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Biologia 11ºano

Cada organismo possuiu um património genético que o torna único. O seu DNA é o
suporte molecular da informação genética que coordena todas as actividades celulares e
que é transmitido a todas as células-filhas no decurso do desenvolvimento.

Procariontes: o DNA encontra-se no citoplasma e constitui o nucleoide.

Eucariontes: o DNA encontra-se na sua quase totalidade no núcleo mas pode


encontrar-se nas mitocôndrias e nos cloroplastos.

Núcleo: nucleoplasma onde se encontram os cromossomas (unidade morfológica e


fisiológica da cromatina) constituídos por filamentos de DNA e proteínas.

Cariótipo: Conjunto de cromossomas

O núcleo também contem nucléolos constituídos por ácidos nucleicos e proteínas.

Invólucro nuclear: membrana nuclear interna e membrana nuclear externa. Os


poros nucleares entram na sua constituição e fazem comunicação entre o núcleo e o
citoplasma.

DNA constituído por cadeias polinucleotídicas que, por sua vez, são constituídas por
nucleótidos.

BASES

 Anel simples (pirimídicas/pirimidinas): Timina (T) Citosina (C)


 Anel duplo (púricas/purinas): Adenina (A) Guanina (G)

CADEIA POLINUCLEOTIDICA

Os nucleótidos unem-se entre si por ligações entre o radical fosfato de um


nucleótido e o carbono 3’ da pentose do nucleótido seguinte.

O processo repete-se no sentido 5’▸3’

O número, a ordem dos nucleótidos e a sequência nucleotídica definem as


características de cada individuo.

MODELO DE DUPLA HÉLICE

A molécula de DNA é composta por duas cadeias polinucleotídicas dispostas em


sentidos inversos (cadeias antiparalelas) enroladas em torno de um eixo imaginário.

As cadeias polinucleotídicas estão unidas por pontes de hidrogénio entre bases


azotadas – complementaridade de bases. A adenina liga-se à timina por duas pontes de
hidrogénio e a guanina liga-se à citosina por três pontes de hidrogénio.
É a partir de reacções de condensação que os nucleótidos formam a cadeia
polinucleotídica (ligações fosfodiester)

No DNA, os valores de adenina (A) são muito próximos aos da timina (T) e os da
guanina (G) muito próximos aos da citosina (C).

O número de nucleótidos, a sua natureza e sequência diferem de gene para gene,


podendo falar-se em universalidade e variabilidade da molécula de DNA.

Gene: segmento de DNA com uma certa sequencia nucleotídica correspondente a


determinada informação

Genoma: conjunto de genes correspondente à informação genética de um


individuo.

Toda a gente tem DNA mas o DNA de cada pessoa é único, daí a sua diversidade.

No caso do genoma humano, por exemplo, o seu conhecimento oferece um grande


contributo para o estudo da origem genética de doenças e o seu potencial tratamento.

REPLICAÇÃO DE DNA

1. Por acção de enzimas as duas cadeias separam-se, quebrando pontes de


hidrogénio em locais específicos.
 DNA helicase: enzima responsável pela separação de cadeias
 DNA polimerase: enzima importante para a construção de cadeias, através
da replicação do DNA
 DNA primase: elabora primers (compostos por RNA) que indicam onde a
DNA polimerase deve iniciar
 DNA ligase: enzima que promove a ligação de cadeias
2. As cadeias separadas vão servir de molde à formação de uma nova cadeia que será
complementar, utilizando nucleótidos do meio.
3. Formam-se duas novas cadeias que são antiparalelas a cada uma das cadeias que
lhe serviu de molde.

A replicação do DNA é uma replicação semiconsecutiva pois cada uma das suas
moléculas recém formadas conserva uma parte das cadeias da molécula que a
originou e forma uma nova cadeia, complementar ao seu molde, ficando com uma
parte da cadeia antiga e outra parte da cadeia nova.
ESTRUTURA RNA

DNA (ácido desoxirribonucleico)

 Grupo fosfato
 Pentose (desoxirribose)
 Bases azotadas (A,T,C,G)

RNA (acido ribonucleico)

 Grupo fosfato
 Pentose (ribose)
 Bases azotadas (A,U,C,G)

O RNA pode ser:

 Mensageiro (mRNA): molécula de RNA formada no núcleo que migra para o


citoplasma transportando a mensagem que estava contida no gene
 Transferência (tRNA): molécula adaptada que traduz a informação presente
no mRNA numa sequência específica de aminoácidos.
 Ribossómico (rRNA): componente estrutural dos ribossomas que catalisa a
tradução de um mRNA numa cadeia polipeptídica

SINTESE PROTEICA

Na passagem da linguagem dos genes (DNA) para a linguagem das proteínas estão
envolvidos dois processos: transcrição e tradução da informação contida no DNA.

