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1.

INTRODUÇÃO

O leite materno é o alimento nutricionalmente completo, espécie-específico,


que corresponde perfeitamente às peculiaridades fisiológicas, metabólicas e
imunológicas da criança¹. Para garantir esse leite materno a todos os bebês cujas mães
estão impossibilitadas de amamentar, foram criados em todo o país os Bancos de Leite
Humano. Estes são responsáveis por receber, pasteurizar e distribuir o leite para as
crianças internadas em unidades neonatais, sendo o Brasil o maior detentor da rede de
Banco de Leite Humano do mundo, reconhecida pela Organização Mundial de Saúde
(OMS). E os procedimentos realizados nos BLH são supervisionados pela Vigilância
Sanitária dos Estados e Municípios e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa).²

O BLH é um serviço especializado vinculado a um hospital de atenção materna


e/ou infantil, tendo como responsabilidade ações que visem à promoção, proteção e
apoio ao aleitamento materno e execução de atividades de coleta da produção lática da
nutriz, seleção, classificação, processamento, controle de qualidade e distribuição, sendo
proibida a comercialização dos produtos por eles distribuídos. Enquanto o posto de
coleta de leite humano é uma unidade fixa ou móvel, intra ou extra-hospitalar, vinculada
tecnicamente a um banco de leite humano e administrativamente a um serviço de saúde
ou ao próprio banco, sendo responsável por ações de promoção, proteção e apoio ao
aleitamento materno e execução de atividades de coleta de produção lática da nutriz e
sua estocagem, não podendo executar as atividades de processamento do leite que são
de exclusividade do Banco de Leite. E para funcionamento de ambos deve haver licença
sanitária atualizada, emitida pelo órgão da vigilância sanitária, observando as normas
legais e regulamentares pertinentes.³

2. OBJETIVO

Visitar um Banco de Leite Humano em São Luís do Maranhão para conhecer o


funcionamento desse BLH, observar principalmente as características envoltas nesse
processo bem como buscar informações sobre o processamento do Leite Humano nesse
local.

3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Funcionamento do Banco de Leite Humano

Há resoluções que permeiam o funcionamento dos bancos de leite. Nesse


sentido, a Portaria nº 322, de 26 de maio foi a primeira legislação a aprovar normas
gerias para regular a instalação e o funcionamento dos BLH no Brasil. A partir de 05 de
setembro de 2006, os BLH brasileiros passaram a ter um novo regulamento para
funcionamento: Resolução RDC nº 171, de 4 de setembro de 2006. 4 
Os recursos humanos são necessários para o funcionamento dos BLH. Com
isso, a gestão de pessoal e estratégias adequadas de educação permanente para os seus
profissionais é crucial para a execução de todas as atividades ali desenvolvidas.5
Quanto à infraestrutura física dos BLH deve ser planejada e se apoiar em
estudos científicos e tecnologias aplicáveis. Para tanto ao se projetar os ambientes, é de
fundamental importância realizar estudo do espaço físico, das instalações hidráulicas e
elétricas, bem como da distribuição de equipamentos fixos e móveis e da ventilação. 6
Os ambientes que devem existir são: a) sala para recepção, registro e triagem
das doadoras; b) área para estocagem de leite cru coletado, sendo que a estocagem pode
ser realizada na sala de processamento, desde que haja área específica de estocagem,
com geladeira ou freezer exclusivos para leite cru; c) área para arquivo de doadoras; d)
sala para ordenha; e) sala para processamento, onde são realizadas as atividades de
degelo, seleção, classificação, reenvase, pasteurização, estocagem e distribuição; f)
Laboratório de controle de qualidade microbiológico, podendo estar nas dependências
do banco de leite humano ou em outro setor do serviço em que o BLH estiver
localizado. E o seguinte fluxo de trabalho no BLH deve ser observado: higiene pessoal
– recebimento ou coleta de leite humano ordenhado – estocagem do leite humano
ordenhado cru – degelo e seleção – classificação – reenvase – pasteurização –
liofilização (quando houver) – controle de qualidade microbiológica – estocagem do
leite humano ordenhado pasteurizado – distribuição – porcionamento (quando houver).
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3.2 Processamento do Leite Humano

São requisitos que devem constar na rotina dos BLH e PCLH: uma cuidadosa
seleção, classificação e acompanhamento das doadoras. E a triagem das doadoras é
realizada por profissional treinado, logo no primeiro momento de contato da doadora
com o BLH ou PCLH, e deve ser feito um formulário de cadastro com os seguintes
dados: nome completo, data de nascimento, endereço, local que realizou pré-natal,
número de consultas, peso no início e final da gestação, resultados de exames,
intercorrências no pré-natal e tratamento, data e local do parto, intercorrências e
tratamento durante internação na maternidade. 8

Durante a entrevista com a possível doadora as instruções de como deve ser


realizada a ordenha são explicadas. 9 Essa ordenha é considerada como indicador de
controle de qualidade do leite, pois caso não seja bem conduzida pode apresentar
sujidades, odores e ser descartada. As orientações sobre ordenha e coleta do leite são
devidamente repassadas às doadoras para garantir controle higiênico-sanitário do leite
humano ordenhado (LHO) bem como instrução sobre boas praticas da manipulação
desse leite em casa. E logo sempre depois da ordenha o frasco contendo LH deve ir à
refrigeração para congelamento. 10Depois da coleta, o leite humano ordenhado cru
(LHOC) congelado deve ser levado ao BLH em quinze dias. 11

O transporte do leite humano ordenhado (cru e/ou pasteurizado) deve ser feito
sob cadeia de frio e o tempo não deve ultrapassar seis horas.12 Cada embalagem deve
conter a devida rotulagem. Quando os frascos com LH chegam nos BLH ocorre devida
inspeção quanto a integridade e rotulagem, é feita a higienização e são levados para
armazenamento em freezer próprio para espera da pasteurização.

