16 set 2018 12:06:00 - Estruturas Especiais de Concreto I_Aula 3.

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Assunto: Notas de Aula Edição: 00 / Ano da edição: 2018
Disciplina: Estruturas Especiais de Concreto I
Curso: Engenharia Civil
Professor: Engº Sidney Guedes de Lima Contato: sidney.guedes@hotmail.com

Aula 3

Conteúdo:

3. Fundações em tubulões
3.1 Conceitos gerais
3.2 Tubulões a céu aberto
3.2.1 Exemplo numérico 3.1
3.3 Tubulão a ar comprimido
3.3.1 Conceitos fundamentais

Apresentação:
A presente publicação não tem a pretenção de ser classificada como uma apostila da disciplina em
estudo. Ela tão somente deve ser considerada como "Anotações de Aula", e tem a finalidade de permitir ao
aluno um acompanhamento mais dinâmico durante as aulas, já que representa boa parte do conteúdo do quadro
ou em apresentações via Slides das aulas. Cumpre ressaltar que uma grande quantidade de informações é
sempre transmitida durante as exposições, sem que estejam anotadas na presente publicação. É
portanto, recomendação da disciplina que os alunos participem das aulas e não se atenham pura e
simplesmente ao que aqui está publicado, além de ser tamém muito importante a consulta na íntegra do
material citado abaixo nas referências bibliográficas para o melhor aprofundamento nos estudos.

Bibliografia:

ALONSO, R. U. (1983); Exercícios de Fundações

2ª Edição, Editora Blucher, São Paulo-SP, 2010

BOTELHO, M. H. C. - Concreto Armado, eu te amo, Volume 2

4ª Edição, Editora Blucher, São Paulo-SP, 2015

CARVALHO, R. C; PINHEIRO L. M. - Cálculo e detalhamento de estruturas usuais de

concreto armado. Editora PINI vol.2 / 2009 - São Paulo-SP

Velloso, D. A. (1996). Fundações - COPE - UFRJ, Rio de Janeiro

FUSCO (1994). Técnicas de armar as estruturas de concreto

Editora PINI Ltda, São Paulo

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118:2014 - Projetos de estruturas de

concreto - Procedimento

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6122:2010 - Projeto e execução de

fundações

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6484:2001 - Sondagem de simples

reconhecimento com SPT - Método de ensaio

NR18 - Condições e meio ambiente de trabalho na industria da construção

NR15 - Atividades e operações insalubres

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3. Fundações em tubulões

3.1 Conceitos gerais

Para o caso de cargas elevadas, pode-se adotar um tipo de fundação profunda,

constituida de um fuste que servirá para transferir o carregamento para o solo,
normalmente com boa capacidade de carga, através de uma base alargada e que de acordo
com a NBR 6122:2010 item 8.2.2.6.1, essa base alargada deve ter a forma de tronco de
cone (Com base circular ou de falsa elipse), superposto a um cilindro de no mínimo
20cm de altura, denominado rodapé, conforme imagem abaixo:

Figura 3.1 - Base de tubuções

(Fonte: NBR6122:2010 - Figura 5)

Há dois tipos de tubulões:

_ Tubulão a céu aberto: Empregado quando se tem o solo resitênte capaz de receber a
carga da base do tubulão, a uma profundidade acima do lençol freático.

_ Tubulão a ar comprimido: Empregado quando se tem o solo resitênte capaz

de receber a carga da base do tubulão, a uma profundidade abaixo do lençol freático.

Propriedades geométricas:

Figura 3.2 - Nomenclaturas típicas

(Fonte: Do autor)

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3.2 Tubulões a céu aberto

Os tubulões a ceu aberto são elementos estruturais de fundação constituído

concretando-se um poço aberto no terreno, geralmente dotado de uma base alargada. Esse
tipo de tubulão é executado acima do nível de água natural ou rebaixado, ou, em casos
especiais, em terrenos saturados onde seja possível bombear a água sem riscos de
desmoronamentos. No caso de existir apenas carga vertical, esse tipo de tubulão não é
armado, colocando apenas uma ferragem de topo para ligação do bloco de coroamento ou
de capeamento. (ALONSO, 1983 pg43)

O diâmetro do fuste deve ser de no mínimo 70cm para permitir a entrada e saída de
operários, porém a projeção da base quando alargada, pode ser de seção circular ou
de falsa elipse como apresentado anteriormente na figura 3.2

A NBR 6122:2010 especifica no ítem 8.2.2.6.1 que os tubulões a ceu aberto devem ser
dimensionados de maneira que as bases não tenham alturas superiores a 1,80m. Para
tanto, deve ser garantido o anguloβ 60 ° conforme apresentado na figura 3.1 acima.

