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CIÊNCIA E SAÚDE
Por BBC
03/01/2021 08h57 · Atualizado há 11 horas
A força gravitacional de um buraco negro é tão forte que nada, nem mesmo a luz, consegue escapar (a imagem é uma
simulação) — Foto: LIA MEDEIROS/INSTITUTE FOR ADVANCED STUDY/PA WIRE
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03/01/2021 Como um silêncio resolveu os estranhos problemas matemáticos dos buracos negros | Ciência e Saúde | G1
Naquele momento, a mente de Penrose começou a vagar. Ele viajou 2,5 bilhões de
anos-luz pelo vácuo do espaço sideral até a massa fervilhante de um quasar giratório.
Ele imaginou como o colapso gravitacional assumia o controle, puxando uma galáxia
inteira cada vez mais para perto do seu centro. Como um patinador artístico que
rodopia encolhendo os braços para aumentar a velocidade, a massa giraria cada vez
mais rápido à medida que se contraía.
Essa breve reflexão mental levou a uma descoberta — que 56 anos depois renderia a
ele o Prêmio Nobel de Física.
Como muitos relativistas — físicos teóricos que se dedicam a testar, explorar e ampliar
a Teoria Geral da Relatividade de Albert Einstein — Penrose passou o início dos anos
1960 estudando uma contradição estranha, mas particularmente complicada,
conhecida como "o problema da singularidade".
tornaria infinitamente densa, formando uma "singularidade" da qual nem mesmo a luz
poderia escapar. Foi o que ficou conhecido como buraco negro.
"As pessoas esperavam que houvesse um ricochete: que um objeto colapsaria e giraria
em volta de uma maneira complicada, e voltaria sibilante para fora de novo."
Roger Penrosecookies
Nós usamos recebeu o Prêmio
e outras Nobel de
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trabalho a
sobre singularidades
sua experiência — Foto: GETTY IMAGES
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nosso 1950, as observações
da Privacidade e veja a nossa do
novaentão
Política. emergente campo da
objetos cósmicos que pareciam ser muito brilhantes, muito distantes e muito
pequenos.
Conhecidos inicialmente como "objetos quase estelares" — mais tarde abreviados para
"quasares" —, esses objetos pareciam apresentar muita energia em um espaço muito
pequeno.
Abordagem diferente
Em Austin, Princeton e Moscou, em Cambridge e Oxford, na África do Sul, na Nova
Zelândia, na Índia e em outros lugares, cosmologistas, astrônomos e matemáticos se
debruçaram para encontrar uma teoria definitiva que pudesse explicar a natureza dos
quasares.
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Em 1963, uma equipe de teóricos russos liderados por Isaac Khalatnikov publicou um
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singularidades não faziam parte de nosso Universo físico.
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A singularidade no coração de um buraco negro produz calor tão intenso que a radiação extremamente brilhante é
expelida — Foto: REUTERS
"Tive a forte sensação de que, com os métodos que eles estavam usando, era
improvável que pudessem chegar a uma conclusão sólida sobre isso", diz ele.
"Me parecia que o problema precisava ser visto de maneira mais abrangente do que
eles estavam fazendo, que tinha um foco um tanto limitado."
Silêncio revelador
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Embora rejeitasse seus argumentos, ele ainda não tinha conseguido desenvolver uma
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Durante o breve silêncio daquela fatídica travessia, no entanto, Penrose percebeu que
os russos estavam errados.
Toda aquela energia, movimento e massa encolhendo em conjunto criaria um calor tão
intenso que emanaria radiação em todos os comprimentos de onda, em todas as
direções. Quanto menor e mais rápido ficasse, mais brilhante seria.
Esse ponto não existia. Em sua mente, Penrose finalmente viu como o colapso
continuaria sem impedimentos.
Fora do centro de densificação, o objeto brilharia com uma luz mais intensa do que
todas as estrelas de nossa galáxia. E, nas suas profundezas, a luz se curvaria em
ângulos dramáticos, distorcendo o espaço-tempo até que todas as direções
convergissem umas nas outras.
Chegaria a um ponto sem volta. Luz, espaço e tempo chegariam a um ponto final. Um
buraco negro.
Naquele momento, Penrose sabia que uma singularidade não exigia nenhuma
circunstância especial. Em nosso Universo, as singularidades não eram impossíveis.
Elas eram inevitáveis.
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Um buraco negro pode prender galáxias inteiras em sua 'teia' (imagem ilustrativa) — Foto: ESO VIA EPA
Sua mente voltou para aquele momento de silêncio atravessando a rua. E tudo veio à
tona novamente. Ele havia resolvido o problema da singularidade.
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03/01/2021 Como um silêncio resolveu os estranhos problemas matemáticos dos buracos negros | Ciência e Saúde | G1
Foi uma ideia que mudaria nossa compreensão do Universo e moldaria o que agora
sabemos sobre ele.
O debate atingiu seu ápice durante o Congresso Internacional sobre Relatividade Geral
e Gravidade, em Londres, no fim daquele ano.
"Não foi muito amigável. Os russos ficaram muito irritados, e as pessoas relutaram em
admitir que estavam enganadas", diz Penrose.
Mas pouco tempo depois, descobriu-se que o artigo russo tinha erros de cálculo —a
matemática era fatalmente falha, e sua tese não se sustentava mais.
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03/01/2021 Como um silêncio resolveu os estranhos problemas matemáticos dos buracos negros | Ciência e Saúde | G1
Nossa própria galáxia, a Via Láctea, tem um buraco negro supermassivo em seu centro, a cerca de 26 mil anos-luz do
Sistema Solar — Foto: PA MEDIA
Ele havia feito mais do que explicar o que era um quasar — ele revelou uma grande
verdade sobre a realidade subjacente do nosso Universo.
Quaisquer modelos do Universo que surgiram a partir de então, tiveram que incluir
singularidades, o que significa incluir a ciência que vai além da relatividade.
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03/01/2021 Como um silêncio resolveu os estranhos problemas matemáticos dos buracos negros | Ciência e Saúde | G1
Stephen Hawking e Roger Penrose trabalharam juntos para criar teorias sobre singularidades durante os anos 1970 —
Foto: JOHN CAIRNS/UNIVERSITY OF OXFORD
O próprio Penrose desenvolveu uma alternativa para a Teoria do Big Bang, conhecida
como Cosmologia Cíclica Conforme, cuja evidência poderia vir dos sinais
remanescentes de antigos buracos negros.
Em abril de 2019, o telescópio Event Horizons usou esse algoritmo para capturar as
primeiras imagens de um buraco negro, fornecendo uma dramática confirmação visual
das outrora controversas teorias de Einstein e Penrose.
Embora Penrose, agora com 89 anos, esteja satisfeito por ter recebido a mais alta
honraria da física, o Prêmio Nobel, há outra coisa que não sai da sua cabeça.
"É uma sensação esquisita. Só estou tentando me acostumar. Fico muito lisonjeado, é
uma grande honra e agradeço muito", ele me disse algumas horas após receber a
notícia.
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lado, estou
Portal tentando
da Privacidade e vejaescrever
a nossa novatrês artigos (científicos) diferentes ao
Política.
O telefone, ele explica, não para de tocar, com gente dando os parabéns, e jornalistas
pedindo entrevistas. E todo esse clamor acaba sendo uma distração, que o impede de
se concentrar em suas últimas teorias.
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26 de dez de 2020 às 12:40
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mais influentes do mundo
Ranking de Stanford avaliou o impacto do trabalho de
6,9 milhões de pesquisadores; para um deles, Brasil
precisa ver a ciência como investimento, e não como
gasto.
Em Ciência e Saúde
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