Você está na página 1de 9

ARTIGO DE REVISÃO

BREVE REVISÃO DOS EFEITOS DO TREINAMENTO DE FORÇA


COM RESTRIÇÃO VASCULAR NAS ADAPTAÇÕES MUSCULARES DE
ISSN: 2178-7514 FORÇA E HIPERTROFIA
Vol. 8| Nº. 2 | Ano 2016 Brief review of the blood vascular restriction during the resistance training on
strength and hypertrophy

Daniel Alves Corrêa1,2, Guilherme Florenzano Rizatto3,


Paulo Henrique Marchetti1,5, Charles Ricardo Lopes1,4

RESUMO
O treinamento de força combinado com restrição do fluxo sanguíneo, também conhecido como
treinamento KAATSU, é um método de treino desenvolvido com a finalidade de aumentar a massa
muscular e força com a utilização de baixa intensidade no exercício. Portanto, o objetivo do presente
estudo foi realizar uma breve revisão de literatura cientifica quanto aos efeitos do treinamento de
força associado à restrição do fluxo sanguíneo com baixa intensidade na performance neuromuscular.
Foram selecionados, dentre os artigos nacionais e internacionais, aqueles publicados entre os anos
de 2000 e 2014. O método de treino com restrição de fluxo sanguíneo parece afetar no desempenho
da força muscular e hipertrofia observado na maioria dos estudos, sendo este método realizado mais
comumente com pressão variando entre 110 até 160 mmHg e intensidades entre 20% e 30% de 1RM
concêntrico. Assim, os protocolos do treinamento de força com restrição do fluxo sanguíneo dos
sujeitos avaliados podem influenciar na performance neuromuscular.

Palavras-Chave: oclusão de fluxo sanguíneo; hipertrofia; baixa intensidade; exercício; força

ABSTRACT

The training combined force restriction of blood flow also known as KAATSU training, training is
a method developed for the purpose of increasing muscle mass and strength with the use of low
intensity exercising. Therefore, the aim of this study was a brief scientific literature review on the
effects of strength training associated with blood flow restriction with low intensity of neuromuscular
performance. Were selected from the national and international papers, those published between
2000 and 2014. The training method with blood flow restriction seems to affect the performance
of muscular strength and hypertrophy observed in most studies, this method being performed most
commonly with a pressure ranging from 110 to 160 mmHg and intensities between 20% and 30%
1RM concentric. Thus, strength training protocols with restriction of blood flow of the subjects may
influence the neuromuscular performance.

Keywords: blood flow occlusion; hypertrophy; low intensity; exercise; strength

Autor de correspondência 1- Grupo de Pesquisa em Performance Humana, Programa de Pós-Graduação em Ciências do


Charles R. Lopes Movimento Humano, Faculdade de Ciências da Saúde (FACIS), Unimep, Piracicaba, SP, Brasil.
Universidade Metodista de Piracicaba. Rod. do 2- Faculdade Integradas do Vale do Ribeira, FVR, Registro, São Paulo, Brasil
Açúcar Km 156, Bloco 7, Sala 41, Taquaral.
13400-911 - Piracicaba, SP – Brasil 3-Faculdades Integradas de Jaú, FJaú Jahu, SP, Brasil.
4- Faculdade Adventista de Hortolândia, Hortolândia, SP, Brasil.
E-mail: Charles_ricardo@hotmail.com 5- Instituto de Ortopedia e Traumatologia, Faculdade de Medicina, USP, SP, Brasil.
Breve revisão dos efeitos do treinamento de força com restrição vascular nas adaptações musculares de força e hipertrofia

1 INTRODUÇÃO neuromuscular.

2. METODOLOGIA

O tecido muscular esquelético apresenta Este trabalho foi realizado a partir de

alta plasticidade podendo sofrer dois processos uma revisão bibliográfica. Para a elaboração

distintos chamados de hipertrofia e atrofia (1,2). do texto, foram selecionados artigos nacionais