DNA mRNA Polipéptido


Transcrição Tradução

Transcrição: a informação contida em cada gene é copiada para o RNA. Este


processo é mediado por um complexo enzimático, destacando a RNA polimerase. A
transcrição termina quando a RNA polimerase encontra um tripleto de finalização.

Cadeia de DNA – molde para a síntese de RNA

Nucleótidos de RNA - síntese de RNA

RNA polimerase – catalisador de reacções

Maturação: a informação contida nas moléculas de mRNA é traduzida em


sequências de aminoácidos

Iniciação: liga-se o mRNA e o tRNA iniciador que transporta usualmente metionina


(AUG) à subunidade pequena de um ribossoma. A subunidade grande liga-se ai conjunto e o
ribossoma fica funcional.

Alongamento: fase dos codões sucessivos e dos aminoácidos, estes acontecimentos


sucedem-se regularmente.
O novo tRNA que transporta um 2º aminoácido liga-se ao 2º codão. Há uma
formação de uma 1º ligação peptídica entre o aminoácido que ele transporta e a metionina.
O ribossoma avança três casas. O processo repete-se ao longo do mRNA.

Finalização: os codões de finalização (UAA, UAG, UGA) não têm nenhum anti-codão
complementar. Quando o ribossoma chega a um desses codões, a síntese acaba. Eles
constituem verdadeiras pontuações da mensagem.

A cadeia polipeptídica destaca-se experimentando posteriormente varias


transformações. As subunidades dos ribossomas separam-se e ficam livres para iniciar outro
processo de maturação de uma nova proteína.

mRNA: contem informação para a síntese de proteínas

Aminoácidos: moléculas básicas para a construção de proteínas

tRNA: transcreve aminoácidos para os ribossomas

Ribossomas: sistemas de leitura onde ocorre a tradução

Enzimas: catalisam reacções

ATP: transfere energia para o sistema

CARACTERÍSTICAS DO CÓDIGO GENÉTICO

 Universalidade: cada codão tem a mesma função em quase todos os seres vivos
 Redundância: codões diferentes codificam o mesmo aminoácidos
 Precisão: o mesmo codão não codifica aminoácidos diferentes
 Especificidade dos nucleótidos: os dois primeiros nucleótidos de cada codão são os
mais específicos
 Codão de iniciação: o codão AUG inicia a leitura do código e também codifica a
metionina (dupla função)
 Codão de finalização: os codões UAA, UAG e UGA terminam a síntese proteica

ALTERAÇÕES DO MATERIAL GENÉTICO: MUTAÇÕES

O fenótipo dos indivíduos resulta de interacções que se estabelecem entre fatores


ambientais e o genoma.

A célula tem capacidade para reparar anomalias que afectam o DNA mas algumas persistem
e alteram o genoma. O genoma dos indivíduos, em circunstâncias diversas, sofre alterações
chamadas mutações.
As mutações podem ser:

 Génicas: alteração pontual ao nível dos nucleótidos de um gene


 Cromossómicas: envolvem a estrutura ou o número de cromossomas
 Germinativas: quando são transmitidas às gerações seguintes através dos gâmetas
 Somáticas: não são transmitidas à descendência

 Genótipo: constituição genética para determinada característica

MUTAÇÕES GÉNICAS

Mutação silenciosa▸ o codão mutado codifica o mesmo aminoácido. Não tem


efeitos sobre o fenótipo.

Mutação com perda de sentido▸o codão mutado explica a substituição de um


aminoácido por outro. A proteína codificada pode ser alterada.

Mutação sem sentido▸o codão mutado converte-se num codão stop ou o contrário.
Origina uma proteína mais curta ou mais longa do que o normal.

