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Análise Matemática II PDF
Análise Matemática II PDF
Fevereiro de 2011
Capítulo 1
Integrais Duplos
A principal dificuldade nos integrais duplos, consiste em, dado um domínio de inte-
gração D, determinar os limites de integração em cada um dos integrais simples envolvidos.
1
2 Integrais Duplos
Definição 1.1.1 O domínio D ⊂ R2 diz-se regular segundo o eixo dos yy (no sentido do
eixo dos yy) se
1. Qualquer vertical que passe por um ponto interior de D intersecta a sua fronteira
em apenas dois pontos
Graficamente, temos um domínio de integração regular no sentido do eixo dos yy, em cada
uma das seguintes situações:
y=g2(x)
y y y=g2(x)
D
D
y=g1(x) y=g1(x)
a b x a b x
y=g2(x)=c
y y y=g2(x)
D D
y=g1(x)=d y=g1(x)
a b x a b x
Deve ficar claro que o cálculo de um integral duplo requer o cálculo de 2 integrais
simples pela ordem indicada: primeiro o integral de f (x, y) em relação à variável y (con-
1.1. INTEGRAIS DUPLOS - DEFINIÇÃO E INTERPRETAÇÃO 3
Definição 1.1.2 O domínio D ⊂ R2 diz-se regular segundo o eixo dos xx (no sentido do
eixo dos xx) se
1. Qualquer horizontal que passe por um ponto interior de D intersecta a sua fronteira
em apenas dois pontos
a b x x
4 Integrais Duplos
x=h1(y)=a x=h2(y)=b
y y
d y=d d y=d
x=h1(y)
D D
c y=c x=h2(y)
c y=c
a b x x
ZZ ZZ
cf (x, y)dxdy = c f (x, y)dxdy, para c ∈ R;
D D
ZZ Z b Z g2 (x)
h(x)f (x, y)dxdy = h(x) f (x, y)dydx;
D a g1 (x)
ZZ Z d Z h2 (x)
g(y)f (x, y)dxdy = g(y) f (x, y)dxdy.
D c h1 (x)
A passagem duma ordem de integração para outra num integral duplo, caso é possível,
designa-se por inversão da ordem de integração do integral duplo. Se o domínio
for regular no sentido do eixo dos yy ou seja
1.2 Exemplos
R2 R1 R2 R2 ³ ´¯2
x2 ¯
a). 1 0dx (x − cos y) dy = 1 (xy − sin y)|10 dx = 1 (x − sin 1) dx = 2 − x sin 1 ¯ =
1
3
2 − sin 1
R5 Ry R5¡ ¯y ¢ R5¡ ¢ ¯5
y4 ¯
b). 0 dy 0 (2xy) dx = 0 yx2 ¯0 dy = 0 y 3 dy = 4 ¯0 = 625
4
y=1+x2
y=2x2
-1 0 1 x
x=-1 x=1
6 Integrais Duplos
2x2 = 1 + x2 ⇒ x = ±1
© ª
D = −1 ≤ x ≤ 1, 2x2 ≤ y ≤ 1 + x2
ZZ Z Z Z ¯ 2
1 1+x2 1 ¡ ¢¯1+x
2 ¯
(x + 2y) dxdy = dx (x + 2y) dy = xy + y ¯ dx =
D −1 2x2 −1 2x2
Z 1³
¡ ¢ ¡ ¢2 ¡ ¢ ¡ ¢2 ´
= x 1 + x2 + 1 + x2 − x 2x2 − 2x2 dx =
−1
Z 1 ¡ ¢
= −3x4 − x3 + 2x2 + x + 1 dx =
−1
µ ¶¯1
x5 x4 x3 x2 ¯ 32
= −3 − +2 + + x ¯¯ = .
5 4 3 2 −1 15
© ª
D ≡ y = 2x, y = x2 , 0 ≤ x ≤ 2 .
y y y
y=4
4 y= 2x 4
4 y=2x x=y/2
y= x2
y=x 2 0 2 x x=y1/2
y=0
0 2 x 0 2
x= 0 x= 2
O mesmo integral duplo pode ser calculado pelo outro integral iterado (obtido invertendo
a ordem de integração), ou seja por
Z Z Z ÃZ √ !
4 y
52
(x + y) dxdy = (x + y)dx dy = .
D 0 y/2 15
y √
Tem-se c = 0, d = 4, x = h1 (y) = 2 e x = h2 (y) = y, segundo a notação indicada no
desenvolvimento.
Exemplo 4. Considere-se agora o mesmo integral duplo, mas com o domínio de
integração dado por
© ª
D ≡ y = 2x, y = x2 , 0 ≤ x ≤ 1 .