O treinamento de força (TF) é uma e internacionais retirados das bases de dados:

estratégia eficiente em proporcionar o processo Google Acadêmico, Medline, SciELO, PUBMED

de hipertrofia do tecido muscular, bem como e Lilacs; os artigos e livros apresentados foram

o ganho de força (3). De forma convencional, o publicados entre os anos de 2000 a 2014. Os

TF consiste na realização de exercícios em que é termos-chave utilizados no idioma inglês foram:

necessário realizar força contra uma sobrecarga blood flow restriction, vascular occlusion and

externa, podendo ser pesos livres, máquinas ou até strength training, exercise and hypertrophy. Os

mesmo o peso do próprio corpo3. Adicionalmente, termos foram utilizados em português e inglês, de

os resultados de hipertrofia e ganho de força forma individual e em combinações.

muscular também podem ser observados com a Foram considerados como critérios de

aplicação do TF associado ao método de restrição inclusão, estudos que investigaram os efeitos da

do fluxo sanguíneo (RFS) , conhecido como


(4,5)
RFS combinado com TF no desempenho da força

método “KAATSU TRAINING”. O TF com muscular e hipertrofia em indivíduos saudáveis,

RFS consiste na combinação de treinamento de de ambos os gêneros, sendo estes jovens, adultos

força de baixa intensidade com a utilização de um e idosos com ou sem experiência no TF, e como

manguito de pressão nas extremidades proximais critério de exclusão, foram estudos que realizaram

dos membros superiores e/ou inferiores (5,6). a análise em exercício aeróbio e patologias,

Desse modo, o presente trabalho teve além de trabalhos de conclusão de curso (TCC,

como objetivo realizar uma breve revisão Dissertações e Teses).

da literatura científica quanto aos efeitos do 3. REVISÃO DE LITERATURA

treinamento de força associado à restrição do fluxo As adaptações no treinamento de força

sanguíneo com baixa intensidade na performance (TF) com o método de treino utilizando a restrição

Revista CPAQV – Centro de Pesquisas Avançadas em Qualidade de Vida | Vol.8| Nº. 2 | Ano 2016| p. 2
Breve revisão dos efeitos do treinamento de força com restrição vascular nas adaptações musculares de força e hipertrofia

restrição do fluxo sanguíneo (RFS) demonstram melhora da função neuromuscular. Na mesma linha
principalmente resultados positivos para hipertrofia de raciocínio, Martin-Hernández et al.(11) verificaram
e força muscular em intensidades inferiores as aumento da força e volume muscular após cinco
recomendadas em TF de alta intensidade tradicionais semanas de TF com RFS, independentes do volume
(7,8,9)
. Quanto a aptidão física dos indivíduos, o TF de treino. Os resultados mostraram que não houve
com RFS mostrou ser responsivo aos sujeitos em relação entre os volumes de treinos nas adaptações
diversos níveis de treinamento. Possivelmente, por neuromusculares, e que a força de 1 RM no extensor
se tratar de uma nova metodologia de treino para de perna pode ser alcançado independente do
tais sujeitos, estes apresentaram respostas positivas volume de treino.
quando comparados ao TF tradicional. O estudo de Yasuda et al.(12), verificou
Quando comparado o TF com RFS ao TF o efeito da combinação do TF tradicional com
tradicional, a literatura científica tem apresentado treinamento com RFS em 40 homens jovens
resultados semelhantes no aumento de força e recreacionalmente ativos, pelo período de seis
hipertrofia. O estudo de Karabulut et al. semanas. Ao final do estudo, foi observado melhora
(10)
comparou os efeitos de dois protocolos de no teste de 1RM de 15,3% e aumento na área da
treinamento de força sobre adaptação da força secção transversa do tríceps braquial foi de 7,2%, o
muscular em 37 homens idosos ativos, durante seis que indica que os parâmetros de força e hipertrofia
semanas. Os indivíduos foram divididos em três pode ser potencializados quando utilizados as duas
grupos: alta intensidade sem RFS com três séries de formas de TF em conjunto.
oito repetições a 80% 1RM; baixa intensidade com Um fator fundamental quanto ao método
RFS (pressão inícial de 160 mmHg, registrando de RFS são os mecanismos celulares envolvidos,
o máximo de 240 mmHg durante o fnal da entretanto, estes não completamente entendidos,
periodização) a 30 reptições seguidas de duas mas é sugerido pela literatura científica que o
séries de 15 repetições a 20% 1RM e um grupo efeito hipertrófico possa estar relacionado ao
controle sem exercício. Com a realização de três aumento do fator de crescimento semelhante à
exercícios para membros superiores (puxada insulina (IGF), testosterona, maior recrutamento
na frente, desenvolvimento de ombros e rosca das fibras de contração rápida, aumento da síntese
direta) e dois para membros inferiores (leg press de proteínas através do alvo da rapamicina em
e extensão de joelhos), foi observado aumento na mamíferos (mTOR) e diminuição da expressão
força dos extensores do joelho no protocolo de da miostatina13. Dentre os artigos analisados
TF de intensidade (20% de 1RM) com RFS, sendo somente Laurentino et al.(9) investigaram os
quase tão eficaz quanto o protocolo sem RFS mecanismos associados a resposta de ganho de
com intensidade de 80% de 1RM, a não ser pela força e hipertrofia, comparando o TF com RFS