! O efeito de uma mutação é imprevisível !


Pode ser benéfica se conduzir a uma característica vantajosa. Noutros casos é prejudicial
alternando o funcionamento da célula e conduzindo à sua morte.

Frequentemente o seu efeito é neutro, não provocando modificações na sequência de


aminoácidos da proteína (mutação silenciosa).

CAUSAS DAS MUTAÇÕES

 Raios x  Raios solares


 Raios gama  Calor
 Radiação ultravioleta  Corantes alimentares
 Radioactividade  Componentes do fumo do tabaco
 Substâncias químicas
Uma mutação não é necessariamente negativa. É através delas que as espécies se
desenvolvem e, consequentemente, evoluem, permitindo assim a existência de
variabilidade de espécies.
CICLO CELULAR

Cromatídios: DNA ligado a proteínas. O DNA transporta a informação genética e as


proteínas são responsáveis pela forma física do cromossoma e regulam a actividade do
DNA.

O DNA esta associado às histonas que são proteínas especificas muito importantes.
Desempenham o papel de neutralizar as cargas eléctricas e as suas estruturas que
asseguram o compactamento do DNA.

Ciclo celular: é o conjunto de transformações que uma célula sofre desde a sua
formação. Por divisão da célula-mãe até que a mesma célula se divide.

Interfase: replicação de DNA

G1▸S▸G2

Fase mitótica: divisão do núcleo

Profase▸Metafase▸Anafase▸Telofase

Citocinese: divisão do citoplasma

INTERFASE

G1: intervalo de crescimento da célula (os cromossomas ainda não estão duplicados
porque ainda não ocorreu a replicação do DNA)

S: intervalo em que ocorre replicação do DNA (os cromossomas ficam duplicados no


final deste período; duplicação de centríolos)

G2: intervalo após a replicação de DNA em que a célula se prepara para se dividir.
Síntese de biomoléculas final da interfase da célula-mãe

FASE MITÓTICA

Prófase: etapa mais longa

 Condensação dos cromossomas


 Os centríolos afastam-se para polos opostos
 Formação do fuso acromático
 No final da prófase o nucléolo desagrega-se e o involucro nuclear desagrega-se

Metáfase: os cromossomas apresentam máxima condensação.


 Os cromossomas, ligados pelos centrómeros as fibras do fuso acromático, dispõem-
se no plano equatorial da célula, formando a placa equatorial
Anáfase: rompimento do centrómero
 Separação dos dois cromatídios que constituíam cada um dos cromossomas
(divisão equitativa)
 Os cromossomas (cada um com um só cromatídio) iniciam a ascensão polar
 No final da anáfase, cada polo da célula possui um conjunto de cromossomas igual

Telófase: formam-se dois núcleos com a mesma informação genética

 Os cromossomas descondensam
 O fuso acromático desorganiza-se

Citocinese (célula anima): a citocinese inicia-se com o surgimento de uma constrição


da membrana citoplasmática na zona equatorial da célula.

 Este anel contráctil ou estrangulamento resulta da contracção de filamentos


proteicos que estão localizados juntos da membrana plasmática
 Este estrangulamento acentua-se, até que as células-mãe sejam divididas em duas
células-filhas

Citocinese (célula vegetal):

 Nas células vegetais, a existência de parede celular rígida não permite a citocinese
por estrangulamento.
 Assim, verifica-se que as vesículas do complexo de golgi, contendo celulose, outros
polissacarídeos e proteínas são depositadas na região equatorial da célula,
originando uma lamela mediana que por sua vez vai originar uma parede celular,
que se começa a formar no centro da célula para a periferia.

REGULAÇÃO DO CICLO CELULAR

O ciclo celular é coordenado por um sistema de proteínas de controlo.

Existem dois pontos de controlo particularmente importantes, antes do final de G1 e


outro em G2.

Este sistema atua em resposta a sinais internos (replicação correta do DNA,


tamanho da célula e posição correta dos cromossomas) e externos (temperatura e
disponibilidade de alimentos, etc). Este controlo é muito importante já que impede que a
mitose progrida antes de estarem asseguradas as condições para tal acontecer.

CANCRO

É a proliferação anormal de células. Nem todos os tumores correspondem a cancro.


Estes podem ser benignos ou malignos.

