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4º Trim.

de 2021: O APÓSTOLO PAULO: lições da vida e o ministério do apóstolo dos gentios


para a Igreja de Cristo

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4º Trimestre de 2021 - CPAD
O APÓSTOLO PAULO: lições da vida e o ministério do apóstolo dos gentios para a
Igreja de Cristo
Comentários da revista da CPAD: Elienai Cabral
Comentário: Ev. Caramuru Afonso Francisco

ESBOÇO Nº 5

LIÇÃO Nº 5 – “JESUS CRISTO E ESTE CRUCIFICADO”, A MENSAGEM


A mensagem de Paulo era cristocêntrica.

INTRODUÇÃO
- Na sequência do estudo sobre a vida e o ministério de Paulo, analisaremos hoje a sua mensagem.

- A mensagem de Paulo era cristocêntrica.

I – A MENSAGEM DA CRUZ É A ESSÊNCIA DA PREGAÇÃO DO EVANGELHO

- Na sequência do estudo sobre a vida e o ministério do apóstolo Paulo, analisaremos a mensagem que o
apóstolo passou a anunciar assim que se converteu a Cristo no caminho de Damasco.

- É extremamente relevante observar que a primeira atividade que o texto sagrado faz menção a respeito
do apóstolo após a sua conversão é a de que logo, em Damasco, pregava a Jesus, que Este era o Filho de
Deus (At.9:20).

- Temos, portanto, que, desde o primórdio de sua vida cristã, Paulo não tinha outro assunto, não tinha outro
objetivo senão a anunciar a Jesus Cristo e mostrar que Ele é o Filho de Deus.

- Não é por outro motivo que, anos depois, escrevendo aos coríntios, Paulo vá afirmar que nada se propôs
saber entre eles senão Jesus Cristo e Este, crucificado (I Co.2:2), como, aliás, é o título da nossa lição.

- Quando Jesus revelou o mistério da Igreja, em Cesareia de Filipe, tal revelação foi a contrapartida da
revelação que o Pai havia dado a Pedro de que Jesus era o Cristo, o Filho do Deus vivo (Mt.16:15-18).

- Não há como pertencer à Igreja, fazer dela parte se não se tem a revelação divina de que Jesus é o
Cristo e a Igreja, ante esta revelação, não tem o que fazer senão anunciar as virtudes d’Aquele que nos chamou
das trevas para a Sua maravilhosa luz, como nos diria o próprio Pedro (I Pe.2:9,10).

- Pregar o Evangelho é pregar a Cristo, como nos mostram os primeiros pregadores da Igreja no livro de
Atos, como Pedro, Estêvão, Filipe e o próprio Paulo.

- E esta centralidade vai acompanhar toda a vida cristã de Paulo que, próximo à sua morte, ao escrever
suas últimas epístolas, mais uma vez aponta que a sua mensagem era o “mistério da piedade”, que nada mais
é “Aquele que Se manifestou em carne, foi justificado em espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido
no mundo e recebido acima, na glória” (I Tm.3:16) e que se deve sempre buscar a “salvação que está em Cristo
Jesus com glória eterna” (II Tm.2:10).

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4º Trim. de 2021: O APÓSTOLO PAULO: lições da vida e o ministério do apóstolo dos gentios
para a Igreja de Cristo
- Paulo, na primeira epístola aos coríntios, sintetizou a evangelização como sendo a divulgação da
palavra da cruz. O ponto central do Evangelho, pois, é a palavra da cruz, ou seja, a cruz de Cristo era a
essência da sua mensagem, é a essência da pregação do Evangelho.

- Não será esta a única oportunidade em que o apóstolo vá dizer que o núcleo de sua mensagem é a “cruz de
Cristo”, ou seja, que o Evangelho é a notícia de que Jesus veio ao mundo para morrer pelos pecadores e que
Seu sacrifício efetivamente salva a humanidade, sendo prova disto o fato de que ressuscitou dos mortos e está
agora assentado à direita de Deus.

- O apóstolo é claro ao dizer que “nada meu propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e Este crucificado”
(I Co.2:1). O tema da pregação de Paulo era Jesus Cristo, nada mais (At.9:20; Gl.1:16; Ef.2:13; Fp.1:15-18),
como, aliás, é uma característica da igreja primitiva (At.2:22; 3:13; 8:5).
OBS: Em sua recente catequese sobre o apóstolo Paulo, cujo bimilenário foi comemorado no ano de 2009 pela Igreja Romana, assim se expressou
o então chefe daquela Igreja, em comentário que, por sua biblicidade, merece ser transcrito: “…Jesus Cristo ressuscitado, ‘exaltado acima de todos
os nomes’, encontra-se no âmago de toda a sua reflexão. Para o Apóstolo, Cristo constitui o critério de avaliação dos acontecimentos e das
realidades, a finalidade de todo o esforço que ele realiza para anunciar o Evangelho, a grande paixão que sustém os seus passos pelos caminhos
do mundo. E trata-se de um Cristo vivo, concreto: o Cristo diz Paulo ‘que me amou e se entregou a si mesmo por mim’ (Gl 2, 20). Esta pessoa que
me ama, com a qual eu posso falar, que me ouve e me responde, ela é realmente o princípio para compreender o mundo e para encontrar o caminho
na história.…” (BENTO XVI. Audiência de 22 de outubro de 2008. Disponível em:
http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/audiences/2008/documents/hf_ben-xvi_aud_20081022_po.html Acesso em 03 mar. 2009)

- Paulo mostra que os partidarismos existentes na igreja em Corinto eram resultado direto desta falta de
valorização do que realmente interessava: a mensagem da cruz de Cristo. Nos dias hodiernos, não tem sido
diferente: a mensagem da cruz tem sido deixada de lado, não é mais pregada, é esquecida, é menosprezada, o
que gera um sem-número de problemas para os crentes da atualidade e para a vivência comunitária do povo
de Deus.

- Paulo, que já se identificara como um “chamado de Deus”, diz que tinha sido “enviado para evangelizar, não
em sabedoria de palavras, para que a cruz de Cristo se não faça vã, porque a palavra da cruz é loucura para os
que perecem; mas, para nós, que somos salvos, é o poder de Deus.” (I Co.1:17,18).

- Ser “apóstolo”, ou seja, ser “enviado” é, antes de mais nada, não se apresentar superior aos demais, mas,
sim, ser um mero instrumento para que o nome de Cristo seja glorificado, ser um instrumento de Deus para
que se mostre que o sacrifício de Jesus na cruz do Calvário não foi em vão.

- Esta afirmação do apóstolo mostra-nos, de imediato, que a concepção que se tem, atualmente, por alguns, de
“apostolado” é completamente distorcida. O “apóstolo” não é um “líder espiritual superior”, não é alguém que
venha a dar “cobertura” para outros crentes, que se constitua num verdadeiro “mediador” entre a Igreja e o
Senhor Jesus, mas é um vaso do Senhor que se dispõe a levar ao mundo o sentido da cruz de Cristo, o
significado do sacrifício de Jesus Cristo pela humanidade.

- O apóstolo, portanto, tem, de pronto, uma dificuldade imensa: tem de levar o sentido de algo que, para a
lógica humana, não faz sentido algum. Com efeito, a “palavra da cruz é loucura”, ou seja, é algo que não
pode ser compreendido pela mente humana. O apóstolo tem, diante de si, um desafio muito grande: pregar
algo que não será apreendido pela mente humana.

