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TÓPICOS DE

GRAMÁTICA
DA LÍNGUA PORTUGUESA

Lucas Daniel Tomáz de Aquino 


ÍNDICE

GRAMÁTICA GERAL

Lógica gramatical da língua portuguesa: breve história da gramática - Lógica


e gramática — Gramática e metafísica — Relações entre gramática, lógica a
metafísica.

GRAMÁTICA ESPECIAL

Emprego de tempos e modos verbais — Emprego de classes de palavras —


Colocação e uso dos pronomes: pessoais, caso reto e oblíquo, pronome como
complemento direto e indireto — Complemento Nominal — Complemento Verbal —
Pronomes de tratamento — Coesão textual a partir de pronomes: este(s), esta(s),
isto; esse(s), essa(s), isso; aquele(s), aquela(s), aquilo — Função anafórica e
catafórica de pronomes, retomada de termos em um texto — Pronomes Relativos —
Caso especiais: pronomes “onde” e “cujo” — Partícula “QUE” — Colocação das
vírgulas ante a partícula “QUE”: restrição ou explicação — Vozes verbais: voz ativa,
voz passiva (sintética e analítica), voz reflexiva — Modos verbais: modo indicativo,
modo potencial, modo interrogativo, modo volitivo ou imperativo ou optativo ou
exortativo — Formas nominais do verbo: infinitivo, particípio e gerúndio — Tempos
verbais: pretérito, presente, futuro — Caso especial: futuro do pretérito — Partícula
“SE”: como conjunção integrante, como pronome relativo — Colocação pronominal:
próclise, ênclise e mesóclise — Questões comentadas — Como analisar questões
por palavras inclusivas e exclusivas em um item de prova — Análise e identificação
de questões erradas.

Regência: concordância entre dois termos — Regência nominal — Casos de


regência nominal e complemento verbal: verbo transitivo direto, verbo transitivo
indireto, verbo transitivo direto e indireto, verbo intransitivo, verbo de ligação verbo
transitivo direto — Regência verbal e complementos — Lista de regência verbal com
os principais casos com alteração de semântica conforme disposição da regência —
Emprego do sinal indicativo de crase: casos obrigatórios, facultativos e proibitivos;
relação entre crase e pronomes relativos — Questões comentadas
.
BREVE HISTÓRIA DA GRAMÁTICA

A Gramática como a conhecemos hoje surge no bojo das Sete Artes Liberais - o
Trivium (Gramática, Retórica e Dialética1) e o Quadrivium2 (Aritmética, Geometria, Música e
Astronomia) - que era o conjunto de estudos que antecedia o ingresso na Universidade
durante a Alta Idade Média, até a infância da Modernidade. De Santo Tomás de Aquino à
Shakespeare, todos passaram pelas Sete Artes Liberais. Estas são chamadas assim
porquanto servem ao espírito ou intelecto em contraponto às artes servis como a
marcenaria, por exemplo, donde se serve ao corpo - afinal, os últimos são trabalhos braçais.
Assim, a Arte é ​recta ratio factibilium​, isto é, a reta razão do fazer. Em sentido estrito,
a Arte se divide em arte servil e arte liberal. As primeiras mais ao ​facere porque se valem do
corpo ou algo corpóreo e em favor do próprio corpo3. Já as artes liberais dizem-se desta
forma porque tratam do intelecto. Em sentido amplo, Arte é uma ordenação da razão pela
qual os atos humanos alcançam por determinados meios o devido fim.
O conjunto das Sete Artes Liberais, portanto, é muito provável que tenha surgido de
modo primário em Alexandria, no século II, cujos estudos sempre atrelados ao Cristianismo,
eram chamados ​Didaskaleion​. Remontava-se historicamente ao evangelista São Marcos e a
fórmula usada no Medievo; porém, só ganhou ​ars definitiva com as ​Capitulares de Carlos
Magno e Alcuíno, este que organizara a escola carolíngia em ​Aix-de-Chapelle​.4
De início, como se dava mais ênfase à Lógica, a Gramática ainda não fazia parte de
tal ciência-arte, menos estritamente à Retórica e menos ainda à Poética. Só mais
tardiamente, foi incorporada à ciência da linguagem como “a ciência de falar sem erro”, em
designação exata de Hugo de São Vítor.
Pedro Abelardo, exímio lógico e eunuco da Idade Média, dizia que as disciplinas do
Trivium eram os três elementos da ciência da linguagem. Por um lado, se a gramática era a
ciência do falar sem erro, a dialética era a disputa acalorada que distingue o verdadeiro do
falso e a retórica a disciplina que faz persuadir o que é conveniente5.

1
Antes da chegada das obras completas de Aristóteles ao Ocidente, chamava-se Dialética no
Trivium a disciplina estudada para o bem-raciocinar e que incluía em sua filosofia, além do
platonismo e do aristotelismo, o estoicismo de, por exemplo, João, O Gramático, a quem se deu a
tese de que o ​nominativo é caso, conquanto outros autores, incluindo Santo Tomás, o dizem que é
vogal temática, o mesmo título das vogais temáticas nominais em língua portuguesa.
2
A teoria do número não compreende apenas a matemática - a ciência do ​ens quantum​, ou seja o
ente enquanto quantidade, perfeitamente mensurado, explicitado aqui como aritmética, mas também
álgebra, cálculo, equações, dentre outros ramos da matemática superior. Ademais, enquanto teoria
do número, inclui-se a música entendida como princípio, distinta da instrumental aplicada que
constitui Belas-Artes, incluindo medições descontínuas de quantidade como a física especial
(cosmologia) e a química. Já a teoria do espaço (Geometria) tem em seu escopo alguns princípios de
geografia, agrimensura, engenharia e arquitetura - conquanto de certo modo também esta seja
Arte-Liberal, porque é Belas-Artes ​secundum quid​.
3
Carlos Nougué ​in​ ​Das artes Liberais: a necessária revisão.
4
Carlos Nougué, ​prólogo ​de ​Trivium: As artes liberais da Lógica, da Gramática e da Retórica​, Ir.
Miriam Joseph, É Realizações, 2008.
5
Jacques Le Goff, ​Os intelectuais na Idade Média​, José Olympio, 2003, p. 84.
LÓGICA E GRAMÁTICA

A Gramática possui duas vias: Gramática Geral e Gramática Especial. Sobre o


espectro cada uma, daremos voz à Irmã Miriam Joseph, PhD, especialista na obra de
Shakespeare e autora do grande livro Trivium - As artes liberais da lógica, da gramática e
da retórica​, a qual diz:
A gramática geral é mais filosófica que as gramáticas especiais
porque está mais diretamente relacionada à lógica e à metafísica - ou
ontologia. Consequentemente, ela difere um pouco das gramáticas especiais
no que diz respeito ao ponto de vista e à classificação resultante, tanto na
análise morfológica quanto na análise sintática6.

A partir disso, primeiramente devemos conhecer a Gramática Geral, ao menos sua


introdução, para podermos ter mais certeza de pisarmos neste universo que é a Gramática
Especial, a qual estudamos na escola. A Lógica e a Retórica formam com a Gramática as
três Ciências da Linguagem, esta que se desenvolve a partir da natureza mesma do ser
humano, pois a racionalidade é intrínseca a este.
Ao inventar símbolos que exprimem as experiências práticas, construímos a
existência e as palavras quando escritas ou faladas tornam-se termos e entram nos
domínios da Lógica. As palavras são categorizadas por sua relação com o Ser e, em
contato com as Categorias ou Predicamentos, traduz o símbolo linguístico em proposição,
silogismo, sorites, entimemas, falácias ​et ita porro​.
A Lógica, nada mais é que a ciência-arte propedêutica às demais artes e demais
ciências, pois nos ensina a pensar com competência e a Gramática é a arte de inventar
símbolos para expressar tais pensamentos7. Ademais, a Gramática une elementos das mais
diversas formas como versificação (poética), retórica e crítica literária, conforme expresso
por Dionísio de Trácia (166 a.C), grego que escreveu a primeira gramática que se tem
notícia. Em seu livro há figuras de linguagem, etimologia, alusão, analogias, análise literária,
proposições etc todos elementos usados até hoje na gramática e na lógica de
argumentação.
A divisão da gramática faz-se de duplo modo. A primeira é a Gramática Geral, mais
diretamente conectada com a lógica e metafísica porque diz respeito às ideias e sua
conexão com a realidade, enquanto a ligação da Gramática Especial diz respeito à relação
mais estrita da palavra com a palavra.
Na Gramática Geral, podemos fazer analogias e análises categoremáticas e
sincategoremáticas entre palavras, morfologicamente e sintaticamente falando, e atribuí-las
na classificação das dez categorias do Ser, em Aristóteles. As Categorias são a substância
e os nove tipos de acidentes, que são: quantidade, qualidade, ação, relação, quando, onde,
paixão, postura e hábito.

6
​Trivium - As artes liberais da lógica, da gramática e da retórica​, Ir. Miriam Joseph, C.S.C, PhD, É
Realizações, 2008.
7
Idem.
Dizemos que um sujeito é um substantivo exatamente porque ele designa uma
substância. O mesmo ocorre com os pronomes, eles são designadores de substância. E o
que é substância?

Substância é aquilo que primeiro nos dá aos sentidos, aquilo que


subsiste por si mesmo e é suporte de acidentes, aquilo que ​sub-stat​. O ato
próprio da substância é ser por si e em outro, ou seja, ser pela e na
substância. Sendo assim a substância é um gênero supremo,
generalissimus​, o qual não se confunde com o ente de forma alguma, este
que não pode ser gênero, pois “​todo gênero comporta diferenças que não
pertencem à essência deste gênero​”8, logo o não-ente não pode constituir
diferença. Em outras palavras, o ente é tudo que há, a substância e os nove
acidentes; a substância, o ente simpliciter, os acidentes, entes ​secundum
quid​. Substância, em grego, ο​ ὐσία, é, além de sustentáculo de acidentes, a
primeira quididade ou essência, o gênero supremo ou generalíssimo9.

E se um substantivo ou pronome é um designador de substância, os outros tipos


morfológicos serão quase todos, dependendo do contexto, acidentes. Um adjetivo, por
exemplo, que é uma qualidade do sujeito, será um acidente. Exatamente porque é
qualidade. Logo, um acidente. E o que é acidente?

​ ccidens​, de ​ad caere​, isto é, literalmente “cair


Os acidentes, do latim a
sobre” ou filologicamente equivalente a “acontecer, ocorrer, suceder”, se
contrapõe à substância. É-lhes próprio, como “ente débil”, ser por outro e em
outro, isto é, ​[ser] na substância, assim “​como a ciência humana é
inteiramente dependente do espírito que a tem e a sustenta​”10. Um exemplo
para elucidar substância e acidente: o homem é uma substância, ele existe
por si mesmo. Se ele tem olhos verdes ou castanhos, cor negra ou parda,
não faz diferença, pois jamais deixará de ser este homem i​ n re ​e de modo
simpliciter​; ou seja, é uma substância; já os aspectos cambiantes desta
substância, a cor dos olhos e da pele, particularidades ​secundum quid​, são
os acidentes11.