Tumores benignos
 Raramente poem vida em risco
 Podem ser removidos e, muitas vezes, regridem
 Não se espalham, não se disseminam para outros tecidos ou partes do organismo
Tumores malignos
 São mais graves que os benignos
 Podem colocar a vida em risco
 Podem ser removidos embora possam voltar a crescer
 As células dos tumores malignos podem invadir e danificar os órgãos circundantes;
podem ainda libertar-se do tumor primitivo e entrar na corrente sanguínea ou
linfática, alastrando-se para outras partes – metastização.

▸Numa célula percursora de cancro, os mecanismos de regulação do ciclo celular podem


estar alterados ou falhar, resultando num crescimento continuo e não controlado da célula,
dando origem a tumores.

SIGNIFICADO BIOLÓGICO DA MITOSE

 Assegura a estabilidade genética ao longo das gerações


 Permite a reprodução assexuada nos seres unicelulares
 Permite o crescimento e a renovação dos tecidos nos seres pluricelulares

DIFERENCIAÇÃO CELULAR

▸Célula totipotente: são todas as células não diferenciadas com capacidade para originar
todas as células do organismo. Ex: ovo

▸Célula pluripotente: são células que podem produzir todos os tipos de células do embrião

▸Célula multipotente: são células especializadas num tipo de tecido (mesoderme,


ectoderme, ervoderme)

▸Células unipotentes: são células cuja função está definida e não podem originar mais do
que um tipo de células

Todas as células possuem o mesmo património genético mas como as suas funções
são diferentes, os genes que estão activos nos diferentes tecidos podem ou não ser os
mesmos.

Assim, a diferenciação celular acarreta alterações não só a nível da função da célula


como também na sua composição e estrutura. A regulação genica depende de fatores
internos (interacção entre genes) ou externos (substâncias e agentes físicos como o calor).

Quanto menor for o grau de diferenciação de uma célula maior será a capacidade de
originar outros tipos de células especializadas.

Células estaminais são células com um grau de diferenciação menor do que as


restantes. São capazes de se dividir e diferenciar.

Algumas células das plantas têm uma diferenciação reversível, podendo originar
novas plantas e órgãos em condições apropriadas (metaplasia).
Biologia 11º Ano
Reprodução nos seres vivos

A reprodução consiste no conjunto de processos através dos quais os seres


vivos originam novos indivíduos idênticos a si próprios. Assegura a continuidade da
vida, assim como a continuidade de cada espécie ao garantir a passagem de
informação genética ao longo das sucessivas gerações.

A reprodução pode ser:

 Assexuada: dá-se a formação de novos indivíduos a partir de um único


progenitor, sem ocorrer fusão de gâmeta ou seja, sem fecundação.
 Sexuada: os novos indivíduos resultam de um ovo, célula proveniente da
fusão de dois gâmetas – células sexuais que se conjugam na reprodução
sexuada originando o ovo ou zigoto.

REPRODUÇÃO ASSEXUADA

Ideias Chave:

 Os descendentes têm origem num único progenitor;


 Não há intervenção de gâmetas;
 Tem como base a divisão da mitose e, por isso, os descendentes são iguais
ao progenitor, ou seja, são clones;
 É comum em seres unicelulares embora também ocorra em seres
pluricelulares, tais como algas, fungos e plantas.

Tipos de reprodução assexuada

i. Bipartição, cissiparidade ou divisão binária

•O núcleo da célula progenitora divide-se por mitose;


•O organismo divide-se em dois organismos-filhos de dimensões semelhantes entre
si;
•Os organismos formados crescem até atingirem o tamanho característico da
espécie;
•Ocorre em bactérias, paramécias e amibas.
ii. Gemulação ou gemiparidade

•O progenitor produz uma gema ou gomo que resulta de um pequeno


prolongamento do organismo que contém a informação genética;
•A gema desenvolve-se originando um descendente de menores dimensões que
pode separar-se do progenitor e ter vida própria ou permanecer anexado ao
mesmo, constituindo uma colónia;
•O descendente cresce até atingir o tamanho característico da espécie;
•Ocorre em leveduras, hidras, esponjas e algumas plantas;

iii. Esporulação

•O progenitor produz, por mitose, células especializadas muito leves e resistentes,


esporos;
•Os esporos são libertados e germinam apenas quando encontram as condições
favoráveis, originando novos indivíduos;
•Ocorre em fungos.

