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NUTRIÇÃO NA GESTAÇÃO

AV. NUTRICIONAL& PLANEJ. DIETÉTICO

DISCIPLINA: BASES DA DIETÉTICA (5º PERÍODO)


MÓDULO: NUTRIÇÃO MATERNO-INFANTIL

PROF.ª ALICE BOUSKELÁ


AGOSTO/2018
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL
AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA

OBJETIVOS:

 Identificar as gestantes com desvio ponderal no início da gestação;

 Detectar as gestantes com ganho de peso menor ou excessivo para a


idade gestacional em função do estado nutricional prévio;

 Fornecer base para elaboração de condutas adequadas, visando


melhorar o estado nutricional materno, suas condições para o parto e as
condições ao nascer.
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL
AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA

MEDIDAS mais utilizadas:


ATENÇÃO:
P/ o acompanhamento clínico do ganho ponderal,
 Peso Pré-Gestacional (Kg); subdivide-se a gestação da seguinte forma:

 Peso atual (Kg); 1° TRIMESTRE: IG ≤ 13 SEMANAS


2° TRIMESTRE: IG 14 - 27 SEMANAS
 Estatura (m); 3° TRIMESTRE: IG ≥ 28 SEMANAS

* IMCPG (Kg/m2) e IMCA (Kg/m2)


(SISVAN, 2008)

 Perímetro do Braço (cm) e Medida do Tríceps (mm);


*Parâmetro de comparação entre medidas tomadas anteriormente para
identificar modificações na condição nutricional.

*[Circunferência muscular do braço (cm)]


(VITOLO, 2008)
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL
AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA

 As recomendações de ganho de peso durante a gravidez visam otimizar o


crescimento e desenvolvimento fetal e a preservação da saúde materna.

 A determinação dos pontos de corte para classificação da adequação de ganho


ponderal na gravidez e a orientação em relação à perda de peso materno no pós-
parto baseiam-se em estudos longitudinais cujos desfechos obstétricos positivos
foram mensurados.
IOM, 1992/2009

 As recomendações do Institute of Medicine publicadas em 2009 levaram em


consideração o aumento da prevalência de obesidade e sobrepeso, assim como o
ganho de peso excessivo na gravidez baseando-se, principalmente, em dados de
coortes de gestantes americanas.

 No Brasil, o ganho ponderal gestacional excessivo configura-se também como


um problema de saúde pública (Rodrigues et al., 2010; Drehmer et al., 2010).

TRANSIÇÃO NUTRICIONAL
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL
AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA

A. PESO PRÉ-GESTACIONAL CONHECIDO (IMC PRÉ-GESTACIONAL):


CÁLCULO DA iG
 1ª consulta deve ocorrer ainda no 1º trimestre da gestação;
 Peso pré-gestacional: correspondente a no máximo 2 meses antes da concepção
ou com peso aferido até a 13ª semana gestacional.

IMC (Kg/m2) = peso (Kg) SUBSIDIAR A PREVISÃO


--------------- DE GANHO DE PESO ATÉ
estatura (m)2 O FIM DA GESTAÇÃO.

ESTADO NUTRICIONAL CLASSIFICAÇÃO IMC


INICIAL (IMC) PRÉ-GESTACIONAL (Kg/M2)
BAIXO PESO (BP) < 18,5

ADEQUADO (A) 18,5 – 24,99

SOBREPESO (S) 25,0 – 29,99

OBESIDADE (O) ≥ 30,0 OMS, 1995


AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL
AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA

B. PESO PRÉ-GESTACIONAL DESCONHECIDO (IMC GESTACIONAL):

 Calcular o IMC com as medidas de peso e estatura obtidas no dia da consulta;


 Localizar na primeira coluna a semana calculada (TABELA – Avaliação do EN
da gestante acima de 19 anos segundo IMC por semana gestacional);
 Identificar nas demais colunas em que faixa está situado o valor da gestante,
considerando:
- BAIXO PESO;
- ADEQUADO;
- SOBREPESO;
- OBESIDADE.
Semana Baixo Peso Adequado Sobrepeso Obesidade
Gestacional (IMC ≤) (IMC entre) (IMC entre) (IMC ≥)
6 19,9 20,0 – 24,9 25,0 – 30,0 30,1
7 20,0 20,1 – 25,0 25,1 – 30,1 30,2
8 20,1 20,2 – 25,0 25,1 – 30,1 30,2
9 20,2 20,3 – 25,1 25,2 – 30,2 30,3
10 20,2 20,3 – 25,2 25,3 – 30,2 30,3
11 20,3 20,4 – 25,3 25,4 – 30,3 30,4
12 20,4 20,5 – 25,4 25,5 – 30,3 30,4
13 20,6 20,7 – 25,6 25,7 – 30,4 30,5
14 20,7 20,8 – 25,7 25,8 – 30,5 30,6
15 20,8 20,9 – 25,8 25,9 – 30,6 30,7
16 21,0 21,1 – 25,9 26,0 – 30,7 30,8
17 21,1 21,2 – 26,0 26,1 – 30,8 30,9
18 21,2 21,3 – 26,1 26,2 – 30,9 31,0
19 21,4 21,5 – 26,2 26,3 – 30,9 31,0
20 21,5 21,6 – 26,3 26,4 – 31,0 31,1
21 21,7 21,8 – 26,4 26,5 – 31,1 31,2
22 21,8 21,9 – 26,6 26,7 – 31,2 31,3
23 22,0 22,1 – 26,8 26,9 – 31,3 31,4
24 22,2 22,3 – 26,9 27,0 – 31,5 31,6
Semana Baixo Peso Adequado Sobrepeso Obesidade
Gestacional (IMC ≤) (IMC entre) (IMC entre) (IMC ≥)
25 22,4 22,5 – 27,0 27,1 – 31,6 31,7
26 22,6 22,7 – 27,2 27,3 – 31,7 31,8
27 22,7 22,8 – 27,3 27,4 – 31,8 31,9
28 22,9 23,0 – 27,5 27,6 – 31,9 32,0
29 23,1 23,2 – 27,6 27,7 – 32,0 32,1
30 23,3 23,4 – 27,8 27,9 – 32,1 32,2
31 23,4 23,5 – 27,9 28,0 – 32,2 32,3
32 23,6 23,7 – 28,0 28,1 – 32,3 32,4
33 23,8 23,9 – 28,1 28,2 – 32,4 32,5
34 23,9 24,0 – 28,3 28,4 – 32,5 32,6
35 24,1 24,2 – 28,4 28,5 – 32,6 32,7
36 24,2 24,3 – 28,5 28,6 – 32,7 32,8
37 24,4 24,5 – 28,7 28,8 – 32,8 32,9
38 24,5 24,6 – 28,8 28,9 – 32,9 33,0
39 24,7 24,8 – 28,9 29,0 – 33,0 33,1
40 24,9 25,0 – 29,1 29,2 – 33,1 33,2
41 e 42 25,0 25,1 – 29,2 29,3 – 33,2 33,3
ATALAH et al., 1997
(!)
ACOMPANHAMENTO
DO GANHO DE
PESO DA GESTANTE
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL
AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA

GRÁFICO DE ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL DA GESTANTE

 Acompanha a curva de IMC segundo a semana gestacional.

 EIXO HORIZONTAL: semana gestacional


 EIXO VERTICAL: IMC
 TRÊS CURVAS: BP, A, SB, O

 A inclinação do traçado da curva varia conforme o EN inicial da gestante.

