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PROPOSTA DE REVISÃO DO PROGRAMA DA REFORMA DO SECTOR DA JUSTIÇA SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

2016-2020

O DIAGNOSTICO DA JUSTIÇA

“A Constituição da República Democrática de São Tomé e Príncipe elege no seu artigo 7º a justiça e a legalidade como
princípio fundamental do Estado de Direito democrático com a salvaguarda dos valores fundamentais da vida
colectiva. Decorre deste princípio que sendo o sistema da Justiça um dos pilares do Estado de Direito, esta é uma das
funções de soberania fundamentais do Estado. Neste contexto, todo o cidadão tem direito a recorrer aos tribunais - artigo
20º - para defesa dos seus direitos, liberdades e garantias. Constitui ainda um factor de eficiência para o desenvolvimento
económico e social do País. Todos estes factores implicam melhorar a qualidade do Estado através da dignificação da
Justiça e de todos os seus agentes, combatendo a corrupção, agilizando o sistema processual e criando as condições para
que se restabeleça a confiança dos cidadãos no sistema. As reformas a realizar devem, assim, envolver todos os Órgãos
de soberania, utilizadores e operadores do sistema judiciário e respectivas instituições e ainda a sociedade civil.”[1]

Apos extensas consultas a todos os operadores e atores do sistema da justica bem como a sociedade civil, a missao do
PNUD de apoio de revisao do Programa da Reforma do Setor da Justica constatou que, em tracos gerais, os diagnosticos
realizados em 2009 e em 2011 mantem-se relevantes na análise dos problemas e na maioria das medidas identificadas
para a solucao dos mesmos. Nao obstante, entende-se que estes diagnosticos nao oferecem solucoes operacionais para
uma abordagem integrada assente em estrategias de colaboracao institucional capazes de viabilizar a transformação
profunda do sector da justiça de forma a responder eficientemente às necessidades dos cidadãos, inclusive dos mais
vulneráveis, bem como soluçoes que tragam alternativas para responder as necessidades de segurança juridica e
resoluçao do contencioso, capazes de atrair investimento e setor privado. Por outro lado, nao prioritizam solucoes de
promocao de acesso a justica dos cidados mais vulneraveis, nem solucoes que esta missao entende serem prioritarias para
a melhoria da eficacia e eficiencia da justica, tais como a titulo indicativo, a criacao de competencias especializadas nos
tribunais, e a institucionalizacao da arbitragem e mecanismos alternativos de resolucao de litigios, que poderiam
contribuir para a resolucao de pequenas causas, descongestionar os tribunais e trazer maior seguranca juridica e
credibilidade a todo o sistema.

Em tracos gerais o diagnóstico do setor pode resumir-se nos seguintes eixos:

 A falta de autonomia administrativa e financeira para a efetivacao da independência funcional do poder judicial e
a necessidade de maior transparencia na administracao da justica
 A morosidade, onerosidade e falta de eficiência e produtividade do sistema de justiça
 A insuficiencia de quadros e/ou recursos humanos insuficientemente capacitados e a consequente falta de
conceito de servico publico que se traduz na dispensa celere e eficaz da justica
 As infraestruturas e equipamentos inexistentes ou degradados e falta de meios materiais
 O congestionamento dos Tribunais, a excessiva burocracia e a falta de acesso ao direito e a justiça
 Um quadro legal civil obsoleto e a legislacao penal que carece de ser atualizada

Para alterar este quadro, o setor padece de uma credibilizacao a todos os niveis, e carece de uma transformacao e
mudanca de visao, estrategia e comportamentos e que so se podera alcancar com a participacao de todos os operadores
e atores, de uma forma inclusive e consensual, com medidas incrementais, capazes de demonstrar pequenas vitorias
que conduzam a motivacao de todos os envolvidos.

O primeiro passo para esta credibilizacao esta ja a ser dado atraves da implementação de um sistema de inspecçao, que
se quer regular, credível e com critérios universalmente aceites de inspeção judicial e do ministério público. Sera
necessario assegurar que este processo tenha em conta as especificidades da debilidade que o sistema da justica em Sao
Tome e Principe apresenta, de forma a que possa ser considerado rigoroso mas tambem pedagogico e justo, para que as

[1] Extracto to documento de programa da reforma da justiça 2011.


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suas conclusoes sejam implementadas e que possam levar a melhoria do sistema, definicao de criterios de produtividade
e ao investimento na capacitacao dos recursos humanos para que estes possam efetivamente contribuir para a eficiencia
e eficacia do sistema. Em seguida, e importante que o setor continue a dar passos concretos que possam trazer beneficios
imediatos aos operadores, aos cidadaos e utentes, inclusive nos distritos mais afastados bem como as empresas e
negocios. Para este efeito, recomenda-se que seja prioritizada a revisao das leis organicas necessarias para o bom
funcionamento do setor judicial incluindo a implementacao dos estatutos das carreiras e medidas de boa gestao e
produtividade, seguida da instalacao do Centro de Formacao Juridica que trara benificios a todo o sistema e medidas
urgentes de acesso a justica, incluindo a descentralizacao de servicos e a resolucao alternativa de conflitos.

