, exame microscópico dos bacilos de tuberculose,

radiografia etc. Como sintomas, podem ser citados febre persistente, tosse, escarro,

escarro sanguinolento, hemoptise, emagrecimento, suor noturno, problemas

gástricos, fadiga etc., sobre os quais vou discorrer.

Como expliquei detalhadamente no tópico sobre a verdadeira causa da

doença, como resultado da prevenção da gripe, as toxinas variólicas, as toxinas

úricas e as toxinas dos medicamentos vão se acumulando e se sedimentando

93
A Medicina do Amanhã – Volume 01

gradativamente em diversos pontos do corpo. E quais são esses pontos? É no corpo

inteiro, mas de modo geral os pontos são determinados. São o entorno da região

cervical, principalmente nas proximidades da medula oblonga, proximidades dos

linfonodos da região cervical, ombros (principalmente o esquerdo), as axilas, ou

seja, a base dos braços, costelas e toda a região ou parte das proximidades das

costelas, abaixo do diafragma, em ambos os lados, região entre o estômago e o

peritônio, linfonodos inguinais (principalmente direito), abaixo das omoplatas

(principalmente esquerda), nas laterais da espinha, nas costas, na região dos rins,

etc. Pela minha experiência de cura dos pacientes tuberculosos, os casos mais

frequentes são de pessoas com o acúmulo de toxinas nas costas, na região dos rins e

no peritônio, principalmente em volta do umbigo. Isto causa a febre, tosse,

inapetência, languidez, etc., e tratando-se estes pontos, os sintomas de tuberculose

pulmonar diminuem bastante. Com isso percebe-se que os casos que os médicos

diagnosticam como tuberculose pulmonar, na verdade, são na maioria das vezes

nefrite crônica e pioperitonite crônica. Parece que os médicos não conseguem

descobrir com seus exames este acúmulo de toxinas na região dos rins e do

peritônio.

E quando as toxinas sedimentadas desta pioperitonite crônica se dissolvem

com a febre e são eliminadas em forma de diarreia persistente, os médicos dizem

que se trata de tuberculose intestinal.

Como se vê, em casos leves, as toxinas se acumulam e se sedimentam em dois

ou três pontos, mas em casos graves chegam a estar presentes em todos os pontos.

É claro que a febre ocasionada pela segunda fase da purificação funciona como

precursor, dissolvendo as toxinas sedimentadas e transformando-as em escarro,

que é expelido pela tosse, mas na ocasião o escarro passa obrigatoriamente pelos
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A Medicina do Amanhã – Volume 01

pulmões, sendo expulso da traqueia para a garganta. Portanto, se deixar por conta

da natureza, as toxinas líquidas, isto é, o escarro, passa sem dificuldade pelos

pulmões e é expulso. Mas ao passar pelos pulmões, ela fica estacionada

temporariamente nos alvéolos pulmonares. É como se ficasse aguardando a ação de

sucção chamada tosse. Chama-se o som dos alvéolos pulmonares que se ouve nessa

ocasião de estertor bolhoso, mas obviamente neste caso não há problema nos

pulmões propriamente ditos. Mas os médicos, diante de tal sintoma, suspeitam da

doença pulmonar, fazem exames utilizando diversos equipamentos e dão o

diagnóstico, mas o problema são os tratamentos que vem a seguir Como já disse

várias vezes, os tratamentos médicos são todos supressores da ação purificadora,

por isso quando finalmente o catarro passava pelos pulmões para ser expulso, é

frustrado nessa tentativa e fica retido no interior dos pulmões.

A medicina recomenda primeiramente o repouso absoluto. Não haverá nada

que enfraquece tanto o aparelho digestivo quanto este repouso absoluto. Pense

bem: mesmo uma pessoa saudável, caso se mantenha em repouso absoluto por um

mês, está claro que o aparelho digestivo ficará dormente, debilitando o corpo como

um todo. Depois, administram os medicamentos por via oral ou por injeção. Como

estes também são toxinas, aceleram a debilitação. Também mandam ingerir

grande quantidade de carnes de peixe, aves e quadrúpedes e alimentos prontos, que

consideram nutritivos. Isto também debilita os órgãos internos (explicarei em

detalhes à parte a teoria da nutrição alimentar). Recomendam também o

tratamento com ar puro, que tem efeito considerável, mas acaba sendo

neutralizado por outros métodos equivocados. E, ultimamente, recomendam o

banho de sol do método terapêutico de sanatório, mas este também é bom e ruim

ao mesmo tempo. O ser humano faz atividades físicas leves dentro de casa, onde
95
A Medicina do Amanhã – Volume 01

não incide luz solar, mas ao ar livre, sob a incidência de luz solar, faz atividades

físicas intensas. O natural é isso, e está mais de acordo com as leis da natureza fazer

atividades físicas intensas como caminhar ou trabalhar quando se encontra sob o

sol, a ponto de suar. Mas no caso de ficar mais em repouso sob o sol do que quando

se encontra dentro de casa, isso não será bom, pois é antinatural.

Aplicando-se tais métodos que aumentam a debilidade, a atividade de

purificação é reprimida e por isso os sintomas mórbidos são atenuados, e não é sem

razão que interpretam erroneamente que a pessoa está melhorando. Mas como não

é cura real, ocorre o seguinte:

O escarro que o escarro que passou para o interior dos pulmões e estava

prestes a ser expulso acaba retido dentro dos pulmões, pois a tosse, que é a ação de

sucção, diminui ou perde força devido à debilitação de todo o corpo. E como os

escarros que se seguem, ainda que em quantidade minúscula, vêm se infiltrando

nos pulmões e as toxinas retidas vão aumentando de volume, forma-se dentro deles

o sedimentado de escarro. Eis a causa da falta de ar.

Os pulmões têm originalmente a função de absorver para dentro do

organismo humano a quantidade necessária de ar pelo movimento de respiração.

Portanto, ao formar-se um sedimentado no interior dos pulmões, o volume de ar

absorvido diminui proporcionalmente. Por conseguinte, a pessoa só conseguirá

absorver determinada quantidade de ar respirando com mais frequência. Por

exemplo, se só consegue absorver 80% do volume necessário devido ao obstáculo

que barra 20% do ar, precisará respirar 12 vezes em vez de 10 para absorver 100%.

Quando os médicos diagnosticam um caso de sedimentado de escarro como o

acima citado, dão-lhe o nome de tuberculose, gangrena pulmonar, câncer do

pulmão, etc. Este é o caminho normalmente percorrido por pacientes tuberculosos


96
A Medicina do Amanhã – Volume 01

em geral, e pensando-se desta forma, uma pessoa que inicialmente não tinha

qualquer problema nos pulmões acaba se tornando tuberculoso de verdade em

consequência de tratamentos errados, e passando a correr risco de vida. Portanto,

dito de forma franca, a medicina atual está aumentando o número de tuberculosos.

Preciso continuar a escrever coisas assim tão entristecedoras. Quando o

paciente tuberculoso fica sem febre após o repouso absoluto, só de se exercitar um

pouco fica imediatamente febril. Neste caso, o médico fica assustado e proíbe a

atividade física, mas aqui também ele, por equívoco, usa o raciocínio inverso. Isto

é, tratava-se de ausência de febre por motivo de debilitação e suspensão da

purificação decorrente do repouso, de modo que era óbvio que com a prática de

atividades físicas a atividade de purificação ocorresse e causasse a febre.

Dessa forma, digo que os médicos não curam a tuberculose, mas sim a

solidificam. Todos devem saber disso. Porém, qualquer que seja a doença, a

verdadeira cura deverá ser dissolver as toxinas sedimentadas, que são os

patógenos, eliminá-las totalmente e não deixar nenhum resquício delas. Quando é

curada desta forma, não importa que tipo de trabalho a pessoa faça após a

recuperação, jamais terá recaída. Mas como a medicina atual adota o tratamento

de estabilização, mesmo após a cura da tuberculose ela fica sem conseguir

trabalhar por meses ou anos por medo da recaída. Muita gente sabe que não são

poucos os casos trágicos de tuberculosos que fizeram o tratamento de estabilização

com cautela seguindo as instruções dos médicos tanto quanto fosse possível, e mal

comemoraram a recuperação, já tiveram recaída e tiveram de recomeçar do zero. É

tudo culpa do tratamento de estabilização.

Vou explicar sobre a infiltração pulmonar. Este é um nome dado à situação em

que as toxinas sedimentadas nas costelas e nas suas proximidades são dissolvidas
97
A Medicina do Amanhã – Volume 01

pela febre, infiltram-se através da membrana pulmonar para dentro dos pulmões e

tentam ser expulsas em forma de escarro. Por isso, se deixar como está, as toxinas

serão eliminadas sem dificuldade e a pessoa se curará. No entanto, tanto os

médicos como os pacientes a temem como se fosse início da tuberculose, aplicando

diversos tratamentos, isto é, a repressão da atividade de purificação, e assim

acabam complicando-a.

E examinando os pacientes que os médicos diagnosticam como sendo catarro

do ápice pulmonar e linfadenopatia hilar, constato que na maioria das vezes a

causa é a tensão nos ombros. A tensão nos ombros, que é a primeira fase da

purificação, causa a febre, que é a segunda fase da purificação, apresentando

sintomas de doença pulmonar. Nestes casos também não há qualquer problema

nos pulmões e, deixando-se como está, as toxinas se dissolverão, se infiltrarão a

partir do ápice pulmonar para dentro dos pulmões, serão eliminadas em forma de

escarro e a pessoa se curará. Se falo em tensão nos ombros, pensarão que isso

acontece somente com os velhos, mas nos últimos tempos ela se tornou muito

comum, não apenas entre os jovens como também entre as crianças.

Há mais uma coisa importante: pela teoria da medicina atual, a sobrecarga

física é considerada uma das principais causas da tuberculose. E dizem que, como

resultado da sobrecarga física, a resistência cai. Entretanto, essa interpretação está

totalmente invertida. Por que? É porque, exercitando-se a ponto de se

sobrecarregar, ocorre a atividade de purificação. Creio ser necessário explicar

agora a fadiga. A fadiga é causada pela febre, que é uma atividade de purificação,

consequência natural da atividade física, portanto, do ponto de vista da saúde a

fadiga é bem-vinda. É como se fosse um meio de acelerar a atividade de purificação.

Pois a própria medicina não incentiva as atividades físicas para promover a saúde?
98
A Medicina do Amanhã – Volume 01

Mas a medicina fala em atividades físicas moderadas, que devem significar “dentro

dos limites em que não ocorra a atividade de purificação”, mas assim o efeito será

pequeno; na verdade é melhor que seja o suficiente para provocar a atividade de

purificação. Se surge a febre é porque existem em algum ponto as toxinas que dão

motivo para tanto, e graças a ela as toxinas são reduzidas, o que é bom. Portanto,

quanto mais toxinas tiver, mais a pessoa fica propensa a ter febre e sentir fadiga.

Por este motivo, com a repetição de atividades físicas e consequente cansaço, aos

poucos as toxinas vão se reduzindo e a saúde vai melhorando. O cômico é a teoria

científica de que a causa da fadiga é a geração de uma espécie de toxina por

atividades físicas excessivas.

Portanto, as pessoas que tem intensa atividade de purificação, ou seja, as

pessoas que se cansam e são propensas a ter febre, são possuidoras de grande

resistência. Assim, se é que as pessoas com baixa resistência são propensas a

contrair tuberculose, como defende a medicina, os idosos, que se cansam mais,

deveriam ser mais sujeitos a contrair tuberculose. Apesar disso, na realidade os

jovens, que são os mais vigorosos, são mais propensos a contrair a doença, e isso

ocorre porque esta é a idade em que a atividade de purificação é a mais intensa.

Este raciocínio é válido também para a situação atual da Europa. A incidência

especialmente grande de tuberculose entre os japoneses indica que eles ainda tem

mais energia física que os brancos e a atividade de purificação ocorre facilmente.

Como já disse várias vezes, os sintomas iniciais da tuberculose ocorrem pela

atividade de purificação, e é por isso que é frequente nos jovens. Se é assim, nos

brancos não ocorre a tuberculose por terem pouca atividade de purificação devido

à queda de energia física.

A razão disso é que a implementação da lei de vacinação contra varíola


99
A Medicina do Amanhã – Volume 01

aconteceu dezenas de anos mais cedo que no Japão. Em outras palavras, os

brancos, mesmo na idade jovem, estão semelhantes a idosos e não tem como

contrair a tuberculose, sendo o exemplo mais gritante o povo francês. Veja qual é a

situação dos franceses, que na época napoleônica eram tão vigorosos. Perderam o

ânimo e o vigor da juventude e levam apenas a vida de sossego e hedonismo. Todos

sabem que foi essa a causa da derrota na última guerra. Mas como no Japão a

vacinação contra a varíola entrou mais tarde que na Europa, felizmente ainda

restou força de purificação, e esta é a verdadeira razão de haver muitos casos de

tuberculose no Japão. Mas as autoridades entenderam que foram as medidas de

prevenção de tuberculose que surtiram efeito e reduziram a incidência de

tuberculose entre os brancos, adotando as mesmas medidas da Europa. Portanto,

se o Japão continuar como está, chegará à situação de redução drástica de número

de tuberculosos como aquela em que os brancos se encontram. E quando isso

acontecer, elogiarão a medicina e o saneamento pelo sucesso na prevenção da

tuberculose.

Vou falar agora da diagnose médica.