Em linhas gerais:
 TRAÇADO ASCENDENTE:
ganho de peso ADEQUADO

 TRAÇADO HORIZONTAL OU DESCENDENTE:


ganho de peso INADEQUADO (gestante de risco)
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL
AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA

INCLINAÇÃO RECOMENDADA
da curva de IMC gestacional para gestantes adultas

A
Mulheres que iniciam a
gravidez abaixo ou acima
de seu peso normal em
. rel. a estatura exigem
atenção especial.

MS, 2006; 2012


AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL
AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA

INCLINAÇÃO RECOMENDADA
da curva de IMC gestacional para gestantes adultas
ESTADO NUTRICIONAL COMENTÁRIOS
DA GESTANTE
Nos casos de BP localizados nos limites mais inferiores da área
correspondente, não se espera mudança de faixa de IMC (BP p/ A).
. BAIXO PESO (BP)
Se a gestante se encontra nos limites mais superiores da área de
BP, pode ser esperada a mudança de área.
O IMC final deve relacionar-se com um ganho de peso dentro da
ADEQUADO (A)
faixa preconizada.
O IMC final deve relacionar-se com um ganho de peso dentro da
SOBREPESO (S)
faixa preconizada.
NÃO é necessariamente esperada mudança de faixa de IMC (de
OBESIDADE (O) O p/ S). O IMC final deve relacionar-se com um ganho de peso
dentro da faixa preconizada.
ACCIOLY et al., 2009
AV. ESTADO NUTRICIONAL
GANHO DE PESO RECOMENDADO

Esse não e o momento de a gestante perder


peso, tampouco de “comer por dois”. O ganho
de peso inadequado – seja déficit, seja
excesso – poderá ser prejudicial tanto para a
saúde da mulher quanto para a do bebê.

OMS, 1995
X
IOM, 1992

*Considerando o ganho de peso de 0,5 a 2 Kg no primeiro trimestre.


IOM, 2009
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL
OBSERVAÇÕES FINAIS

 Proposta/revisão IOM (2009):


- Adoção dos pontos de corte de IMC pré-gestacional propostos pela OMS (1995);

- Revisão e definição da faixa de ganho de peso semanal e total para a gestante


com obesidade pré-gestacional;

- Revisão do ganho de peso semanal para o segundo e terceiro trimestres segundo


as categorias de IMC pré-gestacional e definição dos valores máximos e mínimos;

- Recomendação de adoção das mesmas faixas de ganho de peso para mulheres


com estatura < 1,57 m e ≥ 1,57 m (antes: p/ baixa estatura, era recomendado o
limite mínimo de ganho de peso);

- Recomendações para os diversos grupos raciais que compõem a população


norte-americana.
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL
OBSERVAÇÕES FINAIS

 Prática clínica:
- Os limites mínimos de ganho de peso semanal propostos para cada categoria de
IMC pré-gestacional podem ser adotados como ganho de peso mínimo ou
modesto (muito útil nos casos em que já ocorreu o ganho total recomendado para
toda a gestação e nos casos de ganho de peso excessivo no 2º ou 3º trimestres);

- Consultas subsequentes: cálculo IMC (peso atual); acompanhamento da evolução


do ganho de peso; registro no prontuário e/ou cartão da gestante.
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL
- IMPORTANTE -
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL
OBSERVAÇÕES FINAIS

 Prática clínica (continuação):


- Para gestantes de baixa estatura (<1,47m), programar o ganho de peso total mínimo para
cada categoria de IMC pré-gestacional;
- Avaliar o ganho de peso >0,5kg/semana ou >3kg/mês, especialmente após a 20º semana 
sugestivo de edema e SHG;

 Gestação MÚLTIPLA (situação de risco)::


*segundo o caderno de AB (MS) , deve-se considerar:
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL
OBSERVAÇÕES FINAIS

 Gestação MÚLTIPLA (situação de risco)::


*ESTIMATIVA DE GANHO DE PESO DURANTE A GESTAÇÃO:
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL
OBSERVAÇÕES FINAIS

 Comitê do IOM (destaques):


- As mulheres devem engravidar com o IMC ADEQUADO  avaliação e cuidado
nutricionais pré-concepção (melhoria da saúde materna);
- As mulheres devem ser acompanhadas no pós-parto, visando o retorno ao peso
anterior no primeiro ano pós-parto;

- (***) gestantes adolescentes.


AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL
AVALIAÇÃO DIETÉTICA – CONSUMO ALIMENTAR
!

*SUPLEMENTAÇÃO
DE ROTINA
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL
AVALIAÇÃO DIETÉTICA

DETALHADA:

 Nº e composição das refeições, grupo e quantidade de alimentos;


 Avaliar o consumo de refrigerantes, bebidas alcóolicas, infusões em geral
(café, chá, mate), alimentos ricos em lipídios, pastéis, doces, chocolates,
produtos dietéticos e edulcorantes;
 Investigar tabus, hábitos alimentares, alergia e/ou intolerância alimentar,
modificações (inclusão/exclusão) alimentares em razão da gestação ou de
sinais e sintomas digestivos;
 Investigar casos de picamalácia (terra, barro, tijolo, ração para cães, água
de sabonete, cabelo, fósforo, raspas de gelo, giz ou combinações
alimentares atípicas);
 O método de inquérito dietético mais empregado é o de frequência de
consumo semiquantitativo (lista de alimentos divididos por grupos, com
categorias de frequência de consumo e quantidade usual de consumo) 
estimativa de alimentação habitual.
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL
AVALIAÇÃO CLÍNICA

 Investigar sinais e sintomas


digestivos comuns durante a
gestação  ganho de peso;

 Avaliar o funcionamento intestinal;

 Avaliar a presença de enf.


crônicas e/ou intercorrências
gestacionais associadas;

 Investigar a presença de sinais


sug. de CARÊNCIA NUTRICIONAL.
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL
AVALIAÇÃO FUNCIONAL

 Entrevista padronizada (DVA):


 Cegueira noturna gestacional (validada, segundo o ind. bioquímico – retinol sérico)
1. Dificuldade para enxergar durante o dia?
2. Dificuldade para enxergar com pouca luz ou à noite?
3. Tem cegueira noturna?
(1 não, 2 ou 3 sim)

 Baixa reserva hepática de vit. A pré-gestacional; baixa ingestão de


alimentos-fonte de vit. A; baixa ingestão de lipídios e proteínas; presença de
processos infecciosos;
 Para a confirmação do diagnóstico de DVA, proceder com avaliação
dietética com ênfase na investigação do consumo de alimentos-fonte de
vitamina A;
 Retinol sérico materno < 1,05 µmol/L;
 Risco na gestação: assoc. com anemia, hipertensão e infecções maternas;
 Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A.
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL
AVALIAÇÃO FUNCIONAL

MS, 2006
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL
AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA E DE EXAMES COMPLEMENTARES

A.

A. LEVE 10-10,9
A. MODERADA 8-9,9
A. GRAVE ≤ 8 g/dL
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL
AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA E DE EXAMES COMPLEMENTARES

Exames complementares:

ULTRASSONOGRAFIA: avalia a idade gestacional, crescimento fetal,


morfologia fetal, volume do líquido amniótico, vitalidade fetal, detecção precoce
de gestações múltiplas e malformações fetais.