A missao de revisao do programa da reforma recomenda como prioridades cronologicas na implementacao da reforma,
algumas das medidas contidas no Programa 1, 2 e 4 abaixo descritos a saber:

 o reforco de autonomia financeira e implementacao de mecanismos institucionais mais eficientes ao nivel da


reorganização do sistema judiciário (P1)
 o aumento do numero de magistrados no STJ e primeira instancia e a criacao do Centro de Formacao Juridica (P2)
 definicao de criterios de produtividade e gestao com base nos resultados (P2)
 medidas de celeridade dos atos processuais interlocutórios e recuperacao de atrasos processuais nas pendencias
(em particular ao nivel do processo executivo)(P2 e P3)
 medidas imediatas de acesso a justica e ao direito, inclusivamente a descentralizacao dos Tribunais e servicos da
justica, a informacao e consulta juridica, mediacao, conciliacao e arbitragem (P4)

Em resposta a este quadro geral, propoe-se a revisao do programa de reforma assente numa estratégia que visa a
transformação total do sector da justiça baseada na mudança profunda de comportamentos e atitudes dos servidores
da justiça; na incorporação de novos conceitos como a noção de produtividade, gestao com base em resultados,
prestação de serviços de qualidade em benefício dos cidadãos que devem passar a ser encarados como destinatários
dos serviços da justiça detentores de direitos e não simplesmente como utentes beneficiários de prestações cuja
justificação se centre na satisfação do interesse funcional do prestador.

VISAO E ESTRUTURA DO PROGRAMA

O desenvolvimento da justica em Sao Tome deve concretizar-se no quadro de uma sociedade aberta, plenamente inserida
no mundo globalizado, dinâmica, informada, actuante e respeitadora dos Direitos Humanos. Neste quadro, à
administração da justiça é reservada uma atenção particular, visando reforçar a independência da justiça, afirmar a sua
credibilidade no seio da sociedade, favorecer a sua modernização e celeridade, reforçar a segurança do comércio jurídico
e o combate à criminalidade enfim, adequar o sistema às exigências do desenvolvimento e afirmando-o como um dos
esteios de uma cultura de paz e da sociedade democrática.

No centro do processo da reforma, extensivo a todos os subsistemas da justiça, coloca-se o cidadão, de forma a construir
uma justiça ao serviço da cidadania e do desenvolvimento. A qualidade do serviço deve ser garantido por um sistema de
gestão coerente e sólida, munida de ferramentas modernas e baseada na transparencia e prestação de contas. Deste
modo, o eixo central das desta reforma acenta no desenvolvimento humano e institucional, em função dos objectivos
preconizados, garantindo as condições acessibilidade, a boa governação, e uma gestão responsável e prestadora de
contas.

De acordo com os destaques anteriormente sublinhados o Programa para Reforma da Justiça vai apresentar como visão:

“Uma justiça independente, transparente, eficaz e acessível que protege os direitos dos cidadãos, assegura o
desenvolvimento económico e garante a consolidação do Estado de direito democrático e o respeito pelos
direitos humanos”

E para ultrapassar os problemas identificados no diagnóstico formulado o programa articula-se à volta dos seguintes
programas e respetivos sub projectos em que se fundamentam as principais soluções propostas:
2
Programa 1 – Reforco de Princípios do Estado de Direito Democrático para um sistema de justiça mais independente e
transparente
Programa 2 - Um sistema de justiça mais eficaz e eficiente atraves do reforço de criterios de produtividade e das
capacidades humanas e materiais
Programa 3 - Modernizacao e simplificacao processual do quadro legal, respeitoso dos principios de direito
internacional
Programa 4 - Acesso ao direito, a cidadania e à justiça

PROGRAMA 1 - REFORCO DE PRINCIPIOS DE ESTADO DE DIREITO PARA UMA JUSTICA MAIS INDEPENDENTE E
TRANSPARENTE

O princípio da separacao de poderes e a independencia dos tribunais tem consagracao plena constitucional nos termos
dos artigis 69, 120 e 121 da Constituicao da Republica Democratica de Sao Tome e Principe. Nao obstante, constata-se
que para a independência da justiça ser efetiva não basta a consagração constitucional da separação de poderes tornando-
se necessário que as normas constantes da legislação ordinária, nomeadamente a nível das leis estatutárias e das leis
orgânicas, tenham condicoes materiais para se realizer e prevejam soluções concretas capazes de garantir a dignidade dos
cargos e a resolução de eventuais conflitos ou bloqueios que surjam no regular funcionamento interinstitucional. O
Governo deve criar as condições necessárias para que o Estatuto dos Magistrados do MP e Judiciais sejam implementadas,
para assegurar a sua efetiva independência. Os operadores da justiça trabalham no regime da exclusividade, por isso, um
compromisso rigoroso deve ser feito com questões remuneratórias bem como o cumprimento efetivo dos direitos
especiais e regalias inerentes à qualidade de magistrado, a fim de garantir a sua independência e consequentemente a
independência do sistema da justiça guineense. Por seu lado, A falta de transparência no exercício da justiça, para além
de ser um instrumento suscetível de ser utilizado para encobrir práticas abusivas e contrárias à lei, impede, sobretudo, o
conhecimento público das reais condições de funcionamento proporcionadas ao sector da justiça e pode constituir
obstáculo à responsabilização funcional e disciplinar dos titulares do judiciário. Neste sentido, sao necessarias medidas de
reforco da nocao de independência, tais como a revisao e implementacao de mecanismos institucionais mais eficientes,
reforco de autonomia financeira e condicoes institucionais para melhor dotacao e gestao orcamental bem como algumas
outras medidas de reorganização do sistema judiciário.Para alcançar os objetivos ao nivel da transparencia, sugerem-se
várias medidas adequadas a assegurar a pretendida transparência no sistema de justiça: a implementação de mecanismos
de controlo mais transparente da justiça e das contas da justica, de mecanismos de divulgação transparente de dados e
informações judiciárias e os mecanismos de luta contra a corrupção na administração em geral.