Desta forma, como eu disse acima, em itálico, os acidentes têm por distinção
existirem em outro, isto é ​na substância. Morfologicamente acontece a mesma coisa. Se eu
digo “bonito”, alguém há de me perguntar ​quem é bonito, porque esta coisa bonita não
existe​ per se​. Algo ou alguém deve necessariamente ser bonito.
Se bonito é um adjetivo, deve-se ser um adjetivo de algo ou alguém. Um homem
bonito, por exemplo. Se eu digo a você “branco”, algo deve ter esta qualidade, essa cor
branca. Pois ninguém nunca viu por aí a cor branca andando sozinha, senão que já viu uma
mulher branca ou um cão branco andando por aí ou algo do tipo.

8
Santo Tomás de Aquino, ​Summa Theologiae​, I, q. 3, a. 5, ​respondeo​.
9
Lucas Daniel Tomáz de Aquino, ​A consolação da estupidez humana - Tratado de Lógica​.
10
Édouard Hugon, ​Os princípios da filosofia de Santo Tomás de Aquino​, EDIPUCRS, 1998, p. 74.
11
Lucas Daniel Tomáz de Aquino, ​A consolação da estupidez humana - Tratado de Lógica​.
Para elucidar esta relação entre filosofia e gramática, considere a seguinte frase
“João pensa”. ​João é filosoficamente uma substância (ele existe por ele mesmo) e
morfologicamente é um substantivo. ​Pensa ​é uma ação (que é uma categoria) e
morfologicamente é um verbo que está no presente do indicativo. Pensar é uma qualidade
(categoria aristotélica) inerente ao ser humano, pois não existe uma pessoa que não o faça,
portanto.
Se eu ainda perguntar “O que é o branco?”, ​todas as respostas me dirão algo que
necessariamente pertencem ao acidente sobre os quais são perguntadas, e indicam
portanto quididades de acidentes: a cor branca é uma qualidade e a quantidade discreta,
dada essencialmente nos números, apesar de haver também uma quantidade contínua na
geometria, é uma quantidade. A cor branca dar-se-á no cão ou na mulher, que são
substâncias.
Essas duas coisas, quantidade e qualidade, são acidentes e são Categorias. As
Categorias, como já se disse, são a substância e os nove acidentes: quanto (quantidade),
como (qualidade), com o que se relaciona (relação), onde está (lugar), quando (tempo),
como está (estado), em que circunstância (hábito), atividade (ação) e passividade (paixão) e
estão todas na realidade patente, isto é, ​in re.
Repare: se vejo um homem, ele é antes de qualquer coisa, uma substância, e que
tem certa cor (parda, branca) como qualidade, tem certa altura e dimensões como
quantidade, ele está certamente em algum lugar e quem aí está não pode senão deixar de
estar em dada altura do tempo, e ele está, por evidência, em alguma situação, ou seja,
sentado ou de pé e pode andar armado ou calçado com seu hábito ou posse, e ele pode
tocar algum instrumento de sopro, como um oboé ou flauta doce, ou seja praticando uma
ação e fazendo isso em seu quintal, à luz do dia, o qual recebe a paixão dos raios solares
incidindo em sua pele12.
Quando na Gramática falamos de ​sujeito e ​predicado​, estamos falando disso,
dessa relação presente nas Categorias. Diz-se sujeito porque é um ente, uma substância,
ao passo que diz-se predicado, como o próprio nome diz, porque se predica algo do sujeito
ou substância, ou seja, declara-se algo que é característico deste sujeito, como na frase
“Maria Clara é carinhosa”, onde temos a pessoa (sujeito, substância) a qual se declara que
é carinhosa, ou seja, se dá uma qualidade (categoria) como adjetivo (morfológico) ao ente.
No caso em tela, é uma qualidade porque existe intrinsecamente no sujeito e flui de
modo absoluto de sua matéria e de sua forma - conceitos metafísicos que veremos a seguir.

GRAMÁTICA E METAFÍSICA

A Metafísica é a rainha das ciências, porquanto trata do ente enquanto ente, isto é,
aquilo que é enquanto é. Ora, se algo não se dá naquilo mesmo, não pode ser propriamente
ciência ​simpliciter​, ou seja, de modo cabal e apodíctico.
Assim, é a Metafísica trata dos princípios primeiros, por isso ela é a primeira na
ordem do ser e a última na ordem do conhecer. Trata do conhecimento científico e das
condições últimas da existência. Acerca dos entes, ela investiga “o que” são e “como” são,
tudo enquanto aquilo mesmo.

12
Lucas Daniel Tomáz de Aquino,​ A consolação da estupidez humana - Tratado de Lógica​.
A Lógica e a Gramática relacionam-se com a Metafísica de modo estreito e esta
relação permanecerá sempre assim, pois a realidade existe em si mesma, é imutável.
Aristóteles já falava desta relação entre a realidade inteligível e as palavras ou signo
linguístico em seu ​Peri Hermeneias​ ou ​Sobre a interpretação​.
A realidade, só depois de abstraída da espécie inteligível, que é princípio formal da
operação intelectiva, assim como a forma de qualquer agente é o princípio de sua operação
13
, é que consegue formar signos para esta realidade.
Ir. Miriam Joseph nos diz como se dá essa relação entre a arte da Linguagem, a
Lógica e a Metafísica, e como elas podem ser representadas:

O planeta Plutão já era uma entidade real, percorrendo sua órbita em


torno do Sol havia muitos e muitos milênios, por nós desconhecido e,
portanto, sem nome. A sua descoberta, em 1930 não o criou; porém, ao ser
descoberto, tornou-se entidade lógica. Quando lhe foi dado o nome Plutão,
tornou-se uma entidade gramatical. Quando, por seu nome, o conhecimento
dessa entidade foi comunicado a outros através desta palavra falada e
escrita, o planeta Plutão tornou-se então uma entidade retórica14.

Plutão já existia metafisicamente, ​in re​, na realidade mesma quando o descobriram.


Quando de sua descoberta, tornou-se entidade lógica porquanto à Lógica cabe tratar a
coisa como ela é conhecida, utilizando-se para tanto silogismos e conclusões; ao passo que
quando foi dado seu nome original, Plutão se tornou entidade gramatical porque este nome
é seu símbolo, isto é, o signo linguístico que comunicamos a todos sua existência.
A gramática então é um conhecimento experimental dos modos de escrever nas
formas correntes entre poetas e prosadores de determinada língua e está dividida em seis
partes:
i. leitura instruída com atenção especial à prosódia e poética;
ii. exposição em acordo com a retórica (figuras poéticas);
iii. exposição dialética e de alusões;
iv. aparição de etimologias;
v. cuidado com as analogias;
vi. crítica poética, que constitui a parte mais nobre desta arte15.

RELAÇÃO ENTRE GRAMÁTICA, LÓGICA E METAFÍSICA

Todos nós nos comunicamos uns com os outros através de símbolos ou signos, seja
falado, seja escrito. No ​Peri Hermeneias​, Aristóteles diz-nos que a realidade nos desperta
paixões​. No sentido das categorias que vimos anteriormente. Assim,
nosso intelecto existe exatamente para conhecer o mundo e a
realidade e este conhecimento das coisas provoca-nos ​[...] paixões. Paixão

13
Summa contra Gentiles, 1, I, cap. XLVI,1.
14
​Trivium - As artes liberais da lógica, da gramática e da retórica​, Ir. Miriam Joseph, C.S.C, PhD, É
Realizações, 2008.
15
Idem.
no sentido de receber o influxo de outrem. O mesmo sentido que se usa na
sintaxe da gramática, na voz passiva, quando o sujeito é paciente e recebe a
ação expressa pelo verbo. O sujeito aqui recebe uma paixão. Por exemplo: ​A
neve foi derretida pelo sol​. Aqui o sujeito neve recebe a ação, recebe a
paixão, o influxo dos raios solares a qual a fez derreter.
Em sentido filosófico, a paixão que a realidade imprime em nossa
alma são imagens que o intelecto forma das coisas e que são reais mesmo,
nunca falsas. E o modo como comunicamos estas coisas aos outros são
feitas por meio de signos verbais, ou seja, palavras orais ou signos escritos
os quais nós significamos as palavras orais. As palavras são signos verbais
das paixões que incidiram sobre nosso intelecto, que por sua vez eram
imagens fiéis dos entes da realidade autônoma.
As palavras, tanto orais quanto escritas, não significam de modo
direto a coisa senão que significam a coisa da realidade mediante as
paixões, são signos imediatos destas e das concepções que são imagens
das coisas. Em outras palavras, como signo, as palavras significam
diretamente as paixões e indiretamente a coisa que é mimetizada pela
imagem, que são paixões do intelecto16.

Como qualquer ente da realidade física, as palavras são constituídas de um


composto de matéria e forma. As coisas tal como existem na realidade, metafisicamente
falando, são formadas por este binômio, chamado ​hilemorfismo​. E se isto é assim, logo “​Así
como no puede existir la materia sin la forma, tampoco puede existir la forma sin la materia.
La existencia pertenece propiamente al compuesto de materia y forma​”17.
A matéria é o primeiro princípio intrínseco e potencial de uma essência corpórea, já
a forma é o primeiro princípio intrínseco atual de um corpo18.
Os homens, por exemplo, como todos os entes do mundo sensível, por evidência,
não podem ser só matéria porque senão seriam a mesma coisa, seriam iguais na realidade;
e se fossem só forma não haveria distinção entre os entes da realidade. A forma determina
o que a coisa é, ela age sobre a matéria e todas as potências do ente se radicam na forma,
justamente porque esta se imprime na matéria19.
Quanto à Gramática, as palavras, como já se disse, são signos ou símbolos, os
quais têm por matéria o ​signo sensível​, enquanto têm por forma, o ​significado​, imposto por
convenção. Na linguagem oral, a matéria é o ​som​, tratado pela fonética, ao passo que na
linguagem escrita é a notação gráfica ou o sinal, tratado na ortografia. A forma dessa
matéria é uma só, é seu significado, tratado cientificamente na semântica, que estuda ou
tem por sujeito o significado das palavras. Assim, a linguagem, que possui dimensões
lógicas e psicológicas, nada mais é do que um esquema, seja oral, seja escrito, de notações
e sonoridades que expressam pensamentos, emoções e volições.

