Você está na página 1de 8

SAUSSURE

O autor, considerado pai da semiologia,tem a vertente europeia do estudo


dos signos, por ser o primeiro autor a criar essa designação e a designar o
seu objeto de estudo, é Ferdinand de Saussure. Segundo este, a existência
de signos, conduz à necessidade de conceber uma ciência que estude a
vida dos sinais no seio da vida social, envolvendo parte da psicologia social
(devido ao carácter mental do signo – em especial do signo linguístico – e
á sua dimensão social) e, por conseguinte, da psicologia geral. Nasce assim
a semiologia. Estudaria aquilo em que consistem os signos, que leis os
regem. A concepção de Saussure relativamente ao signo, ao contrário da
de Peirce, distingue o mundo da representação, do mundo real. Para ele,
os signos (pertencentes ao mundo da representação) são compostos por
significante - a parte física do signo - e pelo significado, a parte mental, o
conceito. Colocando o referente no espaço real, longe da realidade da
representação. Para Saussure (com excepção da onomatopeia), não
existem signos motivados, ou seja, com relação de causa-efeito.

Diferença entre significação e comunicação:

A significação: acontece no patamar intra-individual, não implica


transmissão ou qql forma de relação com o outro.

A comunicação: implica uma relação com o outro, real ou fictícia, e


implica também sempre processos de significação.

O que é um Signo:

Signo é algo que é usado, referido ou tomado no lugar de outra coisa. Ou


seja, são entidades em que sons ou representações gráficas, estão ligados
com significados ou conteúdos. Signos são instrumentos de comunicação
e representação, no sentido em que usamo-los para configurar,
linguisticamente, uma realidade e distinguir os objectos entre si.

Existe 2 definições de signo: a europeia de cariz Saussuriano e a ampla.

Na definição europeia, o conceito de signo deve limitar-se aos sinais


artificiais, através dos quais um ser humano comunica com outro ser
humano. Exclui-se desta definição, todos os signos naturais, ou seja signos
emitidos inconvenientemente por um agente humano (signos
expressivos); e inclui-se todos os códigos inventados pelos homens com
finalidade de comunicar línguas, como a língua gestual, o código da
estrada, etc.

Diferença entre sinal e signo [definição ampla]:

O universo do sinal: é direto e imediato, causa e efeito, sem mediação.

O universo do signo: é mediata: uma coisa está por outra/representa


outra. Este universo existe “para alguém”: ele representa qql coisa de
outro para uma dada mente.

Tipos de Signos:

Signos Olfativos – cheirar bem ou mal, atração sexual, alimentaçao

Signos tacteis – relação que une o homem ao objecto, jogo amoroso,


sensações de temperatura e textura

Signos gustativos- cru/cozido, doce/salgado, picante ou não,


reconhecimento de sabores

Signos sonoros – sons naturais, música, linguagem verbal

Signos visuais – a civilização da imagem

Semiótica:

Na tradição europeia, a semiótica refere-se às especialidades fílmicas, BD,


publicidade, texto e imagem, com o objectivo de perder o funcionamento
dos signos naqueles contextos e usos particulares.

Problemática da Referencia:

Concepções da linguagem: Referencial – um sentido amplo da realidade;


Simbólica – o nome não é a coisa. A linguagem constitui o nosso mundo.
Interlocutiva – age no mundo. É pragmática.

Concepções Saussuriana: Significante/Significado – o significado não é o


próprio objecto, mas o conceito desse objecto. É sempre uma
representação.

Concepções Pierciano: Representamen/objecto/interpretante: o objecto


dinâmico de um signo é exterior a este, pode ou não ser existente, mas
entra no signo como representação. É também o conceito que se tem
desse objecto (existente ou ficcional). *Nomes que designam objectos que
não existem: figuras míticas. *O mesmo nome que designa coisas
diferentes: cadeira e banco. *a mesma coisa designada por nomes
diferentes. O fato dos signos poderem ter uma dimensão referencial ou
semântica não torna o referente determinante do signo. Os signos não
têm unicamente esta possibilidade referencial de designar o mundo
exterior, têm também uma dimensão pragmática (a nossa relação com o
mundo) e dimensão de significação (construção de conceitos gerais).

Linguagem e pensamento: A importância da linguagem verbal é a


distinção face aos outros animais. Estatuto metasemiótica do verbal: o
verbal permite falar dos outros signos não linguísticos; discurso indirecto é
típico da linguagem verbal; e a metalinguagem (qql terminologia usada
para descrever uma linguagem em si) é caracteristica do verbal.

Linguagem e experiencia: De acordo com concepçoes simbólicas e


pragmáticas da linguagem verbal, a linguagem é o nosso mundo. Os
limites da linguagem são os limites do mundo. O que não podemos dizer,
não podemos experienciar.