Revista CPAQV – Centro de Pesquisas Avançadas em Qualidade de Vida | Vol.8| Nº. 2 | Ano 2016| p. 3
Breve revisão dos efeitos do treinamento de força com restrição vascular nas adaptações musculares de força e hipertrofia

(3-4 séries de (15 repetições com intensidade de TF tradicional. Estudo realizado por Fujita et al.14

20% de 1RM) com o TF tradicional (3 séries investigou-se o efeito na frequência do treinamento

de 8 repetições a 80% de 1RM) em indivíduos com RFS realizado duas vezes ao dia (com sessões

fisicamente ativos. Os resultados indicaram de manhã e tarde, com intervalo de quatro horas

diminuição da na expressão do RNA mensageiro entre as sessões), durante seis dias, num total de

da miostatina, bem como aumento na expressão de 12 sessões. Como resultado, foi possível observar

microRNAs de isoformas da folistatina, GASP-1 ganhos significativos na força máxima e hipertrofia,

e SMAD-7 envolvidos no mecanismo de feedback no qual foi dividido o percentual de mudança do

negativo da ação da miotastina, respostas estas tamanho do músculo pelas sessões do treinamento,

observadas em ambos os treinamentos, porém com um valor médio de 0,3% por sessão. Estes

com maior magnitude no TF tradicional. resultados são semelhantes ao treinamento de alta

Segundo estudo de Abe et al.(8) o RFS intensidade realizado de maneira tradicional.

pode ser caracterizado pela rápida recuperação Os resultados encontrados, após a

entre sessões e também uma maior frequência realização do período de TF com RFS, descrevem

no treinamento devido à ausência de elevação a obtenção de ganhos na força muscular e da área

dos marcadores de dano muscular. Através de secção transversa da musculatura exercitada. Esses

um estudo de caso Abe et al.(8), avaliaram a força dados vão de encontro com o estudo de Yasuda et

muscular e hipertrofia no TF com RFS em um al. (15) o qual observou aumento de 27% no volume

homem com experiência prévia após um período muscular e hipertrofia nas fibras do tipo IIX e 6%

de três meses de inatividade. Os resultados no tipo I. Além disso, os resultados se repetiram

mostraram aumento da força máxima e volume independentemente da idade, gênero e membro

muscular no período de uma semana, sem a submetido ao método. Adicionalmente, o estudo

elevação de indicadores de dano do músculo e de Patterson e Ferguson (16)


verificou que o TF

inflamação. Com isso, possivelmente, devido à com RFS na flexão plantar resultou no aumento

baixa intensidade do TF com RFS foi possível da força muscular, contração voluntária máxima e

realizar outra sessão de treinamento com um no torque isocinético maior do que após o TF sem

intervalo de tempo menor quando comparado ao RFS em mulheres.