- Por isso, o apóstolo não pode se apresentar em “sabedoria de palavras”, ou seja, não pode procurar
fazer o homem entender o Evangelho por intermédio da lógica e do conhecimento filosófico ou científico.
A filosofia e a ciência são atividades da mente humana alicerçadas sobre a razão, que partem da razão humana
a fim de se descobrir a verdade, a fim de se entender e compreender o mundo.

- Muitos, na atualidade, buscam aproximar o homem do Evangelho por intermédio da “sabedoria de palavras”.
Buscam revestir a mensagem da salvação em Cristo de argumentos filosóficos e científicos irrefutáveis ou de
difícil refutação, a fim de convencer as pessoas da verdade da Bíblia. Nesta busca, muitas vezes obsessiva,

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gastam anos procurando adaptar a Bíblia às “descobertas científicas”, como também aos “modismos
filosóficos”, sempre com o intuito de “atrair” os perdidos.

- Confundem a “contextualização” do Evangelho, que é a pregação da Palavra de Deus dentro do ambiente


cultural vigente, mostrando o paralelismo da cultura da época em que o texto bíblico foi escrito com a realidade
do ouvinte da Palavra hoje e agora, com a “adaptação” da mensagem da salvação à lógica humana, aos
conceitos racionais advindos da ciência ou da filosofia, esquecendo-se de que não devemos pregar o
Evangelho com “sabedoria de palavras”, nem tampouco “por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a
tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo e não segundo Cristo” (Cl.2:8).

- Paulo foi a Corinto não para, diante de uma população cosmopolita (i.e., formada por pessoas de várias
nacionalidades, de várias culturas), mostrar que era um homem erudito, um verdadeiro filósofo. Não nos
esqueçamos de que Paulo era de Tarso, um centro filosófico estoico de seu tempo e que tinha uma sólida
formação filosófica (que o diga o seu discurso em Atenas – At.17:22-31), sendo, pois, certamente, um grande
mestre na retórica (a arte de discursar e de convencer pelo discurso). Apesar de todo seu conhecimento e
habilidade, era fora chamado por Deus para pregar “a palavra da cruz”, que não pode ser apresentada “em
sabedoria de palavras”.

- Paulo fez questão de lembrar aos coríntios de que pregara a palavra da cruz e que esta palavra da cruz é
“loucura para os que perecem”. O apóstolo apresenta aqui, pois, um requisito para que se possa pregar a
mensagem da cruz e para que ela possa ser compreendida: a salvação.

- A “palavra da cruz” é “loucura para os que perecem”, mas é “poder de Deus para os salvos”. Somente
pode compreender a “palavra da cruz” aqueles que são salvos, ou seja, aqueles que crerem na mensagem da
salvação em Jesus Cristo, que se reconhecerem pecadores, se arrependerem de seus pecados, crendo que Jesus
é o único e suficiente Senhor e Salvador dos homens.

- Temos aqui, aliás, um dos motivos pelos quais a mensagem da cruz tem desaparecido de muitos púlpitos,
tem sido deixada de lado na igreja hodierna. Há muitos sedizentes pregadores na atualidade que não são salvos
e, por isso, não podem compreender a palavra da cruz, que exige a salvação daquele que a vai pregar.

- A mensagem da cruz exige, antes de mais nada, a fé daquele que vai levá-la. Se a mensagem só é
compreendida pelos salvos, temos que a só os que têm fé em Jesus Cristo podem, efetivamente, pregar esta
mensagem. A salvação é pela fé (Rm.1:16,17; 5:1; Ef.2:8). Mas, caminhando um pouco mais, vemos que
somente tem fé aquele que ouve a Palavra (Rm.10:17), de modo que só pode pregar a mensagem quem a tiver
ouvido e nela crido.

- Foi exatamente o que ocorreu com o apóstolo Paulo. Ele teve um encontro pessoal com Jesus, no caminho
de Damasco, e ali se entregou totalmente ao Senhor. Ouviu a mensagem do Evangelho do próprio Jesus e nela
creu. O resultado foi que pôde iniciar a sua pregação ali mesmo em Damasco. Seu aprendizado com o Senhor
não cessou naquele encontro mas prosseguiu durante todo o seu ministério, tanto que poderia dizer que o que
ensinava recebera do Senhor (I Co.11:23).

- Para que venhamos a transmitir a mensagem da cruz, portanto, é mister que a tenhamos ouvido antes e temos
aqui mais uma razão pela qual, na atualidade, muitos sedizentes pregadores não pregam a “palavra da cruz”.
Não na pregam porque, simplesmente, não a ouviram. São principiantes no Evangelho ou, muitas vezes, nem
sequer principiantes mas aventureiros e mercenários que viram no “segmento gospel” um “nicho de mercado”,
uma oportunidade de ganhar dinheiro. Por isso, não podem, mesmo, pregar a “palavra da cruz”, pois isto lhes
é “loucura”.

- A mensagem da cruz é a demonstração da soberania de Deus e da total inutilidade do ser humano.


Paulo, mesmo, afirmou que a existência da “palavra da cruz” é o cumprimento do que havia sido profetizado
por Isaías. O profeta, no capítulo 29, apresenta uma dura palavra contra os judaítas infiéis, porque serviam a

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Deus formalmente, com aparência exterior, enquanto seus corações estavam distantes de Deus. Por isso, o
Senhor faria perecer a sabedoria dos seus sábios e esconderia (ou aniquilaria) o entendimento dos seus
prudentes (Is.29:14).

- A “mensagem da cruz” é extremamente incômoda para a vaidade humana. Ela mostra que o homem é
incapaz de alcançar a sua salvação por seus próprios méritos. Ela indica claramente que o homem precisa
depender de Deus em todos os aspectos e que não há salvação a não ser na pessoa de Cristo Jesus. O homem,
confrontado com a mensagem da cruz, percebe que é menos do que nada (Is.40:17; 41:24) e isto, obviamente,
contraria todo o sentimento predominante na humanidade desde a queda, ou seja, o desejo de independência
em relação a Deus, o sentimento de autossuficiência (Gn.3:5), sentimento particularmente aguçado nestes dias
imediatamente anteriores ao arrebatamento da Igreja, onde os homens são amantes de si mesmos (II Tm.3:1,2).

- Não é, portanto, surpreendente que, na atualidade, a “mensagem da cruz” esteja sendo substituída nos
púlpitos e nos conjuntos musicais por “louvores ao homem”, por “mensagens de autoajuda” e tantas outras
pregações que procuram massagear o ego humano, enaltecer a figura do ser humano, do ouvinte, em vez de
lhes mostrar a miséria da condição humana quando há o afastamento de Deus.

II – QUEM NÃO PODE PREGAR A MENSAGEM DA CRUZ

- Após ter mostrado que a essência da sua pregação era a mensagem da cruz, o apóstolo Paulo apresenta um
grupo de pessoas que não poderiam pregar a mensagem da cruz, precisamente aqueles que estavam, com suas
argumentações, atacando e prejudicando a saúde espiritual da igreja em Corinto.

- O primeiro grupo apresentado pelo apóstolo é o dos “sábios”. ‘Onde está o sábio?”, pergunta o apóstolo.
O “sábio” não pode ser pregador do Evangelho. Mas, como explicar esta afirmação do apóstolo, se “o temor
do Senhor é o princípio da sabedoria”? (Pv.2:10).