Quanto ao estertor borbulhante, já falei, mas quanto à reação de Mantoux e a

injeção de solução de tuberculina, segundo a interpretação da medicina, quando a

região onde foi injetada fica vermelha ou incha, produz vesícula ou úlcera, é

positiva e a pessoa já está infectada, enquanto que na ausência destes indícios é

negativa. Mas se injetar tuberculina em concentração mais alta, algumas dessas

pessoas dão resultado positivo, e mesmo entre as pessoas que tiveram reação

positiva há as que já se curaram e as que não se curaram ainda. E se for negativa,

não está infectada, mas poderá se infectar em alguma oportunidade e tornar-se

positiva. Como se vê, é extremamente vago. Mas na minha interpretação, é por


100
A Medicina do Amanhã – Volume 01

injetarem um corpo estranho no sangue que ocorre imediatamente a atividade de

purificação para neutralizá-lo, e é ela que causa as alterações como inchaço e

vermelhidão nessa região. É como se tivesse sido picada por insetos peçonhentos

ou abelha. Portanto, as pessoas têm reação positiva porque sua atividade de

purificação é intensa; nas que têm reação negativa não há como ocorrer a atividade

de purificação, pois elas são fracas; ela só ocorre quando aumenta a concentração

da solução injetada, ou seja, das toxinas do medicamento. Quanto à taxa de

sedimentação de eritrócitos, quando há toxinas no sangue, ele fica turvo, e quanto

maior a quantidade dessas toxinas, é mais pesado e a sedimentação é mais rápida.

Por isso, quanto mais turvo for o sangue, mais propensa é a pessoa à atividade de

purificação, ou seja, à doença.

E os bacilos de tuberculose jamais são transmitidos, mas falarei em detalhes

sobre isso no próximo tópico.

A seguir vou tentar explicar sobre a radiografia. Os médicos afirmam

categoricamente que se trata de tuberculose pulmonar só de enxergar mancha na

chapa, mas isso é uma atitude muito leviana. Mesmo porque a radiografia é uma

foto plana e não se distingue entre as toxinas internas dos pulmões e as toxinas

externas a eles – tais como de costelas ou das proximidades delas. Pelas minhas

experiências, na maioria dos pacientes na fase inicial da tuberculose as toxinas

patógenas se encontram não no interior dos pulmões e sim fora deles, isto é, abaixo

da pele do tórax ou das costas, nas proximidades das costelas. Estas toxinas

também se dividem em toxinas variólicas, toxinas úricas e toxinas dos

medicamentos, mas a radiografia não as distingue, porém, pelo método de

diagnose pelas pontas dos dedos que eu desenvolvi, eu consigo distingui-las com

precisão.
101
A Medicina do Amanhã – Volume 01

A hemoptise19 é algo muito bom, pois o sangue carregado de toxinas é expulso

pela atividade de purificação. A medicina também diz que a tuberculose que causa

hemoptise é fácil de curar. O ponto em que ocorre a hemoptise não é constante, e

na maioria das vezes o sangue carregado de toxinas se sedimenta em um ponto da

área externa dos pulmões pela atividade de purificação, ou ele se infiltra nos

pulmões e se sedimenta ali, e se dissolve com a febre, saindo em forma de

hemoptise. Um ponto que necessita de atenção é: há casos em que a pessoa está

para ter um AVC, mas o derrame cerebral não ocorre, e em seu lugar a pessoa tem

hemoptise. Muitos médicos diagnosticam isso erroneamente, como hemoptise,

sem saber que na verdade a pessoa conseguiu se livrar de um derrame cerebral.

O suor noturno é a melhor atividade de purificação. As toxinas que foram

dissolvidas pela febre alta e se tornaram líquido fino são expulsas pelos vasos

capilares da pele, e com isso a cura é acelerada. Pela minha experiência, todos

pacientes que apresentavam suor noturno ou aqueles que tiveram suor noturno

devido ao tratamento têm boa evolução, sem exceção. É a mesma razão pela qual a

febre da gripe diminui e a pessoa sara quando transpira.

Mas a medicina diz que o suor noturno é o resultado da fadiga e tenta estancá-

lo, porém, isto é um erro; não é por causa da fadiga e sim pela intensa atividade de

purificação.

19 N.T.: Expectoração de sangue proveniente dos pulmões, traqueia e brônquios, mais comumente observável na
tuberculose pulmonar.
102
A Medicina do Amanhã – Volume 01

07. A TUBERCULOSE JAMAIS SE TRANSMITE

Hoje a tuberculose é bastante temida como sendo contagiosa. Por isso estão

sendo tomadas diversas medidas, mas é assustador como isso é trabalhoso e

dispendioso para a nação e para os indivíduos. Por isso todos temem a transmissão

e mesmo pais e filhos, marido e mulher são proibidos pelos médicos de se

aproximarem e conversarem intimamente. Uma vez surgido um tuberculoso na

família, toda a família fica apavorada, com medo de se infectar a qualquer

momento – tal situação medonha é dolorosa de se ver. Se de fato é contagiosa, não

há o que fazer, pois nada é mais importante que a vida, mas pelo que descobri não

há nenhum perigo de se infectarem. Os bacilos da tuberculose de que fala a

medicina não se transmitem, eles surgem espontaneamente. Como isso acontece?

Quando as toxinas líquidas que expliquei há pouco em detalhes, ou seja, o escarro,

é expulso rapidamente, não surge nenhum microorganismo, mas quando, por

causa de tratamentos errôneos, o escarro fica retido dentro dos pulmões,

sedimentando-se. Este escarro sedimentado apodrece com o passar do tempo.

Qualquer que seja a matéria, uma vez apodrecida, é certo que irão nascer nela

bichos ou microorganismos. Por exemplo, é do conhecimento das pessoas que se a

madeira apodrece, surge cupim, e mesmo o arroz muito bem beneficiado, quando

fica velho, cria bichos. Assim, onde há apodrecimento, nascem os elementos

orgânicos de coisas inorgânicas. É óbvio que se nascem bichos no arroz não é

porque entraram ovos de bichos de fora. Portanto, os bacilos da tuberculose

também surgem espontaneamente, e jamais são transmitidos. Eu acredito que,

103
A Medicina do Amanhã – Volume 01

com o progresso e a evolução da ciência, chegarão a descobrir a não transmissão.

É como já expliquei sobre a gripe, as toxinas de diversos pontos são

resolidificadas para interromper o processo de purificação. Também nestas toxinas

os bacilos da tuberculose nascem espontaneamente. Escrófula, tuberculose renal e

outras doenças tuberculosas ocorrem por este motivo.

Para comprovar a teoria acima, vou falar da minha experiência. Na minha

casa moravam além de eu e minha esposa, seis filhos, alguns auxiliares e outros

empregados, havendo sempre um total de mais de dez pessoas. E durante mais de

dez anos sempre deixava morando junto conosco um ou dos pacientes

diagnosticados com tuberculose grave, tratando-os. Creio que foram pelo menos

mais de vinte. Naturalmente, tratava-os como se fossem membros da família e

tomávamos refeições juntos, sem fazer qualquer desinfecção nas louças e talheres.

Os objetivos eram dois: tratá-los, e testar minha teoria. Alguns deles morreram na

minha casa, portanto, eram todos casos graves. Eram todos diagnosticados com

tuberculose em grandes hospitais, e desenganados. No entanto, até hoje ninguém

se infectou. Todos são a própria imagem da saúde. Por este experimento, não tenho

a menor dúvida de que a tuberculose não se transmite.

Eu estou disposto a qualquer momento para servir de teste para a infecção por

bacilos de tuberculose. Gostaria que fizessem teste de infecção, seja em mim

mesmo, seja em qualquer um dos membros de minha família. Ficaria feliz em

servir para esse teste.

Os cientistas de hoje deverão rir desta teoria de geração espontânea de bacilos.

Mesmo porque a descoberta de bactérias por Pasteur, autoridade francesa em

microbiologia tão célebre quanto Dr. Koch da Alemanha, refutou a teoria da

geração espontânea, que até então era sustentada pelos acadêmicos em geral.
104
A Medicina do Amanhã – Volume 01

Pasteur testou a teoria de que os microorganismos não nascem pela geração

espontânea e sim pela transmissão aérea. Para tanto, ele colocou o sumo de carne

de cordeiro em dois frascos de vidro. Um deles tinha o gargalo curvo, outro tinha o

gargalo reto. O fato é que, enquanto que no frasco com gargalo torto os

microorganismos não haviam se desenvolvido, no de gargalo reto haviam se

desenvolvido. Desde então a teoria de geração espontânea desapareceu, passaram a

acreditar na geração pelo ar e assim permanece até hoje. Mas como pretendo

explicar detalhadamente mais tarde sobre o espírito e a matéria, aqui vou me

limitar a explicar resumidamente.

Todas as coisas da natureza são constituídas de elemento fogo, elemento água

e elemento terra, sendo a atmosfera constituída principalmente de elemento água,

e o reiki de elemento fogo. Mas na ciência de hoje o reiki, ou seja, o elemento fogo,

ainda não foi descoberto. E o ar flui horizontalmente, e o reiki, verticalmente, em

movimento ascendente e descendente. E quando os microorganismos, que são

matéria orgânica, são gerados espontaneamente, isso requer o elemento fogo, ou

seja, o calor. Mas este calor é bloqueado em alguma medida por materiais duros

como vidro e metal. Portanto, no caso da experiência de Pasteur, o frasco de vidro

com gargalo curvo bloqueou o calor do elemento fogo.

Dizem que a medicina moderna entrou numa nova era quando o Dr. Virchow,

considerado um grande médico do século 19, pregou a citopatologia. Segundo ele,

no corpo humano a pele, mucosa, músculo, esqueleto, cabelo, tudo, constitui-se de

inúmeras células, cada uma delas tendo vida e atividade, as quais se juntam para

constituir um corpo humano, e a doença indica o estado em que essas células se

degeneram e ficam com sua atividade reduzida. Eis o resumo da citopatologia.

Por exemplo, na tuberculose pulmonar, os bacilos da tuberculose invadem o


105
A Medicina do Amanhã – Volume 01

tecido pulmonar, multiplicam-se e liberam toxinas, que degeneram ou destroem as

células dessa região; as células destruídas são absorvidas pelo sangue e

comprometem o funcionamento do corpo como um todo, provocando febre, suor

noturno e outros sintomas.

Isto é, ele sustenta que a febre dos pacientes tuberculosos ocorre porque os

bacilos da tuberculose invadem os pulmões, formando cavidade, e as toxinas

produzidas por este foco e pelos próprios bacilos estimulam o centro

termorregulatório, gerando a febre.

A teoria patológica acima é fundamentalmente equivocada. Se é que o declínio

da atividade das células é a origem da doença, a tuberculose não deveria ocorrer

nos idosos ao invés de ocorrer nos adolescentes e jovens, idade em que o

metabolismo está no auge? Acho até curioso que tal teoria por demais contrária aos

fatos tenha obtido crédito.

Ele diz também que a febre da tuberculose é causada pelos bacilos da

tuberculose. Suponhamos que isso seja verdade. Ele diz que o centro

termorregulatório é estimulado pelas toxinas produzidas pelos próprios bacilos,

mas afinal, como funciona o centro termorregulatório? A medicina diz que ele está

no cérebro, mas provavelmente nenhum médico do mundo conseguirá prová-lo.

Isto porque a função chamada centro termorregulatório não existe no cérebro

nem em lugar algum do corpo humano.

É claro que por mais que pesquisem com base na patologia tão pueril como

esta não conseguirão resolver a questão. Vou citar duas formas de solucionar a

questão da tuberculose pulmonar:

1. Se quiserem diminuir simplesmente a tuberculose pulmonar, deve-se

abaixar o desempenho físico de todo o povo. Isto é, dar aos jovens a compleição
106
A Medicina do Amanhã – Volume 01

física de idosos. É o que acontece com os brancos hoje em dia.

2. Criar seres humanos que não têm febre, que é a característica da

tuberculose – isto é, os seres humanos livres de toxinas – portadores de saúde

perfeita no verdadeiro sentido.

Qual das duas opções devemos escolher? Obviamente a segunda – esta é a

verdadeira solução, que somente será capaz pela medicina que eu criei. É preciso

saber que, em contrapartida, o método da medicina ocidental atualmente em curso

é o primeiro caso.

107
A Medicina do Amanhã – Volume 01

08. QUESTÃO DE TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL

Depois da tuberculose pulmonar, a taxa de mortalidade infantil é o setor mais

importante da questão demográfica.

O número total de mortes no Japão em 1937 foi de 1.207.899, dos quais as

mortes de bebês e crianças (idade pré-escolar) são 397.870. O número de mortes de

crianças representa um terço do número total de mortes. Mas analisando por

faixas etárias estas mortes de crianças, os lactentes são 230.711; as crianças de um

ano, 72.991; as de dois anos, 38.955; as de três anos, 26.005; as de quatro anos,

17.854, e as de cinco anos, 11.364, indicando que no caso das crianças, quanto

menor a idade, maior o número de mortes. À medida que a idade vai avançando, o

número de mortes vai caindo bruscamente.

Analisando agora a mortalidade infantil do Japão em comparação com a

Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos, a taxa de mortalidade recente por 10 mil

crianças de cada faixa etária, em lactentes é de 130,00 no Japão, 84,99 na

Alemanha, 79,78 na Inglaterra e 64,50 nos Estados Unidos. Em crianças de um ano,

é de 39,90 no Japão, 9,33 na Alemanha, 17,03 na Inglaterra e 8,90 nos Estados

Unidos. Em crianças de dois anos, é de 21,20 no Japão, 4,45 na Alemanha, 7,02 na

Inglaterra e 5,03 nos Estados Unidos. Em crianças de três anos, é de 14,00 no Japão,

3,40 na Alemanha, 4,65 na Inglaterra e 3,64 nos Estados Unidos. Em crianças de

quatro anos, é de 9,21 o Japão, 2,76 na Alemanha, 3,65 na Inglaterra e 3,25 nos

Estados Unidos.

Na comparação entre Japão, Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos, em se

108
A Medicina do Amanhã – Volume 01

tratando de lactentes, o Japão tem cerca do triplo da mortalidade dos demais

países. Também nas faixas etárias de um a quatro anos é de triplo a quíntuplo dos

demais países, de modo que a taxa de mortalidade infantil do Japão é de triplo a

quíntuplo dos demais países em todas as faixas etárias. Então, qual é a causa da

mortalidade infantil? Dividindo-se as causas da mortalidade infantil em congênita

e adquirida, quase a totalidade das crianças que morreram de causa congênita

morreram em menos de um mês de vida. Após nascerem, durante um mês essas

crianças vivem objetivamente neste mundo, apesar disso, aquelas que possuem

anormalidades e doenças congênitas não conseguem manter sua vida; entretanto,

como não tem interação com o mundo externo e sofrem pouca influência do

ambiente, é raro contraírem doenças que as levem à morte. De dois meses de vida

em diante algumas poucas que possuem resquício de causa congênita morrem, mas

a maioria morre de doenças adquiridas.