! O período de tempo em que os esporos aguardam pelas condições favoráveis à


sua germinação consiste no estado de latência !

iv. Fragmentação

•O organismo divide-se em diversos fragmentos, espontaneamente ou por


acidente;
•Cada fragmento regenera e origina um novo organismo completo;
•Ocorre em planárias e algas (ex.: estrela do mar)

v. Partenogénese
•O organismo desenvolve-se a partir de um óvulo não fecundado;
•É uma estratégia usada por algumas espécies quando o numero de machos é
reduzido;
•Ocorre em abelhas, pulgas-de-água e alguns vertebrados.

vi. Multiplicação vegetativa


•Consiste na reprodução assexuada que ocorre nas plantas;
•Pode ocorrer por gemulação, fragmentação ou regeneração de tecidos em órgãos
da planta (como o caule ou a raiz) originando novos indivíduos a partir dessa parte
do organismo progenitor.
Importância da multiplicação vegetativa
•A multiplicação vegetativa origina um elevado número de descendentes
•A micropropagação vegetativa é uma técnica laboratorial que permite
obter milhares de clones provenientes de um único progenitor. Para tal, são
retirados pequenos fragmentos de tecido de uma planta que são cultivados in vitro,
num meio nutritivo controlado por hormonas vegetais até desenvolverem
plântulas. Estas são depois transferidas para o solo ainda em ambiente controlado
(estufas). Mais tarde, são transferidas para o local onde irão efectuar o seu
desenvolvimento e atingir a fase adulta.
•Nas técnicas de micropropagação vegetativa são utilizados meios nutritivos
específicos (hormonas vegetais, controlo de temperatura e humidade, condições de
assepsia-conjunto de processos que impedem a introdução de agentes
patogénicos) para que as pequenas porções de tecido se possam desenvolver
correctamente de modo a originar uma nova planta na sua totalidade.

Vantagens e desvantagens da reprodução assexuada


Vantagens para as espécies
•Permite uma elevada produção de clones num curto período de tempo;
•Há pouco dispêndio de energia;
•A descendência resulta de clones do progenitor;
•Se o meio ambiente e as suas condições favoráveis ao progenitor, estes sê-lo-ão
também aos clones.

Vantagens para o ser humano


•Permite a selecção dos indivíduos com melhores características para a sua
multiplicação, o que resulta em clones também com as melhores características;
•Rapidez na obtenção de clones.

Desvantagens para as espécies, ecossistemas e para o ser humano


•Reduz a variabilidade intra-específica e, consequentemente, a biodiversidade;
•Como resultado da menor variabilidade genética, uma vez que todos os indivíduos
consistem em clones, as alterações nefastas no meio resultam numa maior
adversidade à sobrevivência.
REPRODUÇÃO SEXUADA
Ideias Chave
• O indivíduo resulta da união de dois gâmetas – fecundação;
• Além da fecundação ocorre meiose;
• Os descendentes não são clones dos progenitores;
• Há variabilidade genética entre os descendentes.

Gâmetas Órgãos produtores de


gâmetas
Animais Espermatozóides Testículos
Óvulos Ovários
Plantas Anterozóides Anterídios
Oosfera Arquegónios

Existem espécies em que os seres vivos são capazes de produzir os dois gâmetas,
masculino e feminino, sendo denominados:
• Espécies monóicas quando se tratam de plantas;
• Espécies hermafroditas quando se tratam de animais.

Quando os gâmetas, feminino e masculino, são produzidos em organismos


diferentes as espécies denominam-se:
• Espécies dióicas, nas plantas;
• Espécies gonocóricas, nos animais.

Vantagens e desvantagens da reprodução sexuada


Vantagens
• Variabilidade genética na descendência
• Maior capacidade de sobrevivência a mudanças ambientais
• Favorece a evolução das espécies

Desvantagens
• Processo mais lento e com maior dispêndio de energia

SER HUMANO
Cada célula humana possui 46 cromossomas distribuídos por 23 pares.
Ambos os cromossomas de um par possuem a mesma forma, estrutura e sequência
genética, sendo por isso denominados cromossomas homólogos, podendo diferir a
informação contida no par.
As células podem se distinguir em diplóides, cujo conteúdo inclui os pares de
cromossomas homólogos (2n), ou haplóides, cujo conteúdo consiste em metade do
número de cromossomas da espécie (n).
Cromossomas homólogos: par de cromossomas, um de oigem materna e um
de origem paterna, que possuem a mesma forma, estrutura e sequência genética.