Z Z Z 1 µZ 2x µ ¶¯2x ¶ Z
y 2 ¯¯ 1
(x + y) dxdy = (x + y)dy dx = xy + dx =
D 0 x2 0 2 ¯x2
Z 1µ ¶ µ 3 ¶¯1
2 3 x4 x x4 x5 ¯¯ 118
= 4x − x − dx = 4 − − ¯ =
0 2 3 4 10 0 120
8 Integrais Duplos
Se optarmos pela outra ordem de integração o mesmo integral duplo terá de ser calculado
como segue:
y y
y=2x
x=y/2
2 y=2
2
y=x2 y=1
1 x=y1/2
0 1 x
y=0
0 1 x
x=0 x=1
Z Z Z ÃZ √ ! Z ÃZ !
1 y 2 1
(x + y) dxdy = (x + y)dx dy + (x + y)dx dy
D 0 y/2 1 y/2
Por vezes é forçoso inverter a ordem de integração face à função f (x, y) a primitivar.
Exemplo 5. Calcule o seguinte integral duplo
Z 1 Z 3
2
dy ex dx.
0 3y
Este integral duplo não pode ser calculado de forma fácil directamente pela ordem de inte-
R 2
gração estabelecida (dxdy), visto que a primitiva ex dx não é uma primitiva elementar.
O domínio de integração deste integral duplo é limitado pelas rectas x = 3y, x = 3, y = 0
e y = 1. Para estabelecer o outra ordem de integração (dydx) — isto é, para efectuar in-
versão da ordem de integração do integral duplo — é útil representar graficamente
este domínio de integração
1.2. EXEMPLOS 9
x=3y ou y=x/3
y=1
1
y=0
0 3 x
x=0 x=3
D ≡ {xy = 16, y = x, y = 0, x = 8} .
y=4
4
y=2
4 x
x=4 x=8
ZZ Z 4 Z x Z 8 Z 16/x
x2 dxdy = dx x2 dy + dx x2 dy
D 0 0 4 0
Verifica-se através da figura que, qualquer que seja a ordem de integração escolhida, é
necessário separar o domínio de integração em 2 sub-regiões, a saber: D1 e D2 separadas
R ¡R ¢
pela recta y = 2 quando a opção é f (x, y)dx dy, D10 e D20 separadas pela recta x = 4
R ¡R ¢
quando a opção é f (x, y)dy dx. O cálculo de qualquer um destes integrais iterados
conduz ao valor 448 para o integral duplo.
RR
Exemplo 7. Determine o valor do integral duplo D (xy) dxdy onde o domínio de
integração D é limitado pelas curvas de equação y = x − 1 e y 2 = 2x + 6.
√
A parábola de equação y2 = 2x + 6 tem a forma equivalente y = ± 2x + 6 vista como
y2
função y de variável x e tem a forma x = 2 − 3 vista como função x de variável y. Os
pontos de intersecção entre a parábola e a recta calculam-se de 2x + 6 = (x − 1)2 , o que
implica x2 − 4x − 5 = 0, de onde x = −1 e x = 5.
(5,4)
y=4
x=(y 2/2)-3
D
0 x=y+1
-3 0 1 x
-1 -1
y=-2
(-1,-2)
Consideramos a regularidade segundo o eixo dos xx (sendo mais fácil neste caso).
Então o domínio de integração D é limitado pelas rectas horizontais de equação y = −2
e y = 4 (calculados como as imagens dos pontos de intersecção x = −1 e x = 5), e pelas
y2
curvas: á esquerda x = h1 (y) = 2 − 3 e á direita x = h2 (y) = y + 1, logo, a ordem de
1.2. EXEMPLOS 11
ZZ Z Z ¶¯y+1
Z µ
4 y+1
x2 ¯¯ 4
(xy) dxdy = dy xydx = y ¯ y2 dy
D −2 y2
−3 −2 2 −3
2 2
Z 4 Ã µ ¶2 !
1 1 2
= y (y + 1)2 − y −3 dy =
2 −2 2
Z µ 5 ¶
1 4 y 3 2
= − + 4y + 2y − 8y dy
2 −2 4
µ 6 ¶¯4
1 y 4 y3 ¯
2 ¯
= − + y + 2 − 4y ¯ = 36.
2 24 3 −2
Estudando a regularidade de D segundo o eixo dos yy, ou seja, fazendo uma inversão da
ordem de integração de dxdy para dydx, obtem-se uma divisão de D em dois sub-domínios
de integração separados pela recta vertical de equação x = −1.
y
(5,4)
y= (2x+ 6) 1/2
y 2 = 2x+ 6 D
0 y= x-1
-3 0 1 x
-1 -1
y= -(2x+ 6) 1/2
(-1,-2)
x= -3 x= -1 x= 5
y=2
y=1+x 2
D
x=y 2
0 x
y=-1
x=-1 x=1
Raio θ
θ +π
O Eixo polar
Raio θ +π
½
x = r cos θ
y = r sin θ
14 Integrais Duplos
x y
visto que cos θ = e sin θ = (ver figura abaixo),
r r
( x ,y )
h
r
y
O x
1.3.1 Exemplos
1
x = r cos θ = 4 cos θ = −2 =⇒ cos θ = −√2 .