Observando-se as causas de óbitos de crianças (0 a 4 anos) com base na

estatística de 1938, as causas que podem ser consideradas congênitas são (1)

“debilidade congênita”; (2) “deformação congênita”; (3) “problemas com o neonato

na ocasião do parto”; (4) “parto prematuro”; (5) “sífilis congênita” e (6) “demais

doenças próprias de bebês e crianças”.

Os números são, respectivamente: “debilidade congênita”: 60.569;

“deformação congênita”: 3.614; “problemas com o neonato na ocasião do parto”:

381; “parto prematuro: 5.410; “sífilis congênita”: 2.270, e “demais doenças próprias

de bebês e crianças”: 8.971, no total de 81.215, sendo que as causas de morte de

ordem congênita representam pouco mais de um quarto do total de mortes de

crianças da mesma faixa etária.

À medida que a idade avança, as causas da morte vão se tornando doenças


109
A Medicina do Amanhã – Volume 01

adquiridas. As doenças mais relevantes como causa da morte adquirida em toda a

fase da infância são as do aparelho respiratório - tais como pneumonia-, diarreia e

enterite (incluindo a dispepsia), sendo estas as duas principais causas da morte

adquiridas das crianças.

As mortes por pneumonia são 69.816, mas o diagnóstico da pneumonia e da

bronquite às vezes não é claro, e por serem igualmente doenças agudas do aparelho

respiratório, somam-se às duas e tem-se 80.162. Este número de mortes é

aproximadamente o mesmo das mortes decorrentes das causas congênitas,

representando pouco mais de um quarto do total de mortes.

O número de mortes por diarreia e enterite é 76.091 e é pouco menos de um

quarto do total de mortes. O número de mortes decorrentes de (1) causas

congênitas, (2) pneumonia e bronquite e (3) diarreia e enterite (incluindo

dispepsia), que são as três principais causas da mortalidade infantil, é nada menos

que 237.468, correspondendo a pouco mais de 64% do total de mortes de bebês e

crianças. Os pouco mais de 25% restantes são mortes decorrentes de outras doenças

adquiridas. Outras doenças que aumentam à medida que a idade das crianças

avança são as doenças contagiosas agudas infantis, tais como disenteria e

disenteria infantil (14.641), coqueluche (8.653), sarampo (4.643), difteria (2.873) etc.

A morbidade por estas doenças contagiosas agudas aumenta à medida que a idade

avança.

Os dados acima foram o resultado de pesquisa das causas da mortalidade

infantil baseada na estatística, mas no caso de elaborar o plano de implementação

de medidas, os nomes de enfermidades informadas na referida estatística são

aqueles informados nos atestados de óbito dos médicos. No atestado de óbito se

informa o nome da última enfermidade da criança. Há casos de bebês que


110
A Medicina do Amanhã – Volume 01

inicialmente foram diagnosticados com bronquite, que nem parecia grave, e que

morreram porque tinham na verdade debilidade congênita. E nos casos em que

ficam com dispepsia, com a consequente desnutrição, depois contraem pneumonia

e morrem, normalmente será informada no atestado de óbito como causa da morte

a pneumonia. Quando são prematuros e não estão bem desenvolvidos, e tiverem

dispepsia, será informado no atestado de óbito que a causa da morte foi dispepsia.

E no caso em que um lactente morre de dispepsia, a causa da morte é

claramente a dispepsia, mas o que provocou esta doença e levou o lactente à morte

pode ser o aleitamento artificial por falta do leite materno, que foi feito de forma

errada, ou a falta de recursos para adquirir o leite de vaca ou produtos lácteos de

boa qualidade, ou ainda, a falha no sistema de distribuição de leite e produtos

lácteos. Mesmo que o nome da enfermidade declarada nos atestados de óbito seja

igualmente dispepsia, por trás das causas da dispepsia ocultam-se diversas e

intrincadas causas médicas e sociais.

O sarampo e a coqueluche, quase todas as crianças pegam, mas normalmente

quase nunca morrem apenas por causa destas doenças, porém, quando o sarampo e

a coqueluche são complicados pela pneumonia, a taxa de mortalidade sobe muito.

Observando desta forma, devemos perceber de que na morte de uma criança há

diversas causas congênitas e adquiridas que não puderam ser informadas no

atestado de óbito, atuando de forma direta ou indireta.

Isto é, percebemos que há dois tipos de causa da mortalidade infantil: a causa

direta ou a causa final, e a causa indireta ou a causa primária. Mas a causa primária

se divide, por sua vez, em congênita e adquirida, e há também a mistura das duas.

Vou citar agora uma parte do resultado do exame simultâneo de bebês e

crianças de todo o Japão realizado pela Secretaria de Resistência Física do


111
A Medicina do Amanhã – Volume 01

Ministério da Saúde entre maio e setembro de 1940. As crianças que foram

examinadas eram de dois meses a um ano e dois meses de idade, no total de

aproximadamente 1,51 milhão, dos quais 410 mil, que correspondem a cerca de

27%, requeriam cuidado; as efetivamente doentes eram aproximadamente 180 mil,

e as desnutridas, aproximadamente 200 mil. A tabela abaixo é parcial, sendo os

tipos de doenças levantadas em Fukushima, Ibaraki, Nara, Kagawa, etc., mas isto

deverá dar a ideia da tendência geral.

Distúrbios nutricionais e doenças do sistema digestivo

Desordem digestiva 2.941

Gastroenterite 1.510

Hérnia 1.411

Distúrbios nutricionais 704

(incluindo intolerância a glúten)

Outros 131

Total 6.697

Doenças do sistema respiratório

Bronquite 1.541

Gripe 367

Amidalite e hipertrofia da amídala 116

Pneumonia 116

Asma 52

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A Medicina do Amanhã – Volume 01

Tuberculose pulmonar 4

Laringite e outros 56

Total 2.282

Avitaminoses

Beribéri infantil 390

Avitaminose 12

Outros 15

Total 417

Doenças do sistema circulatório

Doenças cardíacas 117

(inclui problemas valvulares)

Anemia e outros 73

Total 190

Doenças do sistema linfático e dermatológicas

Eczema 1.936

Linfoadenite e hipertrofia dos 314

linfonodos

Outros 895

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A Medicina do Amanhã – Volume 01

Total 3.145

Doenças do sistema nervoso

Edema cerebral 19

Paralisia infantil 16

Outros 14

Total 49

Doenças dos sistemas urinário e reprodutivo

Hidrocele 74

Outros 1

Total 75

Doenças oftalmológicas

Conjuntivite 290

Tracoma 170

Outros 74

Total 534

Doenças otorrinológicas

Otite média, otopiorreia e outros 494

Rinite 16

114
A Medicina do Amanhã – Volume 01

Total 510

Doenças infectocontagiosas

Sarampo 779

Coqueluche 206

Catapora 204

Sífilis 64

Outros 22

Total 1.275

Outras doenças 1.176

Publicado no semanário fotográfico da Dieta Nacional de 23 de abril de 1941

Mesmo vendo a estatística acima, a taxa de mortalidade infantil é muito

alarmante. E qual é a sua verdadeira causa? Explico abaixo:

Nem é preciso dizer que a causa fundamental é a vacinação contra a varíola.

Ou seja, é por causa da queda gradual de desempenho físico da mãe por causa da

vacinação contra varíola. Ser o bebê nascido de mãe fraca igualmente fraco é uma

regra universal. Explicando mais detalhadamente, somando-se um acelerante

chamado toxinas dos medicamentos à energia física já reduzida pelas toxinas

variólicas negativadas, a energia física fica ainda mais baixa. Assim, sendo um bebê

nascido de uma mãe com tal característica, logo que nasce já ocorre a atividade de

purificação das toxinas. Ela se manifesta em forma de enterite, diarreia e dispepsia,

115
A Medicina do Amanhã – Volume 01

bem como em forma de gripe, pneumonia, bronquite, asma, sarampo, coqueluche,

eczema, etc. (a paralisia infantil tem causa espiritual, portanto explicarei no tópico

correspondente).

Já que as diversas doenças acima citadas são atividade de purificação, se as

deixarmos à sua sorte, na maioria das vezes curam-se totalmente, mas como

reprimem a atividade de purificação por meio de tratamentos médicos, a

consequente retenção das toxinas leva os pacientes à debilitação. E como

acrescentam as toxinas dos medicamentos, ficam ainda mais debilitados e sua

morte é acelerada, o que é natural. Quando se trata de adultos, eles têm maior

resistência suficiente para suportar a debilitação causada pela repressão da

atividade de purificação e pelas toxinas dos medicamentos e não morrem tão

facilmente.

Principalmente o aumento de mães com pouca lactação e a existência de mães

que erroneamente adotam o aleitamento artificial à moda ocidental nos últimos

tempos constituem uma das causas importantes. Consta que isso é particularmente

frequente nas mulheres que residem nos grandes centros urbanos.

Examinando-se as mães com pouca lactação, constata-se que a sua causa é, na

maioria das vezes, o estômago fraco. Isto ocorre pois possuem os três tipos de

toxina solidificadas na região do estômago, comprimindo-o e reduzindo o seu

tamanho. Por isso comem pouco, apenas o suficiente para sustentar sofrivelmente

o corpo da mãe mas não para produzir o leite. Dissolvendo-se e eliminando-se as

toxinas sedimentadas da região do estômago de pacientes assim, elas passam a

comer melhor, e paralelamente a produção de leite também vai aumentando

gradativamente. E quando há toxinas sedimentadas em volta do mamilo, elas

podem comprimir as glândulas mamárias reduzindo a produção de leite, mas isto é


116
A Medicina do Amanhã – Volume 01

fácil de curar.

Há um motivo para a taxa de mortalidade infantil do Japão ser bem mais alta

que a da Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos. É que, enquanto que os povos

brancos já vinham sendo amamentados artificialmente há gerações, no nosso país

o aleitamento sempre foi materno; enquanto que o organismo deles já está

acostumado com ele, o nosso povo, acostumado com o leite materno, não se dá

bem com o aleitamento artificial, o que é natural.

Uma vez que o Criador criou a humanidade sobre a terra para que prosperasse

eternamente, é providência divina o ser humano ter filhos, portanto, deveria ser

proporcionada naturalmente a quantidade de leite suficiente para o bebê crescer

com sucesso. Se, no entanto, falta leite, deverá haver algum motivo que contraria a

providência divina. Assim, não há outro meio de solução definitiva a não ser

descobrir onde estão contrariando a providência divina e se corrigir. Mas então, o

que seria isso? É o próprio equívoco da medicina atual, de que falei no início.

117
A Medicina do Amanhã – Volume 01

09. PROBLEMA DE QUEDA DE DESEMPENHO FÍSICO DO POVO

Como problema importante indissociável da questão demográfica existe o

problema de queda de desempenho físico do povo. Vejamos a sua tendência:

Em junho de 1936, o general Terauchi, ministro do Exército da época, sugeriu

o estabelecimento de política nacional relativa à saúde e higiene do povo em

resposta ao problema de queda de desempenho físico do povo, o que resultou na

criação do Ministério da Saúde. As razões e as medidas anunciadas pela Secretaria

de Assuntos Médicos do Ministério do Exército da época foram os seguintes:

Razões:

- Nos países da Europa o físico dos povos deterioraram

bastante após a [Primeira] Guerra Mundial, e para

estabelecer medidas para o enfrentamento deste problema,

todos eles criaram o Ministério da Saúde ou o Ministério da

Higiene, envidando todos os esforços na melhoria da saúde

dos povos. Como resultado, a compleição física daqueles

povos melhorou bastante, recuperando o bom desempenho

de outrora.

- Segundo os resultados do exame de recrutamento militar

do Ministério do Exército, os reprovados (classes C e D) no

período de quinze anos que começa em 1922 eram em torno

de 250 por mil candidatos, mas no período de 1927 a 1932,

esta proporção subiu para 350, e em 1935, saltou para 400,

118
A Medicina do Amanhã – Volume 01

evidenciando a deterioração da compleição física do povo.

- A estatura média do povo japonês era de 157,5cm em 1912,

mas em 1935 passou para 160,2cm, indicando aumento de

2,7cm, mas o peso corporal não acompanhou este

incremento; enquanto que em 1912 era de 51,75kg, em 1935

não passou de 52,87kg, e segundo a estatística, o aumento

médio de peso corporal nos últimos 25 anos não passa de

1,01kg.

- A tuberculose pulmonar está aumentando de forma visível.

Por volta de 1891, 1892, entre cem adultos jovens dois eram

tuberculosos, mas hoje são 24.

- O avanço da medicina e a popularização dos tratamentos

médicos foram eficazes até certo ponto na redução da taxa de

mortalidade por tuberculose, mas provaram que são

totalmente impotentes na prevenção de tuberculose.

- Tifo, disenteria e demais doenças contagiosas de notificação

obrigatória aumentam ano a ano.

- A causa da deterioração da compleição física não está na

falha da educação física e na falta de nutrição e de

tratamento médico; tem origem na deterioração da saúde das

mães.

- A atual administração pública de saúde limita-se apenas à

fiscalização de medicamentos, alimentos e bebidas, ao

tratamento de dejetos, ao sistema de saúde, etc., sendo um

controle impotente como um todo.


119
A Medicina do Amanhã – Volume 01

- Entre os ministérios da Educação, do Interior, da

Comunicação e do Comércio e Indústria, que supervisionam

atualmente a saúde e o saneamento, falta uma abrangência

orgânica. O mesmo acontece com os governos regionais.