A área da base do tubulão é calculada de maneira análoga ao que vimos anteriormente

no dimensionamento geométrico de sapatas, inclusive com a mesma referência de 5% de
estimativa de peso próprio com base na carga do pilar, no entanto, por ser pouco
representativo, assim como adotado na maioria das bibliografias que tratam do temos,
despresaremos o peso próprio em nosso estudo. Com isso, a área da base do tubulão
poderá ser calculada através da seguinte espressão:

Nk
Ab
σs

No caso de se ter base circular, o diâmetro da mesma será dado por:

4 Nk
D
π σs

E para o caso da base conter uma fausa elipse, como mostrado na figura 3.2 acima,
devemos ter:
2 Nk
π b Escolhido b (ou x), pode-se calcular x (ou b)
b x
4 σs

A área do fuste (Para apenas carga centrada) é calculada análoga ao cálculo de

pré-dimensionamento da seção de um pilar cuja seção de ferro seja nula, vejamos:

Já para os parâmetros de ELU (Majorando as ações e minorando as resistências) temos...

fck Nk γf γc Nk γf γc 4
γf Nk 0,85 Af ou ainda: Af e diâmetro Df,min
γc 0,85 fck 0,85 fck π
será:
Onde:
γf 1,4 e γc 1,5 (Conforme NBR6122)

Nk Carga Vertical

fck Resistência característica do concreto

Af Área do fuste

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Para a altura "H" do tubulão a céu aberto, onde β 60 ° podemos assim encontrar
o valor da altura através da seguinte expressão:

D d
H tan 60 °
2
Portanto, para base circular temos H 0,866 D d ,e para quando houver fausa
elipse teremos H 0,866 a d

Conforme exposto nas características gerais do anexo J, o tubulão é um tipo de

fundação em que as cargas são transmitidas essencialmente pela base a um substrato
maior de resistência, por conta disso, geralmente se despresa a resistência de fuste
no dimensionamento do tubulão, no entanto, no item 8.2.1.2, temos que, quando for
considerado o atrito lateral em tubulões, deve ser despresado um comprimento igual ao
da base, imediatamente acima dela.

Atividade extra classe: Ler Anexo J da NBR 6122:2010 onde se tem os procedimentos
executivos para tubulão a céu aberto.

3.2.1 Exemplo numérico 3.1

Projetar a fundação em tubulão a céu aberto de base alargada circular em que a cota
de arrasamento estará abaixo da cota do nível do terreno (fuste do tubulão confinado
pelo solo que o envolve) onde se tem um pilar aplicando apenas carga vertical de
Nk 1000 kN .

Dados: fck 20 MPa kN

ou fck 2
2
cm
Taxa de trabalho do solo: σs 0,3 MPa ou kN
σs 0,03
2
cm
γf 1,4 e γc 1,6

Calculando:

1 - Diâmetro do fuste:

Nk γf γc 4
df,min 40,96 cm df,adot 70 cm (Dimensão mínima para acesso dos
0,85 fck π
trabalhadores)

2 - Diâmetro da base alargada "circular":

4 Nk
Db,mín 206,01 cm Db,adot 210 cm
π σs

3 - Altura total da base alargada:

H 0,866 Db,adot df,adot 121,24 cm H 121 cm

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4 - Ilustrando a solução final:

3.3 Tubulão a ar comprimido

3.3.1 Conceitos fundamentais

Pretendendo-se executar tubulões em solo onde haja água e não seja possível
esgota-la devido ao perigo de desmoronamento das paredes, utilizam-se tubulões
pneumáticos com camisa de aço ou concreto. No caso de a camisa, ser de concreto, todo
o processo de cravação da camisa, abertura e concretagem da base é feita sob ar
comprimido, visto ser esse serviço feito manualmente, com a atividade de operários.
Se a camisa é de aço, a cravação da mesma é feita com o auxílio de equipamentos e,
portanto, a céu aberto, sendo executado sob o efeito de ar comprimido só os serviços
de abertura e concretagem da base. (ALONSO, 1983 pg45)

A pressão máxima de ar comprimido empregada é de 3atm (0,3MPa), razão pela qual os

tubulões pneumáticos tem sua profundidade limitada a 30m abaixo do nível da água.
Todas as condições de segurança para o trabalho sob condições Hiperbáricas estão
dispostas no Anexo 6 da NR15.

Atividade extra classe: Ler Anexo 6 da NR-15 - Trabalho sob condições hiperbáricas.

Dimensionamento: Também nesse tipo de tubulão despreza-se a força de atrito entre o

fuste e o solo, sendo a carga do pilar transmitida ao solo integralmente pela base.
Por essa razão, o dimensionamento da base (área e altura) segue as mesmas
recomendações dos tubulões a céu aberto. A diferença está no cálculo do fuste.

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Características especiais:

_ Armação constituida por barras longitudinais e estribos transversais (posicionados

na camisa de concreto);
_ Espessura mmínima da camisa (≥ 20cm) e h da camisa de concreto não superior a 3m.

_Câmara de trabalho com altura mínima de 2m e diâmetro interno de 1m (nesta região

_ A área de armadura longitudinal é determinada a partir dos esforços solicitantes
no fuste.
_ Os estribos são dimensionados de modo que a camisa suporte as pressões internas
provocadas pela ação do ar comprimido, admitindo uma pressão 30% maior que a pressão
de trabalho, admitindo-se que não exista pressão externa de solo ou água.
(ALONSO, 1983 pg48)

Figura 3.3 - Nomenclaturas típicas de um tubulão a ar comprimido

(Fonte: Revista Infraestrutura urbana-PINI, Edição 20 nov/2012)

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