√
y = r sin θ = 4 sin θ = 2 3 =⇒ sin θ = 23
√
3
¡ ¢
Tem-se então θ = arcsin 2 = arccos − 12 = 23 π. Então as coordenadas polares de P são
¡ 2 ¢
4, 3 π .
1.3. MUDANÇA DE VARIÁVEL: COORDENADAS POLARES 15
¡ ¢
x2 − y 2 = r2 cos2 θ − r2 sin2 θ = r2 cos2 θ − sin2 θ =
= r2 cos (2θ) = a2
sempre que o domínio de integração D é dado por uma região circular ou quando a função
integranda f (x, y) contém uma expressão de tipo x2 +y 2 , pode ser útil o uso de coordenadas
polares para calcular o valor do integral duplo.
Relembramos que as coordenadas polares (r, θ) de um ponto P estão relacionadas com
as coordenadas rectangulares (x, y) por meio das seguintes equações
½ (
x = r cos θ r2 = x2 +³y 2 ´
e y
y = r sin θ θ = arctan
x
16 Integrais Duplos
também vai ser contínua em todos os pontos do seu domínio Ω. Considerando a mudança
de variáveis para coordenadas polares, tem-se então que
Z Z Z Z Z Z
f (x, y) dxdy = f (r cos θ, r sin θ) r drdθ = F (r, θ) r drdθ
D Ω Ω
∂ (x, y)
visto que r é o valor do determinante da matriz jacobiana e r ≥ 0.
∂(r, θ)
Se o conjunto Ω é definido por
θ = β
y
r = g 2 (θ )
D θ = α
r = g 1 (θ )
O E ix o p o la r x
1.3. MUDANÇA DE VARIÁVEL: COORDENADAS POLARES 17
Este caso obtem-se quando o domínio D provém da intersecção de duas rectas que
passam pela origem e de declive α e β e mais outras duas curvas quisquer (veja figura
acima).
Se o conjunto Ω tem a forma
então a ordem de integração em coordenadas polares será dθdr (o domínio Ω sendo regular
segundo θ) e então o integral duplo escreve-se como
Z Z Z Z Z b Z h2 (r)
f (x, y) dxdy = F (r, θ) r drdθ = dr F (r, θ) r dθ.
D Ω a h1 (r)
Este caso resulte quando o domínio D provém da intersecção de duas circunferências com
centro na origem e de raio a e b e mais outras duas curvas.
Caso em qual o domínio D é o resultado da intersecção de duas circunferências com
centro na origem e duas rectas que passam pela origem, então o domínio em coordenadas
polares, Ω, sera regular nos dois sentidos permitidos e a ordem de integração é aleatória.
Como caso particular pode afirmar-se que a área do domínio de integração D pode ser
calculada em termos de coordenadas polares utilizando a seguinte fórmula
Z β Z g2 (θ) Z
1 β¡ 2 ¢
Área de D = dθ r dr = g2 (θ) − g12 (θ) dθ
α g1 (θ) 2 α
considerando f (x, y) = 1.
Exemplo 1. Utilize coordenadas polares para calcular o valor do integral duplo
Z Z
xy dxdy
D
© ª
onde D é definido por x2 + y2 ≤ 1, x ≥ 0, y ≥ 0 .
Representação gráfica do domínio de integração D em coordenadas rectangulares:
Cálculo do novo domínio de integração Ω e sua representação gráfica:
¡ ¢
0 ≤ x2 + y2 = r2 cos2 θ + r2 sin2 θ = r2 cos2 θ + sin2 θ = r2 ≤ 1
de onde 0 < r 2 ≤ 1 implica 0 < r ≤ 1 ou seja g1 (θ) = 0 e g2 (θ) = 1. (Ou ainda, atendendo
um dos exemplos da secção anterior, sabe-se que x2 + y2 = 1 tem por equação polar r = 1
e o seu interior é dado por 0 < r < 1).
18 Integrais Duplos
y θ
D θ = π/2
Ω
0
1 x 0 r
r=1
Figura 1.1:
r
y 4
y=x r = 4 cos θ
Ω
D 2
r = 2 cos θ
0 1 2 4 x 0 θ
y= -x
Figura 1.2:
(i) f (x, y) = ln x + y
³ y´
(j) f (x, y) = ln 2x +
3
10
(k) f (x, y) = 2
x − y2
x
(l) f (x, y) =
(x + y)4
2
2y
(m) f (x, y) =
x2 − 16
p
(n) f (x, y) = 4x − y 2
2. Mostre que ÃZ !
Z 2 2x2
559
(x3 + 2y)dy dx = .