MEIOSE
A meiose consiste no processo de divisão nuclear com redução
cromossómica, em que células diplóides originam células haplóides, cujo núcleo
possui metade do número de cromossomas do núcleo inicial ou seja, um
cromossoma de cada par de cromossomas homólogos.
Na meiose ocorrem duas divisões: divisão I- reducional e divisão II-
equacional.

Divisão I – Divisão Reducional


Prófase I: fase de maior duração durante na qual os dois cromossomas de cada par
emparelham formando bivalentes. Nos pontos de quiasma (pontos de cruzamento
entre cromatídeos de cromossomas homólogos) pode ruptura de cromatídeos e
podendo ocorrer, consequentemente, trocas de informação genética.
Diferencia-se o fuso acromático e desintegra-se o involucro nuclear no final
da fase.

Metáfase I: os bivalentes ligam-se a microtúbulos do fuso acromático pelo


centrómero e os pontos de quiasma localizam-se no plano equatorial do fuso.

Prófase I: os dois cromossomas homólogos de cada bivalente separam-se e cada


cromossoma, constituído por dois cromatídios, migra para um polo da célula.

Telófase I: os cromossomas atingem os polos da célula e tornam-se mais finos e


longos. O fuso acromático desaparece e forma-se o invólucro nuclear em volta de
cada conjunto de cromossomas. Cada núcleo tem metade do número de
cromossomas do núcleo diplóide inicial.

Da divisão I resultam dois núcleos haplóides, pelo que cada cromossoma tem
dois cromatídios.
Na divisão II os cromatídios de cada cromossoma separam-se na anáfase II e
no final originam-se quatro núcleos haplóides.
Divisão II – Divisão Equacional
Prófase II: os cromossomas constituídos por dois cromatídeos tornam-se mais
grossos e mais curtos. Organiza-se o fuso acromático e o invólucro nuclear
desaparece.

Metáfase II: os cromossomas, no seu máximo encurtamento, dispõem-se no plano


equatorial do fuso.

Anáfase II: os centrómeros dividem-se e os dois cromatídeos de cada cromossoma


separam-se e migram para postos opostos da célula.

Telófase II: os cromossomas chegam aos polos da célula e tornam-se mais finos e
longos. Organiza-se um involucro nuclear em torno de cada conjunto de
cromossomas.

FECUNDAÇÃO
A fecundação consiste no processo de fusão dos dois gâmetas (cariogamia),
masculino e feminino, que origina o ovo ou zigoto.
Pode ser classificada como:
• Interna: ocorre no interior da fêmea; ocorre na generalidade das plantas e animais
terrestres.
• Externa: acontece no exterior do corpo, geralmente a água; é necessária a
produção de grande quantidade de gâmetas para garantir efectivamente a
fecundação.

No caso da maioria dos indivíduos que produzem simultaneamente os


gâmetas feminino e masculino, há fecundação cruzada ou seja, troca de gâmetas,
pois estes não são capazes de se auto-fecundar.

MUTAÇÕES
•Génicas: alteração num único gene devido a pequenas modificações nos
nucleótidos
▸silenciosas ▸sem sentido ▸alteração do modo de leitura

•Cromossómicas: alteração da estrutura dos cromossomas ou do seu


número, afectando muitos genes
▸Estrutura ▸Número
•Deleção •Euploidia (em todos os pares)
•Duplicação •Aneuploidia (apenas num par)
•Inversão
•Translocação
REPRODUÇÃO SEXUADA NAS PLANTAS
Os gametângios são as estruturas onde se produzem os gâmetas e os órgãos
reprodutores são o estame, órgão masculino, e os carpelos, órgão feminino.
Para haver reprodução é necessária a polinização ou seja, transporte de
grãos de pólen para os carpelos da mesma flor – polinização directa – ou para
carpelos de flores pertencentes a outras plantas da mesma espécie – polinização
cruzada. A polinização cruzada permite uma maior variabilidade genética dos
indivíduos das novas gerações.