16
Lucas Daniel Tomáz de Aquino, ​A consolação da estupidez humana - Tratado de Lógica..
17
Álvaro Calderón, ​La naturaleza y sus causas​, Tomo II, p. 104, Edicciones Corredentora, 2011,
Mendoza, Argentina. Segue tradução nossa: “Assim como não pode existir a matéria sem a forma,
tampouco pode existir a forma sem a matéria. A existência pertence propriamente ao composto de
matéria e forma”.
18
​Trivium - As artes liberais da lógica, da gramática e da retórica​, Ir. Miriam Joseph, C.S.C, PhD, É
Realizações, 2008.
19
Lucas Daniel Tomáz de Aquino, ​Opúsculos Tomistas​.
Poderíamos falar mais sobre essa relação da Lógica e da Metafísica com respeito a
Gramática. Mas este PDF versa sobre alguns tópicos somente, quiçá os introdutórios.
Talvez em outro tomo ou em outra edição falemos mais sobre essa relação, sobre análise
de proposições a respeito de expressões gramaticais; sobre termos, falácias, silogismos e
suas relações. Sobre a linguagem e suas causas: origens da linguagem (causa eficiente),
órgãos e elementos da linguagem (causa material) linguagem como signo de pensamento
(causa formal), linguagem e lógica (causa final), tudo no âmbito da relação entre Gramática
e Lógica.
Talvez em um outro tomo, que não seja só de tópicos, mas que se proponha a ser
mais completo, faremos deste modo.
A seguir, porém, ocupemo-nos, pois, dos tópicos de Gramática Especial.
Estudaremos agora alguns tópicos de Gramática Especial, através de teoria e
exercícios. Aliás, os pontos abaixo elencados caem em todas as provas e concursos
públicos (a aula então serve para qualquer banca). Vamos aos primeiros tópicos:

1. Emprego de tempos e modos verbais


2. Emprego das classes de palavras
3. Colocação e uso dos pronomes
4. Partícula SE

Para tanto, vou me valer somente de tópicos e explicações curtas para elencar e
explicar toda a teoria, ora porque a aula fica mais leve, ora porque irei me basear
principalmente em resolução de questões de concursos - cerca de 52 no total.

No final ​eu vou dar uma dica matadora para você não perder tempo, só fazer o
intercâmbio dos mecanismos gramaticais e acertar a questão de olhos fechados, ok? Afinal,
objetivo final é fazer você acertar questões, não se tornar um Sergio Pachá (um grande
gramático), certo? Let’s go!

PRONOMES

PRONOMES PESSOAIS

Caso reto

Usamos o ​pronome pessoal do caso reto​, via de regra, quando exercer a função
de sujeito e de predicativo, como no exemplo abaixo:

Ele​ virou-se para ​ela​.

Tranquilo, né? Lembra até as aulas da tia Tetéia do ensino fundamental.


Prossigamos.

Caso oblíquo

Usamos o ​pronomes pessoais do caso oblíquo ​(o, a, lhe etc) nas demais funções
sintáticas. E é claro que são elas que as bancas mais exploram. São as funções de
complemento verbal e complemento nominal, e por aí segue o baile.
Vi-​o​ na janela​. (objeto direto)
Falei-​lhe​ sobre minha namorada.​ (objeto indireto)

Não se assustem com os nomes: objeto direto, adjunto adverbial, adjunto adnominal
e assim por diante. Há alunos que começam a apavorar-se com as nomenclaturas “​Ai meu
Deus, adjunto adverbial, o que é isso? Vou morrer!​”. Estou dando a vocês, porém, de forma
simples e breve. Minha função aqui é fazer você acertar questões, logo, confie em mim.
Facilmente entenderá as trocas sintáticas e acertará as questões. Continuemos.

ATENÇÃO!
A próxima dica é de questão de prova de concurso e cai ​muito na FCC, Vunesp,
IADES, Cesgranrio e também em outras bancas menores. No Cespe ainda não vi, mas
como cai em outras bancas, o colocarei.
Grave isso, querido aluno:

O pronome ​lhe​, como complemento de verbo, é SEMPRE ​objeto indireto​.


Já os pronomes ​o, a​ como complemento do verbo, são SEMPRE ​objetos diretos​.

Viu verbo? ok. Tem algum pronome oblíquo? Lembre que o ​Lhe é indireto​.

Mais uma vez e BEM simplificadinho pra gravar:

COMPLEMENTO VERBAL
LHE ​➯ ​INDIRETO
O, A ​➯ ​DIRETO

A tia fez aniversário e Joaquim ​deu-lhe​ um presente​. (OI do verbo “deu”)

A tia fez aniversário e Joaquim ​a ​presenteou. (OD do verbo “presenteou”)

Fácil demais, hein, bicho! Que que é isso!

PRONOMES DE TRATAMENTO
Os pronomes de tratamento, como é possível inferir, por evidente, servem
para se dirigir a outra pessoa, não de qualquer jeito, senão de modo mais formal,
respeitando a língua dos falantes.

Em concursos públicos, estes pronomes quase não caem. Em provas de


Língua Portuguesa devem representar por volta de 0000,1%. O que ocorre, porém, é
que eles podem aparecer nas provas de Redação Oficial e Manual de Redação da
Presidência (MRPR). Portanto, vamos rapidamente a eles.

Um adendo importante: a diferença entre ​Vossa Excelência e ​Sua


Excelência​.
Vossa​ Excelência - ​pronome usado para dirigir-se diretamente à pessoa.

Qual a opinião de ​Vossa​ Excelência a respeito da PL tal?


(você a um parlamentar, por exemplo)

​ ua​ Excelência, o parlamentar Fulano, ter votado tal PL​.


Fico contente por S
(você ​falando a outrem​ e falando ​sobre​ o parlamentar)

COESÃO TEXTUAL

PRONOMES DEMONSTRATIVOS

Os pronomes demonstrativos - se é demonstrativo, ele demonstra algo,


certo? - apontam palavras ou trechos no textos. Normalmente referem-se aos
sujeitos. É bem comum ver isso na Literatura de ficção, por exemplo.

João foi para a escola de carro, mesmo assim ​ele​ chegou atrasado.

Quem chegou atrasado, pessoal? O carro? Claro que não. Por evidência,
quem se atrasou foi João. A palavra ​ele​ retoma, por coesão, a palavra ​João​.

Assim, veremos que os pronomes demonstrativos desempenham o mesmo


papel que a palavra “ele” (caso reto) desempenhou aí no exemplo acima, e por
vezes os pronomes oblíquos também desempenham; obedecendo sempre ao
tempo​ e ​espaço​ na oração. Vamos conhecê-los.

Este(s), esta(s), isto Presente, Próximo de quem fala


função catafórica momento atual

Esse(s), essa(s), isso Passado Perto da pessoa com


função anafórica próximo quem se fala

Aquele(s), aquela(s), Passado Longe de quem fala e da


aquilo longínquo pessoa com quem se fala

Dica:
Estes pronomes apontam termos anteriores dispostos pelo corpo do texto, como já
foi explanado em aula, no exemplo do João e o carro, lembram-se?

ESTE​ - por coesão exerce função ​catafórica

ESSE​ - por coesão exerce função ​anafórica


AQUELE​ - retoma o primeiro termo citado

Analice e Josefa foram ao funeral. ​Aquela​ de roxo, ​esta​ de preto.

Por coesão, temos então:


Aquela​ = retoma Analice
Esta​ = retoma Josefa

PRONOMES RELATIVOS
Aqui o bicho pega. Não a modo de dificuldade, assim veremos. A modo,
porém, de que este tópico despenca em todas as provas e concursos. Mas não se
preocupe, mostrá-los-ei (lembram-se das mesóclies e próclises? Veremos tal tópico
mais adiante) e vocês verão que este tema é fácil a partir do momento que
começarmos a fazer as questões comentadas.

Onde
Utilizado com referência a ​lugar ​de modo ​restrito​. Isto é, não há como
estabelecer outro sentido para esta palavra. Pode retomar termos por coesão em
uma frase ou funcionar como advérbio que exprime interrogação:

Onde​ você mora, Lucas?

Cujo
Pronome que estabelece posse ou dependência entre termos, o antecedente
e o consequente, concordando sempre em número e gênero com o dependente.

Aquele é um colega ​cujo​ caráter é duvidoso.

ATENÇÃO!
Cuidado quando a banca pedir reescritura de textos. O Cespe é ninja nisso!
Treinei por muito tempo reescritura e hoje digo com convicção: o Cespe e demais
bancas adoram propor equivalência de pronomes mantendo a correção gramatical e
coerência no comando das questões.
Exemplo: pedem pra você trocar o pronome ​cujo por outros pronomes
relativos: que, a/o qual, quem. A dica é: você ​não troca seu CUjo por nada​. E
ponto final.

ATENÇÃO DE NOVO!
NÃO se usa crase após o pronome cujo, do mesmo modo que ​não se
coloca artigo​ após este pronome, como na construção frasal a seguir.

O pai cujo ​o​ filho passou na UnB está contente. ​ ​ERRADO


A mãe cuja ​à​ filha reprovou na UnB está infeliz.​ ERRADO

Pronomes Relativos: que, quem, o qual, onde, quanto, cujo.

DICA MATADORA:
A partícula ​QUE é muito explorada pelas bancas de concursos porquanto
sofre variações imensas, sintaticamente falando, e por vezes complicadas. Esta dica
vai te ajudar.
O ​QUE ​pode ser:
● Conjunção integrante​: quando o resto da frase puder ser, sem
prejuízo de lógica, intercambiada por ​ISSO​. Introduz-se aí uma
oração subordinada substantiva.

É necessário ​que​ você venha aqui​.


É necessário ​isso​. (ou ​isso​ é necessário)

Veja que troquei a frase do “que” em diante e manteve-se a lógica da frase. Se esse
intercâmbio se manteve, essa partícula “que” é certamente uma ​conjunção integrante​.

● Pronome relativo​: quando puder ser trocado o QUE pelo ​O QUAL/A


QUAL/OS QUAIS/AS QUAIS​. Introduz-se aí uma oração subordinada
adjetiva.

O presente ​que​ você me deu é legal.


O presente ​o qual​ você me deu é legal.

Ademais, as bancas também trazem questões quando a partícula ​QUE tem


ou não vírgula, pois ela pode ser uma oração ​restritiva​ ou ​explicativa​.

Meu tio, que é médico, deu um parecer novo ao doente.

Se tem ​vírgula​, só pode ser uma oração ​explicativa. Repare que ele explica
que o tio é médico e a explicação, que é um ​aposto explicativo​, está dentro de tais
vírgulas. De quebra aprendemos o que é um aposto explicativo, certo?

Guarde a dica​:

● COM VÍRGULA​: ​EXPLICATIVA


● SEM VÍRGULA​: RESTRITIVA

Simples assim. ​Et ita porro​.

COLOCAÇÃO PRONOMINAL
A colocação pronominal é importante para sintaxe porque confere harmonia
e, por vezes, elegância às frases. Está ligada aos pronomes oblíquos átonos (me, te,
se, o, a lhe, nos, vos, se, os, as, lhes) e suas distribuições perante o verbo: antes, no
meio e após o verbo.

Próclise ​- ANTES do verbo


Ênclise​ - APÓS do verbo
Mesóclise​ - NO MEIO do verbo

A partir disso, darei mais foco na próclise e ênclise, visto que a mesóclise quase não
cai nas questões, certo?

Próclise
É usada antes do verbo como “fator de atração”. Quando houver palavras
que se encaixam na relação abaixo, ​SOMENTE se usará próclise, pois tais
construções frasais “puxam” ou forçam o pronome átono a estar antes do verbo.
​Dica de próclise​: mnemônico ​NARISD.

N​egativas ​➯ ​ ​Não​ te vás para longe de mim.


A​dvérbios ​➯ ​ ​Agora​ se prestam a este serviço.
R​elativos (pronomes) ​➯ ​ ​Acharam o ladrão ​que​ se rendeu na hora.
I​ndefinidos (pronomes) ​➯ ​ ​Poucos​ se negaram a faltar.
S​ubordinativas (conjunções) ​➯ ​ ​Soube​ que me amava.
D​emonstrativos (pronomes) ​➯ ​Disso me falaram os homens.