1 x 15
1.4. INTEGRAIS DUPLOS - EXERCÍCIOS PROPOSTOS 21
Averígue se pode retirar algumas conclusões acerca do valor e sinal do mesmo integral
para outros domínios de integração como sejam
© ª
D1 = (x, y) ∈ R2 : x ≥ 0, y > 0, x2 + y 2 6 1
© ª
D2 = (x, y) ∈ R2 : x ≥ 0, x2 + y 2 6 1
© ª
D3 = (x, y) ∈ R2 : x ≥ y, y ≥ −x, x2 + y 2 6 1
5. Mostre que Z Z
212
xy2 dxdy =
D 3
sendo D o paralelogramo limitado pelas rectas x = 3, x = 5, 3x + 2y − 4 = 0 e
2y + 3x = 1.
Z1 Z1 µ ¶
y3 + 1
(a) sin dydx
√
2
0 x
22 Integrais Duplos
√
Z0 Zy+1
(b) x2 dxdy
√
−1− y+1
Z1 Z1 Ã !
x3
(c) p dydx
x4 + y 2
0 x2
Z2 log
Z x
(d) e−x dxdy
1 0
Z1 Z1
(e) ey/x dxdy
0 y
Z1 Z1
4
(f) x2 ey dxdy
0 x
10
Inverta a ordem de integração e mostre que tem o valor para o caso de f (x, y) = y2 .
63
11. Determine o valor do integral duplo
t
Z 1 Z 1
+ 1−4y
4 2 4
dy t f (x, y) dx
1 1−4y
0 2
− 4
y
para f (x, y) = e x +x .
1.4. INTEGRAIS DUPLOS - EXERCÍCIOS PROPOSTOS 23
13. Mostre, usando cada uma das possíveis ordens de integração, que 2/5 é o valor do
integral duplo Z Z
xy 2 dxdy
D
© ª
para D = (x, y) ∈ R2 : 0 ≤ y ≤ x ∧ xy ≤ 1 .
© ª
(a) D = x2 + y 2 ≤ 4
© ª
(b) D = x2 + y 2 ≤ 9x
© ª
(c) D = x2 + y 2 = 4x, x2 + y2 = 8x, y = x, y = 2x
© ª
(d) D = 1 ≤ x2 + y 2 ≤ 9
17. Utilizando dois metodos diferentes calcule as áreas dos domínios de integração que
se indicam
(a) D = {x = 0, y = 0, x + y = 1}
24 Integrais Duplos
(b) D = {y = x, y = 5x, x = 1}
√ √
(c) D = {y = x, y = 2 x, x = 4}
RR ¡ ¢ © ª
(a) D 3x + 4y2 dxdy, onde D = x2 + y2 ≥ 1, x2 + y 2 ≤ 4, y ≥ 0
RR © ª
(b) D xdxdy, onde D = x2 + y 2 ≤ 25
RR
(c) D ydxdy, onde D é a região do plano real limitada por x2 + y 2 = 9, y = 0
e y = x.
1.5. CÁLCULO DE VOLUMES 25
RR
(d) D xydxdy, onde D é a região do 1o quadrante do plano real limitada por
x2 + y 2 = 4. e x2 + y 2 = 25.
RR 2 −y 2 p
(e) D e−x dxdy, onde D é a região do plano real limitada por x = 4 − y2
e x = 0.
22. Calcule ¡ ¢
Z Z
ln 1 + x2 + y 2
p dxdy
D x2 + y 2
sabendo que o domínio de integração D é
© ª
D = 1 ≤ x2 + y 2 ≤ 4, 0 ≤ x ≤ y ≤ 2x .
RR ¡ 2 2
¢ 2
23. Calcule D x + y dxdy sendo D limitado pelas curvas de equação y = x, y = x
e y = 2x2 .
— de áreas, sendo
Z Z
A (D) = 1 dxdy
D
26 Integrais Duplos
— de volumes, sendo
Z Z
V (S) = (q (x, y) − p (x, y)) dxdy
D
z = p (x, y)
0
y
x= a
D y = h (x)
x= b
y = g (x)
© ª
R = (x, y, z) ∈ R3 : (x, y) ∈ D ∧ 0 ≤ z ≤ b2 − x2 − y2 .
x2 y 2
Exemplo 3. Calcule o volume da região do espaço limitada pelas superfícies + =
a2 b2
1, z + y = 2a e z = 0 (0 < b < 2a).
x2 y2
A superfície 2 + 2 = 1 corresponde a um cilindro elíptico que se desenvolve ao longo
a b
do z-eixo.