CICLOS DE VIDA
Em todos os ciclos de vida ocorre:
•meiose: permite a formação de células haplóides
•fecundação: fusão dos gâmetas, obtendo-se a célula diplóide

Há distinção de duas fases:


•fase haplóide: parte do ciclo em que as células são haplóides; tem início na meiose
e termina na fecundação
•fase diplóide: parte do ciclo em que as células são diplóides; tem início na
fecundação e termina na meiose

Ciclo de vida diplonte


•A meiose é pré-gamética ou seja, ocorre durante a formação dos gâmetas;
•Os indivíduos adultos são diplontes;
•Os gâmetas são as únicas células haplontes;
•Os indivíduos resultam de mitoses sucessivas do zigoto;
•É característico da maioria dos animais e algumas algas.

Ciclo de vida haplonte


•A meiose é pós-zigótica ou seja, ocorre após a formação do zigoto;
•Os indivíduos adultos são haplontes;
•O zigoto é a única célula diplóide;
•Os gâmetas são produzidos por mitose e não meiose;
•É característico da maioria dos fungos e algumas algas.

Ciclo de vida haplodiplonte


•A meiose é pré-espórica ou seja, ocorre durante a formação de esporos;
•Inclui entidades pluricelulares haplontes (esporófito) e diplontes (gametófito);
•É característico da maioria das plantas e algumas algas.
Biologia 11º Ano
Evolução Biológica

Células Procarióticas:

 Não possuem membrana nuclear


 Sem organitos membranares
 Pequenas dimensões, mais simples

Células eucarióticas

 Possuem núcleo
 Possuem organelos
 Grandes dimensões e maior complexidade

i. Célula eucariótica animal


 Não possuiu cloroplastos
 Não possui parede celular
 Possui centríolos
 Possui pequenos vacúolos

ii. Célula eucariótica vegetal


 Possui grandes vacúolos
 Possui cloroplastos
 Possui parede celular

ORIGEM DOS SERES EUCARIONTES

Modelo autogénico: defende que a célula eucariótica surgiu a partir de seres


procariontes por sucessivas invaginações da membrana plasmática, seguidas de
especialização. Algumas dessas invaginações armazenavam o DNA, formando o núcleo.
Outras membranas deram origem a organelos semelhantes ao reticulo endoplasmático.

No decurso da evolução, algumas porções do material genético


abandonaram o núcleo e evoluíram sozinhas no interior de estruturas membranares, dando
origem a organelos como a mitocôndria e os cloroplastos.

É uma hipótese pouco apoiada, uma vez que não esclarece como
decorreram os fenómenos nem a causa que os desencadeou.
Teoria Endossimbiótica: defende que uma grande célula procariótica captou outras
células procarióticas que permaneceram no seu interior, resistindo à digestão. As células
capturadas estabeleceram relações de simbiose com a célula hospedeira. A cooperação foi
tão eficaz que os diferentes elementos se tornaram dependentes e passaram a constituir
organismos singulares estáveis.

Argumentos

 Mitocôndrias e cloroplastos com forma e tamanho semelhantes a bactérias


 Mitocôndrias e cloroplastos têm DNA circular próprio
 Mitocôndrias e cloroplastos têm capacidade de sintetizar proteínas e de se dividir
 Mitocôndrias e cloroplastos têm ribossomas de tipo bacteriano (mais leves) diferentes
do citoplasma das células eucarióticas

Pontos fracos
 Não explica claramente o núcleo da célula eucariótica
 Não esclarece claramente como é que o DNA comanda o funcionamento dos
cloroplastos e da mitocôndria

ORIGEM DA MULTICELULARIDADE

Pensa-se que tenha ocorrido diferenciação celular em algumas células eucarióticas


associadas em colónias, pelo que as células que a sofreram passaram a desempenhar
funções específicas, tendo-se especializado.
A diferenciação e possível especialização ocorreu no decurso da evolução,
originando os seres multicelulares.

