Sistema de governo e separação de poderes MICHEL TEMER
.-tZ-C'! ev^c ç, 5 Estado é fruto do Poder, da uma concentração de poder no Legis- cada um se atribue, fundamento da por teias de aranha, mas que seja O tanto. soberania "popular, do poder constitucional. É o Poder, por- lativo (enquanto soma de competên- cias), que o coloca em nivel superior ao do Executivo. A este remanesce, teoria dos freios e contrapesos. O presidencialismo com ela (teoria da tripartição) consoa, já que é invocado a todo instante em que a ^ autoridade executiva se desmande:;; Que haja èfetivo controle, pelo Con- A Constituinte disciplina a utiliza- apenas, uma- fração da atividade igualitária a distribuição de compe- gresso Nacional, do desempenho doso ção do Poder por meio de regras tradicionalmente executiva: a de tências entre os órgãos do poder. Isto detentores dos Poderes Executivp^e,. sistematizadas num documento cha- representar o Estado nas suas rela- 'posto, convém registrar que todas as Judiciário. E que se estabèleçânt.. mado Constituição. Ao discipliná-lo ções internacionais. Estamos falan- vezes em que, no Brasil, se desequili- mecanismos constitucionais de auto- estabelece como será exercido e do, até agora, do parlamentarismo brou a balança do poder, os resulta- controle do Legislativo. Até mesmo" puro. com a fixação, no novo texto magno^, a uem o exercerá. Daí os detentores e esempenhantes das atividades legis- lativa, executiva e judiciária. Dentre No chamado parlamentarismo mis- to verifica-se a outorga de menor dos não foram, felizes. Assim aconte- ceu quando se instalou o parlamenta- rismo brasileiro, desastre político incontestado. Maus frutos também da possibilidade de certo número, de^ eleitores deflagrar, perante a Cama-' ra dos Deputados, o processo .'de- estes avulta a figura daquele que número de competências ao Legisla- foram colhidos quando, no presiden- responsabilização política de quaj-r, "gerenciará" a execução da função tivo. Sempre, porém, deslocamento cialismo, agigantou-se o Executivo quer governante. ,.-..;, conhecida também como adminis- de funções tipicamente executadas em razão da maior soma de atribui- trativa, ou de governo. É peça para o órgão legislativo. Formam-se, ções que se lhe conferiu (relembre-se Se o momento da Constituinte^ fundamental uma vez que a boa até, dois centros exercentes de ativi- 1937/45, 1964/82). Tudo porque, tam- oportunidade histórica para a mu.-;? administração depende de seu de- dades administrativas o que gera bém nesta hipótese, desequilibrou-se dança do sistema de governo, como" sempenho eficiente. inevitáveis crises conforme já tive- o sistema de paritariedade entre os mos oportunidade de registrar em querem os parlamentaristas, tanv Disto se extrai a impossibilidade de órgãos do poder. bém o é, para o estabelecimento -dè«.; discutir o sistema de governo sem artigo anterior (Folha, pág. A-3, 15/06/87). um sistema de equilíbrio de poderes.,; enfrentar o tema da separação de A democracia, portanto, no Brasil, em que nenhum deles seja superior., poderes. No presidencialismo (puro) há uma nada tem a ver com o sistema de ao outro. E isto pode dar-se comro" No debate relativo ao sistema de distribuição mais equânime de com- governo a ser adotado. Tem a ver presidencialismo. ~'l'lJ- governo, não se tem levado ao povo a petências entre os órgãos do poder: o com o sistema de equilíbrio de De toda a forma, como as instituis"- explicação adequada da mecânica Legislativo legisla, o Executivo ad- poderes. E diferente a hipótese de ções, para serem fortes, devem teç- parlamentarista e presidencialista. ministra, interna e externamente, e o alguns países que não têm forte apoio popular, insisto na tese de que o-»" Especialmente porque se tem igno- Judiciário julga. tradição presidencialista, como o Brasil. Aqui, equilibrados os poderes, sistema de governo deva ser plebiácl-,' rado a indispensável ligação lógica Sistema de governo, portanto e tado. Só assim pode iniciar-sé-fe* entre governo e poder. Veja-se;. repetindo, é matéria imbricada com assegura-se a prática democrática. Basta que o Legislativo utilize, com solidificar-seuma tradição. *iiz No parlamentarismo desloca-se a divisão do poder. Assim, o parla- uma parcela da atividade executiva mentarismo destoa da teoria pura da vigor, a figura do impedimento do para o Poder Legislativo. Este, sobre tripartição do poder, em que a presidente da República e de outras MICHO. T t M t i . 46, advogodo, é deputado fodoroI legislar, passa, também, a executar. harmonia e a independência de cada autoridades do Executivo. Que o {PMDB-SP) • profetsor da Direito Conslifuc)onat>íio~ PUC-SP; foi tecratárlo do Segurança Pública (governa, No parlamentarismo, portanto, há qual decorre do "peso" igual que a "impeachment" não fique recoberto Monloro) e procurador-geral do Eitodo do Sõo Paulo. *^ '*