A superfície z + y = 2a é um plano paralelo ao x-eixo.
A superfície z = 0 é o xy-plano.
Uma maior secção plana D desta região do espaço R é a elipse no xy-plano de equação
x2 y2
+ 2 = 1. Temos
a2 b ½ ¾
2 y2
2 x
D = (x, y) ∈ R | 2 + 2 = 1
a b
© ª
R = (x, y, z) ∈ R3 | (x, y) ∈ D ∧ 0 ≤ z ≤ 2a − y .
Z 2π µZ 1 ¶ Z 2π∙ ¸r=1
r2 r3
V = (2a − br sin θ) abr dr dθ = ab 2a − b sin θ dθ
0 0 0 2 3 r=0
µZ 2π ¶ ∙ ¸θ=2π
1 1
= ab a − b sin θ dθ = ab aθ + b cos θ
3 3
µ0 ¶ θ=0
1 1
= ab a2π + b − b = 2πa2 b.
3 3
5. Utilizando os integrais duplos calcule os volumes dos sólidos limitados pelas seguintes
superfícies
½ 2
x = 4y
(a)
2y − x − 4 = 0
⎧ 2
⎨ x + y2 = 1
(b) z=0
⎩
x+z =1
1.6. CÁLCULO DE VOLUMES - EXERCÍCIOS PROPOSTOS 31
⎧
⎨ z = 1 − y2
(c) 2x + 3y + z + 10 = 0
⎩ 2
x + y2 = z
½
z = 4 − x2 − y2
(d)
z = 2 + y2
½
z = 2 − x2 − y2
(e)
z = x2 + y 2
⎧
⎨ x=4
(f) y=4
⎩
z = x2 + y2 + 1
½
x+y =1
(g)
z = x2 + y 2
⎧ 2
⎪
⎪ y =x
⎨ 2
y = 4x
(h)
⎪
⎪ z =0
⎩
x+z =6
⎧
⎨ z=0
⎪
(i) 2y2 = x
⎩ x+y +z =1
⎪
4 2 4
⎧
⎪
⎪ z=1
⎨
(j) z = 12 − 3x − 4y
⎪
⎪ x2
⎩ + y2 = 1
4
⎧
⎨ x=3
(k) z=0
⎩
z = x2 − y2
⎧
⎪
⎪ z=0
⎨
y=1
(l)
⎪
⎪ y = x2
⎩
z = x2 + y2
⎧
⎨ z=0
(m) z = x + y + 10
⎩ 2
x + y2 = 4
⎧
⎨ 2x − z = 0
(n) 4x − z = 0
⎩ 2
x + y2 = 2x
x2 y 2 z 2
+ + = 1.
4 4 3
12. Calcule o volume do sólido limitado pelo parabolóido z = 10 − 3x2 − 3y2 e pelo plano
z = 4.
13. Calcule o volume do sólido limitado pelos parabolóidos z = 3x2 +3y 2 e z = 4−x2 −y2 .
Integrais de Linha
−
→
e1 + xy −
F (x, y) = x−
→ →
e2
→
−
ao longo de qualquer circunferência de centro (0, 0), mas que F não é um campo
gradiente ou conservativo (ou com potencial).
sendo C a porção da elipse entre os vértices (a, 0) e (−a, 0) passando pelo vértice
(0, b) , com orientação positiva (a, b > 0).
−
→ ¡ ¢
F (x, y) = −x2 y, xy 2
8. Utilize os processos indicados em cada uma das alíneas para calcular o trabalho de
campo de vectores
−
→ ³ ¡ ¢ ´
F (x, y) = 2 x2 + y 2 , (x + y)2
ao longo da curva plana C sendo esta o contorno do triângulo de vértices A(1, 1),
B(2, 2) e C(1, 3) percorrido no sentido positivo.
10. Prove, utilizando integrais de linha, que πab é a área delimitada pela elipse de
equação
x2 y 2
+ 2 = 1.
a2 b
11. Utilize o teorema de Green para mostrar que o trabalho realizado pelo campo de
vectores
−
→
F (x, y) = (y + 3x) −
→
e1 + (2y − x) −
→
e2 ,
2 2 2
13. Mostre que é 3πa2 /8 o valor da área da hipocicloide de equação x 3 + y 3 = a 3 cuja
parametrização é ⎧
⎨ x = a cos3 θ
−
→
r ≡ , para 0 ≤ θ < 2π.