- Para bem entendermos esta aparente contradição, devemos observar que a Bíblia Sagrada fala em duas
sabedorias: a humana e a divina. Tiago faz um contraste entre estas duas espécies de sabedoria em Tg.3:13-
18.

- A sabedoria humana, diz Tiago, é composta de amarga inveja e de sentimento faccioso, gerando perturbação
e toda obra perversa. É uma sabedoria terrena, animal e diabólica. Era esta a sabedoria que estava sendo
alardeada por alguns em Corinto, tanto que a igreja se encontrava dividida em partidos, em facções, uns se
dizendo de Paulo, outros de Apolo, outros, ainda, de Cefas e alguns, de Cristo (I Co.1:12).

- A sabedoria humana, que Paulo nomeou de “sabedoria de palavras” (I Co.1:17) era a sabedoria que Paulo
indagava e que nada significava frente a “mensagem da cruz”. Pelo contrário, a sabedoria humana não
compreende nem aceita a “mensagem da cruz”, pois esta mensagem lhe é “loucura”.

- A sabedoria humana é todo conhecimento firmado única e exclusivamente na razão humana, que se constrói
com base na lógica do homem, com base na figura do ser humano. É o resultado do desenvolvimento do
intelecto do homem. Não resta dúvida de que Deus fez o homem com a capacidade do pensamento, com
inteligência e habilidades que o permitem dominar sobre a criação terrena (Gn.2:19,20).

- No entanto, o homem sem Deus nada pode fazer (Jo.15:5). A sabedoria humana, embora seja capaz de avaliar
uma situação, de percebê-la, não tem condição alguma de alterá-la, de resolver o problema (ou seja, aquilo
que está diante de seus olhos). Tanto assim é que, ao verificar Adão que era solitário, não pôde resolver esta
questão, tendo eus de intervir e criar tanto a mulher como a família para solucionar o primeiro problema
surgido no seio da humanidade.

- Por isso, todo o conhecimento gerado pelo intelecto humano é incapaz de lidar com a problemática do
pecado. O resultado disto é que a sabedoria humana é submissa à natureza carnal do homem, que é

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pecaminosa, e todo o saber humano está impregnado da amarga inveja e do sentimento faccioso. O homem,
vaidoso e querendo ser igual a Deus, usa todo o seu conhecimento para prejudicar o próximo, para derrubar-
lhe (a “amarga inveja”), como também para criar divisões entre os homens (o “sentimento faccioso”).

- A sabedoria humana, assim, não contribui para o progresso ou o desenvolvimento do homem, mas é utilizada,
invariavelmente, para a destruição do outro, para o roubo do outro, para a morte do outro. Tem-se, pois, a
submissão de toda a sabedoria humana ao príncipe deste século, cujo trabalho é, precisamente, o de matar,
roubar e destruir (Jo.10:10).

- Por isso, a sabedoria humana, diz Tiago, é terrena, animal e diabólica (Tg.3:15). É terrena, porque, sendo
construída pela lógica humana, não consegue alcançar a eternidade, circunscrevendo-se aos limites desta vida,
às coisas desta vida. A sabedoria humana não alcança o céu, a eternidade. Por isso, muitas pregações, na
atualidade, estão exclusivamente voltadas para o dia-a-dia desta vida debaixo do sol, com a prosperidade
material, com o dinheiro, com o bem-estar nesta Terra, esquecendo-se de tudo quanto importa, que é o eterno,
aquilo que se encontra além do véu. Quanto tempo faz que não ouvimos uma pregação sobre a realidade da
morte e da eternidade?

- A sabedoria humana é animal. Esta expressão, um tanto quanto forte, mostra-nos, claramente, que a sabedoria
humana despreza a parte espiritual do homem, a sua dimensão para além da sua condição de criatura física
sobre a face da Terra. A sabedoria humana é animal porque reduz o homem a uma mera condição de animal,
de ser vivo, a uma dimensão biológica pura e simples, como se ele não fosse, também, alma e espírito. Não é
à toa, aliás, que tanto Pedro como Judas comparam os falsos mestres dos últimos dias como “animais
irracionais”, porque “seguem a natureza, que dizem mal do que não sabem e que se corrompem (II Pe.2:12;
Jd.10).

- Nos dias atuais, os homens comportam-se como verdadeiros animais, seguindo seu instinto, sem refletir nem
meditar nas consequências de seus atos e no próprio sentido da vida. A filosofia predominante é o hedonismo,
ou seja, o prazer a qualquer custo. As pessoas guiam-se pelos desejos e paixões, deixam de lado quaisquer
considerações morais, querem o “aqui e o agora”, sem se perguntar sequer pelo amanhã. Nesta “onda de
irracionalismo”, seguem os “sábios”, os “gurus” que defendem o “aproveitar da vida”, o “máximo prazer”,
inclusive nos púlpitos das igrejas locais, onde conseguem fazer com que muitos que cristãos se dizem ser
prefiram a emoção, o “frenesi” a um andar irrepreensível na presença do Senhor.

- A sabedoria humana, por fim, é diabólica, visto que, em seus postulados, está a serviço do diabo, pois não
faz outra coisa senão matar, roubar e destruir, que é o trabalho do inimigo de nossas almas (Jo.10:10), que é
homicida desde o princípio (Jo.8:44). O sábio segundo o mundo é um agente de Satanás que nada mais faz
senão matar vidas preciosas espiritualmente, que nada mais faz senão levar milhares e milhares de pessoas
para o caminho espaçoso que conduz à perdição (Mt.7:13).

- Uma das grandes armas do sábio, na atualidade, é o “relativismo ético”, ou seja, a idéia de que não há
verdades morais absolutas, de que o certo e o errado variam conforme o tempo, conforme o lugar. Em nome
da “tolerância”, defende-se a aceitação de todo e qualquer comportamento, de toda e qualquer conduta, o que
nada mais é senão a imposição do “caminho espaçoso” para os homens. Ali tudo é permitido, ali tudo é bem-
vindo, mas, infelizmente, é neste caminho espaçoso, nesta larga porta que se encontrará o terrível fim para o
homem: a perdição eterna. Que Deus nos guarde!

- Neste ponto, aliás, de se denunciar aqui o discurso da “fraternidade universal” que tem sido defendido por
diversas lideranças religiosas, entre elas o atual chefe da Igreja Romana, Francisco, na famosa “Declaração
de Abu Dhabi” e, nesta linha de pensamento, se tem defendido que se deve evitar o “proselitismo”, que nada
mais é que a pregação do Evangelho, a pregação do Cristo crucificado. Fujamos disto, amados irmãos, que
nada mais é que o “evangelho ecumênico”, um dos evangelhos que Paulo jamais pregaria, como bem anotou
o pastor Ciro Sanches Zibordi na obra intitulada “Evangelhos que Paulo jamais pregaria”.

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para a Igreja de Cristo
- Mas, além do sábio, o apóstolo também fala a respeito do “escriba”. O escriba era aquela personagem
igualmente erudita mas que, ao contrário do “sábio”, que se dedicava às atividades filosófico-científicas,
estava a esmerar-se no conhecimento dos textos sagrados. Quando Paulo fala do escriba, judeu como era, tinha
em mente aqueles que passavam as suas vidas copiando as Escrituras, esmerando-se em não só escrevê-las,
mas em memorizá-las (pois o hebraico não possui vogais e era preciso praticamente decorar os textos para lê-
los corretamente, ainda mais nesta época em que ainda não havia os sinais vocálicos criados depois pelos
massoretas), a fim de podê-las explanar ao povo nas sinagogas.