PROJETO 1 – Uma justica mais independente e transparente e ao servico do cidadao

 Objectivos:

 Reforco de autonomia financeira e condicoes institucionais com aumento das dotacoes e gestao orcamental
 Implementacao de mecanismos institucionais mais eficientes ao nivel da reorganização do sistema judiciário
 A implementação de mecanismos de controlo mais transparente da justiça, nomeadamente a inspecao e avaliacao
de resultados e das contas da justica
 Mecanismos de divulgação transparente de dados e informações judiciárias
 Mecanismos de luta contra a corrupção na administração em geral

 Descricao de Actividades:

1.1 Reforçar a autonomia financeira dos tribunais e melhorar o sistema de planeamento do orcamento para os Tribunais
assegurando nas DAF dos Tribunais e da PGR verbas para o regular funcionamento do Tribunal e da Procuradoria

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1.2 Implementar na íntegra as disposições estatutárias que garantam a independência dos magistrados judiciais e do
ministerio publico, nomeadamente preenchimento das vagas do STJ e nomeacao dos juizes necessarios para os
Tribunais da Primeira Instancia para eliminacao gradual da acumulacao de funcoes
1.3 Revisao da Lei de Bases do Sistema Judiciario relativamente ao mapa judiciario e estrutura mais eficaz do sistema,
institucionalizando um Tribunal de Relação ou de apelação para reapreciar em sede de recurso a tipificação feita em
primeira instância, ou atribuir a secção criminal do Supremo Tribunal de Justiça esta competência, com recurso ao
Pleno do Supremo Tribunal de Justiça
1.4 Estabelecimento das Jurisdições especializadas com prioridade para a laboral, a de família e menores, seguida da
administrativa e commercial;
1.5 Rever codigos das custas judiciais e agilizar procedimentos de pagamento e controlo da conta de custas
1.6 Publicar as estatísticas da Justiça, os orçamentos e as contas e os contratos celebrados, contribuindo para uma
maior eficiência, redução de custos e centralização da gestão de equipamentos (tarefa que cabe dentro das
competências da DAF);
1.7 Implementar os mecanismos de inspecao e supervisao bem como as medidas decorrentes da inspecao realizada de
forma sistematica e continua,
1.8 Assegurar a prestação de informação aos utentes sobre quais os serviços prestados e respetivos preços de forma
visível e acessível aos utentes, podendo, entre outras formas, utilizar-se a afixação de preçários com a informação
ou disponibilizar-se documento escrito (brochura) com as informações em causa.
1.9 Implementar um sistema de “sugestões e reclamações” nos serviços do sistema de justiça através de “livro de
reclamações e sugestões” ou “caixa de sugestões e reclamações” colocadas na recepção do serviço em lugar bem
visível e acessível ao público.
1.10 Reforcar medidas de apoio ao Gabinete de investigacao de crimes economicos e financeiros e luta contra a
corrupção junto da Procuradoria Geral da República
1.11 Apresentar publicamente, no início de cada anho judicial, um relatório consolidado sobre a situação na
administração da justiça e atividade judiciária, desde que não classificadas legalmente como sigilosas para assegurar
também a transparência

PROGRAMA 2 – MELHORIA DA ADMINISTRACAO DE JUSTICA PARA UMA JUSTICA MAIS EFICAZ E EFICIENTE

Para alcancar os objetivos de maior eficacia e eficiencia do sector da justica propoe-se a intervencao ao nivel de quatro
componentes (Projetos) que visam dotar o sistema de justiça de recursos humanos suficientes e qualificados e reforçar as
competências profissionais dos operadores de justiça; a adopção de medidas e mecanismos destinados a tornar mais
celeres e efetivas as decisões judiciais e, relativamente a dois serviços do Ministério de Justiça, a adoção de medidas de
reorganização interna (registos e notariado) e de reforço das respetivas competências (serviços prisionais); dotar a justiça
com as infraestruturas e meios materiais adequados ao seu funcionamento basico respeitante da legislacao que a regula;
e por fim estabelecer estruturas de coordenacao, planeamento e monitoria das políticas e programas necessarios a uma
efetiva reforma, atraves da implementacao do Conselho Nacional de Coordenação da Justica (de alto nivel) e demais
estrutras tecnicas onde se devem definir estratégias de planificação e de reforço da eficiência do sistema de justiça.

Projeto 1 – A JUSTIÇA É DOTADA DE RECURSOS HUMANOS SUFICIENTES PARA O BOM FUNCIONAMENTO DO


SISTEMA E DEVIDAMENTE CAPACITADOS

Objetivos:
 Dotar a justiça de recursos humanos adequados ao seu bom funcionamento em Sao Tome e na Regiao Autonoma
do Principe
 Dotar o sistema de justiça de recursos humanos suficientes e qualificados para o cumprimento da sua missão
 Reforcar as competências profissionais dos operadores de justiça

Descrição de atividades:

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1.1 Levantamento sobre o estado dos recursos humanos nas instituições do sector da Justiça, incluindo quadros
orgânicos, dotações de pessoal, descrições funcionais, existência de vagas não preenchidas nos Tribunais inclusive
para as jurisdicoes especializadas e demais servicos auxiliaries e de adequação do perfil do pessoal com a vaga que
ocupa ou pretenda ocupar
1.2 Elaborar os quadros orgânicos e de regulamentação de pessoal em todas as instituições do sector da Justiça e
proceder ao preenchimento das vagas existentes nas instituições do sector da Justiça
1.3 Completar a regulamentacao necessaria para instalacao do Centro de Formacao Juridica e Judicial no Pais incluindo
Lei Organica do CFJ, legislacao de acesso a carreira das magistraturas, regulamento da acao formativa e programa de
formacao teorico-pratica, formacao complementar bem como programas de formacao para os oficiais de justice.
1.4 Proceder ao levantamento e planificação das necessidades de formação inicial, contínua e especializada dos
operadores do sector da Justiça, incluindo funcionarios do Ministerio da Justica, Servicos de Registo e Notariado,
Conservadores e Notarios, e agentes dos serviços Prisionais.
1.5 Elaborar e implementar um plano de formação dos operadores da Justiça, programa de formacao teorico-pratica
para o acesso a carreira das duas magistraturas, formacao complementar bem como programas de formacao para
os oficiais de justice.Recomenda-se apoio para a realização prioritaria de cursos de acesso a carreira de magistatura
e Institucionalizar os cursos de formação inicial para ingresso na carreira dos Oficiais de Justiça das duas
Magistraturas até se completar o quadro de pessoal necessário nesta função
1.6 Assegurar as condições para a realização dos cursos de formação inicial para os agentes da Polícia de Investigacao
Criminal a ser ministrado tambem no CFJ
1.7 Instituir ações de formação inicial para funcionários dos Cartórios Notariais e funcionários das Conservatórias
1.8 Simultaneamnete celebrar convénios e parcerias com instituições internacionais para acoes de formação
especializada abrangendo os vários operadores na área da Justiça, de forma a iIntensificar ações de formação
especializada dos Magistrados Judiciais e do Ministério Público, oficiais e funcionarios judiciais e agentes da polícia
de investigacao criminal em instituições instituições congéneres internacionais, onde e quando se justificar
1.9 Instituir ações de formação na área de direitos e garantias fundamentais do cidadão e direitos humanos com
prioridade para a Polícia Nacional e Policia de Investigacao Criminal garantindo tambem a integracao das tematicas
nos programas de formacao das duas magistraturas.