DOPPLERFLUXOMETRIA: avalia a velocidade do fluxo sanguíneo nos vasos


durante o ciclo cardíaco; a presença de incisura da artéria uterina após 26
semanas de gestação pode ser um indicador de prognóstico para o surgimento
da síndrome hipertensiva da gravidez.
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL
AVALIAÇÃO SOCIODEMOGRÁFICA E OBSTÉTRICA

Investigação:

 Idade cronológica;
 Cor da pele/raça;
 Grau de escolaridade ou anos de atraso escolar (adolescentes);
 Naturalidade;
 Profissão/ocupação;
 Situação marital;
 Nº de pessoas na mesma moradia;
 Renda familiar per capita;
 Condições de saneamento;
 História obstétrica (aborto, intervalo intergestacional);
 Não planejamento e/ou aceitação da gestação.
AVALIAÇÃO DA ALTURA UTERINA

OBJETIVO: identificar o crescimento normal do feto e detectar seus desvios;


diagnosticar as causas do desvio de crescimento fetal encontrado; e orientar
oportunamente para as condutas adequadas a cada caso.

*não é uma medida do estado nutricional materno

INSTRUMENTO: gráfico com o indicador da altura uterina em relação à idade


gestacional em semanas (padrão de referência: curvas desenhadas a partir dos
dados do CLAP  os pontos de corte para normalidade são percentil 10 e 90).
AVALIAÇÃO DA ALTURA UTERINA

MS, 2006
AVALIAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL

OBJETIVO: detectar precocemente estados hipertensivos.

Conceitua-se hipertensão na gestação:

 Níveis tensionais ≥ 140 mmHg de pressão sistólica e ≥ 90 mmHg de


pressão diastólica mantidos em duas ocasiões e resguardando intervalo de
4 horas entre as medidas.

 O aumento de 30 mmHg ou mais na pr. sistólica (máx.) e/ou de 15 mmHg


ou mais na pressão diastólica (mínima), em relação aos níveis tensionais
pré-gestacionais e/ou conhecidos até a 16ª semana de gestação.

 A presença de pressão arterial diastólica ≥ 110 mmHg em uma única


aferição.

*Avaliação detalhada de EDEMA E PROTEINÚRIA  sinais sugestivos de SHG.


AVALIAÇÃO DO EDEMA

MS, 2006; 2012


CUIDADO NUTRICIONAL
CUIDADO NUTRICIONAL
DESTAQUES

 Necessidades nutricionais estimadas  planejamento INDIVIDUALIZADO;


 Considerações: condições socioeconômicas, hábitos alimentares e queixas;
 Orientação nutr. DETALHADA  ênfase nos grupos e porções de alimentos
(lista de substituições ... metas/abordagem quanti/qualitativa);

 OBJETIVOS:
- Ganho de peso recomendado;
- Prevenção e tratamento de carências nutricionais específicas;
- Tratamento dietético de pequenos distúrbios da gestação;

 (ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS): fornecimento em TODAS as consultas


e revistas conforme as queixas relatadas.
ACCIOLY et al., 2009
CUIDADO NUTRICIONAL
DESTAQUES – ACONSELHAMENTO NUTR.

 Criação do VÍNCULO entre o profissional e a cliente;


 Melhora da adesão às orientações pré-natal;

 Implementação na prática clínica  empatia:


- Chamar a gestante / Perguntar sobre o concepto (nome);
- Estabelecer diálogo;
- Ter escuta atenciosa e sem julgamentos;
- Encorajar, estimular e aceitar os relatos (sem julgamentos);
- Motivar a gestante, diante de suas dificuldades, a buscar estratégias para
minimizar seus problemas (apoio da equipe);
- Construção conjunta da orientação nutricional (x impor condutas);
- Elogiar a adesão às orientações fornecidas;

 Atendimento pelo mesmo profissional.


ACCIOLY et al., 2009
CUIDADO NUTRICIONAL
ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS GERAIS

 Esclarecer quanto à importância do GANHO DE PESO GESTACIONAL


ADEQUADO, visando melhorar a adesão ao cuidado nutricional;

 A dieta deverá atingir as recomendações de MACRONUTRIENTES,


MICRONUTRIENTES, FIBRAS E ÁGUA;

 Orientações específicas para SINAIS E SINTOMAS DIGESTIVOS, se


presentes, e para correções de práticas alimentares errôneas.

ACCIOLY et al., 2009


CUIDADO NUTRICIONAL
ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS GERAIS

ESTIMULAR:

 Fracionamento da dieta, com menor volume (5 a 6 refeições):


 desjejum, colação (opcional), almoço, lanche da tarde, jantar, ceia (opcional),
com intervalo de 3/3 horas;

 Ingestão de vegetais e frutas de preferência crus e como entrada;

 Consumo de alimentos fortificados com FERRO, FOLATO E VITAMINA A;

 Consumo de preparações alimentares simples, assados, cozidos,


ensopados, grelhados;
 Consumo moderado de óleo nas refeições. Preferir como tempero de
saladas: vinagre, limão, sal*, cheiro-verde, salsa, ervas e azeite;
ACCIOLY et al., 2009
CUIDADO NUTRICIONAL
ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS GERAIS

ESTIMULAR (continuação):

 Ingestão hídrica, no mínimo de 2 litros de água ao dia, evitando os horários


das grandes refeições;

 Orientar que os alimentos macarrão, batatas e farinhas devem ser usados


em substituição ao arroz na mesma refeição ou em quantidade definida
para cada preparação;

 Nas grandes refeições, estimular a ingestão de alimentos ricos em vit. C e


desestimular o consumo de alimentos que reduzem a absorção de ferro,
como leite e derivados, refrigerantes, café, chá, mate e alimentos ricos em
fibras (farelos de trigo ou aveia);
 Orientar para o consumo moderado de açúcar.

ACCIOLY et al., 2009


CUIDADO NUTRICIONAL
ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS GERAIS

DESENCORAJAR:

 Consumo de fast foods e de lanches rápidos em substituição às grandes refeições;

 Consumo de alimentos gordurosos, frituras, preparações concentradas em


carboidratos simples e calorias vazias (doces, balas, refrigerantes, pastéis);

 Consumo de alimentos processados e industrializados (conservantes);

 Consumo de edulcorantes e produtos diet/light (devem ser utilizados


somente nos casos de diabetes);
 O tabagismo, o uso de bebidas alcoólicas e drogas ilícitas.

ACCIOLY et al., 2009


CUIDADO NUTRICIONAL
ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS GERAIS

 Orientar o consumo moderado de café, chá e mate (cafeína 


complicações na gestação; não deve ultrapassar 300 mg/dia);
 Prevenção de toxoplasmose*: evitar o consumo de carnes cruas e, após a
manipulação, evitar tocar mucosas (olhos e boca), lavar as mãos; evitar o
contato com gatos e suas fezes; lavar bem e sanitizar frutas e vegetais;
 Estimular a atividade física moderada e regular (considerando contrainidicação
médica; sob supervisão profissional);
 Orientar sobre higiene oral;
 Abordar sobre aspectos relacionados à prática da amamentação (técnicas
de aleitamento, vantagens do leite materno  p/ mulher, lactente, família e comunidade).
*Em gestantes, pode ocasionar aborto espontâneo, nascimento prematuro, morte neonatal, ou
sequelas severas no feto (por exemplo, a clássica Tríade de Sabin: retinocoroidite, calcificações
cerebrais e hidrocefalia ou microcefalia), caso a infecção seja adquirida durante a gestação,
principalmente durante os primeiros dois trimestres (JOINER & DUBREMETZ, 1993).
A gravidade das manifestações clínicas no feto ou no recém-nascido é inversamente
proporcional à idade gestacional de ocorrência da transmissão transplacentária da infecção.
(1º T  MAIS GRAVE; embora menos frequente; MS, 2006)
ACCIOLY et al., 2009
CUIDADO NUTRICIONAL
ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS ESPECÍFICAS