- Os escribas, embora fossem conhecedores intelectuais do texto sagrado, não viviam conforme os
escritos que haviam decorado. Eram teóricos, conheciam tudo sobre as Escrituras, mas não criam nas
Escrituras, porque se recusavam a ver nelas a Jesus Cristo (Jo.5:39). Como Nicodemos, eram mestres em
Israel mas não tinham qualquer segurança sobre a sua salvação. Os escribas tanto não viviam o que pregavam
que o testemunho de Jesus deixou a multidão admirada (Mt.7:29), tendo o próprio Senhor instado a todos para
que não vivessem como eles, embora devessem praticar o que ensinavam (Mt.23:2,3).

- Muitos hoje são escribas e, como escribas, não lhes interessa a “mensagem da cruz”, porque rejeitam a Cristo
Jesus, porque preferem os sermões, as discussões teológicas, as dificuldades bíblicas, a verborragia
hermenêutica, a homilética bem estruturada, mas carente da unção divina. Preferem toda uma série de questões
que fujam da realidade da sua vida espiritual, que sigam as sutilezas da religiosidade, mas que não dizem coisa
alguma sobre a transformação de vidas, sobre um encontro pessoal com Jesus Cristo, sobre uma submissão ao
senhorio de Cristo.

- Os escribas preferem pregar outro “evangelho que Paulo jamais pregaria”, o “evangelho teologicocêntrico”
mencionado pelo pastor Ciro Sanches Zibordi na obra já mencionada.

- Paulo, muito pelo contrário, tinha um conhecimento pessoal de Jesus Cristo. O próprio Jesus encontrou-
Se com o apóstolo no caminho de Damasco e ali se iniciou um relacionamento tão íntimo que o apóstolo podia
dizer que não mais vivia, mas Cristo vivia nele (Gl.2:20). Por isso, o apóstolo era o pregador poderoso e eficaz,
que, em poucos anos, pôde levar o Evangelho a quase todo o Império Romano. Ele não só conhecia a Jesus
pessoalmente, como também tinha por objetivo fazer com que Cristo fosse formado dentro dos crentes
(Gl.4:19). Quem não tem um encontro pessoal com o Senhor, não tem como pregar a “mensagem da cruz”.
Por isso, os discípulos no caminho de Emaús, enquanto não partiram o pão com o Ressuscitado, não puderam
reconhecê-lO e pregar a mensagem da salvação (Lc.24:30-34).
OBS: Por sua biblicidade, reproduzimos outro texto do ex-chefe da Igreja Romana em que mostra a centralidade de Cristo na pregação de Paulo:
“…Na experiência pessoal de São Paulo, há um dado incontestável: enquanto no começo ele foi um perseguidor e utilizou a violência contra os
cristãos, a partir do momento de sua conversão no caminho de Damasco, ele passou a estar do lado de Cristo crucificado, fazendo d’Ele a razão
de sua vida e o motivo de sua pregação. Sua existência foi inteiramente consumida pelas almas (cf. 2 Cor 12, 15), para nada tranqüila nem isenta
de enganos e dificuldades. No encontro com Jesus foi esclarecido o significado central da Cruz: ele compreendeu que Jesus tinha morrido e
ressuscitado por todos e por ele mesmo. Ambas as coisas eram importantes, a universalidade – Jesus tinha morrido realmente por todos – e a
subjetividade – Ele morreu também por mim. Na Cruz, portanto, havia se manifestado o amor gratuito e misericordioso de Deus. Paulo
experimentou este amor antes de tudo em si mesmo (cf. Gl 2, 20), e de pecador se converteu em crente, de perseguidor em apóstolo. Dia após dia,
em sua nova vida, ele experimentava que a salvação era «graça», que tudo derivava do amor de Cristo e não de seus méritos, que por outro lado
não existiam. O «evangelho da graça» se converteu assim na única forma de entender a Cruz, o critério não só de sua nova existência, mas também
a resposta a seus interlocutores.…” (BENTO XVI. Audiência de 29 de outubro de 2008. Disponível em:
http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/audiences/2008/documents/hf_ben-xvi_aud_20081029_po.html Acesso em 03 mar. 2009)

- Mas, além do sábio e do escriba, o apóstolo mostrou outra personagem que não poderia pregar a
“mensagem da cruz”: o “inquiridor deste século” ou, na Nova Versão Internacional, “o questionador desta
era”. Este é aquele que é incapaz de crer, que, baseado nos valores do mundo, no “presente século”, não
consegue enxergar as realidades espirituais, sendo um cético, um agnóstico, ou seja, alguém que se diz incapaz
de compreender as realidades eternas e que, por causa disto, de tudo duvida, em nada acredita, tudo questiona,
tudo discute.

- Os questionadores desta era, os inquiridores deste século são os “sabichões” da filosofia e da ciência, que
não conseguem “provar” os argumentos da fé e que, por isso, não aceitam a “loucura da pregação”. Como é
possível que alguém que se diga Deus morra pelo homem? Como Deus pode Se tornar homem? Como pode

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para a Igreja de Cristo
uma virgem conceber? Como podem milagres acontecer? Tudo é impossível, tudo é “mito”, tudo não passa
de imaginação, dizem os “inquiridores deste século”, que, por causa disto, não podem, mesmo, pregar a
“mensagem da cruz”. Lamentavelmente, muitos “escribas”, de tanto se esmerarem nas discussões teológicas,
acabam se tornando “inquiridores do presente século”. De tanto questionarem a Deus, de tanto duvidarem da
Sua Palavra, acabam alcançando a morte no seu deserto espiritual, a exemplo do que ocorreu com a geração
israelita do êxodo.

- Estes são os que pregam, para uma vez mais nos utilizarmos da obra do pastor Ciro Sanches Zibordi, o
evangelho “filosófico”.

III – O PODER DA MENSAGEM DA CRUZ

- Mas, depois de ter mostrado quem não pode pregar a mensagem da cruz, o apóstolo Paulo mostra a
verdadeira sabedoria, a sabedoria divina, o único meio pelo qual se alcança a “palavra da cruz” e todos
os seus benéficos efeitos para a criatura humana.

- A sabedoria divina, ensina-nos Tiago no texto já mencionado (Tg.3:13-18), “vem do alto”, ou seja, tem
origem em Deus. Por isso, não é a razão humana o critério para esta sabedoria, mas, sim, a revelação divina.
Por isso, na Bíblia Sagrada encontramos a verdade, porque tudo quanto está escrito nela não proveio da mente
humana, mas “os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (II Pe.1:21b).

- Além de “vir do alto”, a sabedoria divina é, primeiramente, pura, ou seja, a sabedoria divina traz consigo a
santidade de Deus. Na sabedoria divina, pois, não há qualquer lugar para o pecado, tem-se total separação do
pecado. Por isso, todos os discursos que buscam justificar o pecado, compreendê-lo e tolerá-lo, tão presente
entre os “liberais” da atualidade, não provém da sabedoria divina, pois ela é, primeiramente, pura.