Projeto 2 – A JUSTICA E DOTADA DE MEIOS MODERNOS DE APOIO A UMA GESTAO COM BASE EM CRITERIOS DE
PRODUTIVIDADE, CELERIDADE E OBTENCAO DE RESULTADOS

Objectivos:

 Modernização e melhoria na gestao de recursos humanos para todo o setor


 Aumento da produtividade dos Magistrados e funcionarios do setor da justica
 Aumento da celeridade processual e seguranca juridica e transparencia na gestao processual em todas as
instituicoes do setor
 Modernizacao dos servicos de registo e notariado e servicos prisionais

Descricao das atividades:

2.1 Elaborar uma política de gestão dos recursos humanos para instituições do sector da justiça e elaborar um plano de
recursos humanos com base nas necessidades reais do sistema (apos a revisao do mapa judiciario e lei de bases).
2.2 Implementacao de um Sistema Integrado de Gestão de Recursos Humanos no sector da justiça e digitalizacao dos
arquivos relacionados com os recursos humanos em todas as instituições do sector da justiça
2.3 Estabelecimento de regras e criterios para aumentar a produtividade dos operadores judiciários atraves dos
Conselhos Superiores que devem estabelecer as mesmas para os magistrados judiciais, magistrados do MP e dos
funcionários judiciais afetos a cada uma das magistraturas em todas as instâncias. A medição temporal da
produtividade assenta em períodos mensais e anuais e devem tomar-se em consideração os elementos estatísticos
com base no número de processos, a natureza e complexidade processual, o número de audiências de julgamento
realizadas, o número de decisões finais proferidas e a duração média de cada processo.

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2.4 Elaborar um Plano Nacional de Informatização da Justiça e estabelecer Célula(s) Informática(s) de gestão do sistema
que resulte num sistema integrado no sector da Justiça. Estudo das necessidades de informatização comecando pelo
MP, PIC, e Servicos Prisionais, seguido dos Tribunais e Servicos Registo e Notariado. O plano devera ser elaborado
em detalhe de forma participativa com os tecnicos dos setores e com recurso a assistencia tencnica e aprovado
pelas autoridades do CNCJ.
2.5 Operacionalizar o Plano e-justica por fases comecando pela aquisição, instalação e funcionamento do sistema de
base de dados e gestao processual e ligacao em rede.
2.6 Assegurar a celeridade dos atos processuais interlocutórios e da realização dos julgamentos inclusivamente a
simplificacao da tramitacao processual de Habeas Corpus. A presente atividade pressupõe a realização da revisão
autónoma, direta ou indireta, das principais leis procesuais, especialmente o Codigo de Processo Civil (eCodigo de
Processo Penal) encurtando-se prazos processuais para a prática de atos pelas partes, pela secretaria e pelos
magistrados e delineando um novo regime das faltas aos atos processuais e respetivas consequências. Os Conselhos
devem instruir, através de circular, no sentido do cumprimento rigoroso dos novos prazos sob pena de atuação
disciplinar através dos serviços de inspeção competentes. Relativamente aos atos a praticar pelas partes e advogados
deve aplicar-se, em caso de incumprimento, o sancionamento processual adequado, sem prejuízo das multas
pecuniárias e imprimir mais rigor na prevenção de manobras dilatórias cujo fim seja o de retardar o funcionamento
célere da justiça.
2.7 Adotar medidas adequadas à recuperação de atrasos processuais tais como, nos casos em que se verifiquem
pendências processuais em número significativo ou em que desde o início do processo estejam decorridos mais de
cinco anos sem existir decisão final, devem nomear-se magistrados auxiliares no respetivo tribunal em que tal
acontecer. A iniciativa da sua operacionalização aos respetivos Conselhos Superiores com a colaboração logística do
Ministério da Justiça.A atividade de recuperação de atrasos processuais deve assentar, sempre que possível, na
reafectação de pessoal, magistrados e funcionários, funcionalmente subaproveitados. Relativamente ao processo
executivo a recuperação dos processos deve ser efetuada através de brigadas de recuperação.
2.8 Agilizar os meios e as formas de execução das decisões judiciárias dada a fraca exequibilidade das decisões judiciais.
A alteração desta situação passa pela instalação completa dos juízos de execuções cíveis podendo ser tambem
considerado o modelo de “agente de execução” previsto para o espaço OHADA.
2.9 Melhoria e reorganizacao interna dos sistemas de registos e notariado, agilizando o seu funcionamento de forma a
garantir uma resposta célere e de qualidade.
2.10 Melhoria da gestao do sistema prisional e de reinsercao social inclusiva relativa a penas e medidas não privativas
de Liberdade incluindo definicao de estratégias para o sistema prisional face às necessidades do sistema de justiça
Sao Tomense e à realidade social do País