⎩ 3
y = a sin θ
−
→ ¡ ¢→
e1 + x − 2y + x2 exp y −
F (x, y) = (y + 2x exp y) −
→ e2
(a) Calcule o valor do integral de linha sendo C a curva plana definida por y = x2
com 0 ≤ x ≤ 1;
−
→
r (θ) = (sin θ, arcsin θ)
¡ ¢
(a) com →
−
r (t) = t, t2 , t3 , P0 (1, 1, 1), P1 (2, 4, 8), e f (x, y, z) = xyz 2 se tem
Z (P1 ) Z 2 p
f (x, y, z)d−
→
r = t9 1 + 4t2 + 9t4 dt;
(P0 ) 1
(b) com −
→
r (θ) = (4 cos θ, 4 sin θ, 2θ) , P0 (4, 0, 0), P1 (4, 0, 4π), e f (x, y, z) = z 2 se tem
Z (P1 ) √
→
− 64 5 3
f (x, y, z)d r = π .
(P0 ) 3
−
→
F (x, y, z) = (xy 2 , 1, z)
−
→ ¡ ¢
F (x, y) = −x2 y, xy 2
ao longo da curva plana C sendo esta o contorno do triângulo de vértices A(1, 1), B(2, 2)
e C(1, 3) percorrido no sentido positivo.
d−
→r
a que corresponde a expressão geral do vector tangente = (−1, 1). Uma parametriza-
dt
ção do arco C3 , contido na recta x = 1, é
½
→
− x(t) = 1
r (t) ≡ para t ∈ [−3, −2]
y(t) = −t
d−→
r
a que corresponde a expressão geral do vector tangente = (0, −1). Temos então
dt
I I
¡ 2 ¢ →
− ¡ ¢
W = 2 2
(2 x + y , (x + y) ) |d r + (2 x2 + y 2 , (x + y)2 ) |d−
→
r
C1 C2
I
¡ ¢
+ (2 x2 + y2 , (x + y)2 ) |d−
→
r
C3
Z 2 Z 3
2 2
= (4t , 4t ) |(1, 1) + (2((4 − t)2 + t2 ), 16) |(−1, 1)
1 2
Z −2
+ (2(1 + t2 ), (1 − t)2 ) |(0, −1)
−3
Z 2 Z 3 Z −2
2 2
= 8t dt + (−16 + 16t − t )dt + (−1 + 2t − t2 )dt
1 2 −3
∙ ¸2 ∙ ¸3 ∙ ¸−2
t3 2 t3 2 t3 4
= 8 + −16t + 8t − + −t + t − =− .
3 1 3 2 3 −3 3
Exercise 3 Calcule o trabalho do campo de vectores
−
→
F (x, y, z) = (xy2 , 1, z)
Uma parametrização de C é
⎧
⎨ x(t) = t
→
−
r (t) ≡ y(t) = 2 para t ∈ [1, 2]
⎩
z(t) = −2t + 5
d−→r
a que corresponde a expressão geral do vector tangente = (1, 0, −2). Temos então
dt
I Z 2 Z 2
W = 2 −
→
(xy , 1, z) |d r = (4t, 1, −2t + 5) |(1, 0, −2) = (4t + 4t − 10)dt
C 1 1
£ ¤2
= 4t2 − 10t 1 = 16 − 20 − 4 + 10 = 2.
40 CAPÍTULO 2. INTEGRAIS DE LINHA
Uma parametrização de C é
⎧
⎨ x(t) = 4 cos θ π 3π
→
−
r (θ) ≡ y(t) = 3 sin θ para θ ∈ [ , ]
⎩ 2 2
z(t) = 0
d−
→
r
a que corresponde a expressão geral do vector tangente = (−4 sin θ, 3 cos θ, 0). Temos
dθ
então
I Z 2
W = (xy , 1, z) |d→
2 −
r = (36 cos θ sin2 θ, 1, 0) |(−4 sin θ, 3 cos θ, 0)
C 1
Z 3π ∙ ¸ 3π
2
3 sin4 θ 2
= (−144 cos θ sin θ + 3 cos θ)dθ = −144 + 3 sin θ = −6.
π 4 π
2 2
sendo C a porção da elipse entre os vértices (a, 0) e (−a, 0) passando pelo vértice (0, b) ,
para a, b > 0, com orientação positiva.
Uma parametrização de C é
½
→
− x(θ) = a cos θ
r (θ) ≡ para θ ∈ [0, π]
y(θ) = b sin θ
d−
→
r
a que corresponde a expressão geral do vector tangente = (−a sin θ, b cos θ). Temos
dθ
então
Z Z π
2 2
y dx + x dy = b2 sin2 θ (−a sin θ) dθ + a2 cos2 θ (b cos θ) dθ
C
Z0 π
= . (−ab2 sin3 θ + a2 b cos3 θ)dθ
Z 0π
¡ ¢
= (−ab2 sin θ 1 − cos2 θ + a2 b cos θ(1 − sin2 θ))dθ
Z0 π
= (−ab2 sin θ + ab2 sin θ cos2 θ + a2 b cos θ − a2 b cos θ sin2 θ)dθ
0
∙ 3 3 ¸π
2 2 cos θ 2 2 sin θ 4
= ab cos θ − ab + a b sin θ − a b = − ab2 .