CONDIÇÕES ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS


ESPECÍFICAS

• Base: VET adequado (*1);


• Esclarecimento quanto ao ganho de peso recomendado (*2);
• Investigação (causas): sintomas digestivos, infecções, problemas
familiares e ativ. física excessiva;
GANHO DE PESO • Adequação da dieta  queixas, intercorrências, cond. socioeconômica,
INSUFICIENTE tabus e erros alimentares (*3);
• Av. dietética (caso de alimentação adequada): quant. total de alimentos;
• fracionamento da dieta (menor volume / 5 a 6 refeições) (*4);
• Aumento temporário  quant. óleo e carboidratos das preparações;
• Uso de suplementos nutricionais.
• (*1 e *2);
• Investigação (causas): dieta inadequada, edema, ansiedade, (erro pesagem);
• (*3 e *4);
GANHO DE PESO • Estimular o uso de preparações culinárias simples (assadas, cozidas...);
EXCESSIVO • Orientar quanto ao adequado consumo de carboidratos complexos e
estimular o consumo de hortaliças e frutas;
• Restringir o uso de óleo e azeite em saladas (pref. vinagre, limão, ervas);
• Desestimular o consumo de alim. gordurosos e frituras ( e doces...).
ACCIOLY et al., 2009
CUIDADO NUTRICIONAL
ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS ESPECÍFICAS

CONDIÇÕES ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS


ESPECÍFICAS

• Estimular o consumo de frutas ricas em vit. C (grandes refeições);


• Estimular o consumo de alimentos-fonte de ferro: carnes, vegetais
ANEMIA verde-escuros e leguminosas;
FERROPRIVA • Estimular o uso de alimentos fortificados;
• Desestimular o consumo de café, chá , mate, refrigerante, leite e deriv.
e alimentos ricos em fibras junto ás grandes refeições;
• Estimular a adesão ao esquema de suplementação de ferro (MS, 2005).
• Para prevenir a cegueira noturna, pode-se indicar a suplementação de
vitamina A dentro do limite considerado seguro para mulheres na idade
fértil e gestantes;
CEGUEIRA • A suplementação deve ser avaliada junto à equipe do pré-natal para
NOTURNA evitar a ingestão excessiva da vitamina;
• Recomendar o consumo de 1 bife pequeno de fígado, com frequência
de 1 vez/semana, em uma das refeições (almoço ou jantar)  conduta
também adotada na prevenção da anemia;
• Estimular os alimentos-fonte de vitamina A: derivados do leite integral,
ovos, folhosos verde-escuros e vegetais alaranjados (e de alim.
fortificados). ACCIOLY et al., 2009
CUIDADO NUTRICIONAL
ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS ESPECÍFICAS

SINAIS E SINTOMAS ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS


DIGESTIVOS

• Indicar dieta fracionada (com menor volume) (*1);


• Evitar frituras e alimentos gordurosos e alim. com odor forte ou
desagradável ou os que causem desconforto/intolerância;
NÁUSEAS E • Modificar o tempero das preparações;
VÔMITOS • Evitar o uso de condimentos picantes (preferir os temperos suaves;
sugestão  limão);
• ALIM. ABRANDADOS • Preferir alimentos sólidos pela manhã e ricos em carboidratos
(PURÊS);
• GENGIBRE (biscoitos, torradas, geleia de frutas);
(BISC./BOLOS); • Ingerir bastante líquido nos intervalos das refeições (evitar
• CREAM-CRACKERS
(MANHÃ). desidratação e acidose metabólica)  preferir frutas com caldo;
VITOLO, 2008 • Evitar monotonia alimentar (prevenir anorexia);
• Evitar deitar-se após as grandes refeições;
• Hiperêmese  serviço PN de alto risco.
PIROSE (AZIA) • *1; Evitar café, chá, mate, álcool, fumo, doces, frituras e pastéis;
• COMER DEVAGAR; • Excluir/substituir alimentos que causem desconforto/intolerância;
• MASTIGAR BEM, • O leite deverá ser incluído no planejamento, evitando a sua utilização
EVITAR ESTRESSE;
• ERRO:RESTR. A ÁC.
como recurso para tamponamento gástrico (estímulo da s. gástrica);
VITOLO, 2008 • Elevar a cabeceira da cama e evitar deitar-se após as grandes
ACCIOLY ref´s.
et al., 2009
CUIDADO NUTRICIONAL
ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS ESPECÍFICAS

SINAIS E SINTOMAS ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS


DIGESTIVOS

• Indicar dieta fracionada (com menor volume) ) (*1);


• Aumentar a ingestão de líquidos (épocas de calor);
SIALORREIA ou • Estimular o consumo de frutas com caldo;
PTIALISMO** • Orientar para deglutir a saliva;
• Orientações semelhantes às indicadas para náusea e vômitos.
• *1;
• Evitar o jejum prolongado e intervalos grandes entre as refeições
FRAQUEZAS E (prevenir a hipoglicemia e a hipotensão);
DESMAIOS*** • Orientar para a utilização normal do sal na alimentação (exceto em
casos em que a ingestão deve ser controlada).

**pode estar assoc. à ingestão de amido, estímulo dos ramos do trigêmeo, hipertonia vagal
e causas psicológicas;

***são comuns no início da gestação e podem estar associados à hipotensão arterial ou


hipoglicemia.
ACCIOLY et al., 2009
CUIDADO NUTRICIONAL
ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS ESPECÍFICAS

SINAIS E SINTOMAS ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS


DIGESTIVOS

• Ajustar a alimentação conforme a tolerância, evitando grandes


volumes por refeição;
SENSAÇÃO DE • Aumentar o fracionamento e, em casos graves, modificar a
PLENITUDE consistência das preparações (pastosa)  jantar e ceia;
*(gestação gemelar/ • Diminuir o volume das refeições e aumentar a densidade energética
último trimestre) (utilização de óleo ou açúcar nas preparações);
• Indicar complemento nutricional, caso o valor energético da dieta não
seja alcançado;
• Evitar deitar após a refeição;
• Orientar para a preferência por roupas amplas e confortáveis.
• Aumentar a ingestão de líquidos;
• Aumentar a ingestão de fibras: frutas em geral, frutas laxativas, frutas
com bagaço e vegetais crus;
CONSTIPAÇÃO INT. • Estimular o consumo de produtos integrais (cereais, pães, biscoitos,
E FLATULÊNCIA farinhas);
• Estimular o consumo de farelo de trigo ou aveia (início: 1 colh. de chá
e aumentar conforme a tolerância, chegando a até 2 colh. de sopa/dia
 distensão abdominal); ACCIOLY et al., 2009
CUIDADO NUTRICIONAL
ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS ESPECÍFICAS

SINAIS E SINTOMAS ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS


DIGESTIVOS

• Pode-se recomendar alimentos industrializados à base de fibras:


 Valor energético elevado;
 Presença de edulcorantes artificias;
 Pesquisa de mercado (análise da composição);
• Alimentos ricos em fibra (farelo trigo/aveia) devem ser ingeridos junto
com líquidos e não devem ser incluídos à grandes refeições
(interferência na absorção de ferro não-heme);
CONSTIPAÇÃO INT. • Efeito da fibra: não de imediato, mas o seu uso prolongado é eficaz;
E FLATULÊNCIA • Observar a tolerância a alimentos flatulentos (alho, batata-doce,
(continuação) brócolis, cebola, couve, couve-flor, ervilha, feijão, milho, ovo,
rabanete, repolho ...);
• Aumentar a atividade física: caminhadas e movimentação em geral
para a regularização do hábito intestinal (obs. contraindicação médica);
• Orientar para o atendimento do reflexo retal;
• Criar o hábito sanitário diário (manhã, após o desjejum);
USO DE LAXANTES NÃO
É RECOMENDADO.
• Mastigar bem os alimentos, evitar falar durante as refeições e comer
VITOLO, 2008 devagar;
• Fazer as refeições em ambiente calmo. ACCIOLY et al., 2009
CUIDADO NUTRICIONAL
ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS ESPECÍFICAS