Projeto 3 - A JUSTIÇA É DOTADA DE INFRAESTRUTURA E MEIOS ADEQUADOS E SUFICIENTES PARA O SEU


FUNCIONAMENTO

Objetivos:

 Completar a implementacao da organica judiciaria prevista na Lei de Bases


 Dotar a justiça de meios adequados e suficientes para o seu funcionamento em todo o territorio
 Permitir permanencia dos operadores judiciais na Regiao Autonoma do Principe e distritos mais distantes
 Aumentar e melhorar as infraestruturas e os equipamentos das instituições que operam no sistema de justiça
 Melhorar e o combate a criminalidade
 Assegurar o cumprimento dos direitos humanos no tratamento dos reclusos

Descrição das atividades:

3.1 Em Agua Grande, separação física dos Tribunais de 1ª Instância, do Supremo Tribunal de Justiça e do Tribunal
Constitucional, devendo funcionar em 2 edifícios distintos, com as respectivas secretarias e secções
3.2 Informatizacao e sonorizacao da Sala de Audiencias, com sistema de gravacao e registo
3.3 Reabilitação dos edifícios do Tribunal em Agua Grande, provendo o sistema de apoio desde o mobiliário,
equipamento informático

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3.4 Melhoria de condicoes de trabalho no Juizo de Execucao de Penas incluindo a criacao do sistema de arquivo para os
processos findos
3.5 No Tribunal de Lemba reabilitar as instalações do Tribunal e da Procuradoria criando as necessárias condições de
segurança, celas para detidos, salas para a Ordem dos Advogados e para testemunhas e prover o equipamento
necessário para o seu normal funcionamento
3.6 Reabilitacao e melhoria das condicoes de trabalho no Tribunal Regional do Principe
3.7 Construir residências para os magistrados na Regiao do Principe e criar as condicoes necessarias para a deslocacao
imediata dos magistrados
3.8 Reabilitação-Expansao do Estabelecimento Prisional em S. Tomé com aumento de alas para a separacao de reclusos,
sistemas de canalização, electrificação e esgotos e melhoria dos espacos vocacionados para a reinsercao social
3.9 Construcao de um pequeno E.P. na Região Autónoma do Príncipe e dotacao de meios de transporte celular
3.10 Criacao de uma celula funcional da PIC na Regiao Autonoma do Principe
3.11 Criacao de um laboratorio forensico-cientifico para a Policia de Investigacao Criminal
3.12 Criacao das condicoes necessarias para a producao dos meios de prova necessarios para o Ministerio Publico
(prova forensica, pericial etc)

Projeto 4 – A implementacao da reforma da justica e assegurada atraves do reforco da coordenacao no


desenvolvimento de políticas e planeamento estrategico do sector da justica

Objetivos

 Lideranca nacional e concertacao para a implementacao da reforma da justica


 Assegurar um processo inclusivo e participativo necessario para o sucesso da reforma
 Estabelecer mecanismos de moniotoria e avaliacao da reforma

Descrição das atividades:

4.1 Criacao e institucionalizacao do Conselho Nacional de Coordenação da Justica


4.2 Criacao de estruturas de desenvolvimento, acompanhamento, implementacao e monitoria do Programa da Reforma
do Sector da Justica e contratacao de assessoria tecnica para areas relevantes
4.3 Criar de um mecanismo regional de coordenação das instituições com intervenção no sector da justica (RAP)
4.4 Organizacao de foruns regulares de discussao para análise de políticas e planeamento das estrategias do PRJ
4.5 Promover a realização anual de um encontro nacional de coordenacao da justica entre representantes do
mecanismo regional e nacional bem como autoridades distritais relevantes no apoio a justica de proximidade e
accoes locais de justica e seguranca
4.6 Organizar periodicamente os Estados Gerais da Justiça

PROGRAMA 3 – O QUADRO LEGAL E REVISTO E MODERNIZADO DE ACORDO COM OS PRINCIPIOS DE DIREITO


INTERNACIONAL

Não obstante a atividade legislativa desenvolvida regista-se ainda a falta de várias legislações relativas a diversas matérias
de Direito Público e Direito Privado, suscetíveis de melhorarem a eficácia do sistema da Justiça em Sao Tome e Principe.
É imperativo construir o direito substantivo e o direito adjetivo civil e rever alguns aspetos cruciais do penal baseando-se
em institutos e mecanismos modernos vocacionados para combater, prevenir e punir as novas e peculiares formas de
aparecimento da criminalidade moderna. A legislação de natureza civil deve, também, adequar-se á realidade
sociocultural do país e inflectir-se nas modernas tendências, de soluções ínsitas a nível de Direito Comparado. Impõe-se a
necessidade, em relação ao direito instrumental ou processual atual, da redefinição da sua estrutura tornando-a mais
simples, menos burocrática e mais célere e adequando-a às atuais expectativas dos cidadãos e das empresas. Por isso,
afigura-se pertinente adotar medidas com vista, a rever de uma maneira profunda e integral de forma incremental
legislações em vigor, tornando-as conformes aos compromissos internacionais, nomeadamente, os principais

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instrumentos internacionais ratificados em matéria de proteção dos direitos humanos e incorporando-os no direito
interno. Além disso, a maioria das leis, sobre a proteção crianças já não protege eficazmente essa camada social
vulnerável, e necessitade revisão e elaboração, em particular, de nova legislação que garanta a proteção de crianças
menores de idade em conflito com a lei, não só no domínio especificamente tutelar mas também no âmbito da regulação
do poder paternal e do direito a alimentos.

