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O PROJETO ORIGINAL DO REINO DE DEUS

“Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão
acrescentadas” (Mt 6:33).

INTRODUÇÃO

Deus é soberano (Sl 24:1,2) e tem o governo dos céus e da terra (Dt 10:14; I Co
10:26). Pois foi Ele que os criou (Gn 1-2; Hb 1:10; 11:3). Não obstante, pouco se estuda
acerca de nossa participação no governo do Reino de Deus e da nossa mordomia: nossos
deveres e obrigações no cuidado e da mordomia de tudo que Ele nos confiou (Gn 2:15-17,
19; I Co 3:16, 17; 6:19, 20).

Assim, o propósito deste estudo é estudar o Reino de Deus nas escrituras, bem como
suas manifestações no presente e no futuro, porque desejamos que a Igreja do Senhor, na
atualidade, busque intensamente estabelecer os valores do Reino de Deus através de sua
prática e vivência.

CONCEITO BÍBLICO DE REINO DE DEUS

1. Definição de Reino de Deus. A expressão Reino de Deus aparecerá algumas vezes


no decorrer do estudo. Você sabe o seu significado? Podemos definir o Reino de Deus como
a soma de “todas as bênçãos, promessas e alianças que o Todo-Poderoso destinou aos que
recebem a Cristo Jesus”. O Reino de Deus consiste numa vida de amor, justiça, devoção, paz
e alegria no Espírito Santo.

2. Aspectos do Reino de Deus. De acordo com as Sagradas Escrituras, o Reino de


Deus apresenta-se tanto aspectos presentes quanto futuros:

a) Presente. Na atualidade, o reino de Deus está presente na vida dos filhos de Deus,
a saber, os salvos em Cristo. Estes foram libertos das trevas e transportados ao “Reino do
Filho do Seu amor” (Cl 1:13).

A partir desta experiência de salvação, é possível afirmar que tosa pessoa, nascida de
novo em Cristo Jesus, é dirigida pelo Espírito Santo e, consequentemente, tem a sua vida
governada através dos valores do Reino (Ef 2:10).

b) Futuro. O aspecto futuro do Reino de Deus está ligado ao reino milenar de Cristo
sobre a terra por ocasião da Sua segunda vinda em glória (I Co 15:23-25). Até mesmo a
criação inanimada “espera” por esse glorioso dia (Rm 8:19-23). E você? Aguarda
ansiosamente a vinda de Jesus Cristo, o Rei dos reis?

3. O governo do Reino. Deus criou os céus e a terra. Ele tem o governo de todas as
coisas. Seu domínio, soberania e autoridade real jamais terá fim. Os reinos deste mundo são
transitórios, mas o de Deus é eterno. O Deus Soberano governa o mundo todo. O Eterno
intervém na criação e na história, manifestando seu poder, sua glória e suas prerrogativas
contra o domínio do pecado.

O REINO DE DEUS NAS ESCRITURAS

1.No Antigo Testamento. Apesar da expressão Reino de Deus não aparecer no


Antigo Testamento, o Senhor é apresentado como o Rei de Israel (Is 43:15), da terra e de
todo o universo (Sl 24; 47:7,8; 103: 19). Estas e outras referências manifestam a prerrogativa
soberana de Deus sobre a criação. Ele reina para sempre (Sl 29:10).

2. No Novo Testamento. A mensagem central do ensino neotestamentário é o de


Reino de Deus. Este foi apregoado por João Batista (Mt 3:2) e confirmado pelo ensino de
Jesus Cristo (Mt 6:33).

a). Na pregação de João Batista. João veio pregando no deserto: “Arrependei-vos


porque é chegado o Reino dos céus” (Mt 3:2). O fato de uma pessoa ser israelita e “filho da
promessa” (Gl 4:28) não lhe assegurava o direito de entrar no Reino de Deus. Era preciso
produzir frutos dignos de arrependimento. Pois, as boas obras são resultados de um
verdadeiro arrependimento (Lc 3:8).

b) No ensino de Jesus. A proclamação e a concretização do Reino de Deus foram o


propósito central do ministério de ensino de Jesus. O Reino dos céus foi o tema de sua
mensagem e ensino na terra (Mt 4:17). No Sermão da Montanha, Jesus conclamou a multidão
que o ouvia a buscar, com diligência e em primeiro lugar, o Reino de Deus (Mt 6:33). Ele
estava ordenando a todos nós, seus seguidores, a buscar a Deus resolutamente e a fazer a sua
vontade. Querido irmão, você tem procurado com diligência o governo soberano do
Altíssimo em todo o seu modo de viver?