- Por estas razões, o governo deverá romper com o velho

estilo de trabalhar dos ministérios em que cada um age do

seu modo, criar um novo ministério que cuidará da saúde e

saneamento, unificar os atuais ministérios, departamentos,

secretarias e seções atuais relacionados a eles, para controlar

os serviços administrativos de saúde do trabalho, prevenção

de epidemias, assistência médica, educação física, etc. e

cumprir a missão original de administração pública da

saúde.

Assuntos a cuidar:

- Questões demográficas e de alimentos e controle da

distribuição de bens necessários para a vida;

- Assuntos humanos relativos à imigração e colonização;

- Aumento da eficiência laboral e resistência do povo;

- Assuntos relativos às condições essenciais à vida do povo;

- Controle da racionalização de vestuário e habitação;

- Assuntos relativos à adaptação ao meio ambiente

- Treinamento físico e psicológico, aumento de eficiência,

prevenção de epidemias e de intoxicação, educação sanitária

relativa à prevenção de epidemias;

- Orientação e supervisão de projetos sociais de saneamento;


120
A Medicina do Amanhã – Volume 01

- Controle e operação de recursos humanos tais como

médicos de hospitais;

- Orientação e supervisão de instituições de pesquisa da

ciência da vida (unificar o laboratório de pesquisa de

saneamento e laboratório de pesquisa de nutrição do

Ministério do Interior, o laboratório de pesquisa de educação

física do Ministério da Educação etc., acrescentar ainda as

instituições de pesquisa relativas à saúde e saneamento para

transformá-las em instituição de pesquisa da ciência da vida)

A principal causa de reprovação acima referida é a musculatura fraca, e a

proporção de candidatos com este problema era de 31,7% dos adultos jovens em

1932; aumentou para 32,7% em 1933 e para 33,7% em 1934, na razão de 1% ao ano.

Vêm em seguida como motivo de reprovação as doenças tuberculosas,

problemas de vista, deficiências físicas de origem traumática, a baixa estatura, etc.

As doenças venéreas são mais frequentes nos grandes centros urbanos do que no

interior, sendo particularmente frequentes nos trabalhadores braçais, operários,

motoristas, etc., que são de classe baixa. E os jovens adultos do interior que as

contraíram são na maioria aqueles que tinham ido trabalhar nas grandes cidades.

Analisando a relação entre a estatura e o peso corporal, nos últimos 25 anos a

estatura aumentou cerca de 3cm, e o peso corporal, 975g, mas como o peso corporal

por 3cm de estatura em 1912 era 975g, é como se tivesse apenas crescido em altura

mantendo o físico de 1912, o que significa que a relação estatura/peso corporal caiu.

Fenômeno semelhante é verificado também na circunferência do tórax, não se

observando praticamente nenhuma alteração nos últimos 20 anos. Além disso, o


121
A Medicina do Amanhã – Volume 01

tórax dos japoneses tem a característica de ter diâmetro maior para os lados e

diâmetro menor na direção anteroposterior e, se comparado com o tórax dos

ocidentais, que tem diâmetro menor para os lados e diâmetro maior na direção

anteroposterior, devemos reconhecer que, embora a circunferência torácica seja

igual, tem qualidade inferior.

Devemos atentar para o fato de que o aumento ou redução do peso corporal

divide-se em dois tipos: aquele em que o aumento ou a redução do peso corporal

distribuem-se homogeneamente em todo o corpo, e aquele em que uma parte do

corpo engorda e outra parte emagrece. Nos adultos jovens do Japão, predomina o

segundo tipo.

Isto prova que há uma grande falha no estilo e nas condições de vida de nosso

país, e o povo precisa se conscientizar, pessoa por pessoa e de maneira voluntária, a

respeito desta falha para que possa superá-la. Iniciar a reforma deste ponto falho,

significará extinguir a verdadeira causa do enfraquecimento físico da população.

Vendo que o físico de adultos jovens, desenvolvido graças à vida no exército, vai

voltando ao que era antes do alistamento em um ou dois anos após o desligamento,

e que isso é mais visível entre os agricultores e operários, cada vez mais me

convenço disso.

Vejamos agora a influência da vida na cidade e vida no interior sobre os

adultos jovens. Analisando-se os pouco mais de 600 mil candidatos de 1936, entre

aqueles que nasceram e cresceram na cidade os reprovados foram 410 por mil

candidatos, enquanto que entre aqueles que nasceram e cresceram no interior os

reprovados foram pouco mais de 310 por mil candidatos, o que significa que entre

os jovens do interior o número de reprovados é aproximadamente 100 a menos.

Mas os reprovados entre aqueles que nasceram no interior e mudaram-se para a


122
A Medicina do Amanhã – Volume 01

cidade após concluir o ensino primário foi de pouco mais de 380 por mil,

evidenciando como a vida na cidade prejudica o desempenho físico do povo.

Entretanto, aqueles que nasceram na cidade e concluíram o ensino primário,

mesmo se mudando para o interior posteriormente, continuam com pouco mais de

450 reprovações por mil, o que mostra como a infância passada na cidade é decisiva

como causa de mau desenvolvimento físico das pessoas.

Assim, percebe-se como o interior é melhor que a cidade, mas ao vermos que

atualmente os reprovados no interior já passam dos 300 por mil, quando há pouco

mais de dez anos eram pouco mais de 200, sentimos que a vida no interior também

não deve ser deixada como está.

E quanto ao desempenho físico dos estudantes?

A situação atual da saúde e do desempenho físico do povo expressa no exame

de candidatos aos soldados do Japão e a comparação entre a cidade e o interior se

apresentam da forma exposta acima. Agora vamos ver a situação em cada

profissão.

Classificando-se por profissão os reprovados, os líderes são estudantes, com

taxa de reprovação de 500 e algumas dezenas por mil, mais da metade.

Principalmente nas províncias de Tóquio e de Osaka chega a próximo de 600, o que

é assustador. Como prova de quão estão baixos o desempenho físico e a saúde dos

estudantes de Tóquio e de Osaka, podemos citar o seguinte caso: o resultado do

exame de saúde feito com 98 estudantes do 5º ano de certa escola do ensino médio

de Tóquio que se hospedaram nas instalações da Divisão da Guarda Imperial como

sendo alunos saudáveis revelou que 39 deles, ou seja, 40%, eram portadores de

doenças pulmonares crônicas.

O caso acima assustou muito as autoridades educacionais e militares, e tanto


123
A Medicina do Amanhã – Volume 01

as famílias como a nação, bem como as escolas, precisam fazer profunda reflexão

sobre o assunto. De fato, isto é totalmente incompreensível nos dias de hoje,

quando a prática de esportes por estudantes se tornou tão difundida e

desenvolvida, mas será que essa difusão e desenvolvimento de prática de esportes

não estão sendo realizados sub uma diretriz equivocada? Isto é algo que me sinto

obrigado a questionar. Será que o esporte não estaria desviado do caminho da

melhoria do desempenho físico do povo? Mas a piora do desempenho físico dos

estudantes é tanta que não dá para atribuí-la somente à questão do esporte. É

evidente que a questão precisará ser resolvida no âmbito da família, sociedade,

estado e sistema educacional como um todo, mas há uma coisa importante que

gostaria de acrescentar sobre o desempenho físico e saúde dos estudantes: à medida

que o grau de instrução dos estudantes se eleva, eleva-se também a taxa de

reprovação no exame para o ingresso no exército, e o grau de gravidade das

doenças que constituem sua causa também aumenta. Isto é, os reprovados da classe

C são mais numerosos entre os formados em curso universitário, seguido por

aqueles formados em colégios e escolas técnicas, formados no ensino médio e

formados em escolas primárias, nesta ordem. Só que entre os formados nas escolas

primárias, os reprovados da classe C são mais numerosos entre os que concluíram

até o 6º ano do que entre os que continuaram por mais dois anos, mas aqui também

se encontra oculto um grande problema social e educacional.

A Secretaria Municipal da Saúde, que realiza a pesquisa sobre a influência que

a vida urbana exerce sobre a saúde dos alunos da escola primária, realizou o exame

físico de 106.085 dos 120.878 alunos deste ano (1936), apurando que 43.677, quase a

metade deles, eram portadores de doenças, sendo as mais predominantes as

otorrinolaringológicas, com 9.564 meninos e 8.595 meninas, totalizando 18.159


124
A Medicina do Amanhã – Volume 01

alunos, dos quais 273 tiveram que adiar o ingresso nas escolas. Diante desta

situação deplorável, ficamos surpresos ao constatar a realidade do quão insalubre é

a vida nas cidades.

O discriminativo dos alunos doentes é o seguinte:

Doenças oftalmológicas

Meninos 4.152

Meninas 9.223

Doenças dermatológicas

Meninos 2.468

Meninas 1.492

Hérnia, ruído na ausculta cardíaca, bronquite

Meninos 2.535

Meninas 1.909

Distúrbios osteo-artículo-musculares

Meninos 847

Meninas 560

É mundialmente célebre a alta incidência de miopia entre os japoneses, mas a

pesquisa feita recentemente pelo Ministério da Educação com os estudantes

universitários, colegiais e primários mostra um resultado aterrorizante.

Em 1912, nas escolas primárias, os míopes eram 12,93% entre os meninos e

15,27% entre as meninas, mas em 1930 avançou para 16,24% entre os meninos e

125
A Medicina do Amanhã – Volume 01

19,69% entre as meninas. Nos demais níveis escolares, as porcentagens em 1920 e

1930 são as seguintes:

1920 1930

Colégio feminino 16,63 34,07

Ensino médio 21,75 36,33

Colégio industrial/comercial 21,72 34,38

Escola normal (magistério) 26,65 43,65

(masculino)

Escola normal (magistério) 19,23 40,25

(feminino)

Escola técnica (masculino) 41,53 42,71

Escola técnica (feminino) 20,55 53,98

Dito de modo bem grosseiro, a miopia, que na ocasião do ingresso na escola

primária era 15%, na ocasião do ingresso no ensino médio aumenta para 20%, e na

escola técnica, passa a ser 50%. Somando-se a isso a presbiopia 20, o astigmatismo e

o estrabismo das pessoas com mais de 50 anos, de 60 a 70% das pessoas

economicamente ativas estão com eficiência das atividades comprometida por

sentirem dificuldades ou esgotando os nervos desnecessariamente.

Vamos agora mostrar as doenças recorrentes com taxas de mortalidade mais

altas do Japão (pesquisa de 1936).

20 N.T.: Presbiopia é a piora de visão normal que ocorre com o avançar da idade, quando os olhos lentamente perdem a
capacidade de focalizar objetos muito próximos.
126
A Medicina do Amanhã – Volume 01

Segundo a pesquisa da Secretaria de Estatística da Dieta Nacional 21, do total de

pouco mais de 1,234 milhões de mortes em 1934, as decorrentes de tuberculose do

aparelho respiratório e outros foram pouco mais de 131.500, representando 106,5

em cada mil mortes, seguidas de pouco mais de 127 mil mortes por diarreia e

enterite, representando 103,6 em cada mil mortes; pouco mais de 124 mil mortes

por pneumonia, representando 100,5 em cada mil mortes, e pouco mais de 114 mil

mortes por derrame cerebral, embolia cerebral etc., representando 92,7 em cada

mil mortes, de modo que fica evidente que a mais temível é a tuberculose.

Divididas por faixa etária, dos mortos por diarreia, enterite e pneumonia, a grande

maioria são bebês com menos de um ano de idade, e entre os mortos por

hemorragia cerebral e embolia cerebral, são muito numerosas as pessoas de 55 a 79

anos, enquanto que entre os mortos por tuberculose, predomina a faixa de 15 a 29

anos, o que é digno de muita atenção.

No jornal Tokyo Hibi de 3 de junho de 1936 está escrito o seguinte:

(Omite-se o preâmbulo)

Tanto a estatura como o peso corporal aumentaram, e

aparentemente o desempenho é bom, mas o aumento de peso

corporal não é proporcional ao aumento de estatura,

aumentou muito a incidência de doenças tuberculosas, e a

miopia, a cárie, etc. também estão aumentando aos poucos, o

que é bastante preocupante como problema de todo o povo.

Ultimamente diversos esportes estão sendo difundidos entre

o povo com uma velocidade impressionante. Dessa forma,

21 N.T.: A Dieta Nacional do Japão é o poder legislativo bicameral do Japão. Ele é composto por uma câmara baixa
que é chamada de Câmara dos Representantes e uma câmara superior, chamada de Câmara dos Conselheiros.
127
A Medicina do Amanhã – Volume 01

qualquer um pensaria que a constituição física e a saúde do

povo tenderiam a melhorar gradualmente, apesar disso, qual

será a causa do físico de nossos jovens se encontrar nessa

situação lastimável? Não é possível que existam muitos

elementos casuais em uma situação como esta. Encontrar a

causa e eliminar esse temor, além disso, guiar o povo à uma

direção em que sua condição física possa melhorar é uma

tarefa de extrema importância para qualquer grande reforma

social que se deseje fazer na realidade atual.

Quanto à causa da piora do porte físico dos adultos jovens,

devemos aguardar o resultado da pesquisa feita por

especialistas, a qual deverá indicar os detalhes sobre o

aperfeiçoamento do método de formação de nossas crianças

e jovens. Mas pela análise geral acredita-se que o que tem

relação importante com o desenvolvimento físico das

crianças e jovens são o ambiente, os alimentos, os estudos e

as atividades físicas. É óbvio que o ambiente influencia muito

o corpo. Mas nos últimos tempos a proporção de pessoas

residentes nas cidades dentro da nossa população está

aumentando ano a ano, agravando as aglomerações e

tumultos nas cidades, mas por outro lado os equipamentos

sanitários também estão sendo melhorados aos poucos, por

isso não se acredita que haja grande alteração na influência

do ambiente. Quanto à correlação entre os alimentos e o

corpo, nem será preciso explicar, mas a alimentação do povo


128
A Medicina do Amanhã – Volume 01

vai mudando aos poucos com o passar do tempo. O aumento

da cárie, por exemplo, deve ter relação com esta mudança na

alimentação, portanto, a higiene alimentar é um aspecto a

ser estudado por especialistas e técnicos. Mas já que

ultimamente a vida do povo em geral melhorou, não é

possível que a alimentação esteja exercendo influência tão

negativa ao físico dos adultos jovens. Então, restam os

estudos e a educação física.