3 3 0 3
2.2. INTEGRAIS DE LINHA - PROPOSTAS DE RESOLUÇÃO 41
Z
xzdx + xdy − yzdz
C
I I I I
− −
→ − −
→ − −
→ − −
→
W = F |d→
r = F |d→
r + F |d→
r + F |d→
r .
C C1 C2 C3
d−→
r
a que corresponde a expressão geral do vector tangente = (cos θ, 0, − sin θ). Uma
dθ
parametrização do arco C2 , contido na recta y = −x + 1 ∧ z = 0, é
⎧
⎨ x(t) = 1 − t
→
−
r (t) ≡ y(t) = t para t ∈ [0, 1].
⎩
z(t) = 0
d−
→r
a que corresponde a expressão geral do vector tangente = (−1, 1, 0). Uma parame-
dt
trização do arco C3 , contido na resta x = 0 ∧ y = 1, é
⎧
⎨ x(t) = 0
→
−
r (t) ≡ y(t) = 1 para t ∈ [0, 1]
⎩
z(t) = t
42 CAPÍTULO 2. INTEGRAIS DE LINHA
d−
→r
a que corresponde a expressão geral do vector tangente = (0, 0, 1). Temos então
dt
I I I
W = (xz, x, −yz) |d→
−
r + (xz, x, −yz) |d−
→
r + (xz, x, −yz) |d−
→
r
C1 C2 C3
Z π
2
= (sin θ cos θ, sin θ, 0) |(cos θ, 0, − sin θ) dθ
0
Z 1 Z 1
+ (0, 1 − t, 0) |(−1, 1, 0) dt + (0, 0, −t) |(0, 0, 1) dt
0 0
Z π Z 1 Z 1
2
2
= sin θ cos θdθ + (1 − t)dt + −t dt
0 0 0
∙ ¸π ∙ ¸1 ∙ ¸1
cos3 θ 2 t2 t2 1
= − + t− − = .
3 0 2 0 2 0 3
ao longo da espira de hélice de equações paramétricas x(t) = a cos t, y(t) = a sin t, z(t) =
bt, para t ∈ [0, 2π] .
Uma parametrização de C é
⎧
⎨ x(t) = a cos t
→
−
r (t) ≡ y(t) = a sin t para t ∈ [0, 2π]
⎩
z(t) = bt
d−
→r
a que corresponde a expressão geral do vector tangente = (−a sin t, a cos t, b). Temos
dt
então
Z Z 2π
zdx + xdy + ydz = bt (−a sin t) dt + a cos t (a cos t) dt + a sin t · bdt
C 0
Z 2π
= −abt sin tdt + a2 cos2 tdt + ab sin tdt
0
Z 2π Z 2π
2π 2 1 + cos (2t)
= [abt cos t]0 − ab cos tdt + a dt
0 0 2
Z 2π
+ab sin tdt
0
∙ ¸2π
2π 2π 2 t 1
= [abt cos t]0 − ab [sin t]0 + a + sin(2t)
2 4 0
+ab [− cos t]2π
0 = aπ (2b + a) .
2.2. INTEGRAIS DE LINHA - PROPOSTAS DE RESOLUÇÃO 43
−
→ ¡ ¢→
e1 + x − 2y + x2 exp y −
F (x, y) = (y + 2x exp y) −
→ e2
∂f ∂f ¡ ¢
dx + dy = (y + 2x exp y) dx + x − 2y + x2 exp y dy.
dx dy
Para que tal aconteça, a função terá de verificar o teorema de Schwarz, ou seja, terá de se
verificar ¡ ¢
∂ (y + 2x exp y) ∂ x − 2y + x2 exp y
= .
∂y ∂x
De facto ambas as derivadas têm por expressão 1 + 2x exp y. Podemos assim concluir que
→
−
o campo de vectores F é um campo conservativo. Quanto à determinação da função
potencial f atenda-se a que ela verifica as igualdades
∂f
= y + 2x exp y
dx
∂f
= x − 2y + x2 exp y.
dy
Como tal, Z
f (x, y) = (y + 2x exp y) dx = yx + x2 exp y + C(y).