Projeto 1 – O quadro legal e acualizado e implementado

Objetivos

 Dotar Sao Tome e Principe de legislacao civil e processual civil propria e adaptada a realidade e necessidades
do país
 Rever e harmonizar legislacao penal substantiva com diplomas especiais bem como atualizacao pontual de
areas do direito processual penal
 Completar/rever os quadros organicos necessarios ao bom funcionamento do sistema da justica
 Melhorar as garantias juridicas na area laboral e comercial
 Estabelecer mecanismos de harmonizacao e fiscalizacao legislativa

Medidas

1.1 Revisao do Codigo de Direito Civil e Processo Civil com prioridade para a Lei da Familia e Estatuto Jurisdicional de
Menores e simplificacao da tramitacao processual civil com prioridade para os processos de execucao
1.2 Revisao de capitulos do Codigo Penal e de Processo Penal para harmonizacao com demais diplomas publicados
1.3 Publicacao de uma coletanea com as diversas leis especiais da area de justica criminal
1.4 Rever a legislação de incidência laboral de âmbito substantivo e processual
1.5 Revisao das Leis Organicas das Secretarias Judiciais e do Estatuto dos Funcionarios Judiciais
1.6 Rever o Codigo das Sociedades Comerciais e Codigo Administrativo
1.7 Criar ou rever novos diplomas legais sobre matérias especiais.
1.8 Assegurar a publicação e divulgação das legislações vigentes
1.9 Reforçar as atribuições do GEPOL em termos de Política Legislativa do MJ em termos de estudos base para a
reforma legislativa
1.10 Estabelecer um observatorio/comissao inter disciplinar para harmonizacao e fiscalizacao da reforma legislativa
1.11 Assegurar assistência técnica à Comissão Permanente dos Assuntos Legislativos da AN (1ª Comissão)

Projeto 2 – O direito interno esta conforme a legislacao internacional e o pais cumpre os compromissos assumidos
nas convencoes internacionais de direitos humanos

Objetivos:

 O direito interno é conforme à legislação internacional


 As autoridades nacionais cumprem os compromissos assumidos nas convenções internacionais sobre direitos
humanos e no Exame Periodico Universal

Descricao de Atividades:

2.1 Incorporar convenções internacionais sobre direitos humanos na ordem jurídica interna e ratificar as convencao ja
assinadas
2.2 Instituir a figura do Provedor de Justica ou Comissao Nacional dos Direitos Humanos
2.3 Implementar medidas e mecanismos previstos nas Convenções Internacionais ratificadas por Sao Tome
2.4 Elaborar atempadamente os relatórios temáticos exigidos pelas convenções internacionais com incidência na área
da justiça
2.5 Implementar as recomendações efetuadas pelo Concelho para os Direitos Humanos e o Exame Periodico Universal

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2.6 Implementar um sistema de monitoramento sobre os Direitos Humanos e Igualdade de Género com inclusao da
sociedade civil

PROGRAMA 4 – A JUSTICA E DESCONCENTRADA E DESCENTRALIZADA E OS CIDADAOS TEM MELHOR ACESSO AO


DIREITO, CIDADANIA E A JUSTICA

Reconhece-se que o acesso a Justiça necessita de um reforço da presença da justiça estadual em todas as regiões do Pais
incluindo na Regiao Autonoma do Principe, sabendo no entanto, atraves de experiencias comparadas, que as necessidades
de justica de cidadaos nem sempre passa pelo recurso aos Tribunais. Por isso, aposta-se, não só na melhoria do
funcionamento dos tribunais, e outras instituicoes que funcionam no sector da justiça tais como o Servico de Registos e
Notariado, como também na criação de novas solucoes menos onerosas nas zonas mais desfavorecidas, que providenciem
servicos basicos de informacao e consulta juridica e que facam a triagem e encaminhamento de casos mais graves para as
instituicoes relevantes. O Programa propoe a analise de solucoes que apostem na informacao, consulta e assistencia
basica “de primeiros socorros” a semelhanca de outros paises da regiao, assente em Centros de Acesso a Justica ou Casas
do Direito, onde não só se presta informação e consulta jurídicas mas também informação e assistência na obtenção de
serviços básicos da cidadania, como uma certidão de nascimento, bilhete de identidade e outros documentos e
informacao sobre formas de acesso a servicos basicos da administracao publica sem os quais o cidadão não consegue
fazer valer as suas necessidades essenciais de direitos e justiça.

Procura-se melhorar o acesso com a oferta de servicos mas tambem atraves de ações de disseminação de informação e
sensibilização das populações em todas as regiões do País sobre as leis e os direitos da cidadania, incluindo os direitos
humanos. Propoe-se tambem solucoes experimentais assentes em parcerias publico-privadas entre o Estado, a Ordem
dos Advogados, a Universidade de Direito, a policia nacional e policia local e as organizacoes da sociedade civil que tenham
presenca nos distritos mais afastados, de forma a que o acesso possa ser baseado em solucoes locais para problemas de
justica locais, que muitas vezes diferem das necessidades sentidas na capital do pais. Para melhorar a certeza juridica e
garantir uma atuação do sistema de justiça que confira aos investidores e demais agentes económicos maior confiança e
segurança e que torne mais céleres e transparentes os processos e decisões judiciais no dominio dos negocios, propõem-
se mecanismos alternativos de resolução de conflitos atraves da arbitragem e atividades de mediação e conciliação para
tratamento do contencioso fora dos tribunais, sempre que possivel.