● Ademais, há dois casos em que a próclise é ​exigida de modo restrito​.

​ uem me ama?
Frases interrogativas ​➯ Q
Frases exclamativas ​➯ ​Quem me dera!

● Ademais, há duas formas que também exigem de modo restrito a próclise.


São elas:

➽ ​Gerúndio precedido de preposição ou de negação​. Como em:


Em​ se ​ausentando​, foi demitido do trabalho.

➽​ Infinitivo pessoal precedido de preposição​. Como em:


Por ​se ​acharem​ infalíveis, foram demitidos do trabalho.

Mesóclise
Usa-se esta no futuro do presente e futuro do pretérito se o verbo não vier
acompanhado de partícula atrativa, conforme os exemplos a seguir:
Convencê-lo-ei a aceitar​ ➜ futuro do presente
Convencê-lo-ia a aceitar ​➜ futuro do pretérito
Não ficarei aqui falando em demasia sobre este tópico, porquanto não cai em prova
ou se cai é bastante raro. ​Andiamo, bambini!

Ênclise
Ocorre ênclise quando o pronome oblíquo átono está posposto ao verbo.
Como no uso da próclise, há regras para uso de ênclise em uma frase. Vamos a
elas.

ATENÇÃO
!

JAMAIS​ inicie uma frase com pronome oblíquo átono.


SEMPRE use ênclise​. ​Como no exemplo abaixo:

​Amo-te, amor de minha vida​.

Temos sempre o costume de iniciar a sentença assim “Eu te amo”, o que é incorreto.
Deveria ser “Amo-te”, porque estamos começando uma frase.

● Ademais, usamos ênclise com as seguintes formas verbais:

➽​ Imperativo afirmativo​ (não precedido de palavra atrativa)


Às onze horas recolham-se todos vocês.

➽ ​Gerúndio​ (não precedido de preposição ​em​ ou palavra atrativa)


Faltou a missa, fazendo-se de desentendido.

➽ ​Infinitivo pessoal
Não tinha a intenção de magoar-te

VOZES VERBAIS
Percebemos acima que os pronomes mantêm uma estreita relação com os
pronomes. A seguir vamos ver as vozes verbais, que são, por definição, três: ativa,
passiva e reflexiva.

Voz ativa
O sujeito é ​agente​, isto é, ele ​executa a ação​.
O sol derrete a neve.
Perceba que o Sol pratica ação, sendo portanto um ​sujeito ativo​.

Voz passiva
O sujeito é paciente, isto é, ele sofre uma ação20.
A neve foi derretida pelo sol.

Perceba que a neve sofreu a ação do sol primeiro e com isso seguiu-se que
foi derretida. A neve então é um ​sujeito paciente​, enquanto o sol que praticou a
ação é o​ agente da passiva​.

A voz passiva ​possui dois tipos: sintética e analítica. Saber essas diferenças
para acertar questões é mais tranquilo do que tentar, normalmente do desespero,
saber as nomenclaturas e aplicá-las assim. Vou ensinar uma DICA MATADORA
para vocês só trocarem um para o outro e já era, acertarem questões.
Vamos às duas vozes passivas:

➞ ​Sintética​: Verbo transitivo direto na 3ª pessoa + SE


Vende-se casas.
Olha aí, viu o “se” = Sintética. (​S​ de ​se​, ​S​ de ​S​intética)

➞ ​Analítica​: Locução verbal (principal e auxiliar) + particípio.


Casas são vendidas.
Olha aí, tem dois verbos seguidos (locução)? Analítica.

Fácil, né?

Voz reflexiva
Aqui o sujeito é agente e paciente ao mesmo tempo. Repare, se é reflexivo
ele “vai e volta”, digamos assim.

Lucas​ f​ eriu​- ​se​.


↓ ↔ ↓
sujeito​ ​ ​verbo​ objeto
​reflexivo

Repare que “feriu” está tanto para “Lucas” quanto para “se” (ele mesmo).
Desta forma, o verbo é uma via de mão dupla entre o sujeito e objeto.
Esquematicamente representado assim:

sujeito ​ ← ​verbo​ →
​ ​ ​
objeto

​ TENÇÃO!
A
Fazer SEMPRE o intercâmbio da voz passiva para a voz ativa e vice-versa
ajuda muito na hora das questões do Cespe e demais bancas. Você bate o olho, faz

20
Para a lógica e filosofia aristotélica, o ato de sofrer ou padecer a algo chama-se paixão. O sujeito
paciente sofre a paixão, como no exemplo citado: “A neve é derretida pelo sol”, i.e., sofreu a paixão
do astro. Lógica e filosofia estão estritamente ligados à gramática (ex. substantivo vem de substância
que contrapõe ao acidente); isso porém, não entrará nas aulas porque não cai em concursos, só
análise básica de português. Esta nota de rodapé foi só um adendo.
a troca e pá, muitas vezes só com isso, dependendo do comando - por exemplo
partícula SE que o Cespe adora -, já mata a questão. Vejamos uma troca de voz
verbal.
Resolveram-se as questões.​ (voz ativa)
As questões foram resolvidas​. (voz passiva)

MODOS E TEMPOS VERBAIS


A função essencial de um verbo é expressar atributo juntamente com a
noção de tempo e essa é sua definição. Tempo e modo estão para o verbo como a
matéria está para a forma. Um verbo sempre afirma algo. Esta função é necessária à
formação da frase pois expressa um pensamento completo.

Modo verbal
Os modos indicam as diferentes maneiras ou modos de um fato se
concretizar (deste ou daquela maneira). Os ​modos verbais declaram de que forma
sujeito e predicado estão relacionados: como certos, possíveis, condicionais etc., já
que a predicação é a relação que o verbo mantém com o sujeito da oração21.
É distinguível a diferença das gramáticas especiais e gerais.

Há, portanto, quatro modos verbais:

Modo indicativo (declarativo)​: diz-se da relação como fato ou certeza sobre


algo.
O carro passou rápido.

Modo potencial: ​diz-se algo como possível ou contingente.

A parede pode ser branca.

Modo interrogativo: ​pede informação e requer uma resposta.

Onde você o achou?


Modo volitivo (imperativo ou optativo/exortativo): ​busca gratificação das
volições e faz referência ao futuro.

➜ Imperativo: ​é normalmente relacionado a uma ordem emitida a


outrem.
João, feche a porta.

➜ Optativo ou Exortativo: ​normalmente é relacionado a algum


desejo emitido a outrem.
Que você tenha sucesso.

FORMAS NOMINAIS DO VERBO

​O Trivium - as Artes Liberais da Lógica, da Gramática e da Retórica​, Irmã Miriam Joseph, É


21

Realizações, 2008.
Antes de adentramos no tempo verbal, faremos uma breve explanação
acerca das formas nominais dos verbos. Recebem este nome porque por vezes
comportam-se como nomes ou são ​semelhantes a um substantivo, adjetivo ou
advérbio. Para clarear, tomemos como exemplo o verbo ​amar​.

➜ Infinitivo: ​é a ação propriamente dita e desempenha função análoga ao


substantivo:
am​ar​.
Sua terminação é sempre em ​R.

➜ Particípio: ​é a ação já finalizada e desempenha função, por analogia, de


adjetivo ou advérbio:
ama​do​.
Sua terminação é sempre em ​DO.

➜ Gerúndio: ​é a ação em movimento e ainda não concluída e pode ser


usada em tempos verbais simples ou compostos:
ama​ndo​.
Sua terminação é sempre em ​NDO.

Outro exemplo:
Estou​ ​ uardando​ meu material escolar.
g
verbo verbo
auxiliar principal

Estou = presente do indicativo + guardando = gerúndio

Repare agora que nas locuções verbais, o verbo principal ocorre


sempre com as ​formas nominais do verbo​, ou seja, no ​infinitivo, no
particípio ou no gerúndio​, (este último usado no exemplo acima, que dá a
sensação de ele não ter terminado o ato de guardar, pois ainda o está
fazendo). ​Nestas orações é sempre o verbo auxiliar que se flexiona​.

O ​verbo auxiliar é aquele que, desprovido de sentido total ou parcial,


junta-se com outro verbo formando uma unidade verbal criando assim
significado em uma ​locução verbal​.

TEMPO VERBAL
Os tempos verbais situam algum fato ou ação verbal em determinado
momento: antes, durante ou depois. ​Tempo verbal é o tempo entre o ato próprio e
em si mesmo e o tempo em que se faz referência ao ato.
Desta feita, há 3 tempos verbais principais: ​passado (pretérito), presente e
futuro​. Ademais, subdividem-se em ​simples​ e ​compostos​.

TEMPO PRETÉRITO (PASSADO)


É o tempo passado (pretérito), indicam que um fato ocorreu antes do
momento que se fala. Possui 3 tipos principais.

Pretérito Perfeito
Designa fatos concluídos perfeitamente antes do momento em que se
fala.
Eles ​caminharam​ bastante.

Pretérito Imperfeito
Designa um fato que não foi concluído no momento em que outro fato
aconteceu, além de trazer um fato do passado que ocorreu de modo
contínuo.

Minha tia t​ rabalhava naquela empresa quando demitiram minha mãe.


(Fato não concluído).

Quando ​ficava sem dinheiro, ​emprestava dos pais e sempre os


restituía​. ​(fato que dá sentido de continuidade).

Pretérito mais-que-perfeito
Designa um fato concluído que ocorreu antes de outro também já
concluído.

O pet shop ​fechara​ antes de eu chegar.

Por vezes pode-se intercambiar o pretérito mais que perfeito por uma
conjugação composta, isto é, com uma locução verbal:

O pet shop já tinha fechado antes de eu chegar.

TEMPO PRESENTE
Designa um fato que está ocorrendo no momento em que se fala, i.e.,
no presente.

Hoje ​vou​ à casa de minha mãe.

Por vezes, o presente pode vir com uma locução verbal, como no
exemplo já citado:
Estou​ ​ uardando​ meu material escolar.
g
verbo verbo
auxiliar principal

Estou = presente do indicativo + guardando = gerúndio

TEMPO FUTURO
Designa fatos que irão ocorrer após o momento em que se fala. A
partir disso, temos as seguintes espécies deste gênero:
Futuro do presente
Indica fatos que ocorrem num processo futuro, a partir de qualquer referência
presente.

Amanhã ​haverá​ uma reunião no setor.

Esta forma, porém, pode aparecer também na forma composta, isto é, com uma
locução verbal. Neste caso pode expressar um fato futuro em relação ao momento em que
se fala, porém levado em conta como passado em relação a outro fato futuro.

Quando minha mãe ​chegar​, provavelmente ​teremos terminado​ de comer.

chegar = futuro + teremos terminado = fato passado em relação ao futuro.

FUTURO DO PRETÉRITO
Indica um processo futuro a partir de uma referência passada.

Você disse que ​sairia​ hoje à noite.

Há também a possibilidade de ocorrência de locução verbal, na forma


composta e expressará fato que só será possível se outro tiver ocorrido.
O lutador ​teria vencido​ se ​lutasse​ com mais convicção.

