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Pós Graduação em Direito Administrativo e Gestão Pública – UAB

Disciplina: Licitações e Contratos

Equipe:

Alex Sátiro de Souza

Cicera Bezerra Medeiros

Celyane Maria Cruz Macedo

Geovani de Souza Galvão

Marcelle Leite Andrade

Maria Nayara da Silva

Mayara de Sá Barreto Torres

Patrícia Ferreira Cruvinel Rodrigues

Raquel Nunes Januário

Ysla Mayara Tavares Santos

Polo: Cedro/PE

O PAPEL DO COMPLIANCE NAS LICITAÇÕES PÚBLICAS

Inicialmente se procura rasamente definir a corrupção presente em processos


licitatórios e contratações públicas como um grave problema, que necessita de
mecanismos de prevenção e combate. Fazendo surgir à obrigatoriedade da
utilização de programas de compliance para qualificar empresas e processos
licitatórios. Contudo, acompanhada da necessidade da aplicação de tais
mecanismos de combate e prevenção a corrupção, nasce também a dúvida de como
devem ser aplicadas, quais seus limites e benefícios. Sendo necessária a análise de
temas como, a origem da compliance, sua aplicabilidade, seus benefícios, origem e
aspectos da licitação e suas fases.
O programa de compliance esse diz respeito à conformidade da organização,
e um arborso de normas onde este leva em consideração os preceitos morais de
honestidade e transparência visando dessa forma uma melhoria. Nas questões
trabalhistas, ambientais, saúde do trabalhador e muitos outros. Passando assim a

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ser um instrumento para cercear o vergonhoso hábito da improbidade administrativa,
sendo desenvolvido pelo sub ordenamento jurídico, possuindo como base códigos
de conduta de âmbito interno, visando assim minimizar possíveis práticas lícitas
antagônicas aos objetivos institucionais buscando com isso assegurar a segurança
nas transações comerciais, especialmente nas análises econômico financeiras. Este
programa de controle interno é benéfico, também para o poder público, pois ele traz
segurança nas organizações.
O Compliance pode ser utilizado em qualquer tipo de organização, podendo
ser empregado como norte de boas práticas, podendo até baselar acordos
institucionais próprios levando em consideração os próprios preceitos e
planejamentos, além de valores culturais. Sendo assim esse programa deve ser
utilizado pela administração pública tanto direta como indireta, pois este, ao ser
aplicado está proporcionando uma proteção maior ao horário, sendo uma política
preventiva aos riscos estabelecendo assim uma boa reputação institucional perante
seus administrados.
Nova Lei de Licitações (n.º 14.133/2021) menciona os princípios
consolidantes dos processos que envolvem o erário público.
 Princípio da Moralidade: que exige das partes condutas éticas,
calcadas na honestidade e boa-fé, está vinculada ao Princípio da
Impessoalidade que exige que todos os possíveis contratantes sejam
tratados da mesma;
 O Princípio da Publicidade: estabelece que todos os atos praticados
pela Administração, nas fases a licitação, devem ser públicos, a fim de que
possa ser fiscalizada a legalidade por todos os interessados;
 Princípio da Igualdade: estabelece que a Administração deva tratar
todos os administrados com igual respeito e consideração;
 Princípio da Competitividade: todos os licitantes devem ter as mesmas
oportunidades de competição, cabendo à Administração Pública
proporcionar, por meio de procedimentos adequados, a concorrência entre
os licitantes, sem impor óbices para a sua efetivação;
 Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório: determina que o
ordenamento designado especificamente para o processo licitatório deva ser
seguido pelas partes, e que as normativas previamente estabelecidas no