A carga de aprendizagem suportada pelos nossos educandos das escolas

primárias, de ensino médio e outras está se tornando um grave problema.

Principalmente os danos causados pelo estudo preparatório para o ingresso nas

escolas estão sendo apontados em todos os lugares. A experiência mostra que o

estudo moderado até beneficia o corpo, mas está claro que o estudo excessivo ou

desequilibrado prejudica a saúde. Especialmente o estudo passivo, em que se

entopem os alunos de informações que não lhes são interessantes, esgota

sobremaneira o corpo e a mente. Por outro lado, no aspecto da educação física a

ginástica escolar do Japão está sendo aperfeiçoada aos poucos nos últimos tempos,

são feitos mais treinamentos, e além disso o esporte também está sendo

incentivado. Se, no entanto, o físico dos jovens está ficando tão fraco, isso não

estará indicando que há aí alguma falha?

No jornal Yomiuri de 30 de julho de 1940 havia uma matéria assim:

A causa está na ênfase exagerada na educação física?

Contágio por tuberculose de alunos recém-ingressados –

Sinal vermelho acendido pelo início do novo sistema.


129
A Medicina do Amanhã – Volume 01

Quando diversos setores estão dirigindo a atenção para os

efeitos do exame de ingresso no ensino médio deste ano, que

aboliu as matérias e deu ênfase na educação física, nas

escolas de ensino médio de certa cidade de Kansai houve uma

sucessão de desistências de alunos ingressados este ano por

motivo de tuberculose, o que ocasionou a denúncia dos

danos causados pela ênfase exagerada na educação física e

lançou um questionamento às autoridades educacionais do

ensino primário e às famílias em geral, com vista para o

período preparatório para o próximo ano letivo.

Vamos ouvir a opinião do Dr. Masayasu Kusumoto da Seção

de Tuberculose do Ministério da Saúde.

É muito grave que um aluno recém-ingressado no ensino

médio tenha de desistir dos estudos já no primeiro ano por

motivo de tuberculose. De modo geral, o contágio por

tuberculose se concentra na faixa etária de 15 a 20 anos mais

ou menos, mas nas áreas urbanas há muito contágio na fase

de ensino primário, tanto é que, em Osaka, por exemplo,

fazendo-se a pesquisa com alunos primários do 1º ao 6º ano,

apurou-se a altíssima taxa de 70%. Entre as crianças do

município de Tóquio a taxa é um pouco menor, mas mesmo

assim metade dos alunos estão infectados. A fase mais

perigosa é o período de um ano desde a aderência dos bacilos

da tuberculose nos pulmões, e se nesta época o corpo ficar

cansado devido à ginástica e atividades físicas excessivas e a


130
A Medicina do Amanhã – Volume 01

resistência contra os bacilos patogênicos cair, a pessoa

manifesta a doença. Mas se passar este período de perigo de

um ano sem problemas, os bacilos patogênicos se tornam

inativos, e até cria imunidade contra a tuberculose, e a

pessoa acaba sem manifestar a doença. Mas como nas escolas

primárias o exame de saúde é feito apenas com ausculta

simples, não conseguem avaliar com precisão a situação de

risco dos alunos infectados pela tuberculose, e por

conseguinte a educação física escolar será realizada de modo

uniforme a todos. Superando esta exigência excessiva,

passando nos testes de suspensão em barras e outros

exercícios, finalmente ingressam na escola de ensino médio,

mas então as atividades físicas ficam ainda mais intensas, de

modo que os alunos que se encontram na fase perigosa de um

ano após o contágio veem sua doença avançar e se veem

obrigados a desistir dos estudos. Os sintomas da fase inicial

da tuberculose como febrícula, sensação de fadiga e

inapetência são sentidos pelas pessoas fracas, mas quanto

mais resistente forem, menos sentem os sintomas e por isso

se exercitam ainda mais, até que o corpo não aguenta mais e

só então ficam apavoradas. As autoridades educacionais

também precisam estar atentas, para se proteger nesta fase

perigosa as famílias deverão ter o máximo de cuidado,

verificar cientificamente a época e o grau de contágio com o

exame de saúde e, se estiverem na fase inicial da doença,


131
A Medicina do Amanhã – Volume 01

deverão parar de fazer atividades físicas excessivas e se

tratar.

Com relação à questão de saúde do povo, vejamos a situação recente da

Inglaterra:

No último ano, despendeu 200 milhões de libras para a saúde, mas a

compleição física do povo só faz deteriorar-se. Fora isso, o custo só de tratamentos

médicos é de 300 milhões de libras, totalizando 500 milhões de libras (5 bilhões de

ienes convertidos por paridade de poder de compra). Alarmados com a

possibilidade de aumento da já enorme despesa, a Dieta Nacional discutiu a

questão, e o rei britânico também fez referência a ela no recente édito.

O professor [nome não identificado] 22 da Universidade de Edimburgo alertou:

“se envidarmos esforços na educação física do povo nos próximos dois anos, o

porte físico do nosso povo pode vir a melhorar bastante. Se o negligenciarmos,

demoraremos duas gerações para recuperar esse físico fraco e mirrado”, e

continuou: “Vejam o mau resultado da Inglaterra na Olimpíada. Não dá para

acreditar que eles sejam filhos da Inglaterra, que possui o histórico estádio de

Eaton.”

22 N.T.: No original: リレーン

132
A Medicina do Amanhã – Volume 01

10. A VERDADEIRA CAUSA DA QUEDA DO DESEMPENHO FÍSICO

Acredito que, vendo as diversas estatísticas acima, compreenderam a

tendência alarmante da queda do desempenho físico da nossa população. E, como

expliquei detalhadamente no primeiro livro, a causa fundamental é obviamente a

vacinação contra a varíola e as toxinas dos medicamentos. Dizem que o objetivo

primordial da vacinação é a prevenção da varíola, mas então, qual é a causa da

toxina da varíola, que é a causa da ocorrência de varíola? É a descoberta dela que

deverá ser o fundamental do fundamental.

Segundo a minha descoberta, são as toxinas dos medicamentos. Mas por que

razão e vias as toxinas dos remédios se tornam toxinas variólicas? É que após as

toxinas dos medicamentos passarem pelo corpo humano por várias gerações, elas

se transformam num tipo de toxina, que é a toxina da varíola. Ou seja, é gerada por

hereditariedade, e o que é chamado de sífilis hereditário na medicina é, na verdade,

a denominação equivocada dela. É por isso que as erupções dos pacientes de varíola

são parecidíssimas com as erupções da sífilis.

É comum os pacientes diagnosticados com sífilis hereditária pelos médicos

ficarem indignados por não haver tal histórico nos pais, avós e bisavós, e nesses

casos os médicos explicam que às vezes não é pela libertinagem mas sim por acaso,

e os pacientes, que são leigos, são obrigados a se conformar, mas na realidade a

infecção por outros motivos que não a libertinagem pode até haver, mas é bem

raro. Estas coisas são unicamente o resultado de confundir as toxinas variólicas

com a sífilis hereditária.

133
A Medicina do Amanhã – Volume 01

Outro exemplo é o fato de que o surgimento de varíola no Japão se deu há

cerca de 1.300 anos, após a era do imperador Kinmei. Desde que o budismo foi

introduzido no Japão no ano 13 da Era Kinmei, ocorreu a epidemia pela primeira

vez em várias regiões, por isso o regente da época proibiu o budismo dizendo que

foi pela ira dos deuses do Japão causada pela chegada do budismo. Como mesmo

assim a epidemia não cedia, concluíram que o budismo não tinha relação e ele foi

novamente permitido, segundo consta do registro histórico. Por que isso

aconteceu? Antes da chegada do budismo, já haviam sido introduzidos os remédios

da medicina chinesa, o que deve ter dado origem às epidemias. É claro que quando

falam em epidemia estão se referindo à varíola.

Assim, não só o propósito dos ancestrais que tentaram curar as doenças com

medicamentos acabou surtindo resultado inverso, como também o método de cura

da doença se tornou “causa da ocorrência da doença”, e com a repetição disso

acabou resultando na queda do desempenho físico que se vê hoje. É como a célebre

história bíblica de Adão e Eva, na qual o pecado surgiu na humanidade a partir do

momento em que Eva comeu o fruto proibido no Jardim do Éden.

Outro exemplo é a grande diminuição da expectativa de vida dos japoneses.

Desde o imperador Jinmu até o imperador Keiko, todos os imperadores eram

muito longevos, e a maioria deles viveram mais de cem anos, segundo prova a

história, de onde se presume que isto aconteceu porque não havia na época algo

chamado medicamento.

O famoso imperador chinês Qin Shihuang ouviu dizer que “no mar ao leste há

uma ilha chamada Penglai, cujos habitantes eram muito longevos” e ordenou a seu

súdito Xu Fu que fosse buscar o suposto elixir da vida. Ele viajou imediatamente

para Penglai. É claro que Penglai era o Japão. Xu Fu chegou ao Japão, mas por mais
134
A Medicina do Amanhã – Volume 01

que procurasse, não haveria como encontrar o elixir da vida, mesmo porque na

época os japoneses eram longevos porque não havia medicamentos. Assim, Xu Fu

não podia voltar à pátria e se viu obrigado a viver no Japão até morrer. Por isso,

segundo consta, o túmulo de Xu Fu se encontra em algum lugar da região de

Shikoku (província de Wakayama).

135
A Medicina do Amanhã – Volume 01

11. TOXINAS DOS MEDICAMENTOS

Até hoje, tanto a medicina ocidental, desde aquela fundada por Hipócrates há

2.500 anos, como também aquela fundada por Fu Xi, pai da medicina da China, há

5 mil anos, e os outros milhares de métodos de tratamento de doença, não foram

além da suspensão de atividade de purificação ou de métodos de alívio temporário

de desconforto, como já disse várias vezes. E o que consideraram o mais eficaz foi o

tratamento medicamentoso.

E o efeito das toxinas dos medicamentos não se limita simplesmente à

paralisação da atividade de purificação; o seu efeito nocivo sobre a saúde humana é

tão terrível que supera a nossa imaginação. Pela minha longa experiência, todos os

sofrimentos são resultado das toxinas dos medicamentos, e tanto a dor como a

febre, a sensação de desconforto, a fadiga, o esgotamento nervoso, etc., têm causa

nela, assim como o declínio do metabolismo sistêmico e das funções é tudo

resultado das toxinas dos medicamentos. Assim, não é exagero dizer que tanto a

saúde como a gravidade das doenças “dependem da quantidade de toxinas dos

medicamentos”.

Até os dias de hoje, ao ser acometido por uma doença, o ser humano

interrompe o processo de purificação por meio das toxinas medicamentosas, além

disso, essas toxinas medicamentosas se tornam novas toxinas à serem adicionadas

às que a pessoa já possui. Como exemplo disso, temos um fato conhecido por todos,

que é o de o médico gerar outras doenças ao fazer o tratamento. Se, apesar de o

objetivo ser o de curar a primeira doença, surgem a segunda, a terceira doença, não

136
A Medicina do Amanhã – Volume 01

seria por demais absurdo? Isto é, se esse método terapêutico for adequado, não

deveriam surgir outras doenças enquanto mitiga a primeira doença. Supondo-se

que a doença era inicialmente de nível 10, com o passar do tempo deveria cair

gradativamente para 9, 8, 7 e assim por diante. No entanto, veja o que acontece:

aumenta para 11, 12, 13 e assim por diante – isto é incompreensível demais. Nem os

pacientes nem os médicos sentem qualquer dúvida sobre isso, e eu penso que isso

acontece porque a medicina acabou se tornando uma espécie de superstição.

Por isso, imagino o seguinte: se os japoneses abolirem totalmente o uso de

medicamentos, passados dez anos o número de doentes terá caído para metade.

Assim, a expectativa de vida dos japoneses aumentará, chegando facilmente a 80

anos depois de algumas décadas. Mesmo porque a vida curta é decorrente da morte

por doença. É a chamada morte não natural. Se diminuírem as doenças, aumenta a

morte natural. Se é morte natural, deveria ser pelo menos após 90 anos. E se o ser

humano sofre na hora da morte, é porque não é morte natural; no caso de morrer

por morte natural, o certo é morrer sem qualquer sofrimento, como uma árvore

que tomba naturalmente após findar seu tempo de vida. E qual é a causa dos

sofrimentos da morte? Nem é preciso dizer que é por causa da suspensão da

atividade de purificação por meio de medicamentos e demais métodos. Ou seja,

reprime-se de forma antinatural a atividade de purificação, que é natural – é esse

atrito que resulta em sofrimento, e no corpo debilitadíssimo, ele é dobrado.

Desde os tempos ancestrais, dizem que “o ser humano é um recipiente de

doenças”, mas isto está muito equivocado. Na realidade, “o ser humano é um

recipiente de saúde”, devendo a saúde ser regra. Deus criou o ser humano para

concretizar Seu ideal na Terra – acredito eu. Assim, ele precisa ser saudável para

cumprir esta missão. Portanto, se o ser humano não tem saúde é porque ele está
137
A Medicina do Amanhã – Volume 01

cometendo algum erro, ou seja, está contrariando a providência divina, sendo o

maior dos erros o “uso do medicamento”.

Deixe-me falar de mim mais uma vez: eu próprio era muito fraco desde

nascença, por isso até quase 40 anos eu venerava os medicamentos mais do que a

média das pessoas, estando praticamente o tempo todo em uso de medicamentos, e

ficava mais tempo doente do que saudável. Mas por um acaso descobri que as

toxinas dos medicamentos são terríveis e prontamente deixei de usá-los. Desde

então fui ficando mais saudável a cada ano, e hoje, passados mais de vinte anos, sou

tão saudável que supero até os mais jovens. E os meus mais de uma dezena de

familiares também são todos pessoas com saúde tão perfeita que é rara hoje em dia.