CASO ESPECIAL - PARTÍCULA SE

A partícula SE pode, basicamente, assumir duas funções na oração:

● Conjunção
● Pronome

CONJUNÇÃO

a. Conjunção subordinativa integrante​: (liga termos da oração)


introduz orações subordinadas substantivas.

Nunca soube ​se​ era verdade ou não.

Na maioria das questões do Cespe, a partícula SE como subordinativa integrante


nunca é permutável, porquanto incide em incorreção gramatical.

b. Conjunção subordinativa condicional​: (equivale a caso, desde que)


Introduz orações subordinadas adverbiais condicionais

​ e​ o público quiser
O sucesso ocorrerá s

PRONOME

a. Partícula apassivadora​:

Serve para apassivar verbos transitivos diretos cabendo-lhe função análoga à


do verbo auxiliar na voz passiva sintética.

Cobravam-​se​ juros altos. -> Eram cobrados juros altos.

b. Índice de indeterminação do sujeito​:

Liga-se a verbos intransitivos ou transitivos preposicionados com função de


indeterminar o sujeito da oração.

Fala-​se​ de coisas positivas.


Morre-​se​ de fome por aqui.

c. Pronome reflexivo​:

Podem ser substituídos por “a si mesmo” ou a “si próprio” e possui a função


sintática de:
● Objeto direto
● Objeto indireto
● Sujeito do infinitivo

O professor atrapalhou-se (objeto direto)


Ele se atribui muito valor (Objeto indireto)
Ela deixou-se ficar à janela

d. Partícula integrante do verbo:


Liga-se a verbos pronominais e jamais se podem ser retirados de seus
respectivos verbos, correndo o risco de perderem a correção gramatical. Ex:
Queixar-se, arrepender-se, vangloriar-se, submeter-se.

Joana e Pedro queixaram-​se​ da comida do refeitório.

e. Partícula expletiva​:
Realça um enunciado associando-se a verbos sem desempenhar qualquer
função sintática.
Todos ​se​ foram embora.

DICA MATADORA:

COMO ACERTAR RAPIDAMENTE EM PROVA SEM A NECESSIDADE DE


ANÁLISES SINTÁTICAS PROFUNDAS E COMPLEXAS

​ .A. verbo transitivo direto - sem preposição


VTD ​➯ P
VTDI ​➯​ P.A. com e sem preposição.

VT​I​ ​➯ I​ .I​.S. exige preposição.


V​I ​➯ I​ .I​.S. verbo intransitivo - já tem sentido completo, não há necessidade
de qualquer complemento.

QUESTÕES COMENTADAS CESPE

1. (CESPE/2013/TRE-MS/ANALISTA JUDICIÁRIO)

A substituição do pronome “o”, em “reduziu-o a artigos” (l. 11 e 12), por lhe


preservaria a correção gramatical do texto.

Errado. Veja, o verbo “reduzir” é transitivo direto e indireto (VTDI). e tem dois
complementos, “o” que o acompanha como complemento direto e “a artigos”,
como complemento indireto. Já vimos na aula que “o, a” somente podem ser
complemento ​direto ao passo que “lhe” compete somente ser objeto ​indireto​,
lembram-se das dicas matadoras? Desta forma, preserva a correção
gramatical tal substituição? De forma alguma.

2. (CESPE/2016/FUNPRESP-EXE/CONHECIMENTOS BÁSICOS)

O sujeito da oração 'também aceita trabalho' (l.20) está elíptico e se refere a


'Amadeu Amaral Júnior' (l.18), o que justifica o emprego da forma verbal
“aceita" na terceira pessoa do singular.

Certo. Olha aí a coesão que estudamos hoje. Elipse é sempre omitir algum
termo e as vírgulas normalmente auxiliam nesta empreitada. Aqui a elipse foi
usada para retomar “Amadeu Amaral Junior” pelo verbo “aceita”. Fácil, né?
Para mim questões de referência textual são mais fáceis e se para você
ainda não, peço que por gentileza treine fazendo questões. Com o tempo
você pegará a “manha” e inconscientemente os erros saltarão aos olhos e
você acertará as questões.

3. (CESPE/2014/ANTAQ/CONHECIMENTOS BÁSICOS/NÍVEL MÉDIO)

Um dos principais desafios para o Brasil é conhecer a Amazônia. Sua


vocação eminentemente hídrica impõe, ao longo dos séculos, a necessidade
do deslocamento de seus habitantes através dos rios [...]

Domingos Savio Almeida Nogueira. In: Internet: (com adaptações)

Na linha 2, o pronome “Sua” refere-se ao antecedente “Amazônia”.

CERTO​, pois o pronome “Sua” foi usado como elemento coesivo ao retomar
um antecedente o qual é “Amazônia”.

4. (CESPE/2015/TJ-DFT/TÉCNICO JUDICIÁRIO)
Os juízes que se deparam com o tema dos conflitos familiares e da violência
doméstica assistem a situações de violência extrema, marcadas pelo abuso
das relações de afeto 4 e parentesco, pela deslealdade nas relações íntimas
de afeto e confiança.
Theresa Karina de Figueiredo Gaudêncio Barbosa. Paz em casa. In: Correio
Braziliense, 26/2/2015 (com adaptações)

Na linha 1, o “que” é um elemento expletivo, empregado apenas para dar


realce a “Os juízes”.

Errado​. Lembram-se o que é uma partícula expletiva? Ela realça um termo e


pode ser retirado sem prejuízo à correção gramatical e ao sentido do texto.
Lembra-se da manha que passei? Quando puder trocar por ​o qual é um
pronome relativo. Vamos trocar? ​Os juízes os quais se depararam [...] fez
sentido? SIM, logo é um pronome relativo, não um elemento de realce ao
termo “juízes”.
5. (CESPE/2013/PF/ESCRIVÃO)

O que tanta gente foi fazer do lado de fora do tribunal onde foi julgado um
dos mais famosos casais acusados de assassinato no país? Torcer pela
justiça, sim: as evidências 4 permitiam uma forte convicção sobre os
culpados, muito antes do encerramento das investigações. Contudo, para
torcer pela justiça, não era necessário acampar na porta do tribunal, de 7
onde ninguém podia pressionar os jurados. [...]
Maria Rita Khel. A morte do sentido. Internet: (com adaptações)

O emprego dos elementos “onde” (l.2) e “de onde” (l.6-7), no texto, é próprio
da linguagem oral informal, razão por que devem ser substituídos,
respectivamente, por no qual e da qual, em textos que requerem o emprego
da norma padrão escrita

Errado​. Veja que “onde” é pronome relativo nas duas vezes em que ocorrem.
Onde se remete a lugar e não pode ser substituído pelos vocábulos
propostos pelo Cespe, pois fica sem pé nem cabeça. O qual e suas variantes
de gênero e número são substituíveis pelo vocábulo “que” quando for
pronome relativo.

6. (CESPE/2013/POLÍCIA FEDERAL/ESCRIVÃO)

A fim de solucionar o litígio, atos sucessivos e concatenados são praticados


pelo escrivão. Entre eles, estão os atos de comunicação, ​os quais são
indispensáveis para que os sujeitos do processo tomem conhecimento dos
atos acontecidos no correr do procedimento e se habilitem a exercer os
direitos que lhes cabem e a suportar os ônus que a lei lhes impõe.
Internet: jusbrasil.com.br (com adaptações).

Na linha 3, a correção gramatical do texto seria mantida caso a expressão


“os quais” fosse substituída por que ou fosse suprimida, desde que, nesse
último caso, fosse suprimida também a forma verbal “são”.

Certo​. Maaais uma vez o Cespe vem com essa, né? Trocar pronome
relativo. Desta vez está correto e mesmo se suprimir os dois termos manteria
a correção gramatical. Olha a facilidade! E pra Escrivão da PF, hein!

7. (CESPE/2015/MPU/ANALISTA)
Evidencia-se, portanto, que é justamente na fase do 25 inquérito policial que
serão coletadas as informações [...]
Hálinna Regina de Lira Rolim. A possibilidade de investigação do Ministério
Público na fase pré-processual penal. Artigo científico. Rio de Janeiro: Escola
de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro, 2010, p. 4. Internet: . (com
adaptações)
Em “Evidencia-se” (l.24), o pronome “se” pode, facultativa e corretamente,
ser tanto posposto — como aí foi empregado — quanto anteposto à forma
verbal — Se evidencia.

Errado! Piada pronta! Pode-se começar frase com pronome oblíquo átono?
Não. Matou-se a questão de Analista do MPU que ganha pra caramba. Fácil
essa, né? Simbora.

8. (CESPE/2016/TCE-PA/ACE)
Eu não lhe podia ouvir tais leviandades em coisas medonhas e graves sem
que o meu coração se apertasse, e um calafrio me corresse a espinha.
Quando a gente se habitua 10 a venerar os decretos da Providência, sob
qualquer forma que se manifestem, quando a gente chega à idade avançada
em que a lição da experiência demonstra a verdade do que os avós [...]
Inglês de Sousa. A feiticeira. São Paulo: Ed. Difusão Cultural do Livro, 2008,
p. 7-8 (com adaptações)
Haveria prejuízo da correção gramatical do texto caso a partícula “se”, no
trecho “Quando a gente se habitua a venerar os decretos da Providência” (l.
9 e 10), fosse deslocada para imediatamente após a forma verbal “habitua”,
escrevendo-se habitua-se.

Certo​. É o que vimos em aula: os casos que pode-se ou não usar ênclise.
Decore o Mnemônico NARISD que são os casos proibitivos. Ex., se a frase
fosse uma negação, a reescritura proposta pelo Cespe incorreria em prejuízo
à correção gramatical, veja: “Quando a gente ​não se habitua a venerar os
decretos da Providência”. Viraria palavra negativa antes do verbo, caso
proibido de usar ênclise e fator de atração de próclise, como visto em aula.
Na questão a seguir veremos a mesma coisa.
9. (CESPE/2013/TRE-MS/ANALISTA JUDICIÁRIO)
No trecho ​“o de que não se trata de norma penal” (l.13-14), o emprego da
próclise em vez da ênclise — não trata-se — justifica-se pela presença de
palavra negativa antecedendo a forma verbal.

Certo. Pessoal, precisa dizer mais alguma coisa? Qualquer palavra negativa
(não, nunca, negativo) é fator de atração. Somente próclise e ponto final.

10. (CESPE/2014/TJ-SE/NÍVEL SUPERIOR)


A vida do Brasil colonial era regida pelas Ordenações Filipinas, um código
legal que se aplicava a Portugal e seus territórios ultramarinos. Com todas as
letras, as Ordenações 4 Filipinas asseguravam ao marido o direito de matar a
mulher caso a apanhasse em adultério. Também podia matá-la por [...]
Ricardo Westin e Cintia Sasse. Dormindo com o inimigo. In: Jornal do
Senado. Brasília, 4/jul./2013, p. 4-5. Internet: (com adaptações).

Não haveria prejuízo para a correção gramatical do texto caso os pronomes


“se” (l. 2) e “a” (l. 5) fossem deslocados para imediatamente após as formas
verbais “aplicava” (l. 2) e “apanhasse” (l. 5), escrevendo-se que aplicava-se e
caso apanhasse-a, respectivamente.