Projeto 1 – Os servicos de justica estao mais proximos do cidadao e os mecanismos alternativos de resolução de
litigios e desjudicialização de conflitos são implementados

Objectivos

 Medidas de descentralizacao do judiciario de de criacao de servicos de informacao e consulta juridica sao


tomadas com base em conheceimento das necessidades reais em termos de justica dos cidados nos distritos
fora da capital
 As capacidades das ONGs e organizações de base sao reforçadas em matéria de promoçao e proteção dos
direitos humanos e da cidadania
 Os cidadãos, nomeadamente os mais vulneráveis, têm acesso à justiça
 Os mecanismos alternativos de resolução de conflitos são implementados e funcionais

Descrição de atividades

1.1 Estudo sobre as necessidades de acesso a justica em todos os distritos do país com enfase nos grupos mais
vulneraveis e carenciados
1.2 Realizacao de um levantamento e inquérito sobre as condições de funcionamento do sistema judiciário para aferir
objetivamente da necessidade de criação de uma nova estrutura judiciária inclusivamente da instalacao dos
tribunais distritais de Mé-Zóchi, Cantagalo e Caué

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1.3 Reforcar a colaboracao e coordenacao dos actores de justica e seguranca ao nivel distrital e local atraves de
lançamento de iniciativas piloto de justica local nos distritos mais remotos com base em modelos de justica
itenerante, planos de accao comunitarias e parcerias locais (policia, comunidade) inclusive com estudantes do curso
de direito da Universidade de Sao Tome e Principe
1.4 Fortalecer e reforçar a capacidade das ONG e organizações de base em termos de capacidades de intervenção,
monitorização e advocacia em matéria de defesa e proteção dos direitos humanos e da cidadania
1.5 Instituir e tornar efetivamente operacionais mecanismos alternativos e extrajudiciais de resolução de contendas
comerciais e de cobrança judicial ou extrajudicial de dívidas comerciais das empresas atraves da instalacao do
Centro de Arbitragem na capital
1.6 Implementacao da lei n.º 9/2012 com a Criação do Gabinete de Informacao e Consulta Jurídica e elaboração de
parcerias com a Ordem dos Advogados e USTP para estabelecer um serviço unico destinado a assegurar o patrocínio
oficioso, informação e consulta jurídica, serviços de Mediacão e Conciliacão com presença nos distritos mais
remotos do territorio nacional e regiao autonoma do Principe (Casas da Justica/Direito)
1.7 Realizar cursos de formacao de formadores em mediação e de conciliação com módulos de formação em área dos
direitos humanos
1.8 Regulamencao e divulgacao da lei da Assistencia Judiciaria e simplificacao dos meios de obtencao de atestado de
insuficiencia economica para isencao de custas e preparos
1.9 Revisao e implementação do Codigo e Regulamento das Custas Judiciais
1.10 Concluir a descentralisação dos postos de serviços de registo e notariado em todos os distritos do pais e na
Regiao Autonoma do Principe

Projeto 2 – Implementacao da legislacao e mecanismos de protecao e apoio as vitimas de violencia domestica e


violencia com base no genero

Objetivos

 Institucionalizar mecanismos operacionais de cooperaçao entre as instituicoes do sector de justica, seguranca e


saude para maior protecçao e acesso a justiça das vítimas
 O estatuto da vitima e adoptado e implementado de acordo com padroes internacionais
 Assegurar a divulgação dos direitos e instrumentos de proteção dos direitos das mulheres e das crianças
 Implementar estratégias de prevençao da violencia domestica e com base no género

Descricao de Atividades:

2.1 Em coloboracao com os Ministerios relevantes, contribuir para a implementacao de mecanismos de proteção e
apoio às vítimas de violência familiar atraves da implementacao da Lei da Violencia Domestica
2.2 Institucionalizar e apoiar mecanismos operacionais da REDE VIDA bem como mecanismos de cooperacao entre
todas as instituicoes do sector de justica e seguranca para o combate a violencia domestica e abuso de menores
2.3 Apoiar na reativacao e funcionamento da linha de atendimento SOS 24/7
2.4 Criar mecanismos de prioritizacao e celeridade no MP, PIC e Tribunais nos casos de violencia domestica e abuso de
menores para combater a impunidade nesta área
2.5 Assegurar a prestacao de informacao e mais transparencia por parte das instituicoes da justica a entidades e
organizacoes de combate e apoio a violencia domestica
2.6 Desenvolver e implementar o Estatuto da Vitima e garantir medidas como a isencao de pagamento de taxa de
exame medico pelo cidadao nos casos de natureza criminal
2.7 Prosseguir com a divulgação dos direitos e instrumentos de proteção da mulher e crianca
2.8 Desenvolver e promover ações de prevenção e combate à violencia com base no genero e abuso de menores em
parceria com o Ministerio de Emprego e Assuntos socias, MP, PIC e PN incluindo policía local
2.9 Promover e prestar assistência social às crianças vítimas de violência

Projeto 3 – Os cidadaos tem conhecimento dos seus direitos e do funcionamento da justica

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Objetivos

 Os cidadãos têm conhecimento dos seus direitos e do funcionamento da justiça.


 Estabelecer mecanismos e as redes de coordenação, concertação e monitoramento das campanhas de
sensibilização

Descricao de Atividades

3.1 Realizar um inquérito para obter dados específicos sobre o conhecimento das leis e dos direitos humanos e da
cidadania
3.2 Estabelecer parcerias entre a OA, Universidade de Sao Tome, actores da justica e uma rede que incorpore as ONG,
as associações de base, as autoridades locais para a formulacao e implementacao de um programa de educacao
civica sobre direitos, cidadania e justica
3.3 Identificar um mecanismo/organismo coordenador do programa de educação cívica.
3.4 Constituir, dentro do organismo coordenador, um comité para a definição da estratégia para o programa de
educação cívica e a difusão dos direitos fundamentais.
3.5 Elaborar um programa de educação cívica com um plano de execução virado para o direito e a justiça e elaborar os
curricula e outros materiais para o programa de formação na área de educação cívica.
3.6 Elaborar e executar um programa de formação dos formadores do programa de educação cívica nos módulos
específicos de educação cívica adotados
3.7 Identificar e estabelecer uma rede de animadores que serão responsáveis pela implementação do programa de
educação cívica nas suas respectivas regiões.
3.8 Formar, capacitar e exercer acompanhamento dos membros da rede de animadores do programa de educação
cívica.
3.9 Executar campanhas de sensibilização e informação sobre leis, funcionamento da justica, direitos humanos e o
direito da cidadania
3.10 Criar e executar programas radiofónicos de sensibilização e informação sobre leis, sobre os direitos humanos e o
direito da cidadania
3.11 Realizar campanhas de sensibilização e informação sobre as leis, sobre os direitos humanos e o direito da
cidadania e sobre o direito dos cidadãos à segurança pessoal, direcionadas às autoridades estaduais locai
3.12 Monitorar a implementação das atividades de educação cívica.