- A segunda característica da sabedoria divina é ser pacífica. A sabedoria divina provém de Deus e, por
ser pura, é fruto de uma comunhão entre Deus e quem não tem pecado, ou seja, quem nasceu de Deus (I
Jo.3:6,9). Resulta, pois, da paz que se tem com Deus com o perdão dos pecados, bem como a “paz de Deus”,
que é fruto de uma vida ligada na videira verdadeira (Jo.15:1).

- A “mensagem da cruz”, portanto, jamais gera inveja, desejo de vingança ou sentimento faccioso, mas produz
a paz, a comunhão entre todos os irmãos. A sabedoria divina é pacífica e os filhos de Deus são pacificadores
(Mt.5:9). Pregações que despertam o ódio contra as pessoas, que criam inimizades, efetivamente não são parte
da “mensagem da cruz”. Não confundamos, porém, como muitos na atualidade, o caráter pacífico da
“mensagem da cruz” com a tolerância ao pecado, pois, antes de ser pacífica, a sabedoria divina é pura, ou seja,
jamais poderá defender a coexistência entre Deus e o pecado.

- A terceira característica da sabedoria divina é a moderação. A “mensagem da cruz” é equilibrada,


temperada, não é demasiadamente justa, nem demasiadamente injusta. Na pregação do Evangelho genuíno e
autêntico, não temos radicalismos, nem tampouco extremismos. Temos o equilíbrio, o centro, o autocontrole
de tudo o que há em nós, a fim de que possamos bendizer ao Senhor (Sl.103:1,2).

- A quarta característica da sabedoria divina, que foi o instrumento, segundo Paulo, para que se tivesse
a “loucura da pregação” (I Co.1:21), é ser tratável, ou, na Nova Versão Internacional, “compreensiva”. A
sabedoria divina, embora não tolere o pecado nem com ele coexista, compreende a estrutura do homem, ama
o homem e, por isso, é capaz de entendê-lo e providenciar um meio para a sua redenção. Os grandiloquentes
pregadores da atualidade, “donos da verdade”, que não aceitam sequer ser questionados, evidentemente não
têm a sabedoria divina, vez que não incapazes de compreender o próximo, de tratar com o próximo.

- A quinta característica da sabedoria divina é ser “cheia de misericórdia e de bons frutos”. A


misericórdia é o amor em ação, o amor em atividade, é fazer o bem. A sabedoria divina leva-nos a fazer o bem

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4º Trim. de 2021: O APÓSTOLO PAULO: lições da vida e o ministério do apóstolo dos gentios
para a Igreja de Cristo
e, por isso, a “mensagem da cruz” não consiste apenas de palavras, mas também se manifesta através de atos
e obras (I Jo.3:18).

- Não é por outro motivo que o apóstolo disse que, pela “loucura da pregação”, Deus pôde salvar os crentes (I
Co.1:21). Esta é a grande diferença entre a genuína e verdadeira pregação do Evangelho e tudo o mais que o
sábio, o escriba ou o inquiridor do presente século pode fazer: a “loucura da pregação” salva os crentes,
transforma suas vidas, dá-lhes vida espiritual, traz-lhes comunhão com Deus, transformação de vida.

- Somente a “mensagem da cruz” traz salvação aos homens, só a cruz de Cristo salva e é por isso que o
apóstolo Paulo não queria que a cruz de Cristo se fizesse vã, pois, quando não pregamos a “mensagem da
cruz”, não há salvação, não há transformação de vidas. Muitos, na atualidade, parecem não mais se preocupar
com isso e realizam festas e mais festas, eventos e mais eventos, onde só há emoção e confraternização, mas,
infelizmente, não há salvação de vidas. Estão perdendo o tempo, porque já desprezaram, há muito, a
“mensagem da cruz”!

- Deus escolheu, dentro da Sua soberania, salvar os crentes pela “loucura da pregação”. Portanto,
ninguém se salva a não ser ouvindo e crendo no Evangelho de Jesus Cristo, na mensagem de que Jesus, sendo
Deus, fez-Se homem, veio ao mundo, morreu por nós e agora, ressuscitado, está à direita do Pai. Só o
Evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, tanto do judeu quanto do grego
(Rm.1:16).

- Não são, pois, os sinais que salvam. Paulo afirma que os judeus pediram sinal para poderem crer em Jesus,
apesar de tudo o que o Senhor havia feito em Seu ministério, porque este pedido de sinal nada mais era que a
demonstração da incredulidade daquele povo. Quem vive atrás de sinais é porque é incapaz de crer, porque
quer ver antes de crer, algo que não é o meio pelo qual o Senhor quer estabelecer a salvação da humanidade.

- Muitos, na atualidade, querem que as pessoas se convertam e vivam espiritualmente por meio de sinais.
Entretanto, Deus aprouve salvar os crentes pela “loucura da pregação”. É verdade que Deus opera sinais e
maravilhas e que elas são necessários no meio do povo de Deus, mas o seu papel é “confirmar a palavra”
(Mc.16:20), jamais substituí-la.

- Nos dias em que vivemos, muitos são os que correm atrás de sinais, esquecendo-se que os sinais seguem os
que creem (Mc.16:17). Vivemos dias de intensa manifestação demoníaca, pois se aproxima o início do reinado
do Anticristo, que se caracterizará pela presença de prodígios e sinais de mentira (II Ts.2:9). Por isso, devemos
ter muito cuidado com um comportamento em que se pedem sinais, pois poderemos ser enganados pelo
inimigo de nossas almas. Aliás, os que rejeitam a “palavra da cruz” serão precisamente os que crerão nos
sinais de mentira do adversário (II Ts.2:10-12).
OBS: A busca por sinais é tanto uma característica dos religiosos que não tardou para que se criasse o “sinal da cruz”, uma das mais antigas
crendices e superstições da história da igreja. Já no século II há notícia de uso do “sinal da cruz” pelos cristãos, com o objetivo de obter a “proteção
divina contra o mal”.

- O sinal que Jesus nos deu para crer foi a Sua ressurreição, o maior milagre de todos os tempos
(Mt.16:4), o “sinal do profeta Jonas” (Lc.11:29). A ressurreição do Senhor é a garantia que temos de que não
cremos no Evangelho em vão (I Co.15:17).
OBS: “…Os judeus pedem sinais do poder de Deus como prova de sua messianidade. Mas, em vida, Yeshua recusou-Se várias vezes a atender
esse pedido, exceto quando predisse a própria ressurreição (Mt.12:38; 16:1; Jo.2:18). Por isso, os judeus incrédulos afirmavam que nenhum sinal
a respeito da messianidade de Yeshua tinha sido apresentado. O catedrático David Flusser, um judeu ortodoxo erudito de Jerusalém, escreve:
‘Enquanto o Messias não realizar as obras do Messias nós não podemos chamá-lo de Messias’. Mas Mt. 11:2-6 e Jo.10:32-38, 12:37 refutam essa
objeção ao mostrarem que ele realizou tais obras. De fato, alguns de seus milagres eram considerados no judaísmo como sinais messiânicos
específicos, tais como curar um leproso (Mt.8:1-4) e restautar a visão a um cego de nascença 9Jo.9). Outros buscam um sinal que não venha
diretamente de Yeshua, mas daqueles que dizem agir em seu nome. Entretanto, um milagre não é a prova de que Yeshua é o Messias, pois existem
milagres demoníacos (Mt.24:24; II Ts.2:9; Ap.13:3-4). Tampouco os milagres são necessários para a fé (Jo.20:28); ninguém tem de esperar por
um sinal antes de crer em Yeshua, o Messias (embora às vezes, por sua graça, Deus o conceda)…” (STERN, David H. Comentário judaico do
Novo Testamento, p.481).