Vantagens da multicelularidade
 Sobrevivência dos seres de maiores dimensões sem comprometer as trocas com o meio
externo
 Adaptação a diferentes meios devido ao grande aumento na diversidade de formas
 Aumento da eficácia das trocas de energia, devido à especialização
 Maior independência em relação ao meio externo

EVOLUÇÃO BIOLÓGICA
Fixismo
 Numa visão fixista, as espécies são unidades fixas e imutáveis que, no mundo
igualmente estático, surgiram independentemente umas das outras.
 Admite que as espécies surgiram tal como hoje as conhecemos e que foram originadas
por uma criação divina – criacionismo. Assim, as espécies são perfeitas e estáveis,
mantendo-se fixas ao longo do tempo.
Evolucionismo
 No século XIX surgiu, em oposição ao fixismo, o evolucionismo, que considerava que as
espécies evoluem e se modificam ao longo do tempo de forma lenta e gradual
originando novas espécies.
 Dos evolucionistas destacam-se Lamarck e Darwin.
Lamarckismo
 Segundo Lamarck, os seres vivos evoluem em resultado da influência do ambiente e no
sentido de dar resposta às suas necessidades individuais para se reproduzirem e
sobreviverem, “o meio cria necessidade”. Surge fundamentada em dois princípios:
 Lei do uso e desuso: a necessidade de adaptação às novas condições
ambientais determina o aparecimento de características em resultado do
desenvolvimento e/ou atrofia de um determinado órgão3ou parte do seu
organismo, como resposta ao seu uso ou desuso.
 Lei da herança dos caracteres adquiridos: as modificações produzidas nos
indivíduos ao longo da sua vida seriam transmitidas as gerações seguintes
como consequência do uso e do desuso, mantendo-se assim na população

Darwinismo
 Darwin desenvolveu a sua teoria de acordo com estudos realizados sob a evolução das
espécies a bordo do navio da armada britânica como também baseando-se no trabalho
de outros evolucionistas.
 Na sua teoria, Darwin constatou que:
 O número de indivíduos de uma espécie tende a crescer mais que os
recursos, o que resulta numa luta pela sobrevivência, vencendo os que
apresentam melhores características;
 Os indivíduos com melhores características vivem mais tempo e os seus
descendentes herdam as suas características.

Uma vez que a natureza exerce sobre as espécies uma necessidade de evolução,
movida pela luta pela sobrevivência, então, a natureza influência os seres vivos e selecciona
os mais aptos – selecção natural.
A quantidade de indivíduos mais aptos a atingir a idade de reprodução é alta, pelo
que originam mais descendência – reprodução diferencial – onde as melhores
características são lhes transmitidas.
O lento acumular de novas características ao longo de gerações pode resultar numa
nova espécie.
Neodarwinismo
i. Numa população existe sempre variabilidade genética entre os indivíduos que a
constituem. Essas variações resultam de mutações e recombinações genéticas que
ocorrem durante a meiose – crossing-over e disjunção aleatória de cromossomas
homólogos – e na fecundação – junção aleatória de gâmetas (excepto nas
bactérias).
ii. Num determinado ambiente, os indivíduos de uma população que apresentam um
conjunto génico responsável por fenótipos mais aptos/características genéticas
mais favoráveis ao meio são seleccionados, sobrevivendo, reproduzindo-se mais e
transmitindo os seus genes à descendência.
iii. A sobrevivência e a reprodução diferencial dos seres vivos com fenótipos mais
aptos permite aumentar o seu numero na população, havendo alteração do fundo
genético da mesma podendo, se ocorrer isolamento reprodutor, levar à formação
de uma nova espécie.
Mecanismos de evolução das espécies
i. Deriva genética: efeito gargalo e efeito fundador
ii. Migrações – fluxo genético: troca de genes entre populações de uma mesma
espécie onde existe contacto permanente ou esporádico
iii. Cruzamento não aleatório: reprodução reservada a apenas alguns indivíduos de
uma população – macho dominante
iv. Selecção artificial: cruzamentos seleccionados, introdução de espécies exóticas
com fins recreativos ou comerciais

Fundo genético da população


 A variação do pool genético de uma população isolada ou colonizadora de um novo
ambiente pode, passado um determinado período de tempo, levar à acumulação de
diferenças que impossibilitam o cruzamento dos indivíduos dessa nova população com
os da população que os originou.
 Nessa situação ter-se-á formado uma nova espécie.

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