Outras pessoas que acreditam na minha tese e a colocam em prática estão todas

ficando cada ano com mais saúde, sem exceção, formando famílias saudáveis, o que

demonstra que não há margem para dúvidas.

Preciso falar uma coisa importante: os portadores de toxinas de

medicamentos sofrem efeitos nocivos como os abaixo citados, e quanto maior a sua

quantidade, mais severos eles são, mas o povo não tem a mínima noção disso.

1. Desconforto constante.

2. Atividade cerebral lenta.

3. Lentidão dos movimentos físicos.

Vou explicar detalhadamente os 3 itens acima.

1. O desconforto provém da leve inflamação dos pontos de acúmulo de toxinas,

que causa calafrio local ou no corpo todo. A pessoa está sempre se queixando do

frio mais do que o normal. Tem preguiça para tudo, gosta de ficar dormindo, enjoa

fácil das coisas e não consegue se dedicar a uma coisa por muito tempo. E

interpreta as coisas sempre de forma pessimista, perde o bom senso, prefere a


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A Medicina do Amanhã – Volume 01

melancolia e por isso prefere os dias chuvosos aos dias de céu aberto. E também é

irascível, e em casos mais severos se entrega ao desespero, ou fica sempre

preocupado com as coisas mínimas. Chega a ficar histérico e, mesmo sabendo que

está errado, não consegue se controlar e fica agoniado com isso; em casos extremos,

se torna misantropa e fica praticamente inválida.

Quando surge uma pessoa assim numa família, os outros também ficam

influenciados e o ambiente do lar fica sombrio, com constantes desavenças, o que

torna quase impossível alcançar a felicidade da vida.

2. O homem moderno está com a mente muito lenta. Por isso, tem uma

memória muito ruim. Tanto é que hoje em dia quase todas as pessoas em posições

importantes não conseguem fazer palestra sem o texto, mas ouvi dizer que

antigamente era considerado vergonhoso levar o texto como apoio.

Se no fim da era do Shogunato, Genpaku Sugita, Choei Takano e outros

conseguiram traduzir o tratado de medicina holandesa sem ter quase nenhum

material de apoio, com certeza foi porque eles tinham mentes muito brilhantes.

Devem ser quase inexistentes pessoas assim no mundo de hoje. Como podemos ver

pelo episódio em que Benkei simulou estar lendo um documento emitido por um

templo, enquanto na verdade se tratava de um pergaminho em branco, na barreira

de Ataka, ou pelo fato de Are Hieda saber de cor todos os volumes de Kojiki

(Registro de Fatos Antigos), tão extenso, a mente brilhante dos japoneses não tem

par no mundo.

E parece que o homem moderno não consegue assimilar bem quando se trata

de teoria simples e clara. Parece que só consegue compreender quando é explicado

de forma repetitiva, nos mínimos detalhes, e com diversos exemplos. Uma pessoa

inteligente deveria deduzir o espírito da coisa só de ouvir uma palavra. Há um


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A Medicina do Amanhã – Volume 01

provérbio antigo que diz: “Ouvir uma palavra e entender dez”, mas o homem

moderno consegue no máximo “ouvir dez palavras para entender uma”. E tem a

tendência de valorizar mais a teoria do que a prática, e por isso a medicina também

dá muita ênfase à teoria e procura ignorar a prática.

Quando o governo instala novos estabelecimentos e implementa novas

políticas, ele se empenha em divulgá-los junto ao povo à exaustão usando rádio,

jornais e cartazes, mas o povo demora a compreendê-los e colocá-los em prática; eu

acho que isso ocorre unicamente porque a mente do povo em geral está embotada.

3. A lentidão dos movimentos do homem moderno também é demasiada.

Como a maioria do povo é assim, não percebem. Principalmente a lentidão do

caminhar do homem da cidade é surpreendente. Isto acontece porque o corpo é

pesado.

Os homens modernos provavelmente não são capazes de façanhas como as dos

samurais e lutadores de artes marciais de antigamente, que conseguiam desviar-se

como pássaro de ataques surpresas, ou de carteiros expressos daquela época que

iam e voltavam a pé no mesmo dia percorrendo uma distância de 80 quilômetros.

Por natureza os japoneses são muito mais ágeis que os estrangeiros. A maior prova

disso é o fato de os aviadores japoneses serem especialmente superiores.

Portanto, não seria exagero dizer que tanto os infortúnios como as desavenças

da humanidade têm a origem nas toxinas dos medicamentos. Por isso eu imagino

como será alegre a sociedade humana se ela se tornar livre de tais toxinas. O ser

humano totalmente livre de toxinas dos medicamentos tem mente brilhante,

sente-se muito bem e é cheio de viço.

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A Medicina do Amanhã – Volume 01

12. O QUE FAZER COM A VACINAÇÃO CONTRA VARÍOLA

Eu disse que a queda do desempenho físico do povo e todas as doenças tem

como causa principal a vacinação contra varíola, mas então devemos aboli-la

imediatamente? Logicamente isso é difícil, pois se o ser humano de hoje, que tem a

felicidade de estar livre da varíola, voltar a contrair a varíola, será um sofrimento

insuportável. Neste sentido, eu acho que deverá ser adotado o método de redução

gradual. Para tanto, faz-se primeiramente a abolição dos medicamentos para

reduzir gradativamente as toxinas dos medicamentos do corpo humano. É claro

que será mais rápido se praticarem o nosso método terapêutico, mas mesmo sem

fazê-lo diminuirão aos poucos naturalmente. E depois, reduz-se a vacinação à

medida que o desempenho físico das pessoas for melhorando. Conhece-se o

desempenho físico pela presença ou ausência das toxinas, portanto, basta ter um

método que avalia com precisão a presença ou a ausência das toxinas. Quanto ao

método de avaliá-las, basta aprender a medicina que ensinamos que qualquer

pessoa conseguirá descobri-lo facilmente. E, como expliquei detalhadamente no

tópico de medicina renal, tornando-se perfeitas as atividades dos rins, toda e

qualquer toxina é eliminada, mesmo a da varíola, obviamente.

Considerando isto, perceberão que até mesmo a questão da extinção da varíola

não será tão difícil.

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A Medicina do Amanhã – Volume 01

13. MEDICINA ANTICIENTÍFICA

Hoje não deve haver ninguém que não acredite que a medicina ocidental seja

científica. Mas eu não consigo achar que ela o seja.

A ciência natural é, na sua essência, estudar a fundo a realidade da natureza

tal qual ela é, e conhecer as suas leis, e com isso auxiliar no progresso da cultura.

Por conseguinte, ao se conhecer de verdade as leis da natureza, deveria nascer um

determinado padrão. Porém, isto serve para o que não é humano. Por exemplo,

desde os animais e as plantas até os seres inorgânicos, é possível conhecer as suas

essências e descobrir as leis, os padrões por meio da ciência.

Como se vê, a ciência desvenda os mistérios de tudo que não seja ser humano,

aumentando os benefícios, por isso, fascinados por esse mérito, continuam a

aplicar a ciência acreditando que o ser humano também é igual, mas eu descobri

que esse próprio fato é um grande equívoco.

O que eu quero dizer é isso; o ser humano é uma existência diferente de todo o

resto, não se enquadrando na categoria destes. Ou seja, o primeiro passo da lei da

ciência do ser humano é saber que o ser humano não pode ser desvendado

absolutamente pela ciência atual. E todos os métodos de estudar cientificamente

todas as coisas que não sejam o ser humano utilizam a máquina. O fato é que a

ciência e a máquina são indissociáveis. Assim, tentaram resolver com as máquinas

também até os problemas da vida do ser humano – foi esta a ideia fundamental da

medicina ocidental.

Falando sem rodeios, tentam resolver de forma materialista as questões do ser

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A Medicina do Amanhã – Volume 01

humano, que na essência é espiritual – eis o equívoco fundamental. Pois as

questões do ser humano, que é espiritual, devem ser resolvidas de forma espiritual,

e é esta a verdadeira lei científica. É claro que o ser humano possui corpo material,

mas mesmo as questões do corpo material, no ser humano, são resolvidas de forma

espiritual, e este é o princípio fundamental. A parte espiritual se refere ao espírito

e a parte material ao corpo material, quanto a relação entre eles, pretendo explicar

detalhadamente à parte.

Creio que com isso será possível conhecer a ciência do ser humano no real

sentido. Obviamente, será possível perceber quão grande é a diferença entre a

ciência que trata do ser humano e a ciência que trata de outros campos.

Conhecendo isto, percebemos que é anticientífico tratar o ser humano com a

ciência materialista de hoje.

Por isso, por mais que estudem as cobaias e os camundongos e tentem aplicar

o que descobriram ao ser humano, não tem sentido. Para começar, basta comparar

o ser humano com os demais animais. É por demais grande a diferença destes em

relação ao ser humano, seja no pensamento, no sentimento, nas formas, nos

movimentos, na compleição, na dieta, na vida, em todos os aspectos, enfim. Eles

têm quatro patas e cauda, e não conseguem andar eretos. Não apenas o couro e os

pelos do corpo como também a linguagem, o olfato, a audição, tudo é diferente e

creio que não preciso me delongar mais. Não adianta estudar os animais tão

diferentes assim que não será possível aplicar o resultado aos seres humanos.

Portanto, dito em poucas palavras, a medicina tradicional é aquela que tanta

resolver os problemas metafísicos com as teorias e métodos físicos.

Neste sentido, todos os procedimentos que, na área da medicina, se pensavam

ser um avanço, ou novas descobertas com as quais as pessoas se alegravam, na


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A Medicina do Amanhã – Volume 01

realidade não se tratavam de uma verdadeira solução, mas apenas um solução

temporária e não-científica. Além disso, com sua visão estreita, não percebem que

essa solução temporária e seus procedimentos trazem resultados ainda piores que

antes da sua aplicação. Por isso, muito embora digam que a medicina progrediu, na

prática as doenças não são curadas. Não é sem razão que chamam a atenção os

efeitos inversos como o aumento de doentes, a queda do desempenho físico, a

proliferação da tuberculose, a redução da população.

Tudo isso não é outra coisa senão o efeito inverso, provocado pelo avanço da

medicina anticientífica de que falo.

E é fato notório que mesmo entre os homens modernos está aumentando o

número daqueles que recorrem à medicina oriental, acupuntura, moxabustão,

medicina popular etc., desiludidos com a medicina ocidental por demais

impotente. Ouço frequentemente também que há especialistas em medicina que

estudam a medicina oriental e utilizam os pontos de moxabustão. Mas as pessoas

comuns, mesmo desconfiando da impotência e da irracionalidade da medicina

ocidental, não têm alternativa senão confiar sua vida a ela, por não conseguirem

perceber uma parte sequer do equívoco. Esta é a situação atual da sociedade.

Resumindo em poucas palavras a essência do livro “L'Homme, cet inconnu”

com o qual Alexis Carrel, um grande estudioso do Instituto Rockefeller, ganhou o

Prêmio Nobel, a ciência moderna “nada sabe sobre o ser humano”.

Vou citar agora diversos exemplos.

Suponhamos que um filho ou uma filha de médico fique doente. O curioso é

que na maioria das vezes não é o pai médico que o examina; ele pede a outro

médico, que pode ser seu amigo ou qualquer outro. Se delega aos outros o

tratamento da doença dos filhos, que obviamente lhe são caros, em vez de fazê-lo
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A Medicina do Amanhã – Volume 01

ele mesmo, deve ser porque não confia na medicina que ele próprio pratica. Fazem

isso pois pela experiência o resultado é melhor quando delegam aos outros, do que

quando ele mesmo examina. Por que isso acontece? Provavelmente nem o próprio

médico consegue explicá-lo. Sobre isso, eu penso o seguinte: como a medicina é a

suspensão da atividade de purificação, quanto mais tratam, mais agravam a

doença. Por serem seus filhos, aplicam todos os tratamentos com o maior

empenho. Naturalmente deverão escolher os mais caros medicamentos (quanto

mais caros, mais fortes são as toxinas), de modo que fatalmente o resultado será

pior. Mas para os terceiros, praticam o tratamento comum, por isso não se agrava

tanto. Por isso a taxa de cura é melhor. Ouvi dizer também que é comum os

médicos terem a seguinte experiência: de que, quanto mais querem curar o

paciente, mais difícil é a cura, e quando não têm tanto interesse em curá-lo, cura-se

até mais rápido. É lógico que isto também se deve à mesma razão.

E quando a doença é um pouco complicada, o diagnóstico varia de médico

para médico. Quando um paciente é diagnosticado por cinco médicos,

provavelmente haverá cinco diagnósticos diferentes. Isto também acontece por

não haver um padrão científico. Por isso eu digo que a medicinas é mecânica, mas

não é científica.

Vamos utilizar um exemplo recente para mostrar como são impotentes a

diagnose e o tratamento da medicina ocidental. É o caso do Dr. Matao Nagayo,

professor titular emérito da Universidade Imperial, falecido recentemente. O

referido doutor era considerado uma autoridade mundial no estudo de câncer.

Consta que ele dizia em vida: “eu vou morrer de câncer”, e de fato a causa da morte

foi câncer. Tão logo ele adoeceu, tanto os médicos famosos como ele próprio

diagnosticaram como sendo câncer do pulmão. Porém, a necropsia revelou que a


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A Medicina do Amanhã – Volume 01

origem do câncer estava no intestino, que fez metástase para o pulmão. Portanto,

este câncer do intestino não tinha sido descoberto em vida. Analisando friamente

este fato, eu acho que chega-se à seguinte conclusão:

1. Uma autoridade como o Dr. Nagayo não conseguiu evitar a ocorrência de

câncer em si mesmo.

2. Ele próprio não percebeu claramente a presença do câncer no intestino.

3. Mesmo com os médicos notáveis o examinando, não conseguiram descobrir

o câncer do intestino.

4. Não só o próprio doutor como também os médicos notáveis não

conseguiram curá-lo, por mais que envidassem esforços em conjunto.

Diante do exposto creio que não é preciso dizer mais nada. Penso que o real

valor da medicina atual é demonstrado por meio da realidade dos fatos.