Noçao Pansemiótica:

Pansemiótica: Concepção hegemónica da semiologia nas ciências sociais,


confundindo com uma epistemologia geral: Porque toda a cultura é a
constituição de complexos sistemas de signos.

Pansemiótica metafísica afirma que toda a cultura deve ser estudada


como fenómeno da comunicação.

Panemiótica metodológica afirma que todos os aspectos de uma cultura


podem ser estudadas como conteúdos da comunicação.

Criação da linguística geral como disciplina

Sausurre desenvolverá as bases do estruturalismo, Tinha como objectivo


fundar a ciência dos factos da língua. Opoe-se a uma visão historicista que
predominava nos estudos linguísticos da sua época. É uma visão holitica
em que as partes interagem e o seu valor depende das posições relativas
de cada uma.

O objecto da linguística: É a língua e não a linguagem. A linguagem é


todas as manifestações da língua, todas as varias dimensões
(heterogénea). A língua constitui-se como sistema formal, psíquico de
origem colectiva supra individual. A língua faz a unidade da linguagem.

Oposições de Saussure:

Significante/Significado – o signo linguístico é uma entidade psíquica de 2


fases. Estes 2 elementos estão intimamente unidos: conceito e imagem
acústica.

o signo linguístico une não uma coisa a um nome mas um conceito a uma
imagem acústica. O signo é a constituição do significante (imagem
acústica, o pensar no som) e do significado (conceito associado ao som)

Caracteristicas dos signos linguísticos:

arbitrariedade do signo – relação entre significante, significado é


imotivada pq é convencional. lineriedade do significante – é temporal,
afeta as formas de organização do significante.
mutabilidade/imutabilidade – o signo altera-se pq permanece.
DIFERENTE DA IMAGEM. Uma imagem é motivada, possui aspectos
semelhantes ao objecto do representamen. Não é linear, desenvolve-se
num suporte espacial e não temporal.

Lingua/Fala – A língua constitui um sistema de valores que determina o


valor de um signo, é um sistema de signos. Se a execução das imagens
acústicas não afeta em nada o sistema, Sausurre indica a hegemonia de
uma linguística da língua face a uma linguística da fala. Podemos dizer que
o objecto da linguística é a língua, sendo uma linguística da fala um nome
daquela: uma das formas da sua materialização. O valor linguístico é o que
resulta do conceito de regras que estabelece a relação de um
determinado significante a um significado.

Paradigma/sintagma – 2 mecanismos q permitem compreender o


funcionamento do sistema linguístico: Relações sintagmáticas (relação de
independência c/ outra coisa) e relações paradigmáticas (sentido pratico,
simples e objectivo). No Paradigma os critérios de associação são mais
diversos: fonéticos (som semelhante), significados idênticos ou distintos, e
morfológicos (prefixo, sufixo). Noutro sistema de signos como por ex:
vestuário; o sintagma seria o conjunto que usamos, e o paradigma seria a
roupa que temos no roupeiro, o que poderíamos ter usado.

Desenvolvimento do signo:

Plano de Conteudo (significado para Saussure): *Substância – o sentido,


ideia, conceito, pensamento. *Forma – organização formal dessas ideias
ao depende da substância.

Plano de Expressao (significante para Saussure): *Substancia – zona


fonética de uma língua, todos os sons possíveis, cada língua retem alguns.
*Forma – articulação especifica entre cada um dos sons.

MITO:

Denotação – sentido próprio

Conotação – sentido figurado

O mito aqui não é uma lenda, é um sistema semiológico de conotação. É


uma fala. Caracteristicas: frequentemente usada no quotidiano,
assumimos como natural. O mito é uma fala que todos usamos, fácil de
compreender e que naturalizamos. A fala é facilmente compreendida. A
fala mítica possui estas características embora nem toda a fala seja mítica.
Segundo Barthes, mito é uma forma ideológica que as pessoas assumem
como natural. Nem toda a fala é mito pq nem tosa a fala tem a forma de
mito: a linguagem exige determinadas condições para tornar-se mito; O
mito é um sistema de comunicação, uma mensagem; O mito não pode ser
um objecto, conceito ou ideia. É o modo de designificação. O mito no
anuncio Panzani é a Italinidade. Forma do mito: 1º sentido: denotação:
significante, signo e significado, forma mítica: significantes + 1ºsentido,
conceito mítico: signo + forma mítica + 1ºsentido. significação mítica:
junção de tudo = conotação.
2 - LINGUISTICA

Criação da linguística geral como disciplina

Saussure desenvolverá as bases do estruturalismo; - Tinha como objetivo


fundar a ciência dos “factos da língua”, ou seja, tentar perceber como é
que se identificavam os factos da língua, quais poderiam ser. - Opõe-se a
uma visão historicista que predominava nos estudos linguísticos da sua
época. É uma visão holística em que as partes interagem e o seu valor
depende das posições relativas.