Errado​. A proposta feita pelo examinador do Cespe incorre em erro grave,


pois nas palavras destacadas é obrigatório o uso de próclise. Veja que o
pronome relativo “que” a atrai. É o caso do mnemônico NARISD. O mesmo
se dá com a e a conjunção subordinativa “caso”.

11. (CESPE/2015/MPU/TÉCNICO)
Só no Império, em 1832, com o Código de Processo Penal do Império,
iniciou-se a sistematização das ações do Ministério Público. Na República, o
Decreto n.º 848/1890, ao [...]
Internet: <www.mpu.mp.br>(com adaptações)

Caso se substituísse “iniciou-se” (l.14) por foi iniciada, a correção gramatical


do período seria prejudicada.

Errado. É a mesma coisa. Só passou de VTD + SE pela locução verbal de


sentido análogo, no caso voz passiva analítica (ou verbal). Repare que a
concordância com as palavras mantêm-se.

12. (CESPE/2014/POLÍCIA FEDERAL/AGENTE)


Pedi a um dos homens ao lado da parede que me contasse 13 como tinha
sido sua viagem. Ele objetou. Membros do [...]
James Kynge. A China sacode o mundo. São Paulo: Globo, 2007 (com
adaptações)
A correção gramatical do texto seria preservada caso se substituísse a
locução “tinha sido” (L.13) pela forma verbal fora.

Certo. Essa poderia dar um medinho na hora da prova, mas fique tranquilo,
vamos resolver isso! Esse “tinha sido” é, como já vimos dois verbos, uma
locução verbal, é o tempo composto do verbo ser, que é verbo principal. O
tinha é auxiliar e está no particípio e forma o pretérito mais-que-perfeito
composto. Se a locução verbal representa o pretérito mais-que-perfeito
(composto), a sua forma reduzida - com tempo e modo correto - só pode ser
fora.

13. (CESPE/2014/POLÍCIA FEDERAL/AGENTE)


No passado, os escravos eram capturados e vendidos como mercadoria.
Hoje, a pobreza que torna populações 10 vulneráveis garante oferta de mão
de obra para o tráfico — ao passo que a demanda por essa força de trabalho
sustenta o comércio de pessoas. [...]
Leonardo Sakamoto. O tráfico de seres humanos hoje. In: História viva.
Internet: (com adaptações).
O sentido original do texto seria preservado caso a forma verbal “eram
capturados” (L.8) fosse substituída por foram capturados.

Errado. ​Muda-se o tempo verbal, muda-se o sentido. O Cespe ama fazer


este tipo de pergunta cretina. Leve sempre isso com você: mudou o tempo,
mudou o sentido. Ademais, o verbo “eram” (pretérito imperfeito do indicativo)
passa a ideia de que algo ocorria com frequência e “foram capturados” dá
ideia de passado concluído.

14. (CESPE/2014/TJ-SE/NÍVEL SUPERIOR)


A vida do Brasil colonial era regida pelas Ordenações Filipinas, um código
legal que se aplicava a Portugal e seus territórios ultramarinos. Com todas as
letras, as Ordenações 4 Filipinas asseguravam ao marido o direito de matar a
mulher caso a apanhasse em adultério. Também podia matá-la por
meramente suspeitar de traição. Previa-se um único caso de 7 punição:
sendo o marido traído um “peão” e o amante de sua mulher uma “pessoa de
maior qualidade”, o assassino poderia ser condenado a três anos de desterro
na África. [...]
Ricardo Westin e Cintia Sasse. Dormindo com o inimigo. In: Jornal do
Senado. Brasília, 4/jul./2013, p. 4-5. Internet: (com adaptações)

O emprego do futuro do pretérito em “poderia” (l. 8) indica que a situação


apresentada na oração é não factual, ou seja, é hipotética.

Certa​. Futuro do pretérito indica hipótese ou possibilidade como na proposta


da assertiva.

15. (CESPE/2013/SERPRO/ANALISTA)
A correção gramatical do texto seria preservada caso o verbo permitir, no
segmento “​o que exige o desenvolvimento de um novo quadro conceitual e
analítico que permita captar​” (L.9- 10), fosse flexionado no pretérito imperfeito
do mesmo modo verbal (subjuntivo): permitisse

Errado​. Não existe correção aqui, veja: presente do indicativo expressa uma
ocorrência ​no momento do discurso e o pretérito imperfeito do subjuntivo
expressa um fato hipotético que, verificada no passado, depende de outro
fato que ainda não se realizou.

16. (CESPE/2013/TRT-10ª REGIÃO (DF E TO)/TÉCNICO JUDICIÁRIO)


O encontro terá a participação de ministros de 10 tribunais superiores,
desembargadores, juízes, promotores, advogados, delegados, diretores de
tribunais e professores universitários. Entre as palestras, painéis e
mesas-redondas 13 estão programados temas a respeito de gestão,
informatização, correição virtual, paradigmas, meio ambiente, conciliação,
comunicação, todos eles relacionados à justiça.
Internet: <www.trt10.jus.br (com adaptações)​.
Como o texto trata de um evento que ocorrerá no futuro, o emprego do
presente do indicativo em “estão” (L.13) está em desacordo com as
exigências gramaticais de correlação entre os tempos e modos verbais.

Errado​. É cada absurdo que o Cespe propõe. O encadeamento das ideias


lógicas é esta correlação pedida pela banca. É absurdo dizer que há
desacordo, visto que o tempo e modo são acordantes.

QUESTÕES SOBRE PARTÍCULA SE

1. MPU - 2013 - Analista em Direito

Considerando os sentidos e aspectos linguísticos do texto acima, julgue os


itens a seguir.

No terceiro parágrafo, a partícula “se” é empregada, em ambas as


ocorrências, como índice de indeterminação do sujeito, o que confere maior
formalidade ao texto.
Questão errada. Aqui é fácil, de primeira a gente já mata a questão, pois
“quem nunca se põe? a justiça”, assim não se pode dizer que é IIS.

A justiça não PÕE A SI MESMA ou A SI PRÓPRIA como um problema


isolado.
Ou seja, pronome reflexivo.

2. ANAC - 2012 - Técnico em Regulação de Aviação Civil - Área 2

Com relação às ideias e a aspectos linguísticos do texto acima, julgue os próximos itens.
O emprego da partícula “se” em “ampliou-se” (L.7) indica que o sujeito da oração é
indeterminado.

QUESTÃO ERRADA​. ​Ampliar é verbo transitivo direto, logo, partícula apassivadora.


Pode-se fazer transposição: "Ampliou-se" por "Foi ampliado".

3. STM - 2011 - Analista Judiciário - Revisor de Texto - Conhecimentos


Específicos

Com relação aos sentidos e a aspectos morfossintáticos do texto


acima, julgue os itens que se seguem.

Em “se presos” (L.8), a partícula “se” confere ao período a noção de condição.


QUESTÃO CERTA. Conjunção condicional, basta fazer a troca de ​se​ por ​caso​.

Mais algumas conjunções condicionais: ​contanto que, se, caso, desde que, a menos
que, salvo se, sem que, exceto se, a não ser que.

4. MEC - 2011 - Nível Superior - Conhecimentos Básicos - Todos os Cargos

O emprego do pronome “se” em “se iniciou” (L.10) indica que o sujeito da oração em que
esse pronome ocorre é indeterminado.

QUESTÃO ERRADA. ​Repare, dá passar da voz ativa para passiva? Logo não é IIS,
é PA. O que se iniciou? “A série histórica de resultados”, este é o sujeito.

5. Correios - 2011 - Analista de Correios - Letras

Ainda com relação a esse texto, julgue os itens a seguir.

Se, na linha 18, a conjunção “Se” fosse substituída por Caso​, deveria ser alterado o
tempo e mantido o modo verbal empregado na oração condicional.

QUESTÃO CERTA​. É só trocar corretamente: ​Caso nos apressássemos​. ​Simples assim.

6. SEJUS-ES - 2009 - Agente Penitenciário


QUESTÃO ERRADA​. País é sujeito. Quem comprometeu? R: o país - Não pode ser índice de
indeterminação do sujeito.

Ademais: “Comprometeu-se” o país A SI MESMO a comprar enorme volume do produto

***
Mais questões comentadas - CESPE/UnB

FUB - CESPE - 2016


Com relação às ideias do texto CB3A1CCC, às construções linguísticas nele empregadas e à
sua tipologia, julgue o item subsequente.

No trecho “cheguei em casa e bati na minha máquina” (l. 31 e 32), o autor explora o potencial
plurissignificativo do verbo ​bater para produzir um efeito expressivo de humor dado o contexto
de suas afirmações sobre sua relação com o computador e a máquina de escrever.

Comentário: ​QUESTÃO CORRETA​. O autor usa o verbo​ bater​ no sentido de teclar e no sentido
de fazer violência "ela ia aguentar sem reclamar" (sobre as batidas)

CESPE - FUB 2016


Com relação às ideias do texto CB3A1CCC, às construções linguísticas nele empregadas e à
sua tipologia, julgue o item subsequente.

Considerando os gêneros e tipos textuais, o texto em apreço configura-se como uma crônica em
que se combinam ficcionalidade e narratividade.

QUESTÃO CORRETA.​ Luis Fernando Verissimo é um dos cronistas brasileiros mais famosos
do séc. XX. O texto em apreço é uma crônica (gênero tipicamente brasileiro) que retrata cenas e
fatos do dia-a-dia, normalmente carregado de crítica ou sátira e que pode perfeitamente, como
disse a questão, conter elementos ficcionais (gênero ensaio também pode).

CESPE - FUB - 2016


Com relação às ideias do texto CB3A1CCC, às construções linguísticas nele empregadas e à
sua tipologia, julgue o item subsequente.

O autor defende a opinião de que, na relação com o usuário, o computador é mais passivo e a
máquina de escrever, mais ativa.

QUESTÃO ERRADA.​ Em nenhum momento Luis Fernando Verissimo afirma que tanto o PC
quanto a máquina são "ativos ou passivos". O início da questão deixa isso bem claro, de que
não é questão de inferência ou interpretação com o comando "O autor defende a opinião".
CESPE - FUB - 2016

Com relação às ideias do texto CB3A1CCC, às construções linguísticas nele empregadas e à


sua tipologia, julgue o item subsequente.

A correção gramatical do texto seria preservada caso se inserisse a preposição ​a ​logo após a
forma verbal “ignora”, na frase “Simplesmente ignora você” (l.9).

QUESTÃO ERRADA​. Fácil essa, pois o verbo "ignorar" é VTD, ​quem ignora, ignora algo ou
alguém​, logo não há preposição posposto nessa forma verbal.

CESPE - FUB- 2016

Julgue o item que se segue, relativos às ideias e aos aspectos linguísticos do texto CB3A1BBB.
De acordo com o texto, os trabalhadores que compõem a segunda categoria serão os mais
prejudicados pelo avanço da tecnologia sobre o mercado de trabalho, porque “precisam de
ajuda para entender melhor como fazer uso de seus conhecimentos” (l. 17 e 18).

QUESTÃO ERRADA. Os mais prejudicados serão os da primeira categoria. No caso em tela, os


mais prejudicados serão, obviamente, os trabalhadores da primeira categoria, porquanto estes
possuem pouca formação e fazem resistência ao regresso dos estudos.