SINAIS E SINTOMAS ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS


DIGESTIVOS

• Orientações semelhantes às dadas para CONSTIPAÇÃO;


HEMORROIDAS (surgimento pela complicação da constipação intestinal e pela
compressão do intestino grosso pelo útero aumentado).
• Conversar com a gestante, investigando problemas emocionais ou
PICAMALÁCIA familiares que possam estar associados;
• Orientar para a substituição da prática pela ingestão de alimentos de
RESSALTAR QUE É UM sua preferência e evitar o contato com a substância “desejada”;
COMPORT.PREJUDICIAL À
GESTAÇÃO
• Explicar que a prática pode contribuir para:
(CONTAMINAÇÃO POR
SUBST. TÓXICAS).
- Ocorrência ou agravo de anemia;
VITOLO, 2008
- Interferência na absorção de nutrientes;
- Doenças (parasitoses e intercorrências gestacionais).

ACCIOLY et al., 2009


CUIDADO NUTRICIONAL
RECOMENDAÇÕES SOBRE ATIVIDADE FÍSICA

Recomendações do Comitê de Práticas Obstétricas:


American College of Obstetricians and Ginecologists (2002)
Estudos epidemiológicos sugerem que o exercício pode ser benéfico na
prevenção primária de diabetes gestacional, particularmente em mulheres
obesas com IMC > 32 Kg/m2.
A participação em atividades recreacionais diversas parece ser segura durante
a gestação, porém cada gestante deve ser avaliada individualmente antes de
se prescrever o exercício físico.
EVITAR: atividades com alta chance de queda ou aqueles com alto risco de
trauma abdominal;
EVITAR: posição supino durante o exercício (obstrução do retorno venoso
e, consequentemente, redução do débito cardíaco e hipotensão);
Em linhas gerais, na ausência de complicações médicas ou obstétricas,
EXERCÍCIOS DIÁRIOS MODERADOS COM DURAÇÃO MÉDIA DE 30 MIN.
são recomendados durante a gestação.
ACCIOLY et al., 2009
RECOMENDAÇÕES
NUTRICIONAIS
INTRODUÇÃO

ATENDIMENTO DAS RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS MATERNA

GANHO PONDERAL RESULTADO OBSTÉTRICO


(PESO AO NASCIMENTO E
GESTACIONAL IDADE GESTACIONAL AO NASCER)

NUTRIÇÃO MATERNA E SAÚDE DO ADULTO:


 Crescimento intrauterino restrito  risco de doença coronariana, diabetes
e hipertensão (assoc. crescimento pós-natal muito acelerado);
 Macrossomia fetal  preditor de intolerância à glicose na fase adulta.
ACCIOLY et al., 2009
EXIGÊNCIAS ENERGÉTICAS

 Os requerimentos energéticos da gestante estão AUMENTADOS em


comparação aos requerimentos da mulher não-grávida.
 Os requerimentos aumentados no período gestacional são necessários
para:
- Promover o adequado ganho de peso gestacional e desenv. fetal;
- Desenvolvimento da placenta e dos tecidos maternos;
- Atendimento às demandas metabólicas aumentadas durante a gestação;
- Fornecer energia adicional para manter o peso materno, composição
corporal e atividade física durante o período gestacional;
- Permitir a constituição da reserva energética para o período de lactação.
Idealmente, as mulheres devem conceber com adequado EN,
visando melhores resultados obstétricos, ressaltando-se que mulheres
c/ desvio ponderal merecem maior atenção.
ACCIOLY et al., 2009
EXIGÊNCIAS ENERGÉTICAS
Comitê da Food and Agriculture Organization (FAO/WHO):
Fatores que determinam o CUSTO ENERGÉTICO DA GESTAÇÃO:
(adicional energético)
 Quantidade de energia necessária para o ganho de peso gestacional;
(assoc. ao acréscimo de proteína e gordura nos tec. maternos, fetais e placentários)
 Aumento do gasto energético assoc. ao incremento da TMB e o nível de
atividade física.
Estimativa (2004), considerando-se:
GANHO DE PESO: 10 a 14 Kg (12 Kg)  recém-nascido de 3,3 Kg, com
menores índices de complicações maternas e fetais.
O ADICIONAL ENERGÉTICO TOTAL RECOMENDADO PARA O PERÍODO
GESTACIONAL, A SER SOMADO AO GASTO ENERGÉTICO (GE) DIÁRIO
DA GESTANTE, VISANDO A PROMOÇÃO DE GANHO DE PESO MÉDIO
TOTAL DE 12 Kg É DE 77.000 kcal.
ACCIOLY et al., 2009
EXIGÊNCIAS ENERGÉTICAS

Valor Energético Total da dieta (VET) =


gasto energético (GE) + ADICIONAL energético de gestação

GE = TMB x NAF (Fat)


TMB: Taxa Metabólica Basal Mínimo = 1,4 (curto prazo)
NAF: Nível de Atividade Física Leve = 1,40 – 1,69 (1,53)
Ativo = 1,70 – 1,99 (1,76)
(*gestantes adultas) Vigoroso = 2,00 – 2,40 (2,25)

Cálculo da TMB, segundo a idade:


18 a 30 anos P = PESO ACEITÁVEL, para valores
TMB (kcal/dia) = 14,818 x P (Kg) + 486,6 aceitáveis de IMC (18,5 a 24,9 Kg/m2)
para mulheres adultas  alternativa
30 a 60 anos
TMB (kcal/dia) = 8,126 x P (Kg) + 845,6 (21 Kg/m2, mediana, p/ pop. feminina)

FAO/WHO, 2004
EXIGÊNCIAS ENERGÉTICAS
Considerações sobre o PESO ACEITÁVEL:
 Se a gestante apresenta IMC pré-gestacional como NORMAL:
Peso aceitável = a partir do IMC 21 Kg/m2 ou o peso pré-gestacional;
 Se a gestante apresenta IMC pré-gestacional como BAIXO PESO:
Peso aceitável = a partir do IMC 21 Kg/m2 na tentativa de normalização do
estado nutricional materno;
 Se a gestante apresenta IMCPG como SOBREPESO/OBESIDADE:
Uso do peso pré-gestacional, (...)
EVITANDO QUE A GESTANTE PERCA PESO NO PERÍODO GESTACIONAL;
com avaliação individualizada e detalhada nas consultas subsequentes, além
de ajustes no cálculo do VET para o ganho de peso recomendado.

ACCIOLY et al., 2009


(...) REFORÇANDO (...)

AMORIM F., 2018


EXIGÊNCIAS ENERGÉTICAS

Nível de Atividade Física (NAF) para adultas:

CATEGORIA NAF (média)


Estilo de vida sedentário ou leve 1,40 – 1,69 (1,53)
Estilo de vida ativo ou 1,70 – 1,99 (1,76)
moderadamente ativo
Estilo de vida vigoroso ou 2,00 – 2,40 (2,25)
moderadamente vigoroso

*TABELA de classificação do NAF para adultas.