Revista CPAQV – Centro de Pesquisas Avançadas em Qualidade de Vida | Vol.8| Nº. 2 | Ano 2016| p. 4
Breve revisão dos efeitos do treinamento de força com restrição vascular nas adaptações musculares de força e hipertrofia

Na mesma linha de raciocínio, Takarada ação CON foi maior (11,7%) em comparação a

et al. (17)
observaram que os exercícios de baixa EXC (3,9%). O efeito crônico na área da secção

intensidade (10-20% de 1RM) associados com transversa do bíceps braquial, volume muscular

RFS mostraram aumentar a foça muscular, e força isométrica máxima foram maiores na

velocidade de movimento e hipertrofia em 18 ação CON em relação à EXC. Esses resultados

homens ativos a longo prazo. Yasuda et al. (18)


demostraram que o TF com RFS na ação

relataram aumento da área da secção transversa muscular CON apresenta maiores ganhos na

da coxa, na região do quadríceps, adutores e força, além de maiores estímulo nas respostas

glúteo máximo, melhora no teste de 1RM no hipertróficas em relação à EXC. Por outro lado,

extensor de joelho e leg press (26,1% e 33,4%) e este estudo avaliou a força EXC utilizando uma

desempenho no teste de capacidade funcional de carga baseada no percentual de RM concêntrico

sentar e levantar pelo período de 30 segundos em (intensidade de 30% de 1RM da ação ) podendo

idosos saudáveis com idade entre 61 a 84 anos. ser equivalente a uma menor intensidade durante

Esses dados mostram a eficiência do TF com as ações EXC.

RFS em diferentes tipos de populações. Por outro lado, como a técnica de

Quanto ao tipo de ação muscular treinamento com RFS inclui reperfusão do sangue

realizada, Yasuda et al. (19)


investigaram o efeito seguida à oclusão, alguns aspectos devem ser

agudo e crônico do TF de baixa intensidade com considerados na segurança dos praticantes. Com

RFS na fase concêntrica (CON) e excêntrica isso, Nakajima et al. (20)


recomendam que este

(EXC) no exercício rosca direta com halteres tipo de treinamento deve ser evitado em pessoas

durante seis semanas utilizando 10 homens jovens que apresentem doenças cardiovasculares, ou

sem experiência prévia. Os resultados baseados que sejam hemodinamicamente instáveis, que

nos efeitos agudos mostraram que a atividade possuam histórico ou tendência a trombose

muscular aumentou progressivamente na fase venosa, síndrome antifosfolípide e gestantes nos

CON e foi maior em relação à EXC da primeira últimos meses de gestação.

a última série. O aumento do volume muscular Abaixo segue Tabela 1 com as

ocorreu em ambas às ações CON e EXC, mas a características de todos os estudos revisados.

Revista CPAQV – Centro de Pesquisas Avançadas em Qualidade de Vida | Vol.8| Nº. 2 | Ano 2016| p. 5
Breve revisão dos efeitos do treinamento de força com restrição vascular nas adaptações musculares de força e hipertrofia

Estudos Amostra Grupos Protocolo de treinamento Pressão aplicada Resultados

Takarada, n=18 TF-RV 5 séries até a falha do Média 218 mmHg, Aumento
Tsuruta, homens, 21 TF sem RV movimento a 20% de mantida na sessão da AST do
Ishii17 anos, atletas Somente RV 1RM, pausa 1 min. do exercício. quadríceps e
(2004) RV sem exercício. ganho de força.