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para a Igreja de Cristo
- Hoje, lamentavelmente, existe o chamado “evangelho empirista”, para, mais uma vez se utilizar da
nomenclatura do pastor Ciro Sanches Zibordi, onde há uma ênfase exagerada em sinais e maravilhas, em
detrimento da própria salvação, algo que levou muitos a se enveredar por caminhos distorcidos e tortuosos em
nossos dias, depois de terem se iniciado bem no evangelho completo, que exige, sim, sinais, prodígios e
maravilhas, mas que jamais deixa de focar Cristo e Este, crucificado.

Mas, além do sinal pedido pelos judeus, que redunda no “misticismo religioso”, que tanto têm contaminado
as vidas de muitos crentes, temos, também, os gregos, que buscam “sabedoria”, a sabedoria humana de que já
falamos neste estudo, que é terrena, animal e diabólica.

- O Evangelho, ao contrário desta sapiência humana ou dos sinais reclamados pelos judeus, diz o
apóstolo, é escândalo para os judeus e loucura para os gregos (I Co.1:23). Como disse o ex-chefe da Igreja
Romana: “…Para os judeus, a Cruz é skandalon, ou seja, armadilha ou pedra de tropeço: parece ser obstáculo
para a fé do piedoso israelita, que não consegue encontrar nada parecido nas Sagradas Escrituras. Paulo, com
não pouco valor, parece dizer aqui que a aposta é altíssima: para os judeus, a Cruz contradiz a própria essência
de Deus, que Se manifestou com sinais prodigiosos. Portanto, aceitar a Cruz de Cristo significa realizar uma
profunda conversão no modo de relacionar-se com Deus.…” (BENTO XVI. Audiência de 29 de outubro de
2008. Disponível em: http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/audiences/2008/documents/hf_ben-
xvi_aud_20081029_po.html Acesso em 03 mar. 2009).

- Dentro de uma religiosidade exterior, os judeus não conseguiam entender como Deus Se tornaria homem e
morreria em lugar do pecador. Como um Deus santo poderia morrer como um malfeitor, como poderia Se
fazer maldição por nós? (Gl.3:13). Isto não fazia sentido algum. Por isso, até hoje, o judaísmo não aceita que
Jesus tenha sido o Messias, pois como entender que o Libertador de Israel tivesse sido condenado à morte e
executado pelos romanos? Entretanto, foi exatamente isto que ocorreu, porque Deus é amor e, pela cruz quis
resgatar o vil pecador.
OBS: Diferente não é a posição dos muçulmanos, como nos dá conta John Stott: “…Um dos aspectos mais tristes do islamismo é rejeitar a cruz,
declarando inapropriado que um grande profeta de Deus chegasse a um fim tão ignominioso. O Alcorão não vê necessidade nenhuma da morte de
um Salvador que tirasse os pecados. Pelo menos cinco vezes declara categoricamente que ‘alma nenhuma levará o fardo de outra’. Deveras, ‘se
uma alma sobrecarregada clamar por ajuda, nem mesmo um parente próximo partilhará do seu fardo’. Por que isto? É porque ‘cada homem colherá
os frutos de suas próprias ações’, embora Alá seja misericordioso e perdoe os que se arrependem e praticam o bem. Negando a necessidade da
cruz, o Alcorão prossegue para a negação do fato. Os judeus ‘proferiram uma falsidade monstruosa’, ao declararem: ‘matamos o Messias Jesus,
filho de Maria, apóstolo de Alá’, pois ‘não o mataram, nem o crucificaram, mas pensaram tê-lo feito’. Embora os teólogos muçulmanos interpretem
essa afirmativa de modos diferentes, a crença mais comumente aceita é que Deus lançou um encanto sobre os inimigos de Jesus a fim de salvá-lo,
e que ou Judas Iscariotes ou Simão, de Cirene, tenha tomado o seu lugar no último instante. No século dezenove a seita Ahmadiya do islamismo
emprestou, de diferentes escritores cristãos liberais, a noção de que Jesus apenas desmaiou na cruz, e reviveu no túmulo, acrescentando que,
subsequentemente ele viajou para a Índia a fim de ensinar, onde morreu; dizem ser os guardiães do seu túmulo que está em Cashmir…” (STOTT,
John. R.W. A cruz de Cristo, p.17. Disponível em: http://www.4shared.com/get/35388561/d98bee4a/John_R_W_Stott_-_A_Cruz_de_Cristo.html
Acesso em 03 mar. 2009).

- Mas, enquanto a “cruz” é escândalo para os judeus, para os gregos, isto é, para os gentios, é ela “loucura”.
“…para os gregos, ou seja os pagãos, o critério de juízo para se opor à Cruz é a razão. Com efeito, para estes
últimos a Cruz é morta, loucura, literalmente insipiência, isto é, um alimento sem sal; por conseguinte, mais
que um erro, é um insulto ao bom senso. Em várias ocasiões, o próprio Paulo fez a amarga experiência da
rejeição do anúncio cristão julgado "insipiente", desprovido de relevância, nem sequer digno de ser
considerado no plano da lógica racional. Para quem, como os gregos, via a perfeição no espírito, no
pensamento puro, já era inaceitável que Deus pudesse tornar-se homem, imergindo-se em todos os limites do
espaço e do tempo. Além disso, era decididamente inconcebível acreditar que um Deus pudesse acabar numa
Cruz! E vemos como esta lógica grega é também a lógica comum do nosso tempo. O conceito de apátheia,
indiferença, como ausência de paixões em Deus, como poderia compreender um Deus que Se tornou homem
e foi derrotado, e que depois chegaria mesmo a resgatar o Seu corpo para viver como ressuscitado? ‘Ouvir-te-
emos falar sobre isto mais uma vez’ (At 17, 32), disseram com desprezo os atenienses a Paulo, quando ouviram
falar de ressurreição dos mortos. Julgavam uma perfeição o libertar-se do corpo, concebido como prisão; como
não considerar uma aberração o resgate do próprio corpo? Na cultura antiga, não parecia existir espaço para a
mensagem do Deus encarnado. Todo o acontecimento ‘Jesus de Nazaré’ parecia ser caracterizado pela mais
total insipiência e, sem dúvida, a Cruz era o seu ponto mais emblemático.…”(BENTO XVI, op.cit.).

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para a Igreja de Cristo

- Não faz sentido para a lógica humana o resgate da humanidade através da morte de Jesus na cruz do Calvário.
Entretanto, foi precisamente assim que Deus trouxe a salvação ao homem, que o Senhor resolveu o problema
do pecado, que era insolúvel para o homem e quem crer nesta pregação, alcança a redenção e passa a ter vida
em Cristo Jesus, passa, novamente, a desfrutar da perdida comunhão com o seu Criador. Como afirma John
Stott, “…a cruz a tudo transforma. Ela dá um relacionamento novo de adoração a Deus, uma compreensão
nova e equilibrada de nós mesmos, um incentivo novo para nossa missão, um novo amor para com nossos
inimigos e uma nova coragem para encarar as perplexidades do sofrimento.…”(STOTT, John R. W. A cruz
de Cristo. p. 5. Disponível em: http://www.4shared.com/get/35388561/d98bee4a/John_R_W_Stott_-
_A_Cruz_de_Cristo.html Acesso em 03 mar. 2009).