CESPE - FUB - 2016

Julgue o item que se segue, relativos às ideias e aos aspectos linguísticos do texto CB3A1BBB.

A correção gramatical e o sentido original do texto seriam preservados caso se substituísse a


expressão “estará em evidência” (l.18) por ​será vítima.
QUESTÃO ERRADA.​ Os tempos verbais mudam o sentido da frase:
Estará é incerteza, ​enquanto ​Será é com certeza

CESPE - FUB - 2016

Com relação às ideias do texto CB3A1AAA, às construções linguísticas nele empregadas e à


sua tipologia, julgue o item a seguir.
Em ‘extingui-los’ (l. 15), a forma pronominal ‘los’ refere-se ao termo “prognósticos” (l.13).

QUESTÃO ERRADA. ​Refere-se, no contexto, a "trabalho". Isto é, extinguir os trabalhos. Típica


questão CESPE, quem faz muitas questões, sabe que essas foi fácil.

CESPE - FUB - 2016

Com relação às ideias do texto CB3A1AAA, às construções linguísticas nele empregadas e à


sua tipologia, julgue o item a seguir.

O último parágrafo do texto caracteriza-se como predominantemente descritivo, pois apresenta


uma articulação textual de informações e opiniões.

QUESTÃO ERRADA. O último parágrafo do texto é argumentativo (expõe argumentos) e não


um texto descritivo (p.ex.: a casa era ​rosa, de telhas de amianto, porta de madeira​, etc.)

CESPE - FUB - 2016

Texto CB4A1AAA

Julgue o item que se segue, pertinentes a aspectos linguísticos do texto CB4A1AAA.


A correção gramatical e o sentido original do texto seriam preservados se o trecho “promessa de
reinventar a educação superior” ( .3) fosse substituído por ​promessa de reinvenção da
educação superior​.

QUESTÃO ERRADA. ​Na reescritura proposta pela banca há quebra de paralelismo sintático
que aliás o Cespe adora!

CESPE - FUB - 2016

Acerca das ideias e de aspectos linguísticos do texto CB1A1BBB, julgue o item subsequente.

As formas verbais “clangorava” ( .17) e “silvava” ( .18) poderiam ser substituídas pelas formas
clangorou e silvou​, sem prejuízo para os sentidos do texto, uma vez que a noção de passado
seria preservada.
QUESTÃO ERRADA. ​Muda-se o tempo verbal, logo incorre em alteração de sentido. Simples
assim.

CESPE - FUB - 2016

Considerando as ideias e as estruturas linguísticas do texto, julgue o próximo item.

Com o advento dos medicamentos genéricos, a saúde de uma parcela da população mundial
mudou, pois, com a distribuição gratuita desses medicamentos, essa população passou a ter
acesso a remédios, sendo que algumas pessoas vivenciaram isso pela primeira vez.

QUESTÃO ERRADA. Em lugar nenhum do texto está dizendo que existe distribuição gratuita de
medicamentos.
CESPE - FUB - 2016

Acerca dos sentidos e de aspectos linguísticos do texto, julgue o item que se segue.

O sentido original do texto e a sua correção gramatical seriam preservados caso o período “Com
o recrudescimento (...) massa da população” (​l.​ 12 a 14) fosse reescrito da seguinte forma: Por
conta do agravamento da epidemia de varíola, foi promovido por Oswaldo Cruz uma massiva
vacinação da população.

QUESTÃO ERRADA. A proposta oferecida pelo Cespe, além de alteração de sentido, incorre
em erro de concordância, pois: "um​a​ massiv​a​ ​vacinação​ foi promovid​o​". Tá faltando uma vírgula
também depois de Oswaldo Cruz.
CESPE - FUNPRESP-JUD - 2016

Com relação à ideia e à estrutura do texto 1A2AAA, julgue o item a seguir.

A imprensa foi o setor econômico que sofreu mais fortemente o impacto da tecnologia da
informação, visto que trabalha diretamente com a promoção do acesso à informação.

QUESTÃO ERRADA​. Houve extrapolação textual, visto que na redação da assertiva o


examinador generalizou.

CESPE - FUNPRESP-JUD - 2016

Texto CB1A1BBB
Vinicius de Moraes. ​Barra limpa​. ​In:​ ​Jornal do Brasil​.

Rio de Janeiro, 31/12/1969 (com adaptações).

Com base nas ideias veiculadas no texto CB1A1BBB, julgue o item subsequente.

Do trecho ‘com o poder de interpretar para alguém o milagre de um sentimento ignorado’ (l. 13 e
14) entende-se que o narrador considera o poeta alguém capaz de explicar por que
determinados sentimentos são ignorados pelo ser humano.

QUESTÃO ERRADA.​ Vinícius de Moraes, no texto, considera-se poeta, e que como tal
interpreta o (prórpio) sentimento do interlocutor, e não "explica o por que dos sentimentos
ignorados pelo ser humano" como afirma a questão.

CESPE - FUNPRESP - 2016

Texto CB1A1AAA
Clarice Lispector. ​Amor​.​ In:​ ​Laços de família​.

Rio de Janeiro: Rocco, 2009, p. 20-1

Com relação às ideias do texto CB1A1AAA, julgue o item a seguir.

Ana dissimula as suas inquietações com afazeres domésticos.

QUESTÃO CERTA. A personagem "quando o coração apertava", o que ela fazia? "o abafava
com as mesmas habilidades da casa" porque pra ela "estava bom assim". No caso, Ana
escolheu esta vida cotidiana, quieta.

CESPE - FUNPRESP - 2016

Texto CB3A1BBB
Júlia Lopes de Almeida. ​A mulher brasileira​.

In:​ ​Livro das donas e donzelas​. Rio de Janeiro:

Editora Livraria Francisco Alves e Cia., 1906 (com adaptações)

Com referência às ideias e aos sentidos do texto CB3A1BBB, julgue o item a seguir.

Infere-se do trecho “Mas não tivesse ela capacidade para a luta (...) nem teria ela conseguido
lecionar em colégios superiores” (l. 16 a 19) que as mulheres brasileiras conquistaram, com
“sacrifícios e coragem” (l.20), o direito do acesso irrestrito às universidades tanto como
estudantes quanto como professoras.
QUESTÃO ERRADA, pois há extrapolação textual. O "Infere-se" que deu margem à
ambiguidade e possibilidade de dar como certa a questão... pq senão daria margem só à
compreensão de "ter sido abertas as portas para lecionar (unicamente)"

CESPE - FUNPRESP-JUD - 2016

Virginia Woolf. ​Um teto todo seu​. Trad. de Vera Ribeiro.


Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985 (com adaptações).

Com relação às ideias desenvolvidas no texto CB3A1AAA, julgue o item subsequente.

Somente após receber a herança da tia, a narradora tornou-se uma mulher independente, capaz
de governar-se pelos próprios meios.

Questão errada​, pois na l. 9 ela disse "Antes disso (antes de receber a herança), eu ganhara a
vida mendigando (...)". i.e., ela já era capaz de governar a própria vida antes de receber a
herança da tia.

CESPE - FUNPRESP-JUD - 2016


Texto CB3A1AAA
Virginia Woolf. ​Um teto todo seu​. Trad. de Vera Ribeiro.

Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985 (com adaptações).

Com relação às ideias desenvolvidas no texto CB3A1AAA, julgue o item subsequente.


Infere-se do texto que a narradora acredita ser mais importante para as mulheres ter dinheiro
que votar.

Gabarito: Errado. Linha 7-8: [...] o dinheiro, devo admitir, ​pareceu-me​ [para ela] infinitamente
mais importante. Há na questão uma extrapolação textual. Para a personagem, o mais
importante é o dinheiro; quanto às outras ele nada diz.

CESPE - TCE-PA - 2016

Acerca das ideias e das estruturas linguísticas do texto 19A2AAA, julgue o item que se segue.

De acordo com o texto, o imposto de renda pode ter surgido na Inglaterra no final do século
XVIII, em decorrência da necessidade desse país de angariar recursos para o financiamento da
guerra que travava contra a França.

QUESTÃO CORRETA. O excerto diz-nos: ​"Imposto de renda SURGIU"​, pretérito perfeito, isto
é, ação já completada no tempo. Já a assertiva do Cespe diz que "​pode ter surgido" ​, ou seja,
indica possibilidade.

CESPE - TCE-PA - 2016


Acerca das ideias e das estruturas linguísticas do texto 19A2AAA, julgue o item que se segue.

No texto, o autor defende abertamente um ponto de vista, empregando, para tanto, os


denominados argumentos de autoridade, como, por exemplo, a referência a Rui Barbosa.

QUESTÃO ERRADA. ​Perceba que o autor não defende ideia alguma, todavia concede
informações (datas, pessoas, fatos a respeito da história do imposto de renda). O próprio título
resume o teor textual, que é, portanto,​ informativo​, e não argumentativo como propôs o
examinador.

CESPE - TCE-PA - 2016


Acerca das ideias e das estruturas linguísticas do texto 19A2AAA, julgue o item que se segue.

O termo “proposta” ( .13) retoma, de forma explícita, o trecho “esforços foram realizados para
instituir o imposto de renda no Brasil” ( . 9 e 10).

QUESTÃO ERRADA.​ A retomada textual faz referência à ​introdução do imposto de renda na


Assembleia Constituinte​.

CESPE - TCE-PA - 2016


Acerca das ideias e das estruturas linguísticas do texto 19A2AAA, julgue o item que se segue.

No primeiro parágrafo, estabelece-se uma relação anafórica entre as expressões “recursos


extras” ( . 3 e 4) e “imposto de renda” ( .2).

QUESTÃO ERRADA.​ O examinador buscou conexão entre os dois termos, porém eles não
formam cadeia coesiva como pedida na assertiva.

Dica de coesão​:

Anafórica​: aponta pra trás (Isso)

Catafórica​: aponta pra frente (Isto)

Nota breve: Atualmente os autores têm abandonado o uso do ​ISSO​ com função exclusivamente
anafórica, passando a utilizá-la também para apontamentos para o que vai ser dito a frente
(autores pós-modernos).

CESPE - TCE-PA - 2016


Em relação aos elementos linguísticos do texto CB8A1AAA, julgue o item a seguir.

Sem prejuízo do sentido original e da correção gramatical do texto, seu primeiro parágrafo
poderia ser reescrito da seguinte forma: Na democracia participativa, existe várias formas de
atuação do cidadão na condução política e administrativa do Estado, destacando, no Brasil, as
audiências públicas na Constituição e nas demais leis.

QUESTÃO ERRADA. ​Já está errado na concordância "existe várias formas". Quando a questão
for de reescritura, é preferível ver primeiramente a correção gramatical. Se tiver uma vírgula no
local errado, a assertiva já está errada.

Lembrem-se, para estar CERTA, não pode haver ​NADA DE ERRADO​, tem que estar ​100%
correta​. É mais fácil identificar o erro gramatical porque ele "salta aos olhos"; se estiver
gramaticalmente correta, aí sim vamos para a semântica da proposta de reescritura textual.