Abe et al. 8 n=1 idoso TF com RV 3 séries de 15 reps a 20% Média de 160 Induziu
(2005) homem, de 1RM, pausa de 30s mmHg inicial, rapidamente a
47 anos, aumento de 20 força muscular
ativo mmHg /dia até e hipertrofia.
220 mmHg

Yasuda et n=3 homens TF-RV 3 série até a falha a 20% Média de 160 aumento da
al.15 (2005) entre TF sem RV 1RM, Pausa 30s entre as mmHg inicial, força em 14,0%
23-47 anos séries e exercícios aumento de 10 do 1RM com
ativos mmHg /dia até RV e 9,1% sem
240 mmHg RV. Aumento
AST do
quadríceps com
RV a 7,8% e
sem RV a 1,8%.

Fujita et n=16 TF-RV 1série de 30 reps + 3 série Média de 160 Aumento


al.14 (2008) homens TF sem RV de 15 reps a 20% de 1RM, mmHg inicial, na AST do
23 anos pausa 30s aumento de 20 quadríceps e
ativos mmHg /dia até força muscular.
220 mmHg

Patterson n=16 TF-RV a: 3 séries até a falha do Média 110 mmHg Aumento da
e Ferguson mulheres 23 25% 1RM movimento, pausa 1 min mantida durante a força muscular
16
(2010) anos 50% 1RM sessão do exercício e CVM
ativas

Karabulut n=37 idosos TF (alta TF alta intensidade; 3 Início com 160 A força
et al.10 homens intensidade) séries de 8 reps a 80% de mmHg, mantendo muscular da
(2010) 56 anos TF-RV 1RM, a média de 205 coxa melhorou
ativos Controle TF-RV; 1 série de 30 reps mmHg durante a com TF-RV
(sem + 2 séries de15 reps a sessão do exercício e quase tão
exercício) 20% de 1RM eficaz ao TF
alta intensidade
no aumento da
força.

Revista CPAQV – Centro de Pesquisas Avançadas em Qualidade de Vida | Vol.8| Nº. 2 | Ano 2016| p. 6
Breve revisão dos efeitos do treinamento de força com restrição vascular nas adaptações musculares de força e hipertrofia

Yasuda et n=40 TF (alta 3 séries de 10 reps a Iniciou com 100 Aumento


al.12 (2011) homens intensidade) 75% de 1RM, 2-3 min de mmHg até 160 da força
entre 22- 32 TF-RV pausa. mmHg isométrica e
anos TF 30 reps seguido de 3 séries dinâmica em
ativos combinado de 15 reps a 30% de 1RM, combinação
Controle (sem pausa 30s ao treino com
RV e TF alta
exercício)
intensidade.
Aumento da
AST nos 3
grupos

Laurentino n=29 TF (alta 3 séries de 8 reps a 80% Média de 94,8 Aumento na


et al.9 homens intensidade) de 1RM, pausa 60s. mmHg utilizada força máxima
(2012) 21 anos TF (baixa 3-4 séries de 15 reps a durante todo o e AST do
Sedentários intensidade) 20% 1RM, pausa 60s. protocolo quadríceps.
TF-RV 3-4 séries de 15 reps a
20% 1RM, pausa 60s e RV

Yasuda et n=10 TF-RV 30 reps seguido de 3séries Média de 100 Aumento


al.19 (2012) homens (concêntrico) de 15 reps a 30% de 1RM, mmHg inicial, AST do
22 anos TF-RV pausa 30s Aumento 10 bíceps e força
Sedentários (excêntrico) mmHg /dia até isométrica na
160 mmHg ação muscular
concêntrica
com RV.

Martin- n=39 TF-RV (baixo 1série de 30 reps + 3 Média de 110 Sem diferenças
Hernández homens volume) séries de 15 reps a 20% de mmHg, mantida na comparação
et al.11 21 ano ativo TF-RV (alto 1RM, pausa 60s. durante a sessão no alto e baixo
(2013) volume) 2x (1série de 30 reps + 3 do exercício volume nas
TF (alta séries de15 reps a 20% de adaptações da
intensidade) 1RM, pausa 60s). força e AST.
Controle (sem 3 séries de 8 reps a 85%
exercício) de 1RM, pausa de 60s

Yasuda et n=21 TF-RV 30, 20, 15 e 10 reps a 20% Início com 120 Aumento
al.18 (2013) homens Controle ou 30% de 1RM, pausa mmHg chegando na AST do
idosos (sem 30s. até 270 mmHg quadríceps,
61-84 anos exercício) na força e
Sedentários capacidade
funcional.