- Os que creem em Jesus, os que ouvem a “palavra da cruz”, entretanto, percebem que esta cruz não é nem
escândalo, nem tampouco loucura, mas, sim, “poder de Deus” e “sabedoria de Deus”. “…Quando o mundo,
pela sua sabedoria, não conheceu a Deus na sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os homens usando um meio
que aos sábios parece loucura; é por isso que tornou ineficaz a inteligência e o raciocínio humanos. Essas
qualidades do homem, assim como muitas outras, foram postas de lado, dando lugar à palavra da cruz,
caminho único para conhecermos e agradarmos a Deus: ‘ Cristo crucificado, para salvar os que creem’…”
(NYSTRÖM, Samuel. Jesus Cristo, nossa glória. 2.ed., p.35).

- “…Para entrarmos na posse dessa sabedoria tão elevada — Cristo crucificado — desde os tipos e sombras
do Velho Testamento até as realidades efetivas do Novo, não nos bastaria um esclarecimento teórico, mas
uma experiência, como diz Pedro: ‘graça e paz vos sejam multiplicadas no pleno conhecimento (epignosis)
de Deus e de Jesus nosso Senhor, visto que o Seu divino poder nos tem dado tudo o que diz respeito à vida e
à piedade, pelo pleno conhecimento dAquele que nos chamou por Sua glória e virtude’. Quem estiver
‘sem fruto, no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo, é cego, vendo só o que está de perto, porque
se tem esquecido da purificação dos seus pecados antigos’, I Pe. 1.2,3-8. Portanto não se trata somente de
conhecer Cristo por tradição ou leitura, mas de ter uma íntima comunhão com Ele, em pessoa, na vida diária,
dando-lhe o lugar de Senhor na direção dos sentimentos, pensamentos, palavras e ações.…” (NYSTRÖM,
Samuel. op.cit. pp.52-3) (destaques originais).

- Ao termos um encontro pessoal com Jesus Cristo, ao sentirmos a Sua presença em nós, ao termos a
experiência da salvação, então não há como deixarmos de reconhecer que a cruz é poder de Deus e
sabedoria de Deus, que lá no Calvário, Jesus conquistou a nossa vitória sobre o pecado e sobre a morte, como
também nos trouxe a possibilidade de termos vida eterna. Como ensinou o pastor Kemuel Sotero, pastor-
presidente da Assembleia de Deus em Aribiri – Vila Velha/ES, em reunião de obreiros na Assembleia de Deus
do Belenzinho-São Paulo/SP, em 2 de março de 2009, no Calvário, cumpre-se aquilo que havia sido figurado
no “enigma de Sansão”: “…Do comedor saiu comida, e doçura saiu do forte.…” (Jz. 14:14 “in medio”). Na
cruz do Calvário, o Senhor Jesus venceu o forte, que era o império da morte, de posse do diabo (Hb.2:14) (o
leão de onde saiu o mel era um leão morto, era uma caveira, símbolo da morte – Jz.14:8), como também dali
nos trouxe vida, e vida com abundância, através da “palavra da cruz”, pois a Palavra de Deus é mais doce do
que o mel (Sl.119:103).

- Sem darmos o devido valor à “palavra da cruz”, ao significado sublime e singular da morte e ressurreição de
Jesus Cristo na salvação da humanidade, jamais alcançaremos a salvação, jamais experimentaremos o poder
de Deus e a sabedoria de Deus que estão disponíveis a todos os homens que crerem no Evangelho, pois, como
disse o poeta sacro traduzido/adaptado por Paulo Leivas Macalão, “…nunca mais vai ser ouvido outro conto
de amor, que converta o perdido e rebelde pecador, como o santo Evangelho, que nos fala de perdão e
transforma o homem velho numa nova criação” (estrofe do hino 322 da Harpa Cristã).

- Não foi, aliás, por outro motivo, que o escritor inglês John Bunyan (1628-1688), na sua alegoria O peregrino,
pôs como um dos primeiros adversários de Cristão (a personagem principal do livro) na sua jornada para a
Cidade Celeste o Sábio-Segundo-o-Mundo, cujo trabalho, dizia Evangelista (aquele que pregou o Evangelho
a Cristão) é desviar o Cristão do caminho da salvação, tentar fazer com que se aborreça da cruz e encaminhar

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o Cristão para uma vereda que conduz à morte. Por isso, diante da sabedoria segundo o mundo, o crente deve:
“…1.º – Repudiar a quem te desviou do caminho, erro em que caíste, e que equivale a desprezar o conselho
de Deus para seguir o do homem. O Senhor disse: Porfiai em entrar pela porta estreita.” (Lucas 13:24). Para
essa porta é que te dirigias. ‘Porque estreita é porta que conduz à vida, e poucos são os que acertam com ela.”
(Mateus 7:13-14). Esse malvado desviou-te daquela porta, e do caminho que a ela vai ter, para lançar-te na
perdição. Odeia, pois, o seu procedimento, odiando-te também a ti mesmo por lhe haveres prestado ouvidos.
2.º – Detestar aquele que diligenciou que a Cruz te repugnasse, porque deves preferi-la a todos os tesouros do
Egito (Hebreus 11:25-26). Além do que, o Rei da Glória disse-te que ‘aquele que salvar a sua vida perdê-la-
á’ e ‘se alguém vem após mim e não aborrece seu pai e sua mãe, filhos, irmãos e mulher e irmãs, e a sua
própria vida, não pode ser meu discípulo’ (Marcos 8:35; Lucas 14:26-27; João 12:25; Mateus 10:37-39). Por
isso te digo que uma doutrina que busca persuadir-te de que é morte aquilo que a Verdade disse que é
indispensável para se obter a vida eterna, é uma doutrina abominável e que deves detestar. 3.º – Aborrecer
aquele que te encaminhou para a senda que conduz ao mistério da morte.…” (BUNYAN, John. O peregrino.
Digitalizada por Carlos_boas@hotmail.com. Disponível em:
http://www.4shared.com/get/67585095/a4f9d0fa/_ebook_-_evanglico__John_Bunyan_-_Livro_-
_O_Peregrino.html Acesso em 03 mar. 2009 pp.12-3).

- O Evangelho de Jesus Cristo está centrado na “palavra da cruz” e, enquanto não assumirmos o vitupério
de Cristo, deixando os tesouros do Egito (Hb.11:26), jamais conseguiremos entender o poder de Deus e a
sabedoria de Deus. Precisamos entender o significado desta mensagem e sair fora do arraial, levando o Seu
vitupério (Hb.13:13). Pregar o Evangelho é reconhecer a fragilidade do homem, é reconhecer a sublimidade
do amor de Deus, é entender que somos menos que nada e que Cristo é tudo para nós. Mas, para assim
procedermos, é indispensável que renunciemos a nós mesmos, que deixemos toda a vaidade humana, que nos
humilhemos aos pés do Senhor e muitos, como homens destes dias trabalhosos, na sua arrogância e presunção
rejeitam este convite do Salvador e não aceitam a “mensagem da cruz”.

