Você está na página 1de 2

A Efetivação do Princípio da Legalidade Estrita em Processos Licitatórios

no Contexto Brasileiro
Introdução:
O princípio da legalidade, consagrado na Constituição Federal de 1988, permeia
todas as esferas da Administração Pública, ditando que os atos administrativos
devem obedecer rigorosamente à legislação. No âmbito das licitações públicas,
essenciais para a aquisição de bens e serviços pelos entes administrativos, a
aplicação da legalidade estrita é imperativa. Este trabalho busca explorar, de
maneira fundamentada, como a efetivação desse princípio se manifesta em um
processo licitatório, abordando seus fundamentos jurídicos e implicações.
Desenvolvimento:
1. Constituição Federal de 1988: A Carta Magna, em seu Art. 37,
estabelece os princípios norteadores da Administração Pública, sendo a
legalidade um deles. Nesse contexto, a legalidade estrita em licitações é
uma extensão desse princípio geral, exigindo que todos os atos se
conformem estritamente à legislação.
2. Lei de Licitações e Contratos (Lei nº 8.666/93): A legislação
específica sobre licitações, representada pela Lei nº 8.666/93, consolida o
princípio da legalidade. Seu Art. 3º reforça a busca pela proposta mais
vantajosa, assegurando a observância da legislação e do edital como
garantia de isonomia.
3. Edital como Lei Interna do Certame: O edital, entendido como a lei
interna do certame, detém normas vinculativas tanto para a Administração
quanto para os licitantes. O seu rigoroso cumprimento é indispensável
para a legalidade e legitimidade do processo.
4. Princípio da Isonomia: A isonomia, corolário da legalidade, veda
tratamento discriminatório entre os concorrentes. Seu desrespeito viola
não apenas princípios éticos, mas também a legalidade estrita, uma vez
que a igualdade de condições é premissa para a licitude do procedimento
licitatório.
5. Vedação ao Tratamento Preferencial e Discriminatório: A Lei de
Licitações, no seu Art. 3º, § 1º, proíbe qualquer tipo de preferência ou
discriminação sem justificativa legal. A legalidade estrita impõe que a
Administração se abstenha de adotar medidas que extrapolem os limites
normativos.
6. Controle Externo e Judicial: Os órgãos de controle externo, como os
Tribunais de Contas, e o Poder Judiciário desempenham papel crucial no
zelo pela legalidade. Suas decisões, amparadas pela análise técnica e
jurídica, reforçam a importância do respeito à legalidade estrita nos
processos licitatórios.
Conclusão:
Em síntese, a efetivação do princípio da legalidade estrita em processos
licitatórios no Brasil é respaldada por uma base jurídica sólida, que abrange desde
a Constituição Federal até a legislação específica sobre licitações. A aplicação
rigorosa desse princípio garante a integridade, a transparência e a justiça nos
procedimentos licitatórios, fortalecendo os alicerces do Estado de Direito e
preservando os interesses públicos de maneira legítima. O respeito à legalidade
estrita não apenas atende às exigências normativas, mas também reforça a
confiança na Administração Pública e na lisura dos processos licitatórios.

Você também pode gostar