∂f
Dada a igualdade = x − 2y + x2 exp y, sabemos ainda que
dy
¡ ¢
∂ yx + x2 exp y + C(y)
= x − 2y + x2 exp y
dy
⇔ x + x2 exp y + C 0 (y) = x − 2y + x2 exp y
⇒ C 0 (y) = 2y ⇒ C(y) = y2 + C
f (x, y) = yx + x2 exp y + y 2 .
44 CAPÍTULO 2. INTEGRAIS DE LINHA
ao longo da curva plana C sendo esta o contorno do triângulo de vértices A(1, 1), B(2, 2)
e C(1, 3), percorrido no sentido positivo.
ao longo do contorno do paralelogramo de vértices (0, 0), (3, 0), (5, 2) e (2, 2).
quando o ponto de aplicação da força dá uma volta no sentido positivo em torno da elipse
C de equação 4x2 + y 2 = 4.
2.3. COM O TEOREMA DE GREEN - EXERCÍCIOS PROPOSTOS 45
−
→ ¡ ¢
F (x, y) = (2 x2 + y 2 , (x + y)2 )
ao longo da curva plana C sendo esta o contorno do triângulo de vértices A(1, 1), B(2, 2)
e C(1, 3) percorrido no sentido positivo.
sendo D o triângulo de vértices A(1, 1), B(2, 2) e C(1, 3) (faça o esboço da curva) e dado
que C é uma curva fechada seccionalmente regular com orientação positiva. Temos então
ZZ Z 2 µZ 4−x ¶
W = 2 (x − y) dxdy = 2 (x − y) dy dx
D 1 x
à !
Z 2∙ ¸y=4−x Z
y2 (4 − x)2
2
x2
= 2 xy − dx = 2 x (4 − x) − − x2 + dx
1 2 y=x 1 2 2
Z 2 ∙ ¸2
¡ ¢ x3 4
= 2 8x − 2x2 − 8 dx = 4 2x2 − − 4x = − .
1 3 1 3
Consideremos o contorno do quadrado de vértices (0, 0), (a, 0), (a, a) e (0, a). Trata-se
de uma curva fechada seccionalmente regular orientada positivamente. Pelo teorema de
46 CAPÍTULO 2. INTEGRAIS DE LINHA
Green, temos
I
¡ ¢ ¡ ¢
1 + 10xy + y2 dx + 6xy + 5x2 dy
C
ZZ Ã ¡ ¢ ¡ ¢!
∂ 6xy + 5x2 ∂ 1 + 10xy + y 2
= − dxdy
D ∂x ∂y
ZZ ZZ
= (6y + 10x − 10x − 2y) dxdy = 4y dxdy
D D
sendo D o quadrado de vértices (0, 0), (a, 0), (a, a) e (0, a). Temos então
I
¡ ¢ ¡ ¢
1 + 10xy + y2 dx + 6xy + 5x2 dy
C
Z a µZ a ¶ Z a ∙ 2 ¸y=a Z a 2
y a a2
= 4y dy dx = 4 dx = 4 dx = 4 [x]a0 = 2a3 .
0 0 0 2 y=0 0 2 2
ao longo do contorno do paralelogramo de vértices (0, 0), (3, 0), (5, 2) e (2, 2).
Trata-se de uma curva fechada seccionalmente regular com orientação positiva. Pelo
teorema de Green, temos
I
¡ ¢ ¡ ¢
2xy 3 − y 2 cos x dx + 1 − 2y sin x + 3x2 y2 dy
C
ZZ Ã ¡ ¢ ¡ ¢!
∂ 1 − 2y sin x + 3x2 y2 ∂ 2xy3 − y 2 cos x
= − dxdy
D ∂x ∂y
ZZ ZZ
¡ 2 2
¢
= −2y cos x + 6xy − 6xy + 2y cos x dxdy = 0 dxdy = 0
D D
sendo D o paralelogramo de vértices (0, 0), (3, 0), (5, 2) e (2, 2).
x2 y2
+ 2 = 1.
a2 b
−
→
e1 + (2y − x)−
F (x, y) = (y + 3x)−
→ →
e2
quando o ponto de aplicação da força dá uma volta no sentido positivo em torno da elipse
C de equação 4x2 + y2 = 4.
= (y + 3x) dx + (2y − x) dy
C
ZZ µ ¶
T.Green ∂ (2y − x) ∂ (y + 3x)
= − dxdy
D ∂x ∂y
ZZ ZZ
= (−1 − 1) dxdy = −2 dxdy
D D
sendo D a elipse de equação 4x2 + y2 = 4 unida com o seu interior e atendendo a que
esta é uma curva fechada regular. Atendendo à fórmula conhecida para a área da elipse,
e dado que nesta o semi-eixo maior mede 4 e o semi-eixo menor mede 2, temos
ZZ
W = −2 dxdy = −2 · área de D = −2 · π · 2 · 1 = −4π.
D