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PQI2110

QUÍMICA TECNOLÓGICA GERAL


ESCOLA POLITÉCNICA DA USP

LIGAÇÕES QUÍMICAS

APRESENTAÇÃO 1.4
• Cristais

1
Augusto Neiva
Alguns cristais

Quartzo
(SiO2, cristal
iônico/covalente)

NaCl (cristal iônico) – imagem de


microscópio de tunelamento
(http://www.iap.tuwien.ac.at/www/surface/
STM_Gallery/nonmetals.html)
2
Diamante (cristal covalente)
Cristais iônicos

CsCl – número de coordenação 8:8

Será cúbico de corpo centrado? apostila: pg. 46 3


cristais covalentes
átomo 1

átomo 2

plano de cima plano a ¾ da altura plano do meio

átomo 1 átomo 2

apostila: pg. 25 - 26

4
... às vezes são chamados “cristais moleculares”

Diamante
Grafite

apostila: pg. 25 - 26
Sílica

5
Cristais de polímeros

Esferulito em polihidroxibutirato
(microscopia óptica com luz polarizada)
http://www.doitpoms.ac.uk/tlplib/polymers/spherulites.php

6
Cristais em material metálico

Microscópio óptico,
liga Pr-Fe-B
cristais (foto A. C. Neiva)
7
Cristais metálicos
elétrons livres,
proveniente do
orbital 3s metais

“cátions” de Na:
1s2 2s2 2p6

apostila: pg. 20-21


8
Cristais
• Número de coordenação:
– Depende do arranjo cristalino assumido
pelos átomos.
• Admitimos que os átomos ou íons são
esferas rígidas.
• Estruturas cristalinas mais comuns.

apostila: pg. 21
9
Hexagonal compacto

apostila: pg. 21

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HC

• Número de coordenação.
• Número de átomos por célula unitária.
• Fator de empacotamento.
• Cálculo da densidade.
11
Cúbico de face centrada

apostila: pg. 22
12
CFC

• Número de coordenação.
• Número de átomos por célula unitária.
• Fator de empacotamento.
• Cálculo da densidade.
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Cúbico de corpo centrado

Distância:
facilmente
determinável
por difração de
raios X
a
2

apostila: pg. 23
14
CCC: 2 átomos por célula

• Número de coordenação.
• Número de átomos por célula unitária.
• Fator de empacotamento.
• Cálculo da densidade.
15
HC
Animações
CFC

CCC

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Exemplo de conta com cristais
• Estamos numa ilha sem livros ou internet, mas
com uma tabela periódica, um difratômetro, uma
balança e um paquímetro. Temos um cubo de
cobre puro de 1,00 cm3 cuja massa é de 6,89 g.
O difratômetro mostra que o arranjo é CFC e
que a distância a é igual a 3,942 *10-8 cm3.
• Nosso filho pergunta: qual é o número de
Avogadro?
• Sabemos responder?
Tabela: MAcobre = 63,546 g /mol

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Saindo da ilha: massa específica
teórica
• Se a distância “a” é conhecida e também a massa de
cada átomo, então podemos calcular a massa e o
volume de um número n de células.

• Para quê queremos a massa específica teórica? Por


exemplo, para determinarmos a porosidade de uma
amostra real sem olhar para dentro dela.

• Por exemplo, no CCC, quantos átomos existem para


aquela célula? Pense um pouco. Veja a seguir.

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Diferenciando o CFC do HC
CFC HC

E isso tem importância prática?

19
E isso tem importância prática?
• Típicos HC: Mg e Zn (duros, frágeis)
• Típicos CFC: Cu, Au, Ag (maleáveis)

• HC e CFC são muito parecidos (têm o mesmo


tipo de plano compacto). Só muda a seqüência
de empilhamento.

• Maleabilidade tem a ver com deformação


plástica. O que é deformação plástica em um
metal?
apostila: pg. 70 - 71
20
• Seja uma chapa metálica com um
ressalto: como obtê-la?

tinta

aço

21
Parte-se de uma chapa grossa

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25
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27
28
29
Vejamos isto em escala
microscópica

cristais

30
31
32
33
cristal

Planos de
escorregamento

plano de plano de
escorregam escorregame
ento nto

discordân
cia
cristal cristal

apostila: pg. 71
34
• Onde é mais fácil ocorrer escorregamento:
HC ou CFC?

• HC – planos compactos em apenas uma


direção
• CFC – planos compactos em várias
direções (por uma questão de simetria)

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E se forem íons?
• Dá para fazermos um plano como no HC
ou no CFC?

apostila: pg. 43
36
Com íons: o tamanho relativo define a possibilidade de
diferentes estruturas

37
38
Ooooops!
Ânion “encostando”
em ânion!

