1) O autor trabalhou como agente socioeducativo noturno e não recebeu adicional noturno previsto em lei.
2) A Constituição e lei estadual preveem direito a remuneração superior para trabalho noturno.
3) A jurisprudência reconhece direito ao adicional noturno para agentes que trabalham no período noturno.
Descrição original:
Título original
PRÁTRICA JURÍDICA I - MODELO PETIÇÃO INICIAL ADICIONAL NOTURNO
1) O autor trabalhou como agente socioeducativo noturno e não recebeu adicional noturno previsto em lei.
2) A Constituição e lei estadual preveem direito a remuneração superior para trabalho noturno.
3) A jurisprudência reconhece direito ao adicional noturno para agentes que trabalham no período noturno.
1) O autor trabalhou como agente socioeducativo noturno e não recebeu adicional noturno previsto em lei.
2) A Constituição e lei estadual preveem direito a remuneração superior para trabalho noturno.
3) A jurisprudência reconhece direito ao adicional noturno para agentes que trabalham no período noturno.
e domiciliado na Rua Paulo Affonso Tristão, nº. xxxx, Apt. xxx, Vivendas da Serra, Juiz de Fora-MG, CEP 36.047-230, portador da Carteira de Identidade número MG xxxx SSP/MG, inscrito no CPF-MF sob o número xxx, por seu advogado, instrumento de mandato anexo, com escritório profissional na Rua Halfeld, nº. xxx, Centro, Juiz de Fora-MG, vem à presença de Vossa Excelência propor a presente
AÇÃO ORDINÁRIA COM PRECEITO DECLARATÓRIO
C/C COBRANÇA
em desfavor do ESTADO DE MINAS GERAIS, pessoa jurídica de direito
público, que poderá ser citado na Advocacia Geral do Estado, com sede na Rua Espírito Santo, nº 495, Centro, CEP 30160-030, Belo Horizonte-MG, tel.: (31) 3218-0700 pelos motivos de fato e de direito que passa a expor
DOS FATOS
O autor foi servidor público estadual contratado,
exercendo o cargo de Agente de Segurança Socioeducativo, desde agosto de 2009 até julho de 2017, lotado no Centro Socioeducativo de Juiz de Fora, tendo trabalhado em escalas de 12(doze) horas por 36 (trinta e seis), com 2 (duas) folgas mensais. Ocorre que, desempenhando a referida função, em cumprimento de ordens de seus superiores, prestou serviços em período noturno, sem receber, a título de remuneração, adicional noturno, previsto na Lei Estadual 10.745/92.
Sendo assim, pelos motivos de direito que passará a
expor, entende o autor que faz jus ao referido adicional, com reflexos nos períodos de férias, no décimo terceiro e nas demais verbas de caráter salarial, necessitando, para tanto, da prestação jurisdicional a fim de que lhe seja pago, de forma retroativa, desde o seu ingresso no serviço público no desempenho da referida função.
DO DIREITO
DA PREVISÃO LEGAL E CONSTITUCIONAL
DO ADICIONAL NOTURNO
Conforme reza o inciso IX, do art. 7º, da CR/88, é
direito dos trabalhadores a “remuneração do trabalho noturno superior à do diurno”. Esta norma, por força do disposto no §3º, do art. 39, da CR/88, se estende também aos servidores públicos a qualquer título (mesmo aos contratados). Tem-se, ainda, alicerçado no § 1º, do art. 5º, da Lex Mater, que o adicional noturno por estar previsto em norma definidora de direito fundamental, tem aplicabilidade imediata, daí tratando-se de direito irrefutável. Além da previsão constitucional, o adicional noturno tem previsão legal no ordenamento infraconstitucional mineiro, especificamente no art. 12, da Lei Estadual nº. 10.745/92, in litteris:
O serviço noturno, prestado em horário compreendido entre às 22
(vinte e duas) horas de um dia e às 05 (cinco) horas do dia seguinte, será remunerado com o valor-hora normal de trabalho acrescido de 20% (vinte por cento), nos termos de regulamento.
Nessa toada, é patente o direito dos agentes, que
atuem no Estado de Minas Gerais, receberem mencionado adicional, no importe de 20% sobre o valor-hora normal de trabalho, quando exercerem atividades no período noturno, como ocorre no presente caso.