3. Reino de Deus ou Reino dos céus. Nos evangelhos de Marcos e Lucas a expressão
“Reino de Deus” aparece com frequência. Todavia, no Evangelho de Mateus, a expressão
mais usada pelo evangelista (aparece cerca de 34 vezes) é “Reino dos céus”. Logo, as
expressões “Reino de Deus” e “Reino dos Céus”, quando comparadas entre os Evangelhos
sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas) são sinônimos e intercambiáveis (Mt 5:3; 13:10, 11; Mc
4:10, 11; Lc 6:20).

AS MANIFESTAÇÕES DO REINO DE DEUS

1. No passado. A nação de Israel era uma teocrática. O Senhor levantou reis para o
povo judeu (Dt 17:14, 15; 28:36; I Sm 10:1; 16:13) e estabeleceu normas reguladoras de
relacionamento político entre o governante e a nação (I Sm 8:10-22). O objetivo de Deus era
preparar o caminho para a Salvação da humanidade através da nação de Israel. Contudo, por
causa dos desvios do povo judeu e da rejeição de seu Messias, Jesus Cristo, o reino de Deus
foi-lhes retirado, ou seja, Israel na atualidade não mais a função de propagar o Reino de Deus
(Mt 21:43; Rm 10:21; 11:23). Tal missão cabe agora á Igreja. Israel, porém, será
restabelecido espiritualmente no futuro, conforme escreve Paulo (Rm 11:25-27).
2. No presente. O Reino de Deus foi estabelecido de forma invisível na Igreja por
intermédio do Rei dos reis. O reino de Deus pode ser visto nos corações e nas vidas de todos
aqueles que se arrependem, creem, e vivem o Evangelho (Jo 3:3-5; Cl 1:13). Não se trata de
um reino político ou material que, por definição, é transitório e passageiro, mas de uma
poderosa, transformadora e eficaz operação da presença de Deus em e através de Seu povo
(Mc 1:27; 2 Co 3:18; I Ts 4:1), refletindo-se em toda a realidade á nossa volta, produzindo
transformação.

3. No futuro. Durante o Milênio, predito pelos profetas do Antigo Testamento (Sl


89:36, 37; Is 11: 1-9; Dn 7: 13, 14), Jesus Cristo reinará literalmente na terra durante mil anos
(Ap 20:4-6). E a Igreja reinará juntamente com Ele sobre as nações (Mt 25:34; Ap 5:10; 20:6;
Dn 7:22). O reino milenial de Cristo dará lugar ao reino eterno de Deus, que será estabelecida
na nova terra (Ap 21:1-4; 22:3-5), a Nova Jerusalém (Ap 21: 9-11). Os habitantes são os
redimidos do Senhor de todos os tempos. Que alegria nos inundará a alma quando, de
eternidade em eternidade, estivermos juntos com o Senhor (Dn 7:18).

CONCLUSÃO

No Reino de Deus, a vontade do Pai é conhecida e praticada por amor, devoção,


prazer, submissão, dever e gratidão (Rm 5:5; 2 Co 9:13; Lc 18:1; Jn 2:9). Fazer
continuamente a vontade de Deus, nesse Reino, deve ser a nossa maior prioridade, não
importando os obstáculos “pois que por muitas tribulações nos importa entrar no reino de
Deus (At 14:22). O Reino de Deus e sua justiça devem ser o nosso anseio e alvo principal
(Mt 6:33).

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