E consta que a causa da morte do famoso Dr. Tatsukichi Irisawa, falecido

alguns anos atrás, foi apendicite. Dizem que o número de doutores que vieram de

todas as partes do Japão ao ouvirem a notícia de que o mestre estava em estado

grave foi de mais de 120 pessoas. Eu acho deplorável que não tenha sido possível

curar uma doença fácil de curar como a apendicite, mesmo com o empenho de

mentes de tão numerosos doutores, além do do próprio mestre. Consta que o

referido doutor fez o seguinte poema na ocasião: “Mesmo sabendo que não surtirá

efeito, por dever tomo o remédio que outrora ministrei aos outros”.

Quando o médico faz o diagnóstico, pergunta em minúcias os acontecimentos

do passado relacionados com a doença tais como as causas da morte dos pais e dos

irmãos, a doença que eles têm ou tinham, o histórico médico do próprio paciente

etc., para usá-los como referência. Logicamente deve ser por cautela, mas na

verdade deve ser porque apenas o exame do corpo do paciente não é suficiente para
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A Medicina do Amanhã – Volume 01

dar o diagnóstico preciso e por isso é obrigado a lançar mão de tais recursos. Por

isso, eu penso: se for uma medicina realmente avançada, deveria descobrir

claramente o foco da doença só de examinar o corpo do paciente neste momento.

Mas é possível dar o diagnóstico assim simples e rápido? Pois eu declaro

expressamente que sim, já que era assim na época em que eu me empenhava

ativamente em meu método terapêutico.

Ainda, a verdadeira medicina é aquela em que o tratamento não causa o

mínimo sofrimento ao paciente. Pelo contrário, o paciente deveria até sentir prazer

na hora do tratamento – penso eu. E é preciso que o tempo que leva até a cura seja

curto, e que seja possível garantir que jamais a doença voltará, não importa

quantos anos passem após a cura. E não é só isso. Deverá ensinar como manter a

saúde após a recuperação, com o que o paciente deverá ficar mais saudável que

antes da enfermidade e nunca mais precisar de cuidados médicos. Será que surgirá

esta medicina ideal, que talvez pareça até fantasiosa? Qualquer pessoa terá esta

dúvida. Porém, acontece que essa medicina já existe.

É bom que vejamos a situação atual da medicina ocidental. Não é

demasiadamente acultural? Apesar disso, quanto mais na contramão da cultura

algo está, mais o homem contemporâneo acredita que aquilo se trata de cultura.

Sua ilusão e ignorância são dignas de pena. Vejamos: mesmo ao se deparar com

doenças simples, a medicina faz incisões na carne, extrai sangue, causa desconforto

e impinge sofrimento, ainda, à título de taxas de cirurgia faz com que as pessoas

despendam somas assustadoramente altas de dinheiro, toma um longo tempo até a

recuperação e, a fim de extinguir o temor do reaparecimento da doença, torna

necessário danificar uma parte do corpo. Diante desta realidade, dizem que a

medicina progrediu, mas isso acontece unicamente porque não conhecem a


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A Medicina do Amanhã – Volume 01

verdadeira medicina.

Chegou a hora de extinção das doenças sobre a terra. Eu não estou apenas

falando palavras pretensiosas de maneira irresponsável. Exceto se for louco de

verdade, seria capaz de dizer tal coisa sem ter fundamento e comprovação seguros?

Usando uma metáfora, a medicina convencional é como um ovo de galinha. O

pintinho, que já existe no interior, está prestes a romper a casca com o seu

pequenino bico, pois é chegada a hora. O pintinho vivo, que realmente será útil à

humanidade, está para vir ao mundo. E eu quero levar esta nova aos meus irmãos o

mais rápido possível.

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A Medicina do Amanhã – Volume 01

14. RECURSOS HUMANOS E MEDICINA ATUAL

A meta mais importante do Japão nesta situação atual tão séria é,

obviamente, a consumação da Esfera da Coprosperidade da Grande Ásia Oriental. E

o fator mais importante para consegui-la é, sem sombra de dúvida, a questão dos

recursos humanos. É por isso que as autoridades estão implementando diversas

medidas no sentido de aumentar a população. Entretanto, quando pensamos com

um pouco de distanciamento, temos o seguinte:

Isto é, os bebês que nascem agora, exercerão efetivamente um papel na

sociedade só daqui a pelo menos vinte anos. Neste sentido, os recursos humanos

que se fazem necessários hoje são aqueles jovens, que já trabalham de fato. Não é

sem razão que o governo realizou recentemente o registro de cidadãos japoneses,

tendo como alvo a faixa etária de 16 a 40 anos para os homens e de 19 a 25 anos para

mulheres.

Neste sentido, não há nenhum outro método que permita reforçar os recursos

humanos do país de maneira rápida e absoluta a não ser zerar o número de pessoas

doentes. Mas, veja o que acontece em todas as camadas da sociedade. O número de

doentes é quase sem precedentes. Quantas pessoas há no Japão que sejam

realmente saudáveis? Só de imaginar tal situação, somos levados ao ápice da

intranquilidade.

Já expliquei à exaustão que a medicina de hoje é uma medicina que fabrica os

doentes, que a assistência médica agrava até os doentes leves e levam-nos até à

morte. E a assistência médica recomenda o repouso absoluto aos pacientes

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A Medicina do Amanhã – Volume 01

tuberculosos, que mais estão aumentando, e se com tal método realmente se

curam, o afastamento do trabalho por um determinado período é tolerável, mas já

que a maioria deles, após um longo período repousando, por fim acabam perdendo

a vida, a perda para a nação não é pequena. E se calcularmos minuciosamente o

pessoal necessário para cuidar dos pacientes em longo período de repouso, o

pessoal que fabrica os medicamentos, os instrumentos e os materiais utilizados,

etc., o valor total será tão grande que superará a nossa imaginação.

Há mais uma coisa complicada: o diagnóstico precoce. Como disse

anteriormente, os pacientes da tuberculose na fase inicial, quando deixados à sua

sorte, na maioria das vezes se curam naturalmente. Mas uma vez descobertos os

sintomas iniciais pelo diagnóstico precoce, eles são obrigados a receber o

tratamento médico, devendo também ser isolados. Além disso, ao receberem a

sugestão ou o anúncio da tuberculose, os pacientes sofrem grande choque

psicológico pela ideia de que se trata de doença incurável. Isto, já de saída, os faz

perderem o ânimo e o apetite, debilitando-os rapidamente. Além disso, introduzem

as toxinas dos medicamentos e aplicam outros métodos que agravam a doença, e o

resultado óbvio é a piora da doença tanto no aspecto espiritual como no aspecto

material.

Os fatos acima são vistos com frequência hoje por qualquer pessoa, e não

apenas por aquelas que vivem a situação. Acredito que falei a realidade sem o

menor exagero, portanto, acredito que não apenas os médicos como também os

senhores pacientes entenderão facilmente ao ler este texto.

Por estes fatos, eu afirmo que a maior causa das dificuldades na questão dos

recursos humanos é a própria medicina. Enquanto não se conscientizarem disso, os

doentes continuarão a aumentar, e por mais que o governo se empenhe na tomada


150
A Medicina do Amanhã – Volume 01

de medidas, infelizmente não conseguirá resolver a falta de recursos humanos.

Além disso, enquanto depender da medicina, quanto mais ficarem ansiosos, mais

severos serão os efeitos inversos, e o futuro é realmente alarmante.

Ah, como eu me preocupo dia e noite para descobrir como levar esta

informação importantíssima ao nosso povo o mais rápido possível!

E o governo está fazendo a consolidação dos médios e pequenos comércios e

indústrias para racionalizar a mão-de-obra e destinar os recursos humanos que

ficaram excedentes com essa medida às indústrias importantes. Mas como por

outro lado adota o método de descobrir a tuberculose na fase inicial com o controle

do esforço físico e diagnóstico precoce, colocando os pacientes em repouso ou em

isolamento, o resultado é como despejar água na peneira: se de um lado criam

disponibilidade de recursos humanos, de outro os destroem.

E além do mais, se transferirem as pessoas que trabalhavam em atividades

leves para as atividades pesadas como a de operários, fatalmente ocorrerá violenta

atividade de purificação, gerando sintomas de tuberculose tais como febrícula,

tosse, sensação de fadiga, etc., o que causará ainda mais falta de recursos humanos.

Mas o excedente de recursos humanos gerados pela consolidação é limitada,

portanto, quem poderá garantir que não chegará uma época em que seremos

atormentados pela grande falta de recursos humanos?

E como será o resultado se o governo adotar esta medicina criada por mim e a

aplicar em todo o território nacional? Escreverei imaginando que essa medida foi

tomada. Em primeiro lugar, o número de doentes irá diminuindo a cada mês, a

cada dia que passa. A maioria dos doentes irá se curando enquanto trabalha.

Principalmente a tuberculose diminuirá radicalmente, e as pessoas se livrarão do

medo de se infectar. As doenças contagiosas também, não só diminuirão


151
A Medicina do Amanhã – Volume 01

gradativamente, como também as mortes em consequência delas se tornarão bem

raras. Assim, se libertarão também do medo em relação aos bacilos das doenças

contagiosas, pois se tornarão tão saudáveis que não adoecem mesmo quando os

bacilos patogênicos invadem seus corpos. E a maioria das doenças se curará em no

máximo uma semana, de modo que as pessoas se tornarão totalmente livres da

preocupação com a doença. A dieta pensada com base no valor nutricional dos

alimentos se tornará desnecessária, assim como métodos de promoção de saúde

fúteis. A expectativa de vida das pessoas aumentará a cada ano. E se for verdade

que a mente sã habita um corpo são, obviamente o pensamento do povo se tornará

tão saudável quanto o seu corpo físico. E considerando a doença a maior causa dos

infortúnios, é claro que tanto os infortúnios como a pobreza e os conflitos

diminuirão de forma sensível.

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A Medicina do Amanhã – Volume 01

15. A CRISE DOS RECURSOS HUMANOS

Recentemente uma fábrica de certo município veio requisitar o nosso

tratamento para sanar os problemas de saúde dos funcionários, considerando que a

medicina ocidental era por demais impotente. Enviei então quatro discípulos meus

que estão em atividade para tratá-los. Perguntei a esses discípulos quais eram as

“doenças mais frequentes entre os operários”, e eles responderam que essa fábrica

tinha sete mil operários, mas o problema era que se cansavam facilmente durante o

trabalho e tinham pouca resistência física. Estava claro que isso se devia à

febrícula, indicando estarem no estado pré-tuberculoso, sendo fatal que se tornem

tuberculosos um dia.

Em seguida, eu ouvi deles um fato assustador: tratava-se de uma das maiores

indústrias do Japão, que emprega dezenas de milhares de operários, mas a taxa de

falta ao trabalho está aumentando a cada dia nos últimos tempos. Ou seja, a taxa de

falta ao trabalho, que era de 10% no ano retrasado e 15% no ano passado, aumentou

muito desde que entrou neste ano, chegando a 25% nos últimos dias. Assim, essa

empresa se viu obrigada a considerar a falta ao trabalho por mais de duas semanas

como abandono de emprego para excluir esses funcionários do cálculo da taxa de

falta ao trabalho, maquiando o número para próximo de 10% com dificuldade,

situação que preocupa muito a cúpula da empresa. É lógico que a maior parte dos

que faltam ao trabalho apresenta sintomas de tuberculose.

Portanto, a considerar a situação acima, em 1940 era de 10%; em 1941

aumentou 5% e subiu para 15%; já em 1942 aumentou 10% em relação ao ano

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A Medicina do Amanhã – Volume 01

anterior e alcançou 25%; e se continuar a crescer nesta proporção, em 1943 terá

aumentado mais de 10%, atingindo mais de 35%, e em 1944, deverá ficar em torno

de 50%. Cito outro fato acontecido recentemente, de uma fábrica de uma indústria

de certa localidade, em que o exame de saúde rigoroso apurou que havia 32% de

funcionários que deveriam ser tratados como tuberculosos, embora houvesse

diferença no grau de gravidade. É um problema seríssimo. Além disso, mesmo que

sejam trabalhadores braçais, com a queda do desempenho físico e cansaço, o seu

rendimento fatalmente cai, e ao pensarmos na redução de produtividade, sinto até

arrepios.

Dizem também que nos últimos tempos há a tendência de queda de

rendimento do trabalho, dependendo da indústria. Por isso os supervisores

suspeitam de sabotagem, mas acharam que não haveria alguém assim entre os

japoneses tendo em vista a situação grave que enfrentamos, e fizeram a pesquisa,

constatando que era por causa da fadiga. E segundo o depoimento de um operário

veterano de uma grande indústria, “a máquina, que no passado podia ser

movimentada por três operários mais ou menos, hoje requer cinco a seis operários

para ser movimentada, de modo que não tenho dúvida de que a resistência física

dos operários caiu muito”.

O que escrevi acima não é questão de imaginação ou de ideia. Trata-se de um

fato nu e cru que está acontecendo agora, neste momento. Não é sem razão que o

governo também tenha iniciado ultimamente a campanha pela saúde do povo e

esteja empenhado em melhorar o desempenho físico e na erradicação da

tuberculose.

Segundo anunciado recentemente pelas autoridades, o plano do inimigo

Estados Unidos está em fazer um grande bombardeio no nosso território principal.


154
A Medicina do Amanhã – Volume 01

Por isso, logicamente estão envidando todos os esforços no grande aumento de

produção de porta-aviões e aviões. Todos sabemos muito bem quão grande é a

capacidade produtiva das indústrias americanas, o que transparece no fato de que

Roosevelt elaborou um plano prévio de números astronômicos, e isto também não

deverá ser menosprezado. Assim, nem é preciso dizer que nosso país também

deverá levar a cabo o grande aumento de produção de armamentos bélicos,

superando todos os sacrifícios e dificuldades. Mas sendo a realidade dos recursos

humanos, que é a base disso, a acima mencionada, estamos longe de podermos

ficar tranquilos.