POSIÇÃO JURISPRUDENCIAL SOBRE A QUESTÃO
Nesse sentido, vem decidindo o Tribunal de Justiça de
Minas Gerais, de cuja jurisprudência se colaciona: EMENTA: REEXAME NECESSÁRIO. AÇÃO DE COBRANÇA. ADICIONAL NOTURNO. AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIO. LEI 10.745/92. AUTO APLICABILIDADE. ADICIONAL LOCAL DE TRABALHO. LEI ESTADUAL 11.717/94. DECRETO 45.870/2011. O artigo 7º, IX, da Constituição Federal, aplicável aos servidores públicos estatutários por força do artigo 39, § 3º, também da Carta Constitucional, assegura a remuneração do trabalho noturno superior ao diurno. Comprovado o exercício da função no horário compreendido entre 22:00 horas e 05:00 horas do dia seguinte, resta devido o adicional noturno à autora, na condição de servidora contratada ocupante de cargo de Agente de Segurança Penitenciário. Outrossim, constatado que a autora labora em estabelecimento penitenciário de grande porte, possui direito ao adicional de local de trabalho, no percentual de 75% sobre o vencimento básico, independentemente de seu vínculo não ser efetivo, conforme Lei Estadual nº 11.717/94 e Decreto nº 45.870/2011. (TJMG - Ap Cível/Reex Necessário 1.0702.11.042823-3/001, Relator(a): Des.(a) Armando Freire , 1ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 16/07/2013, publicação da súmula em 24/07/2013) _______________________________________________________
EMENTA: REEXAME NECESSÁRIO - ADICIONAL NOTURNO -
AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIO - BENEFÍCIO PREVISTO NA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA - REGULAMENTAÇÃO PELA LEI ESTADUAL Nº 10.745/92 - AUTO-APLICABILIDADE - COMPENSAÇÃO DE HORAS - AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL - JUROS DE MORA - APLICAÇÃO DE LEI Nº. 11.960/09 - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - DIMINUIÇÃO - NÃO CABIMENTO - SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA - INOCORRÊNCIA - SENTENÇA MANTIDA - RECURSO PREJUDICADO. 1 - Os agentes penitenciários que trabalham sob regime de plantão noturno, devem receber o respectivo adicional em razão do trabalho prestado após as 22 horas, conforme previsão constitucional e legal (artigos 7º, IX, e 39, CR/88; artigo 12 da Lei nº 10.745/92). 2 - Demonstrado que o servidor labora nas condições especiais previstas na legislação aplicável, o Estado de Minas Gerais deve pagar o adicional noturno, enquanto perdurar a prestação do serviço no horário diferenciado. 3- As folgas entre os turnos de revesamento são concedidas no intuito de mitigar a extensão da jornada, próprio do sistema de trabalho em plantões, previsto em lei, mas não impedem o pagamento do adicional noturno, na medida em que a percepção do aludido adicional tem outra causa, que é a compensação pelo desgaste inerente ao labor em horário noturno. (…) (TJMG - Ap Cível/Reex Necessário 1.0686.11.019628-0/001, Relator(a): Des.(a) Sandra Fonseca , 6ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 25/06/2013, publicação da súmula em 05/07/2013) DOS PEDIDOS
Frente a todos esses fundamentos é a presente ação
para requerer:
a) sejam concedidos, ao autor, os benefícios da assistência judiciária,
por não poder arcar com as despesas processuais sem prejuízo do seu próprio sustento e da sua família, nos termos da Lei nº. 1.060/50, conforme a anexa declaração;
b) seja citado o requerido para oferecer resposta a presente ação, no
prazo legal, sob as penas da lei e, ainda, a apresentar as folhas de ponto do autor, nos termos do art. 396 e seguintes do CPC;
c) no mérito, seja a demanda julgada procedente para:
c.1) reconhecer o direito do autor ao recebimento do “adicional
noturno” no percentual previsto em lei (20% - art. 12, Lei Estadual 10.745/92), valor esse a incidir sobre o valor-hora normal de seu trabalho, condenando o requerido a pagar ao autor as diferenças apuradas em decorrência do não pagamento do referido adicional noturno, por todo o período de seu contrato, inclusive com reflexos sobre férias, 13º, descanso remunerado parcelas que deverão ser devidamente corridas pelo índice legal e se sujeitarem a juros de mora de 1% ao mês, frente ao caráter alimentar, desde a data em que deveriam ter sido pagas até a data do efetivo pagamento pelo requerido, conforme restar apurado em liquidação de sentença;
d) seja o requerido condenada ao pagamento das despesas
processuais e honorários advocatícios a serem arbitrados por Vossa Excelência na forma dos arts. 85 e seguintes do CPC.
Protesta por todos os meios de prova em direito
admitidos.
Dá à causa o valor de R$ 60.000,00 (sessenta mil
reais).
Termos em que, respeitosamente,
pede deferimento. Juiz de Fora, 16 de outubro de 2015.