TF-treinamento de força; RV-restrição vascular; Reps-repetições; s-segundos; sem-semana; CVM-contração


voluntária máxima; TF-treinamento de força; PE-percepção de esforço; AST-área secção transversa; HIT-
treinamento de alta intensidade; FVMI-força voluntária máxima isométrica.

Revista CPAQV – Centro de Pesquisas Avançadas em Qualidade de Vida | Vol.8| Nº. 2 | Ano 2016| p. 7
Breve revisão dos efeitos do treinamento de força com restrição vascular nas adaptações musculares de força e hipertrofia

Em termos de pressão de oclusão empre- de ambos os gêneros foi eficiente em aumentar a


gada a Tabela 1 mostra uma variação 95 a 270 área de secção transversa do grupo muscular que
mmHg, sendo os valores de 110 até 160 mmHg foi submetido, melhorar a performance quanto
os mais utilizados nos estudos. ao torque, pico de força isométrica e o percentual
Quanto ao volume de treinamento, os de 1RM.
protocolos majoritariamente utilizaram de três a
quatro séries, com o número de repetições sendo 5. REFERENCIAS
realizados de duas diferentes maneiras: através de
1. Schiaffino S, Dyar KA, Ciciliot S, Blaauw B, Sandri
15 a 30 repetições, ou até a instalação da fadiga
M. Mechanisms regulating skeletal muscle growth and
muscular local . A intensidade do treinamento atrophy. FEBS J. 2013; 280(17):4294-314.
empregada nestes estudos variou de 20% ou 30%
2. Mckinnell IW, Rudnicki MA. Molecular mecha-
de 1RM concêntrico, indicando uma intensidade nisms of muscle atrophy. Cell. 2004; 119(7): 907-10.
baixa de esforço. Quanto a à duração da pausa
3. American College of Sports Medicine. American
entre as séries, os valores empregados foram de College of Sports Medicine position stand. Progres-
30 ou 60 segundos. sion models in resistance training for healthy adults.
Med Sci Sports Exerc. 2009; 41(3): 687-708.
Dos trabalhos revisados em sujeitos sau-
dáveis, seis artigos (9,11,14,16,17,19)
analisaram o TF 4. Loenneke JP, Wilson JM, Marín PJ, Zourdos MC,
com RFS em jovens, três artigos (8,10,20)
em idosos, Bemben MG. Low intensity blood flow restriction
training: a meta-analysis. Eur J Appl Physiol. 2012;
um artigo (15)
em mulheres e dois artigos (12,15)
112: 1849–1859.
fizeram comparação entre jovens e adultos,
5. Sato Y. The history and future of KAATSU Train-
sendo que a maioria dos estudos foi empre- ing. Int J KAATSU Training Res. 2005; 1(1): 1-5.
gada em indivíduos fisicamente ativos.
6. Pope ZK, Willardson JM, Schoenfeld BJ. Exercise
and blood flow restriction. J Strength Cond Res. 2013;
4. CONCLUSÃO 27(10): 2914– 2926.
Conclui-se a partir dos estudos revisados
7. Takarada Y, Nakamura Y, Aruga S, Onda T, Mi-
que o TF de baixa intensidade associado a RFS yazaki S, Ishii N. Rapid increase in plasma growth
contribui no aumento da força muscular e hi- hormone after low-intensity resistance exercise with
vascular occlusion. J Appl Physiol. 2000; 88:61-65.
pertrofia. Sendo este realizado mais comumente
com pressão variando entre 110 até 160 mmHg 8. Abe T, Beekley MD, Hinata S, Koizumi K, Sato
Y. Day-to-day change in muscle strength and MRI-
e intensidades entre 20% e 30% de 1RM concên-
measured skeletal muscle size during 7 days KAAT-
trico. SU resistance training: A case study. Int J KAATSU
A prescrição supervisionada do treina- Training Res. 2005; 1:71-76.