Volto a alertar que eu acredito que não há outro meio de resolver a questão,

tanto da tuberculose como da fadiga, a não ser nossa medicina.

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A Medicina do Amanhã – Volume 01

16. MICRÓBIOS E DOENÇAS CONTAGIOSAS

A maior parte da patologia da medicina ocidental atualmente praticada se

resume na teoria de micróbios. Entendem que todas as doenças se transmitem por

meio de micróbios. Até a gripe é atribuída à ação de micróbios. E os bacilos da gripe

são tão minúsculos que nem é possível vê-los mesmo por meio de microscópio,

sendo chamados de bactérias filtráveis23 [vírus].

E segundo a interpretação da medicina, as doenças como gripe, difteria,

coqueluche, sarampo, caxumba, etc. são transmitidas por aerossol. Segundo esta

teoria, quando o paciente espirra ou conversa dentro de uma sala ou veículo

fechado, ele sai junto com a saliva em forma de névoa e fica em suspensão no ar, e

as pessoas, ao aspirarem esse ar, acabam se infectando. E os idosos estão

relativamente imunizados, sendo mais suscetíveis os jovens e, principalmente, as

crianças, por isso recomendam guardar a distância mínima de um metro do

paciente.

Assim, dizem que quase todas as doenças são contagiosas, e se acreditarmos

nisso, o simples fato de continuar vivendo já se tornaria algo pavoroso para o

homem moderno

E depois, o foco de micróbios mais direto depois do ar são as moedas e cédulas.

Sobre isso, há a seguinte notícia:

23 N.T.: O pensamento corrente da medicina da época era que todas as doenças eram causadas por algum agente
patogênico externo, sendo majoritariamente bactérias. Com o tempo percebeu-se que o agente patogênico de certas
doenças permanecia mesmo que fosse feito um procedimento de filtragem, que retia as bactérias, o que gerou a teoria de
que existiam alguns agentes tão pequenos que poderiam ultrapassar o filtro. Com o avanço da tecnologia esses agentes
se tornaram observáveis, são os chamados atualmente de vírus.
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A Medicina do Amanhã – Volume 01

O bacharel Sanshi Abe do curso de Higiene da Faculdade de

Medicina da Universidade de Hokkaido juntou 345 moedas e

cédulas entre cédulas de 10 ienes, moedas de prata de 50

centavos, moedas de cuproníquel de 10 centavos, moedas de

níquel de 10 centavos, moedas de cobre de 1 centavo, etc.,

que são bastante utilizadas por correios, bancos, mercados,

lojas de departamentos, restaurantes, mercearias, pessoas

físicas etc., e pesquisou sobre os micróbios depositados

nessas cédulas e moedas, encontrando uma infinidade de

micróbios como coliformes fecais, bacilos de paratifo,

estafilococos, bacilos de cólera, esquizomicetos, etc., como

podem ver abaixo. Todos eles são prejudiciais ao corpo

humano, e principalmente é preciso tomar cuidado com as

crianças pequenas que ficam ingenuamente colocando na

boca as moedas. Por outro lado, contrariamente à suposição

de muitas pessoas de que os bacilos da tuberculose estão

presentes nas moedas, o estudo de Abe revela que os bacilos

de tuberculose são surpreendentemente raros, não sendo o

suficiente para prejudicar o corpo humano.

“Número de micróbios em diversos tipos de moedas e

cédulas” (pesquisa feita em junho de 1936)

Primeiramente, vejamos quanto de micróbios existem em

cada cédula de 10 ienes e em cada moeda de 50 centavos, 10

centavos e 1 centavo:

- Em cédulas de 10 ienes, o número máximo de bactérias


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A Medicina do Amanhã – Volume 01

comuns foi de 169.105, média de 52.491;

- Em moedas de prata de 50 centavos, a média é de 1.559;

- Em moedas de cuproníquel de 10 centavos, é de 2.470;

- Em moedas de níquel e cuproníquel de 10 centavos, é de

2.203;

- Em moedas de cobre de 1 centavo, é de 1.302

Etc.

“Tipos e número de bacilos patogênicos”

Vejamos agora quanto de coliformes fecais e bacilos de tifo e

de paratifo existem nelas:

- Em cédulas de 10 ienes: 54

- Em moedas de prata de 50 centavos: 04

- Em moedas de cuproníquel de 10 centavos: 03

- Em moedas de níquel e cuproníquel de 10 centavos: 01

- Em moedas de cobre de 1 centavo: 04

Etc., e o fato de as moedas de níquel e de cuproníquel de 10

centavos apresentarem menos micróbios que nas demais

moedas se deve ao fato de terem sido lançadas recentemente,

e o número relativamente pequeno de micróbios em moedas

de cobre de 1 centavo se deve à natureza bactericida que o

próprio cobre possui.

“Lugar e número de micróbios”

Então, o maior número de micróbios é encontrado em

moedas utilizadas em que lugar? Vem em primeiro lugar os

mercados, seguidos por correios, lojas de conveniência, lojas


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A Medicina do Amanhã – Volume 01

de departamentos, restaurantes, docerias, mercearias,

pessoas físicas, nesta ordem, sendo o menor número

encontrado em moedas na posse de pessoas físicas, mas isto

acontece porque elas ficam dentro da carteira e o ar não

circula, impedindo a multiplicação dos micróbios.

Pelo exposto, percebe-se o quão grande número de bacilos patogênicos de

todos os tipos está depositado nas moedas e cédulas. Porém, ninguém consegue

desinfetar as mãos a cada vez que manuseia o dinheiro. E mesmo que tema o

contágio pelo ar, não há como deixar de tomar bondes e trens. Portanto, para se

livrar totalmente dos bacilos patogênicos, a única forma ideal seria viver no alto

mar distante do continente, ou construir uma casa numa ilha deserta ou no meio

da floresta sem qualquer comunicação com a sociedade. Mas isso está longe do

alcance de qualquer pessoa. Portanto, não há meio absolutamente seguro a não ser

tornar-se saudável a ponto de não adoecer mesmo que os bacilos patogênicos

invadam o organismo. Mas é possível ter uma saúde assim? Eu afirmo com todas as

letras que sim. Sobre isso, vou citar um exemplo convincente:

Segundo a matéria do jornal Yomiuri de 3 de setembro de 1935, há cerca de 12

mil sucateiros ou seja, pessoas que lidam diretamente com resíduos em Tóquio, e a

Secretaria Social do Município realizou uma pesquisa minuciosa sobre os catadores

afiliados aos compradores de sucatas autorizados, principalmente do distrito de

Adachi, publicando o resultado no dia 2. De acordo com a pesquisa, apesar de

trabalharem num ofício tão anti-higiênico, surpreendentemente são poucos os

portadores de doenças contagiosas e outras entre eles. E das 2.415 pessoas

pesquisadas, apenas 60 eram do sexo feminino. Quanto à idade das pessoas


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A Medicina do Amanhã – Volume 01

pesquisadas, 1.299 são da faixa de 31 a 50, e representam a maioria. Quanto ao

estado de saúde, predominam os pacientes de doenças gastroenterológicas 24

crônicas, seguidos por dependentes de álcool. São relativamente poucos os

portadores de doenças contagiosas, tuberculose pulmonar e doenças venéreas. Ou

seja, dos 2.415, 2.123 são saudáveis, 85 têm saúde frágil, 58 são senis, 35 são

deficientes físicos, 85 são inválidos25 e 32 têm outras doenças.

Como fica claro pelo exemplo acima, pode-se dizer que são praticamente

inexistentes as doenças contagiosas causadas por bacilos patogênicos. Portanto,

uma vez que até mesmo as pessoas que têm muito contato com os bacilos

patogênicos são saudáveis, conclui-se que essas doenças não pegam com tanta

facilidade.

E os chamados bacilos patogênicos são temidos até hoje como sendo

prejudiciais à humanidade, mas não podemos afirmar que seja sempre assim.

Talvez sejam benéficos. Mesmo porque, nada do que existe neste mundo deve ser

desnecessário ao ser humano. Se algo deixa de ser necessário ao ser humano, é

naturalmente eliminado, esta é a Verdade. Porém, os seres humanos decretam por

conta própria as coisas como sendo inúteis ou nocivas porque, pelo estágio da

cultura em que estamos, ainda não se consegue compreender o motivo da

existência daquilo. Sobre isso, eu vou explanar o resultado dos meus estudos sobre

os bacilos patogênicos e as doenças contagiosas. Espero que não apenas os

especialistas como também os leitores façam seu julgamento depois.

Primeiramente, as doenças contagiosas são, assim como as demais doenças, a

24 N.T.: Doenças do aparelho digestivo.


25 N.T.: Pessoas com doenças incuráveis, pessoas com cegueira, surdez, entre outros, não se limitando a deficiências
físicas. Em um comparativo, seria como as doenças e problemas que garantem uma aposentadoria por invalidez, por
exemplo.
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A Medicina do Amanhã – Volume 01

atividade de purificação, e os homens as temem por serem muito intensas e agudas.

Por meio da atuação dos bacilos patogênicos um determinado tipo de toxina

existente no sangue é eliminado. Trata-se de uma ação providencial. Logicamente,

a pessoa com o sangue impuro não é saudável e tem problemas para desenvolver

suas atividades durante a vida. Vamos agora explicar as causas e as vias pelas quais

são transmitidos os bacilos patogênicos.

Assim que os bacilos patogênicos invadem o corpo humano através da pele,

mucosa, alimentos, etc., rapidamente eles se dirigem para o sangue. Acontece que

as toxinas contidas no sangue são, na verdade, o alimento dos micróbios, e estes se

multiplicam alimentando-se delas. Portanto, é natural que eles se multipliquem

mais, quanto mais fartos são os alimentos. Enquanto se alimentam, os micróbios se

multiplicam com um vigor impressionante e, após gerar um certo número de

descendentes, vão morrendo uns após os outros, seus restos mortais são

eliminados misturados em sangue, fezes, urina, escarro, saliva, etc., consumando-

se assim a atividade de purificação total do sangue. A lógica acima fica clara ao

observarmos que após a cura de todas as doenças contagiosas como disenteria, tifo,

sarampo, varíola, disenteria infantil, coqueluche, etc., a pessoa fica mais saudável

do que antes de adoecer. Também há aqueles que permanecem com uma saúde

insatisfatória após recuperarem-se das doenças contagiosas, isso ocorre pois por

meio do tratamento médico a atividade de purificação foi restringida, e as toxinas

permanecem no corpo da pessoa. Ainda, há pessoas que na medicina são chamadas

de “portadores”. São pessoas que possuem os bacilos mas a doença não se

manifesta. E por que isso acontece? É porque há pouco alimento para eles. Isto é,

há alimento suficiente para não se extinguirem, mas não o bastante para se

multiplicarem. Por conseguinte, o portador de sangue limpo sem qualquer toxina


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não se contagia, pois mesmo que os bacilos invadam seu organismo, como não há

alimento, eles logo morrem de inanição. Dessa forma, quero dizer o seguinte: o

nome “contágio” não é adequado. O mais apropriado seria “indução”.

Creio que a razão de ser dos micróbios ficou clara com esta explicação. Ou seja,

eles são uma espécie de “faxineiros de toxinas” que fazem a atividade de

purificação do ser humano, portanto, é até melhor do ponto de vista da saúde se

contagiar, ou melhor, induzir a doença. Mesmo na prática, quando observamos

que os países altamente desenvolvidos se preocupam com os problemas da queda

do desempenho físico do povo e da redução populacional apesar de se orgulharem

de terem reduzido drasticamente as doenças contagiosas, enquanto que com os

povos não desenvolvidos com grande incidência de doenças contagiosas acontece o

inverso, percebemos que a teoria acima não está errada.

Ou seja, o povo de países altamente desenvolvidos, embora sejam portadores

de sangue sujo, por evitarem ao máximo os bacilos patogênicos, reduziram

radicalmente as doenças contagiosas. Como disse anteriormente, quando as

doenças contagiosas diminuem ou deixam de existir totalmente por haver apenas

pessoas de sangue limpo é que se alcança verdadeiramente o ideal de um povo

saudável. E obviamente as toxinas contidas no sangue são na maior parte as

toxinas dos medicamentos.

Preciso explicar novamente sobre a tuberculose e outras doenças: Na

medicina, empenham-se somente em matar os bacilos, o que chamam de

esterilização. Pensam que basta matar os micróbios para curar as doenças, mas não

há erro maior que isso. Não adianta tentar matar os bacilos como os da tuberculose

pulmonar, que isso será impossível. Isto porque até os medicamentos ingeridos ou

injetados atingirem o foco da tuberculose através do sangue ou outras vias, o poder


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bactericida do medicamento terá ficado praticamente nulo. Se for um

medicamento tão forte que o seu poder bactericida não desaparece até chegar ao

foco da doença, fica claro que ele oferece perigo imediato à vida de quem o utiliza.

Por isso acredito que, por mais que pesquisem a ação bactericida dos

medicamentos, isso não passa de um esforço inútil.

Então, qual seria o método adequado para atingir o objetivo de matar os

bacilos? É impossibilitar a multiplicação dos bacilos. Ou seja, eliminar a causa da

multiplicação dos bacilos. É matar os bacilos de inanição, extinguindo totalmente

os alimentos deles. Não creio que exista outro meio além deste. E extinguir

totalmente esses alimentos significa se tornar portador de sangue limpo. Para se

tornar portador de sangue limpo, deve-se deixar de usar os medicamentos. Mas a

medicina de hoje tenta evitar a multiplicação dos micróbios ao mesmo tempo em

que fornece a matéria-prima dos alimentos deles, por isso é lógico que não surte

efeito. Por isso se vê obrigada a se empenhar em métodos passivos de prevenção.

Gostaria de alertá-los para um fato: segundo meus estudos, os bacilos da

tuberculose têm natureza totalmente diversa dos da cólera, disenteria, tifo, etc. É

porque estes últimos se transmitem, mas os primeiros, não. Por conseguinte, os

últimos precisam de medidas de prevenção, mas os primeiros não precisam de

desinfecção alguma.

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