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edital de convocação para o processo licitatório devem ser seguidas pelo
Administrador sob pena de invalidá-lo;
 Princípio do Julgamento Objetivo: estabelece o que outrora foi adotado
como requisito obrigatório no instrumento convocatório deve permanecer
inalterado;
 O Princípio do Planejamento: pressupõe a realização de estudo técnico
anterior à etapa da licitação;
 Princípio do Procedimento Formal: relaciona-se ao fato de que os
procedimentos licitatórios utilizados deverão seguir os dispositivos
normativos, instaurando-se procedimento específico para tanto;
 Princípio do Sigilo da Proposta: as propostas ofertadas pelos licitantes
deverão ser sigilosas por meio de lacres, somente podendo ser abertas em
momento oportuno;
 Princípio da Eficiência: sendo permitido, em alguns casos, a
remuneração variável de acordo com o desempenho das funções, se
disposto no edital.
Conforme a lei n.º 14.133/2021, o processo de licitação é dividido em etapas
internas e externas. Dessa forma, enquanto etapa interna considera-se a fase de
preparação para o processo licitatório e etapa externa todos os atos a posteriori, que
ocorrem a partir da publicação do edital, o qual funcionará como uma espécie de lei
interna da legislação já que delimitará as regras a serem cumpridas pelos licitantes e
pela própria Administração Pública.
Ressalta-se que a nova lei de licitações estabelece que, em se tratando de
procedimentos licitatórios de grande porte, deverá ser exigido, no edital, a
implementação de um programa de integridade para o licitante que vencer a
licitação, possuindo um prazo de seis meses para tanto, a partir da celebração do
contrato, havendo penalidades caso não seja implementado esse mecanismo,
conforme o disposto no artigo 25 da lei.
Não é uma inovação a adaptação do contexto normativo licitatório com vistas
a adotar novas sinergias com demandas sociais como é o caso da noção de
desenvolvimento já exercido. A nova lei de licitações é assertiva ao estabelecer a
exigência de adoção de um programa de integridade apenas após a contratação.

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Isso porque permite que princípios basilares do procedimento mantenham-se
intactos, como o da livre concorrência, da isonomia e os deles decorrentes.
Ainda sobre o tema, é importante trazer à discussão do qual o momento mais
apropriado para que seja exigido a adoção de política de compliance anticorrupção
para contratar com a Administração Pública.
Nesse contexto, cumpre ressaltar que a Lei nº 14.133 não especifica qual a
etapa adequada para que seja exigida a implementação da política de compliance,
deixando livre a interpretação do que seria “contratação de grande vulto”, o que
acaba gerando interpretações divergentes por tratar-se de um conceito abstrato e
subjetivo.
Há quem defenda que o momento mais adequado para pôr em prática os
programas de compliance seja no momento do julgamento das propostas. Contudo,
o autor faz uma crítica aos defensores dessa tese, por considerar que as
modalidades não estão unificadas, o que poderia gerar uma limitação de
oportunidades, e por isso não evitaria os atos improbos.
Ainda tem quem opine que o momento propício seja no último critério de
desempate, contudo, deve-se ressaltar que o intuito do compliance não deve ficar
restrito a essa finalidade, e sim combater a corrupção do processo de modo geral.
Para o autor, o momento mais oportuno para que seja exigido seria o da
análise das propostas, não devendo figurar como uma condicionante e sim como
uma obrigação para uma posterior homologação e assinatura do contrato.
Assim sendo, como o compliance traduz o dever de achar-se em
conformidade, fazendo cumprir leis, regulamentos e diretrizes, com intuito de mitigar
a corrupção e a fraude na gestão dos recursos públicos, deve ser implementada
desde o momento inicial da proposta até o final da execução contratual. Garantindo
e aprimorando a consecução das políticas públicas, gerando, consequentemente
economia aos cofres públicos.

Referência Bibliográfica

WITTMANN, Cristian Ricardo; PEDROSO, Anayara Fantinel. Programa de


compliance como exigência em licitações: análises em prol da qualificação do
processo licitatório no contexto da lei 14.133/202. Revista Brasileira de Políticas
Públicas, Brasília, v. 11, n. 3. p. 205-225, 2021. Disponível em
https://www.jus.uniceub.br/RBPP/article/view/8048/pdf Acesso em 04/05/2023.

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