mento com RFS em indivíduos jovens e idosos

Revista CPAQV – Centro de Pesquisas Avançadas em Qualidade de Vida | Vol.8| Nº. 2 | Ano 2016| p. 8
Breve revisão dos efeitos do treinamento de força com restrição vascular nas adaptações musculares de força e hipertrofia

9. Laurentino GC, Ugrinowitsch C, Roschel H, Aoki of exercise and occlusive stimuli on muscular function
MS, Soares AG, Neves Jr M, Aihara AY, Da Rocha in low-intensity resistance exercise with moderate
Correa Fernandes A, Tricoli V. Strength Training with vascular occlusion. Jpn J Physiol. 2004;54:585-592.
Blood Flow Restriction Diminishes Myostatin Gene
Expression. Med. Sci. Sports Exerc. 2012; 44(3): 406- 18. Yasuda T, Fukumura k, Fukuda T, Uchida Y,
412. Iida H, Meguro M, Sato Y, Yamasoba T, Nakajima
T. Muscle size and arterial stiffness after blood flow-
10. Karabulut M, Abe T, Sato Y, Bemben MG. The restricted low-intensity resistance training in older
effects of low-intensity resistance training with adults. Scand J Med Sci Sports. 2013; 1-8.
vascular restriction on leg muscle strength in older
men. Eur J Appl Physiol. 2010; 108:147–155. 19. Yasuda T, Loenneke, JP, Thiebaud RS, Abe T.
11. Martin-Hernández J, Marin PJ, Menéndez H, Effects of Blood Flow Restriction low-intensity
Ferrero C, Loenneke JP, Herrero AJ. Muscular concentric or eccentric training on muscle size and
adaptations after two different volumes of blood strength. Plos One. 2012; 12(7):1-7.
flow-restricted training. Scand J Med Sci Sports. 2013;
23:114–120. 20. Nakajima T, Morita T, Sato Y. Key considerations
when conducting KAATSU training. Int. J. KAATSU
12. Yasuda T, Ogasawara R, Sakamaki M, Ozaki H, Training Res. 2011; 7: 1-6
Sato Y, Abe T. Combined effects of low-intensity
blood flow restriction training and high-intensity
resistance training on muscle strength and size. Eur J
Appl Physiol. 2011; 111: 2525-2533.

13. Loenneke JP, Wilson GJ, Wilson JM. A Mechanistic


Approach to Blood Flow Occlusion. Int. J. Sports
Medicine. 2010; 31: 1-4.

14. Fujita T, Brechue WF, Kurita K, Sato Y, Abe T.


Increased muscle volume and strength following six
days of low-intensity resistance training with restricted
muscle blood flow. Int. J. KAATSU Training Res.
2008;4: 1-8.

15. Yasuda T, Abe T, Sato Y, Midorikawa T, Kearns


CF, Inoue K, Ryushi T, Ishii N. Muscle fiber cross-
sectional area is increased after two weeks of twice
daily KAATSU-resistance training. Int J KAATSU
Training Res. 2005; 1:65-70.

16. Patterson SD, Ferguson RA. Increase in calf post-


occlusive blood flow and strength following short-
term resistance exercise training with blood flow
restriction in young women. Eur J Appl Physiol. 2010;
108: 1025-1033.

17. Takarada Y, Tsuruta T, Ishii N. Cooperative effects

Revista CPAQV – Centro de Pesquisas Avançadas em Qualidade de Vida | Vol.8| Nº. 2 | Ano 2016| p. 9

Você também pode gostar