FAO/WHO, 2004
EXIGÊNCIAS ENERGÉTICAS

Distribuição energética diária do ADICIONAL ENERGÉTICO:


1º TRIMESTRE (IG < 14 semanas): 85 kcal/dia;
2º TRIMESTRE (IG ≥ 14 a < 28 semanas): 285 kcal/dia;
3º TRIMESTRE (IG ≥ 28 semanas): 475 kcal/dia.
*Caso a gestante não inicie o seu pré-natal no primeiro trimestre da gestação,
sugere-se que, nesses casos, o adicional energético recomendado para o
primeiro trimestre seja somado ao adicional referente ao segundo trimestre
(85 + 285 kcal).

CÁLCULO INDIVIDUALIZADO:
PARA UM GANHO PONDERAL DE 12 Kg – SÃO NECESSÁRIAS 77.000 kcal

1 Kg – 6417 kcal

FAO/WHO, 2004
AMORIM F., 2018
AMORIM F., 2018
EXIGÊNCIAS ENERGÉTICAS
EXEMPLO

Gestante de 26 anos, empregada doméstica, idade gestacional de


15 semanas, peso pré-gestacional de 57 Kg, peso atual 59,1 Kg e altura
1,65 m.
1º PASSO:
IMCPG = 57 / 2,72 = 20,94 Kg/m2  NORMAL
Ganho de peso (até a 15ª semana) = 2,1 Kg
Ganho de peso até o final da gestação :
0,42 Kg/semana x 25 semanas faltantes = 10,5 Kg
Ganho de peso total = 2,1 (até 15ªs) + 10,5 (g. adicional estimado) = 12,6 Kg
 ganho ADEQUADO (11,5 – 16 Kg)

ACCIOLY et al., 2009


EXIGÊNCIAS ENERGÉTICAS
EXEMPLO

Gestante de 26 anos, empregada doméstica, idade gestacional de 15 semanas, peso pré-


gestacional de 57 Kg, peso atual 59,1 Kg e altura 1,65 m.

2º PASSO:
Cálculo do VET, iniciando pelo cálculo do GE:
GE = TMB x NAF
TMB (18 a 30 anos) = 14,818 x 57 + 486,6 = 1331,23 kcal
GE = 1331,23 x 1,76 (média, estilo de vida ativo) = 2342,97 kcal
Cálculo do VET (‘fórmula”):
*VET = 2342,97 + 285 = 2627,96 kcal
Cálculo do VET (adicional energético individualizado):
6417 kcal x 10,5 kg = 67.378,5 kcal (25 sem  /175 dias) = 385 kcal/dia
**VET = 2342,97 + 385 = 2728 kcal
ACCIOLY et al., 2009
AMORIM F., 2018
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
PROTEÍNAS

Durante a gestação, ocorrem adaptações metabólicas visando a conservação


do nitrogênio e aumento da síntese de proteínas (g nitrogênio/dia), que
aumenta na ordem de 1, 15 e 25%, no primeiro, segundo e terceiro trimestre,
respectivamente.
Segundo o comitê FAO/WHO (1985):
Adicional dietético seguro de proteínas de 1,2; 6,1 e 10,7 g/dia
(...) no 1º, 2º e 3º trimestres da gestação, respectiv. ou um adicional médio de 6g/dia.

FAO/WHO (2007):
No planejamento dietético das gestantes, pode-se adotar a relação
proteína/Kg de peso, que para indivíduos adultos é de 1 g/Kg/dia, calculado
sobre o peso pré-gestacional ou peso aceitável e acrescentar o adicional
recomendado para cada período gestacional:
1º T: 1 g;
2º T: 9 g;
3º T: 31 g/dia.
ACCIOLY et al., 2009
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
PROTEÍNAS

*Caso de gestação gemelar: exige um adicional proteico superior (...) além das
recomendações previstas para as mulheres de gestação de feto único.

**O comitê da FAO/WHO (2007) ressalta que uma dieta hiperproteica (34%)
associada ao uso de suplementos nutricionais durante a gestação está associada
ao óbito neonatal. Com isso, o adicional proteico recomendado deve ser
preferencialmente alcançado a partir do consumo de alimentos habituais,
dispensando-se o uso de complementos proteicos.

ACCIOLY et al., 2009


RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
DEMAIS MACRONUTRIENTES
DISTRIBUIÇÕES PERCENTUAIS DE MACRONUT EM REL. AO VET

(RECOMENDAÇÕES P/ ADULTOS SAUDÁVEIS)

 Carboidratos: 55 a 75% do VET


- Fibras: > 25g/dia (25 a 30g/dia)
- Açúcar de adição: < 10% do VET

 Proteínas: 10 a 15% do VET


 Lipídios: 15 a 30% do VET
- Evitar ácidos graxos saturados, trans e colesterol
- Importância dos AGPI (n3)

 Água: 3 L/dia
(ajustar a ingestão hídrica)
WHO/FAO, 2003; IOM, 2005

ACCIOLY et al., 2009


AMORIM F., 2018
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
VITAMINAS E MINERAIS

Para grande parte dos micronutrientes, as necessidades de gestantes


encontram-se AUMENTADAS, se comparadas às de mulheres não grávidas.
 FUNÇÕES;
 RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS;
 FONTES ALIMENTARES;
(...) de micronutrientes com PAPEL NUTRICIONAL DE IMPORTÂNCIA
reconhecida na gestação.
 VITAMINAS: A, C, FOLATO, D, E, K, B1, B2, NIACINA, B6, B12;
 MINERAIS: Ca, P, Fe, I, Zn, Cu, Mg, Se;
 Ácidos Graxos Essenciais.
Os valores de ingestão recomendados correspondem às Dietary Reference
Intakes (DRI) ou Ingestão Dietética de Referência (IDR) propostas pelo
Institute of Medicine (IOM, 1997; 1998; 2000; 2001).
É possível alcançar os valores de ingestão diária recomendada através da
orientação de alimentação saudável, que inclui todos os grupos de alimentos,
dentro da composição adequada das refeições. Contudo, a suplementação de
ferro associada com o ác. fólico durante a gestação é recomendada pelo MS
(2006), c/ doses variadas de ferro elementar, conforme os níveis de Hb.
AMORIM F., 2018
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
VITAMINA A

DESTAQUE:
 Visão; Reprodução; Desenvolvimento Fetal;
 Função imune; Regulação da Proliferação e Diferenciação Celular;
 Manutenção Tecido Esquelético; Formação Esperma; Manutenção Placenta.

RECOMENDAÇÃO (19 a 50 anos): 770g/dia

 DVA:

 Em casos de dieta materna habitual insuficiente em vit. A, pode ocorrer a baixa


reserva hepática do nutriente, que, se associada à persistente ing. deficiente
durante o período gestacional, particularmente no 3º T, aumenta o risco p/ o
desenvolvimento de DVA materna;

 A DVA materna, mesmo em níveis subclínicos, pode associar-se com menor


reserva hepática no concepto e níveis inadequados de retinol sérico no RN,
aumentando o risco de morte nos primeiros 6 meses de vida.
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
VITAMINA A

 Ingestão deficiente ou excessiva  assoc. à defeitos congênitos;

 Alterações no metabolismo de DNA  reabsorção de embriões e morte fetal;

 Assoc. à história de abortos espontâneos;

 (DVA): maior incidência de parto prematuro, sepse puerperal, estresse


oxidativo, representando um fator de risco para a transmissão vertical do vírus
HIV, aumentando as taxas de morbimortalidade materna e de lactentes nos
primeiros meses de vida;

 (DVA): também parece estar relacionada com anemia gestacional por reduzir a
mobilização dos estoques de ferro, alterar o metabolismo do ferro e prejudicar a
diferenciação e proliferação das células hematopoiéticas;

 (cegueira noturna): assoc. à maior chance de infecções, diarreia, náuseas,


vômitos, anorexia, dor abdominal, pré-eclâmpsia, eclâmpsia na gestação e 7,5
vezes maior chance de morte durante o período gestacional (Christian, 1997; Katz et al., 1995).
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
VITAMINA A

 SUPLEMENTAÇÃO:

 Para prevenir a cegueira noturna, pode-se indicar a suplementação de vitamina


A dentro do limite considerado seguro para mulheres na idade fértil e gestantes
em qualquer período da gestação: 10.000 UI/dia ou 25.000 UI/semana; por
período mínimo de 12 semanas na gestação até o parto;
*OMS (2011) recomenda a suplementação de vit. A durante a gestação p/ as populações c/ prevalência de
cegueira noturna ≥ 5%.

