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O EDITAL É LEI ENTRE AS PARTES NA LICITAÇÃO

O Edital é o documento de publicidade da licitação, sendo que seu conteúdo integra as


disposições contratuais que serão acordadas entre a Administração Pública e o licitante
vencedor.

A apresentação da proposta de preços deverá obedecer a especificações técnicas definidas em


planilha que integrará o Edital.

Dessa forma, a planilha é a ferramenta que assegura a consistência e viabilidade técnica das
propostas. Devem acompanhar o Edital, na forma de anexos, os documentos que justificam a
licitação e que especificam detalhadamente o bem ou serviço a ser adquirido.

Ainda quanto ao preço e as condições atinentes a exequibilidade da proposta, é necessário


que o Edital traga referência, explicando a forma a ser aceita (por exemplo, em caso de
planilhamento), ou então referindo as condições do art. 48, inciso II, §1º da Lei nº 8.666, que
usualmente é aplicável no caso de obras. Vejamos a redação:

Art. 48. Serão desclassificadas: [...] II - propostas com valor global superior ao limite
estabelecido ou com preços manifestamente inexequíveis, assim considerados aqueles que
não venham a ter demonstrada sua viabilidade através de documentação que comprove que
os custos dos insumos são coerentes com os de mercado e que os coeficientes de
produtividade são compatíveis com a execução do objeto do contrato, condições estas
necessariamente especificadas no ato convocatório da licitação.

O Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório é corolário do princípio da legalidade e


da objetividade das determinações habilitatórias, por isso precisa estar em conformidade com
os ditames contitucionais e infraconstitucionais, para o seu devido cumprimento.

Referido princípio impõe à Administração não aceitar qualquer proposta que não se enquadre
nas exigências do ato convocatório.

Dessa maneira é princípio que vincula tanto a Administração quanto os interessados, desde
que, como salientado, as regras editalícias estejam em conformidade com a lei e a
Constituição. Conforme o art. 3º da Lei nº 8.666/93, a licitação destina-se a garantir a
observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa
para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será
processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da
vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.

Quando se falar em vinculação ao instrumento convocatório, há uma regra de obrigatoriedade


para que a autoridade não omita regras e condições impostas para a participação e execução
do contrato. Assim, o Edital desce às minúcias, não podendo ser abstrato a ponto de haver
interpretações dúbias.
O principal artigo da norma geral de licitação referente à vinculação ao ato convocatório é o
art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha
estritamente vinculada. O § 4º do art. 41 da Lei nº 8.666/93 é muito incisivo é inquisitivo.

"princípio da vinculação ao instrumento convocatório se traduz na regra de que o edital faz lei
entre as partes, devendo os seus termos serem observados até o final do certame "

Cediço que o edital constitui lei entre as partes, assemelhando-se a um contrato de adesão
cujas cláusulas são elaboradas unilateralmente pelo Estado, em consonância com os princípios
da publicidade e da vinculação ao edital.

Pois bem. O princípio da vinculação ao instrumento vinculatório aduz que, uma vez nele
estabelecidas as regras do certame, elas devem ser cumpridas, em seus exatos termos.

Trata-se, na verdade, de princípio inerente a toda licitação e que evita não só futuros
descumprimentos das normas do edital, mas também o descumprimento de diversos outros
princípios atinentes ao certame, tais como o da transparência, da igualdade, da
impessoalidade, da publicidade, da moralidade, da probidade administrativa e do julgamento
objetivo.

Nesse sentido, vale citar a lição de Maria Sylvia Zanella Di Pietro[2]:

Trata-se de principio essencial cuja inobservância enseja nulidade do procedimento. Além de


mencionado no art. 3º da Lei n 8.666/93, ainda tem seu sentido explicitado, segundo o qual “a
Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha
estritamente vinculada”. E o artigo 43, inciso V, ainda exige que o julgamento e classificação
das propostas se façam de acordo com os critérios de avalição constantes do edital. O principio
dirige-se tanto à Administração, como se verifica pelos artigos citados, como aos licitantes,
pois estes não podem deixar de atender aos requisitos do instrumento convocatório (edital ou
carta-convite); se deixarem de apresentar a documentação exigida, serão considerados
inabitados e receberão de volta, fechado, o envelope-proposta (art. 43, inciso II); se deixarem
de atender as exigências concernentes a proposta, serão desclassificados (artigo 48, inciso I).

Como se vê, o princípio da vinculação ao instrumento convocatório, ao mesmo tempo em que


privilegia a transparência do certame, garantindo a plena observância dos princípios da
igualdade, impessoalidade, publicidade, moralidade e probidade administrativa, preceitua que
o julgamento das propostas seja o mais objetivo possível, nos exatos termos das regras
previamente estipuladas. Isso sem contar a necessidade de perpetuação de tal vinculação
durante toda a execução do contrato.

Zele para que não sejam adotados procedimentos que contrariem, direta ou indiretamente, o
princípio básico da vinculação ao instrumento convocatório, de acordo com os arts. 3º e 41 da
Lei nº 8.666/1993. Acórdão 2387/2007 Plenário.

Observe os princípios da transparência, do julgamento objetivo, da vinculação ao instrumento


convocatório e da escolha da proposta mais vantajosa para a Administração, conforme regem
os arts. 3º, art. 40, VII, art. 41, caput, 43, IV, art. 44, § 1º e art. 45, da Lei nº 8.666/1993.
Acórdão 1286/2007 Plenário
Observe o princípio da vinculação ao instrumento convocatório, de acordo com as disposições
exaradas especialmente no art. 3º da Lei 8.666/1993. Acórdão 330/2010 Segunda Câmara

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