39
Ooooops!
Ânion “encostando”
em ânion!

40
Ooooops!
Ânion “encostando”
em ânion!
(r+R)2 = 2 R2

apostila: pg. 43
41
Ooooops!
Ânion “encostando”
em ânion!

42
43
Ooooops!
Ânion “encostando”
em ânion!

44
Número de Arranjo de R Relação entre raios
coordenação de M r:R Tabela 2.6 - Arranjo
2 Linear Até 0,15 estável de esferas
3 Triangular 0,15 – 0.225 rígidas maiores de raios
4 Tetraédrico 0,225-0,41 R em torno de uma
4 Planar Quadrada 0,41-0,73 esfera menor de raio r
6 Octaédrico 0,41-0,73

8 Cúbico Maior que 0,73

Número de Geometria Relação limite Ïon Composto


Coordenação de raios coordenado

8 cúbica 0,732 Cs, Cl CsCl

6 octaédrica 0,414 Na, Cl NaCl


Tabela 2.5 – Ti TiO2
Al Al2O3
Geometrias de
coordenação em 6 Prisma 0,528 Ni NiAs
trigonal
cristais iônicos
4 tetraédric 0,225 F CaF2
a Zn, S ZnS
Be BeF2

3 Trigonal 0,155 O TiO2


plana
apostila: pg. 45 45
Coordenação 8:8 (CsCl)

Célula Unitária

CsBr, CsI 46
apostila: pg. 46
Coordenação 6:6 (NaCl)

Coordenação
octaédrica

KCl, AgBr, KBr, PbS, MgO, FeO 47


apostila: pg. 47
Coordenação 4:4 (blenda - ZnS)

CFC – Sulfetos
Zn em sítios tetraédricos
alternados
48
apostila: pg. 47
Coordenação 4:4 (wurtzita - ZnS)

HC – Sulfetos HC – Sulfetos
Zn em sítios tetraédricos Zn – três sítios tetraédricos no
plano AB e um sítio tetraédrico
no plano BA

apostila: pg. 47 49
Coordenação 8:4 (fluorita – CaF2)

Ca2+ em arranjo CFC


8 sítios tetraédricos ocupados por F-
50
Coordenação 6:3 (rutilo – TiO2)

Ti4+ em arranjo CCC


O2- possui coordenação trigonal com os Ti4+
apostila: pg. 48 51
Construindo o CsCl

52
Construindo o NaCl

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Dureza de um cristal iônico
• A força que une os íons em um cristal
iônico é eletrostática. Para um par ânion-
cátion, teríamos:
F = - qânion qcátion / d2

Para um cristal, evidentemente o cálculo


envolve mais cargas, mas o efeito da
carga e da distância se reflete de modo
muito direto na dureza do cristal:
apostila: pg. 38 54
Influência da carga iônica e da distância
sobre a dureza
ânion Metal Mg Ca Sr Ba Tabela 2.2 - Dureza
(Moh) com distância M-X
O2- Distância (A) 2,10 2,40 2,57 2,77
Dureza 6,5 4,5 3,5 3,3
S2- Distância (A) 2,59 2,84 3,00 3,18
Dureza 4,5 4,0 3,3 3,0
Se2- Distância (A) 2,74 2,96 3,12 3,31
Dureza 3,5 3,2 2,9 2,7

Cristais tipo NaCl LiF MgO NaF CaO LiCl SrO


Distância M-X (A) 2,02 2,10 2,31 2,40 2,57 2,57
Dureza 3,3 6,5 3,2 4,5 3 3,5
Tabela 2.3 - Cristais tipo NaCl LiCl MgS NaCl CaS LiBr MgSe
Dureza (Moh)
Distância M-X (A) 2,57 2,59 2,81 2,84 2,75 2,73
com carga iônica Dureza 3,0 4,5-5 2,5 4,0 2,5 3,5
Cristais tipo blenda CuBr ZnSe GaAs GeGe
Distância M-X (A) 2,46 2,45 2,44 2.43
Dureza 2,4 3,4 4,2 6
apostila: pg. 40 55
(em cada par de sais na tabela acima, a distância é aproximadamente igual)
Influência da distribuição eletrônica
sobre a dureza (Moh)
CaSe PbSe CaTe PbTe
Os cátions apresentam diferentes
Distância M-X (A) 2,96 2,97 3,17 3,22
distribuições eletrônicas estáveis:
Dureza 3,2 2,8 2,9 2,3
configuração do tipo gás nobre apresenta
CaF2 CdF2 SrF2 PbF2 maior dureza.
Distância M-X (A) 2,36 2,34 2,50 2,57
Dureza 6 4 3,5 3,2
AlP GaP AlAs GaAs
Distância M-X (A) 2,36 2.35 2.44 2.44
Dureza 5,5 5 5 4.2

apostila: pg. 40 56

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