- A “mensagem da cruz” declara que o homem é insignificante, embora seja amado, e muito amado, por Deus.
Por meio do Evangelho, toda a criação humana é deixada de lado, porquanto Deus escolheu as coisas vis deste
mundo e as desprezíveis e as que não são para aniquilar as que são (I Co.1:28). No Evangelho, nenhuma carne
se gloria perante o Senhor; no Evangelho genuíno e autêntico, não há grande diante de Deus. Por isso, muitos,
hoje, na sua arrogância, na sua soberba, na sua vaidade, já estão a pregar um outro evangelho.

- A “mensagem da cruz” não “alisa” o ser humano. Mostra o homem na realidade de sua miséria espiritual
quando se encontra sem Deus e sem salvação. Mostra a total inutilidade da força dos homens, que é mais fraca
que a fraqueza de Deus; mostra a total ignorância e loucura dos homens diante da sabedoria de Deus (I
Co.1:25).

- A “mensagem da cruz” traz-nos a realidade de que, para sermos alguma coisa, temos de ser de Jesus Cristo,
de deixar de viver para nós mesmos e passarmos a viver inteiramente para o Senhor. Temos de reconhecer
que passamos a ser de Jesus, a ser propriedade de Cristo, a sermos seus “servos” (e aqui a palavra grega é
“doulos”, que significa escravo) e que Jesus Cristo, e só Ele, é grande e que foi feito por Deus sabedoria e
justiça, e santificação, e redenção. Assim, quem se gloria somente pode se gloriar no Senhor (I Co.1:30,31).
OBS: “…Nossos pecados o colocou aí. De sorte que, longe de nos elogiar, a cruz mina nossa justiça própria. Só podemos nos aproximar dela
com a cabeça curvada e em espírito de contrição. E aí permanecemos até que o Senhor Jesus nos conceda ao coração sua palavra de perdão e
aceitação, e nós, presos por seu amor, e transbordantes de ação de graças, saíamos para o mundo a fim de viver as nossas vidas no serviço dele.…”
(STOTT, John R.W. op.cit., p.5).

- O apóstolo mostra que os problemas enfrentados pela igreja em Corinto eram resultado direto deste
menosprezo que a “mensagem da cruz”, que tinha sido a mensagem por ele anunciada quando chegara a
Corinto (I Co.2:1,2), era a causa de todos os problemas que haviam sido relatados a ele, seja pelos familiares
de Cloé, seja pelo primeiro escrito que antecedeu esta carta inspirada que ora estamos a estudar.

- De igual modo, a problemática da igreja nos dias hodiernos está, em boa parte, relacionada com o
menosprezo que a “mensagem da cruz” tem sido tratada na atualidade em nossas igrejas locais. Não há mais

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para a Igreja de Cristo
temor nem tremor por parte dos pregadores, que têm substituído esta mensagem por outras que sejam mais
conformes seja à religiosidade, seja à sabedoria humana. Temos, lamentavelmente, assistido a muitos que tem
trocado “a palavra da cruz” pelas palavras persuasivas de sabedoria humana, não mais a retórica greco-romana
dos dias de Paulo, mas as técnicas de neurolinguística, pela psicologia e, pasmem muitos, até mesmo pelas
técnicas esotéricas da Nova Era (que outra coisa não é o hipnotismo que tem sido usado por certos
“pregadores” em seus “sinais sobrenaturais” como a “risada santa”, a “fanerose” — o “cai-cai?”— e outras
“neobobagens” dos nossos dias?).
OBS: “…Líderes pentecostais participam de encontros pela unidade, paz e compreensão mundial com políticos ateus, com positivistas, com
líderes religiosos budistas, hinduístas, com os líderes da igreja do Rev. Moon, com líderes afros, e firmam acordos de paz e compreensão, e,
percebendo ou não, sutilmente abandonam a mensagem do Cristo crucificado e aceitam a mensagem do Jesus universal. Sim, porque o Jesus
universal, aquele Jesus carinhoso, bom, que pregou a paz e viveu entre os homens pode ser aceito por todos os segmentos religiosos (…) Quase
ao fim da caminhada lembrei-me da posse do Barak Obama como presidente dos Estados Unidos. Enquanto escrevo este artigo ele ainda não
tomou posse. Vi a agenda dos pregadores. Tempos atrás o maior pregador do século XX, Billy Graham pregava e orava na posse de presidentes,
e era dele a frase, ‘a Bíblia diz’ repetida por pregadores em todo mundo. Hoje, na posse de presidentes e governadores ninguém pode dizer, ‘a
Bíblia diz’ com a autoridade de Billy Graham, porque os pregadores mais lúcidos e famosos são os que trabalham pela paz e compreensão das
raças e das religiões, e não os que declaram a supremacia da palavra de Deus, o Cristo de Deus e a Bíblia sobre as demais coisas.(…) Citei apenas
o que ocorrerá durante a posse de Obama como exemplo de como uma nova era entrou, deixando para trás lentamente a era de Cristo. Sim, porque
o Jesus homem, o pregador da paz, o inspirador de livros de autoajuda, o Jesus que vende, o Jesus do Mercado é aceito por todas as religiões,
enquanto o Jesus, chamado Cristo, o Salvador da humanidade está sendo deixado de lado, especialmente por grande ala da igreja pentecostal. É
de lastimar que a igreja pentecostal esteja ornando a estrada por onde o futuro homem da iniquidade caminhará e estabelecerá seu governo mundial.
Os líderes pentecostais no mundo e no Brasil andam de mãos dadas com os líderes religiosos do mundo. É a paz, a inclusão a nova ordem mundial.
Ver pastores pentecostais sendo fotografados ao lado de pessoas que nada tem de cristãos é evidência de como as duas eras, a de Cristo, o Ungido
e a de Aquários ou da Nova Era intrinsecamente se entrelaçam pavimentando a história. Concluindo, posso afirmar que de maneira lenta e
inexorável entramos numa era em que a doutrina apostólica, e a doutrina de Cristo foram maquiadas para poder se encaixar na nova ordem mundial.
E os grandes maquiadores temos sido nós, os pentecostais.…” (SOUZA FILHO, João A. de. Entramos numa nova era. 17 jan.2009. Disponível
em: www.juliosevero.com Acesso em 03 mar. 2009).

- A “palavra da cruz” continua superior a tudo quanto possa ser criado ou inventado pelo homem, como
também tudo o que possa ser sugerido pelo diabo. Não podemos suprimir esta mensagem, pois só ela provém
do Espírito de Deus e ninguém pode revelar as profundezas de Deus senão o Espírito de Deus. Não poderemos
nos tornar homens espirituais se não ouvirmos e crermos na “mensagem da cruz”. Precisamos nos voltar para
a cruz de Cristo, sem o que estaremos irremediavelmente perdidos, juntando-nos a judeus e a gentios na eterna
perdição. Só os crentes, só os integrantes da Igreja serão arrebatados e, para tanto, é necessário ouvirmos,
crermos e praticarmos a “mensagem da cruz”. Que, efetivamente, possa ser uma realidade em nossas vidas o
que foi exclamado, com tanta devoção, pelo poeta sacro norte-americano George Bennard (1873-1958),
traduzido por Antônio Almeida e/ou F.A.R. Morgan: “Sim, eu amo a mensagem da cruz, ‘té morrer eu a vou
proclamar; levarei eu também minha cruz, ‘té por uma coroa a trocar” (refrão do hino 291 da Harpa Cristã).

Colaboração para o Portal Escola Dominical – Ev. Caramuru Afonso Francisco

Portal Escola Dominical – www.portalebd.org.br


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