Antes de realizar a pasteurização, acontece o degelo do LH, sendo realizado em


banho-maria, com controle de temperatura. Depois que o degelo termina, os frascos são
colocados no banho de gelo, para manter a cadeia de frio. Em seguida, as etapas de
seleção e classificação do leite acontecem, que fazem parte do controle de qualidade
(analisa presença de sujidades, off-flavor, acidez Dornic, período de lactação e
crematócrito – realizados no reenvase). Para realizar a pasteurização é feito
primeiramente o pré-aquecimento da água do banho-maria a uma temperatura constante
de 62,5º C. Para assim, os frascos com volume padronizado serem colocados no banho-
maria, com a tampa semi-rosqueada. Havendo um frasco que está na posição central no
banho-maria (o conteúdo é LH que será descartado por ter reprovado em alguma análise
do controle de qualidade) para aferir a temperatura até constante de 62,5º C. Depois
dessa constante, é iniciada a marcação de 30 minutos, da pasteurização. Em seguida, os
frascos devem ser resfriados. 13

Após esses procedimentos, para estocagem do LHOP deverá ser realizada a


rotulagem contendo informações sobre a classificação quanto ao tipo de leite (colostro,
transição ou maduro), número de identificação da doadora, validade e conteúdo
energético. 14

A distribuição do leite humano ordenhado pasteurizado refere-se à liberação


deste de acordo com os critérios de prioridades e necessidades do receptor, para
posterior porcionamento, sendo próprio para o consumo. E essa distribuição a um
receptor fica condicionada a diversas variáveis, sendo elas: a inscrição do receptor no
BLH mediante cadastro; a prescrição ou solicitação do médico ou nutricionista; critérios
de prioridade, de acordo com o estoque do BLH; orientação ao responsável pela guarda
e transporte do leite pasteurizado sobre manutenção da cadeia de frio até o momento do
consumo. 15

4. METODOLOGIA

Foi feito um requerimento de visita, por meio de um ofício, para o Banco de


Leite Humano da Maternidade Marly Sarney. E assim houve agendamento para que esta
acontecesse no dia 19 de fevereiro de 2016 às 15h.
Os integrantes da equipe foram na data e horário previstos ao local mencionado.
Ao chegar à maternidade, a equipe dirigiu-se a recepção e foi pedido para que
aguardasse. E depois de um tempo de espera de 40 minutos, o grupo retornou à
recepção para saber mais informações. Houve uma grande dificuldade para saber
realmente o motivo da demora.
Procurou-se a profissional que havia feito o primeiro contato ao chegar à
recepção. Esta avisou que a coordenadora do BLH da Marly Sarney não se encontrava
no recinto e que somente poderia realizar a visita no local pretendido se a coordenadora
estivesse presente. Desse modo, o grupo dirigiu-se a sala de coordenação de pesquisa e
estágio para conversar com a pessoa que é responsável por essa função.
A equipe tentou de todas as formas pelo menos conhecer apenas a área desse
banco de leite sem a presença da coordenadora responsável, mas com auxílio de outro
profissional que pudesse o fazer. Não obteve sucesso.
Mas como conseguiram entrar em contato com a coordenadora do BLH, esta
afirmou que retornaria à maternidade e chegaria por volta de 20 minutos. Contudo, a
equipe esperou o máximo que pode até às 17:30h e mesmo assim não conseguiu
conhecer, observar e obter informações sobre o funcionamento desse BLH. Somente foi
fornecido um material da ANVISA que trata sobre banco de leite, e também está
disponível na internet.
Haviam sido preparados questionamentos para o entendimento dos processos
envoltos na amamentação materno-infantil nos quesitos anteriormente mencionados.

5. DISCUSSÃO

Como a visita não obteve êxito, não se conseguiu observar na prática como é a
vivência de um banco de leite.
No estado do Maranhão existem quatro BLH e seis PCLH. Sabe-se que o Banco
de Leite do Hospital e Maternidade Marly Sarney é referência no estado. Segue abaixo
o relatório desse BLH no ano de 2015:

6. CONCLUSÃO

O aleitamento materno é fundamental para se estabelecer o vínculo materno-


infantil tão necessário para o bom desenvolvimento da criança. A criação dos Bancos
de Leite Humano e da Rede Brasileira de Banco de Leite são demasiadamente
importante para o incentivo e valorização dessa prática, visando fornecer suporte às
mães que por algum motivo encontram-se impossibilitadas de fornecer o leite materno
necessário ao crescimento e desenvolvimento do seu bebê.
Portanto, deve haver rigorosos critérios quanto ao funcionamento dos BLH e
PCLH para garantir a qualidade microbiológica e higiênico-sanitária do leite que será
fornecido a fim de promover uma vida saudável e segura a quem tanto necessita.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

http://www.brasil.gov.br/saude/2009/11/banco-de-leite

http://producao.redeblh.icict.fiocruz.br/portal_blh/enderecos.php?
regiao=Nordeste&idt_estado=10&lista_blh=sim

http://producao.redeblh.icict.fiocruz.br/mapa_blog.php?
cmb_municipio=blh:627:Cohab%20-%20Anil:29

http://producao.redeblh.icict.fiocruz.br/portal_blh/blh_brasil.php?
regiao=nordeste

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