 A suplementação deve ser avaliada junto à equipe do pré-natal para evitar a


ingestão excessiva da vitamina;

 A suplementação em vit. A traz benefícios para a função fetoplacentária pelo


aumento dos níveis de progesterona (necessários ajustes fisiológicos).
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
VITAMINA C

DESTAQUE:
 Ação Antioxidante;
 Síntese de Colágeno;
 Atuação na redução do ferro férrico a ferroso no TGI, facilitando a sua absorção,
contribuindo para a prevenção e tratamento da anemia.

A vitamina C tem papel importante no resultado da gestação


(baixos níveis plasmáticos de ascorbato  parto prematuro).

RECOMENDAÇÃO (19 a 50 anos): 85 mg/dia


RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
FOLATO

DESTAQUE:
 Síntese de (ác. nucleicos) DNA e RNA
 Divisão Celular; Síntese Proteica;
 Deficiência: assoc. à Anemia Megaloblástica (prod. anormal de hemácias);

Sabe-se que as gestantes são propensas a desenvolverem deficiência de folato


provavelmente devido ao aumento da demanda deste nutriente para o crescimento
fetal e dos tecidos maternos (+ dieta inadequada, hemodiluição fisiológica e
influências hormonais).

A deficiência de folato pode estar associada a várias complicações na gestação,


tais como aborto espontâneo, pré-eclâmpsia, restrito crescimento intrauterino e
hemorragia.

Evidências epidemiológicas e clínicas têm mostrado que o folato está envolvido na


prevenção e patogênese dos Defeitos do Tubo Neural (DTN).

RECOMENDAÇÃO (19 a 50 anos): 600 g/dia


RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
FOLATO (continuação)

A suplementação de folato por meio do consumo de alimentos fortificados e/ou


administração de suplementos tem sido recomendada:

 Período periconcepcional (4 sem ant. à concepção – final 1º T*) – 0,4 mg/dia;


*período crítico de desenvolvimento do SNC
 Mulheres com história de DTN em gestação anterior – 4 mg/dia;

No contexto da avaliação pré-concepção, o MS (2006) recomenda a administração


oral preventiva de folato no período pré-gestacional p/ a prevenção de DTN,
especialmente nas mulheres com antecedentes de malformações, na dosagem de
5mg/dia, no período de 60 a 90 dias antes da concepção.

Na assistência pré-natal é recomendada a suplementação diária simultânea de ferro


e folato para a prevenção de anemia gestacional, a partir da 20ª semana de
gestação. A dose recomendada de folato para a prevenção ou tratamento da anemia
é na ordem de 400µg/dia (MS, 2006/2010).
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
VITAMINA D

DESTAQUE:
 Homeostase do Ca e P  Manutenção do Metabolismo Mineral Ósseo;
 Crescimento Ósseo;
 Fator Imunológico;
 Reprodução Humana;

Sua deficiência na gestante pode ocasionar hipocalcemia neonatal e/ou hipoplasia


de esmalte da dentição decídua da criança.

 São escassas as fontes naturais concentradas dessa vitamina, cuja maior


proporção das necessidades diárias é suprida pela conversão de metabólitos
precursores na forma ativa da vitamina, sob ação da luz solar.

RECOMENDAÇÃO (19 a 50 anos): 5 g/dia


RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
VITAMINA E

DESTAQUE:
 Antioxidante Biológico;

A deficiência de vitamina E pode causar anemia hemolítica em prematuros,


anormalidades neuromusculares e falhas na reprodução.

RECOMENDAÇÃO (19 a 50 anos): 15 mg/dia


RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
VITAMINA K

DESTAQUE:
 Síntese de Fatores de Coagulação;

 Doença Hemorrágica do Recém-nascido:


 Dose profilática de vitamina K, imediatamente após o nascimento;
 Recém-nascidos são suscetíveis à deficiência de síntese de protrombina
durante os primeiros dias de vida em virtude da:
- Limitada transferência placentária de vit. K;
- Reduzida flora intestinal produtora desta vit. nos primeiros dias de vida do RN;
- Baixa concentração no leite materno;
- E imaturidade do fígado para a síntese de protrombina;

RECOMENDAÇÃO (19 a 50 anos): 90 g/dia


RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
VITAMINA B1 – TIAMINA

DESTAQUE:
 Metabolismo de Proteínas, Ác. Nucleicos e Gorduras;
 Metabolismo de Carboidratos

 A deficiência de tiamina pode prejudicar o desenvolvimento cerebral.


*vitamina antineurítica

RECOMENDAÇÃO (19 a 50 anos): 1,4 mg/dia


RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
VITAMINA B2 – RIBOFLAVINA

DESTAQUE:
 (Combinação c/ o ác. fosfórico) Cadeia Respiratória  Produção de Energia;
 Formação de cél. vermelhas:
 Regulação das Enzimas tireoidianas;

 Devido ao seu envolvimento no metabolismo energético, a riboflavina é


importante e necessária durante a gestação em quantidades proporcionais ao
aumento dos requerimentos energéticos;

 Em estudos experimentais, deficiências graves de riboflavina foram associadas


ao baixo peso ao nascer, defeitos congênitos e morte fetal (nenhuma analogia
foi demonstrada em humanos).

RECOMENDAÇÃO (19 a 50 anos): 1,4 mg/dia


RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
NIACINA

DESTAQUE:
 Componente de Coenzimas  participação em diversos processos metabólicos;

 Sugere-se que as gestantes tenham capacidade aumentada para converter


triptofano em niacina, logo a necessidade de ingestão dietética de niacina
durante a gestação poderia estar diminuída.

RECOMENDAÇÃO (19 a 50 anos): 18 mg/dia


RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
VITAMINA B6 – PIRIDOXINA

DESTAQUE:
 Importante Coenzima envolvida no Metabolismo Proteico;
 Essencial para o Metabolismo do Triptofano e sua Conversão à Niacina
 Conversão do Ác. Graxo Linoleico  Ác. Graxo Araquidônico;
 Desenvolvimento do SNC;

 A piridoxina vem sendo indicada para gestantes no tratamento da hiperêmese


gravídica;
 A suplementação de piridoxina durante a gestação está associada à melhora do
Índice de Apgar ( índice de vitalidade do recém-nascido);
 Sabe-se que um aumento na ingestão proteica durante a gestação leva ao
aumento concomitante na ingestão de B6; (função no metab. de aminoácidos)

RECOMENDAÇÃO (19 a 50 anos): 1,9 mg/dia


RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
VITAMINA B12

DESTAQUE:
 Compostos de Cobalamina (referência  cianocobalamina);
 Ligação ao Fator Intrínseco  complexo;

 Transferidor de grupos metil (conversão da homocisteína em metionina)


 Regeneração da forma ativa do Ácido Fólico  síntese de b. nitrog. (DNA)

 As principais manifestações de carência são anemia megaloblástica e distúrbios


neurológicos;
 A carência de vitamina B12 produz lesão hematológica morfologicamente
indistinguível da produzida por deficiência de folato.