 MECANISMO DE SEGUIMENTO DA REFORMA DA JUSTIÇA

Para o seguimento do processo de reforma da justiça propõe-se a criação de um Grupo Temático para a área da Justiça e
Direitos Humanos (GTJDH) enquanto o Conselho Nacional de Coordenacao da Justica ainda nao esta criado. O objectivo
da criação deste Grupo Temático é, antes de mais, garantir uma maior apropriação pelos parceiros nacionais das reformas
na área da justiça e de reforçar as suas capacidades de coordenação e harmonização dos apoios para o sector da justiça,
bem como o alinhamento das prioridades que foram definidas nas estratégias nacionais em conformidade com os
princípios da Declaração de Paris sobre a eficácia da ajuda. Para uma melhor articulação das intervenções no terreno e
uma ampla participação de todos os intervenientes no domínio da justiça este grupo será composto por uma vertente
política (o comité de pilotagem) e uma técnica (o comité técnico).

O Comité de Pilotagem do Programa da Reforma da Justica

O Comité de Pilotagem é um órgão de decisão política composto pelos representates maximos do setor, Ministro da
Justiça e pelo Presidente do Tribunal Supremo, bem como com o Procurador Geral da Republica e o Bastonario da Ordem
dos Advogados. Este orgao devera ser institucionalizado gradualmente e dar origem a um Conselho Nacional de
Coordenacao da Justica (CNCJ), que seria a autoridade responsavel pela definicao de políticas e estrategias para todo o
processo de reforma. Quando relevante o CP podera convidar mais representantes das diferentes instituições do sector
bem como Parceiros Técnicos Financeiros ao nível dos embaixadores e representantes de organizações internacionais e
representantes das organizações da sociedade civil que intervêm na área da justiça e dos direitos humanos., para accoes
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de coordenacao no processo da reforma. O comité de pilotagem deverá reunir-se pelo menos, duas vezes por ano e será
responsável pela definição e aprovação de um quadro estratégico que deve constituir a matriz geral de todas as
intervenções na área da justiça. Neste sentido, o comité de pilotagem dará o seu aval prévio à implementação de todos
os projetos ligados à reforma da justiça, bem como aprovará os relatórios periódicos e finais dos mesmos, cabendo-lhe
tomar qualquer decisão de cariz político ligado à execução de um projeto.

O Comité Técnico do Programa da Reforma

O Comité Técnico é o órgão operacional do Grupo Temático para a Justiça a quem compete organizar e facilitar as reuniões
do Comite de Pilotagem bem como manter um mapa com o registo das diferentes intervenções no domínio do Programa
devidamente atualizado e informar periodicamente os diferentes membros do comité sobre as atividades de cada parceiro
no terreno. O CT será composto pelos representantes do Ministério da Justiça e do STJ, bem como das outras instituições
presentes no comité de pilotagem bem como por, sempre que relevante, assessores tecnicos ou consultores (nacionais
ou internacionais), peritos responsáveis pela implementação de programas e projetos; dos beneficiários dos mesmos e
pelos representantes dos parceiros técnicos e financeiros intervenientes no domínio da reforma da justiça. O Comité
Técnico, que se reúne uma vez por mês, deve assegurar o diálogo e coordenar as trocas de informação sobre a
implementação e as realizações das intervenções no domínio da reforma da justiça. Compete-lhe também garantir a boa
execução dos projetos e certificar-se da sua adequação com o Programa. Cabe-lhe emitir pareceres técnicos a serem
submetidos ao Comité de Pilotagem de modo a que este possa aprovar a implementação de qualquer projeto no âmbito
do Programa.

Comissoes de Sub-Programas

O Comité Técnico poderá ser dividido em subgrupos consoante os sub-programas ou organizado por tema tema (acesso
à justiça, política penal, reforma legislativa) que devem aprofundar a reflexão e propor estratégias e soluções técnicas
nessas áreas específicas para serem submetidas à apreciação do Comité de Pilotagem. Cabe aos subgrupos formular
propostas de revisão e elaborar pareceres técnicos sobre os dossiers resultantes do seu acompanhamento.

 Estrutura de Implementacao do Programa

Para implementação do Programa podera ser criada uma Unidade de Gestão (UGP) responsável pela gestão no dia-a-dia
dos projetos implementados no âmbito do Programa. Esta unidade será gerida por um Coordenador. A unidade poderá
ter especialistas em cada área (reforço institucional, acesso à justiça, reforma legislativa...), bem como uma equipa de
seguimento e avaliação. O Programa poderá ser implementado em regiões pilotos; neste caso, equipas de gestão ao
nível local poderão ser criadas e colocadas no terreno sob a supervisão do Coordenador da UGP. A UGP tem as seguintes
principais tarefas:

1. Preparação e execução operacional do plano de atividades anual;


2. Programação e execução do orçamento;
3. Apoiar a aquisição de bens e serviços;
4. Gestão dos recursos humanos;
5. Coordenação das operações de terreno;
6. Elaboração dos relatórios financeiros e técnicos;
7. Implementação da estratégia de comunicação.

Para a implementação do Programa é conveniente ter em conta as modalidades de intervenção dos diferentes
intervenientes no sector da reforma da justiça e permitir a implementação coordenada de projetos por parceiros nacionais
e internacionais sobre uma parte ou a globalidade dos objectivos, tanto a nível nacional como regional.

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