O objeto da linguística:

É a língua e a não linguagem.

A linguagem: é todas as manifestações da língua e todas as suas várias


dimensões incluindo vários tipos de sistemas de comunicação. É pois um
fenómeno heterogéneo.

A língua: É a parte homogénea da linguagem, pois para Saussure a língua


é “a linguagem menos a fala”, ou seja, ela constitui-se apenas como
sistema formal, psíquico, de origem coletiva supra individual. O
argumento decisivo para Saussure: “não há fala sem língua, mas a língua
sem fala: a língua é que faz a unidade da linguagem”.

3 - SEMIOLOGIA

ocupa-se de uma parte dos processos de comunicação: o estudo dos


signos, por si mesmos, ou seja, a semiologia estuda a mensagem e por sua
vez o código.

SIGNO

Signo é o uso de sinais artificiais através dos quais um ser humano


comunica com outro ser humano; -Esta definição hoje já não é aceite, mas
apesar disso a linguística privilegia ainda as línguas maternas como
códigos bastante importantes e indispensáveis para a comunicação. -
Signo não é algo físico e palpável, mas sim algo abstrato que existe na
consciência daqueles que partilham de uma mesma cultura, para isso é
necessário que as instâncias de transmissão sejam relacionadas.

CONCEÇÃO SAUSSURIANA:

Significado/significante: - O significante é a parte física da palavra (grafia


+ som); O significado não é o próprio objecto, mas sim o conceito que
reside no conteúdo e que designa esse objecto. É sempre uma
representação, é o entendimento simples pragmático que se dá ao
objecto designado, é o conceito transmitido pelo significante. A junção do
significante com o significado forma o signo.

Sincronia e diacronia: a mutabilidade e a imutabilidade do signo


linguístico prende-se com a relação entre comunidade e tempo.

É sincrónico tudo o que se refere ao aspecto estático na nossa ciência e


diacrónico tudo o que diz respeito às evoluções.

Saussure propõe que a linguística sincrónica se ocupe das relações lógicas


e psicológicas entre termos coexistentes e que formam um sistema, tais
como são percebidos pela consciência colectiva(precedência a esta
perspectiva).

Propõe que a linguística diacrónica estude as relações entre termos


sucessivos, não percebidos por uma mesma consciência colectiva e que se
substituem uns aos outros sem formar sistema entre si (interesse na
medida em que se tenha em conta o estado sincrónico vivido e herdado
por uma dada comunidade).

SIGNIFICANTE/SIGNIFICADO

Signo linguístico: um s.l. não une uma coisa a um nome, mas um conceito
e uma imagem acústica;

Signo: o significante é a imagem acústica, esta é a marca psíquica do som,


não é o som proferido em si mesmo, é pensar no som (a nossa memória
desse som); + o significado que é o conceito ou a ideia associada ao som

Só existe com estas duas dimensões, são pois indissociáveis, embora


analisáveis por si mesmas; - Ambos os aspetos são psíquicos, embora o
significante tenha uma dimensão sensorial ou ‘material’.
Caracteristicas do signo linguístico:

Arbitrariedade do signo: a relação entre significante e significado é


imotivada, porque é uma relação convencional.

Linearidade do significante: ocorre sucessivamente, é temporal. Esta


natureza do significante afeta as suas formas de organização.

Imutabilidade/mutabilidade do signo: “o signo altera-se porque


permanece”, o que Saussure quer dizer é que, um signo hoje tem um
significado, daqui a uns tempos, o significando que tinha já não tem,
porque como os tempos mudaram, novos conceitos surgiram, o que vai
alterar a forma como nós percebemos os signos.

LINGUA/FALA

É a língua que constitui o sistema de valores que determina em termos


relativos e diferenciais o valor de um signo. É um sistema de signos. Se a
‘fonação’ não afeta este sistema, Saussure diz que há uma supremacia da
uma linguística da língua face a uma ling. da fala. O valor linguístico é o
que resulta do concerto de regras que fazem com que determinados
significantes se associem a determinados significados.

PARADIGMA/SINTAGMA

Incluídos na perspetiva sincrónica, que vê o sistema e não a sua evolução


histórica, encontramos dois mecanismos que permitem compreender o
funcionamento do sistema linguístico: - as relações sintagmáticas (numa
frase); as relações paradigmáticas;

Você também pode gostar