RECOMENDAÇÃO (19 a 50 anos): 2,6 g/dia


RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
CÁLCIO

DESTAQUE:

 Durante a gestação, aproximadamente 25 a 30g de Ca são transferidas para o


feto, principalmente, no 3º trimestre, embora no 2º trimestre já ocorra
considerável mineralização.
 A deficiência deste nutriente pode afetar o resultado gestacional:
- prejuízo no crescimento e desenvolvimento fetal;
- alteração da permeabilidade da membrana e excitabilidade, bem como afetar a
pressão sanguínea e propiciar contrações uterinas prematuras e,
consequentemente, parto prematuro.
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
CÁLCIO (continuação)

 Durante a gestação, ocorrem mudanças no metabolismo de Ca que favorecem


a transferência deste elemento para o feto (hormônios reguladores de Ca).
 Um aumento na calcitonina pode proteger o esqueleto materno e as
necessidades fetais são atingidas devido ao aumento da eficácia da absorção
de Ca dietético.
 A deficiência de Ca tem sido relacionada a prejuízos no crescimento e
desenvolvimento fetal, na pressão arterial, na alteração de membrana,
contrações e partos prematuros.
 Poucos estudos sobre o efeito da ingestão materna de Ca e processo de
mineralização óssea do feto humano. Mas, sabe-se que a suplementação de
cálcio durante a gestação pode proteger o esqueleto fetal, aumentando
significativamente a densidade óssea.
 Anormalidades esqueléticas não foram descritas devido à deficiência de cálcio.

RECOMENDAÇÃO (19 a 50 anos): 1000 mg/dia


RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
FERRO

DESTAQUE:
 Nutriente essencial p/ a síntese de hemoglobina;
 Participação na distribuição de oxigênio.  Respiração de cél maternas e fetais;
 Durante a gestação, as mulheres necessitam de Fe para repor suas perdas
basais, para a expansão da massa eritrocitária, além de suprir as necessidades
para o crescimento do feto e da placenta;
 Necessário: reposição das perdas sanguíneas durante o parto;

As necessidades de Fe não se distribuem de maneira uniforme ao longo da


gestação. E é fato reconhecido que as necessidades de Fe dificilmente são
atingidas somente por meio da dieta.
A anemia ferropriva na gestação está associada a aumento da mortalidade
perinatal e prematuridade.

RECOMENDAÇÃO (19 a 50 anos): 27 mg/dia


RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
FERRO (absorção e biodisponibilidade)

FATORES INTRÍNSECOS

O trato intestinal tem um papel muito importante no mecanismo de reciclagem do


ferro corporal, pois a absorção pode ser modificada conforme as necessidades do
organismo:
RESERVAS  ABSORÇÃO (e, se altas,  inibição)

SITUAÇÕES FISIOLÓGICAS (Gestantes e Crianças até 2 anos):


Como as necessidades de ferro corporal estão relacionadas às diversas etapas da
vida em que há maior taxa de crescimento, o grau de absorção intestinal de ferro
também está vinculado à faixa etária.
*na gestação, a absorção encontra-se triplicada, principalmente, no 3º trimestre gestacional,
quando ocorre aumento na absorção deste mineral entre 10 a 50%.

SITUAÇÕES DE DEFICIÊNCIA NUTRICIONAL:


*há evidências de que um indivíduo anêmico pode absorver 2 a 3 vezes mais ferro do que
um indivíduo normal.
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
FERRO (absorção e biodisponibilidade)

FATORES EXTRÍNSECOS

FATORES FACILITADORES: ácido ascórbico; carnes em geral; aminoácidos


como lisina, cisteína e histidina; ácidos cítrico, málico e tartárico; açúcares, como a
frutose;

FATORES INIBIDORES: minerais, como o zinco, cobre, cobalto, níquel, cádmio e


manganês; fitatos, presentes nos cereais; ácido oxálico, presente no espinafre e
na beterraba; compostos fenólicos como flavanóides, ácidos fenólicos, polifenóis e
taninos, encontrados nos chás preto e mate, café e certos refrigerantes; sais de
cálcio e fósforo, encontrados em fontes protéicas lácteas; as fibras.

A orientação nutricional para a gestante deve incluir medidas dietéticas


que melhorem a absorção desse nutriente.
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
DEMAIS MINERAIS

(19 a 50 anos):

 FÓSFORO – 700 mg/dia;

 IODO – 220 µg/dia;

 ZINCO – 11 mg/dia;

 COBRE – 1000 µg/dia;

 MAGNÉSIO – 350 (19 a 30 anos); 360 mg/dia (31 a 50 anos);

 SELÊNIO – 60 µg/dia;
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS

 Os ác. graxos essenciais (n-3, n-6 e n-9) são nutrientes biologicamente


importantes e considerados potentes mediadores bioquímicos diretamente
relacionados à resposta imunológica.

 Apesar do conhecimento extenso de seus benefícios na saúde humana, ainda


não há consenso sobre a recomendação desses nutrientes para o período
gestacional.

 LC-PUFA (long-chain polyunsaturated fatty acid): extenso estoque corpóreo e


capacidade de síntese através de seus precursores, no organismo materno.

 Diretamente relacionados ao desenvolvimento do SNC fetal, assim com são


parte do componente estrutural da retina.
 Alguns estudos sugerem que a ingestão de peixe (salmão, sardinha, arenque) e
óleo de peixe, óleo de soja, milho, girassol, entre outros de origem vegetal,
fontes de ác graxos essenciais, durante o período gestacional  redução do
risco de partos pré-termos e associação com maior peso ao nascer.
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
SUPLEMENTAÇÃO
DIETA VARIADA

 Apesar da prática clínica usual de suplementação nutricional em consultórios de


Obstetrícia, as únicas recomendações oficiais são as propostas pelo Ministério
da Saúde que recomenda a utilização de dose profilática diária de ferro
associada a ácido fólico.

 Avaliação dos casos de mulheres com dieta restrita e com pequena quantidade
de alimentos de origem animal:

 Para as ovo-lactovegetarianas, deve ser recomendada a suplementação de vit.


B12;

 Para gestantes de gestação gemelar e as que fumam ou que usam álcool e


drogas, a suplementação multivitamínica e de minerais deve ser recomendada.
DESTAQUES

*(!) industrializados, lanches, fast


food, tabagismo (...)
AMORIM F., 2018
DESTAQUES

AMORIM F., 2018


BUSCA ATIVA

 Consultar o Cap.´s 6, 7, 8 – Ajustes fisiológicos da gestação; Assistência nutricional


pré-natal; Recomendações nutricionais na gestação (ACCIOLY, 2009);

 Cap. 9 – Gestante Adolescente (assist. PN; equação TMB; NAF; e IDRs diferenciados)

 Consultar demais bibliografias/referências científicas (AULA  APOIO);

 Revisão da base teórica  funções/metabolismo;

 Consultar as Tabelas de Composição recomendadas e reconhecer os


alimentos-fonte para vitaminas e minerais;

 Reconhecer os micronutrientes “críticos” para a gestação  estudo intensivo.

PLANEJAMENTO DIETÉTICO

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