CESPE - TCE-PA - 2016

O item a seguir apresenta trechos adaptados de textos do sítio do TCE/PA. Julgue-o quanto à
correção gramatical.
Foi lançado no TCE/PA a campanha de arrecadação de capas de resmas de papel, que serão
transformadas em sacolas e distribuídas à cerca de mil pacientes.

QUESTÃO ERRADA: ​o correto seria “foi lançada”. O quê? A campanha, onde? no TCE do
Pará. Outra coisa: “à cerca” não vai crase, pois não há exigência de preposição.

CESPE - TCE-PA - 2016


Julgue o item seguinte, com relação aos aspectos linguísticos do texto CB5A1BBB.

A substituição do vocábulo “olvidar” (l.23) por ​esquecer manteria o sentido e a correção


gramatical do texto.

QUESTÃO CORRETA.​ O Cespe adora fazer essas questões de semântica com uma palavra
só. A dica é ficar ligado em palavras difíceis e sublinhá-las durante a leitura. Ex: no concurso do
TCU/2015 foi a palavra "destarte" que a banca sugeriu a intercambiação com outra, e assim por
diante.

No caso em tela, os que falam espanhol podem ter certa facilidade ou tino para acertar a
questão mesmo sem saber a semântica perfeita da palavra em língua portuguesa.
Simplesmente porque o verbo "olvidar" quer dizer "esquecer-se" (Não se pode ​esquecer que​...),
o mesmo verbo espanhol (​No se puede olvidar que.​ ..).
CESPE - TCE-PA - 2016
A respeito das ideias veiculadas no texto CB5A1AAA, julgue o próximo item.

As contas do prefeito e da prefeitura devem ser prestadas separadamente, uma vez que servem
a funções distintas.

QUESTÃO ERRADA. ​Em momento algum o texto argumenta o que propõe a questão. O Cespe
usa uma técnica argumentativa chamada ​sofisma​, que é a tentativa de indução ao erro para
com outrem. Na questão em tela, o examinador trocou o termo "município" por "prefeitura", e
que, num primeiro momento, no contexto da leitura do texto, estes parecem semanticamente
equivalentes.

CESPE - INSS - 2016


Julgue o item subsequente, que versam sobre os sentidos e os aspectos linguísticos do texto
acima.

A substituição de “destacou-se” (l.11) por ​foi destacado​ prejudicaria o sentido original do


período.

Questão certa​. É só ser racional: "Martins Pena foi destacado de fato (...)" fica sem ​SENTIDO
que foi o que a questão pediu. Fica incoerente também.

CESPE - FUNPRESP-EXE - 2016


Julgue o item seguinte, referente aos aspectos linguísticos e às ideias do texto ​O homem que
só tinha certezas​.

Depreende-se do texto que o personagem principal perdeu repentinamente a capacidade de ter


certezas devido ao fato de ter se apaixonado.

QUESTÃO ERRADA​. FÁCIL, foi perdendo paulatinamente e não repentinamente.

Gostei (​15​)

CESPE - FUNPRESP-EXE 2016


Julgue o item seguinte, referente aos aspectos linguísticos e às ideias do texto ​O homem que
só tinha certezas​.

O narrador do texto sugere que o personagem central adquiriu paulatinamente a habilidade de


ter certezas.

Questão errada.​ Leiam o título do texto ​sempre​. Assim como o nome do autor e a fonte.

DICA:​ Assim como a palavra prescinde (não precisa), o Cespe adora essa palavra:
paulatinamente (vagarosamente).

CESPE - FUNPRESP-EXE 2016


Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto ​Um amigo em talas​, julgue o item
que se segue.

De acordo com o texto, os hóspedes da pensão ficavam espantados com os anúncios de jornal
referentes a Amadeu Amaral Júnior.

QUESTÃO ERRADA. O autor diz na linha 22 “muita gente”, não os hóspedes.

DICA IMPORTANTE:​ A banca Cespe/UnB está seguindo, desde 2012/2013, uma tendência de
colocar textos literários em suas provas. Raramente ela coloca literatura dos anos 2000 pra cá
(como na prova do STF que caiu um excerto do "Diário da Queda", do Michel Laub). É
necessário uma nota de rodapé aqui: A Cespe/UnB gosta de ​poemas e literatura em prosa
brasileira clássica​, especialmente os consagrados: Graciliano Ramos, Oswald de Andrade e
todos os cânones tupiniquins. ​Principalmente ​Machado de Assis. Abraço.

Análise de questões CESPE

Questões certas​: o elaborador sempre tenta minimizar a probabilidade de recursos,


deixando as questões mais abertas.
Questões erradas​: normalmente a leitura da questão não é fluida e mistura conceitos
diferentes

INCLUSIVAS

Quando a banca quer assegurar que o item seja verdadeiro, colocam palavras
inclusivas, que admitem exceções:

em geral é

MATAR pode ser CRIME

em regra é

normalmente é

predominantemente é

PALAVRAS EXCLUSIVAS

Já quando eles querem se assegurar que o item seja falso, colocam palavras
exclusivas, que não admitem exceções:

nunca é

MATAR sempre é CRIME

obrigatoriamente é
não é

não pode ser

“Matar geralmente é crime,​ salvo raras exceções​ previstas em lei.”

TREINO DE QUESTÕES ERRADAS

​MTE - Técnico Administrativo - 2014 (Ex. de palavra que restringiu o enunciado)

APENAS por meio de prévia aprovação em concurso público de provas ou provas e títulos,
poderá o cidadão brasileiro ter acesso aos cargos e empregos públicos.

STF - Técnico Administrativo - 2013 (excludente)

Submetem-se ao referido regime jurídico apenas os servidores civis ocupantes de cargos na


administração direta federal, aí incluídos os servidores do Ministério Público da União, do
Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do TCU.

STF - Técnico Administrativo - 2013 (mistura de conceitos)

O regime jurídico estatutário que trata a lei 8.112/90, é aplicável aos servidores da
administração direta, das autarquias e das empresas públicas federais

TRE/GO - Técnico Administrativo - 2015 (mistura de conceitos)

Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem


mudança de sede.

Mistura de conceitos:

Remoção​ - mesmo quadro/mesma sede

Redistribuição​ - quadro diferente


Regência nominal e verbal - Emprego do sinal indicativo de crase

Nesta aula veremos dois tópicos de Língua Portuguesa. São eles:


Regência nominal e verbal
Emprego do sinal indicativo de crase

REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL

Regência são as relações sintáticas intermediadas por preposições entre um nome


(nominal) ou verbo (verbal) e seus complementos. O conhecimento da regência correta de
cada verbo e de cada nome é função do uso. Temos assim, dois termos:
Regente​: pede o complemento
Regido​: dá o complemento

REGÊNCIA NOMINAL
É a ​relação entre ​substantivo, adjetivo ou advérbio e seu ​complemento
nominal​. Intermediada, como já se disse, por uma preposição.

A maioria dos votou ​favoravelmente​ ​a​o ​projeto


advérbio prep. compl.
(de+a). nominal

Todos têm c​ apacidade​ ​de​ ​ assar no concurso


p
substantivo prep. complemento nominal

A seguir, uma lista para você dar uma lida:


REGÊNCIA NOMINAL
É a ​relação entre ​verbos e seus ​complementos verbais​. Intermediada, como
sempre, por preposições. Aqui temos de ter mais cuidado, pois há por vezes verbos que
alteram o significado conforme alteram a regência.

➔ VERBOS TRANSITIVOS DIRETOS​: seus complementos (objetos diretos)


não têm ​necessariamente​ preposições.

Quero vinho.
​VTD Objeto direto

➔ VERBOS TRANSITIVOS INDIRETOS​: seus complementos (objetos


indiretos) são introduzidos ​necessariamente por preposições - à exceção de quando
houver pronome oblíquo átono: me, te, se, nos, vos, lhe.

Gosto ​ e vinho.​
d
​VTI Objeto indireto

➔ VERBOS TRANSITIVOS DIRETOS E INDIRETOS​: seus respectivos


complementos reúnem, ao mesmo tempo, objetos diretos e indiretos.

Deram-​ ​lhe​ ​ m presente​.


u
VTD OI Objeto direto

➔ VERBOS INTRANSITIVOS​: são considerados verbos com sentidos


completos, portanto, não exigem complementos que lhes atribuam qualquer
significado. Como no exemplo abaixo.

João morreu.
​Substantivo Verbo intransitivo
(sujeito) (predicado)

Por quê? Porque quem morre, morre. Se eu digo “João morreu”, você não me
pergunta “Morreu o quê?”, não. Você pode até me perguntar “morreu ​de quê​”, mas nunca “o
quê”, porque você já sabe que quem morre, morre; quem ama, ama.

➔ VERBOS DE LIGAÇÃO​: conhecidos também como ​nocionais ou


copulativos​, esses verbos são chamados assim justamente porque ​ligam o sujeito
ao predicativo. Sua função é desempenhada por adjetivos, substantivos ou
pronomes.

Lucas ​é​ feliz


Sujeito Verbo de Predicativo
ligação
Agora, ao invés de passar uma tabela com uma lista de verbos com suas
respectivas regências, explicarei alguns casos de regência de verbos que trazem problemas
e que alteram a semântica conforme disposição da regência e alguns verbos que caem
frequentemente em prova. Leia com atenção e faça a devida lógica sintática a partir deles.

Verbos e suas regências​:

ASPIRAR
VTD​: sentido de sorver o respirar.
Aspiramos ​um ar poluído
​ Objeto direto

VTI​ (prep. A): desejar, almejar.


Aspiramos ​a uma boa prova de concurso​.
Objeto indireto

VISAR
VTD: ​sentido de mirar, ver.
O caçador visou ​o alvo​.
Objeto direto

VTD: ​sentido de rubricar, dar visto.


O banqueiro visou ​o cheque​.
Objeto direto
VTI ​(prep. A): sentido de almejar ou ter como objetivo:
Visamos ​ao bom ensino de português.​
Objeto indireto

PREFERIR
VTDI: ​seu complemento indireto é regido pela preposição A.

Prefiro cinema ​a televisão​.

Prefiro ​o​ cinema ​à​ ​(a + a)​ televisão.

É errado colocar “do que”, porque prefere-se algo em detrimento de outro.


Prefiro mais cinema ​do​ (de + o) q
​ ue​ televisão. ​ERRADO!

Repare que ocorre crase porque há o artigo ​O em “o cinema”, por isso “prefiro este à
àquele”, em detrimento da televisão.

O verbo ​Preferir não admite gradações como ​mais que, menos que, tanto quanto.​ Além
disso, a preposição que rege seu ​complemento indireto​ é, ​obrigatoriamente​, ​A​.
EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE
Crase é a fusão de duas vogais de mesma natureza e tem seu signo assinalado por
um acento grave na vogal ​a​. O encontro dá-se sempre com preposição + artigo. Observe o
exemplo abaixo:

Obedecemos ​a​ + ​o​ r​ egulamento​ da empresa.


Verbo Transitivo Direto prep. artigo subst. masculino
​🔻

​ao

Perceba que aqui, não há crase simplesmente porque existem duas vogais
diferentes, a saber: ​a​+​o​, formando portanto ​ao​. Essas palavras não formam crase porque a
vogal ​o​ é ​masculina​, está ali porque ​regulamento​ também é uma palavra masculina.

Perceba agora: se no exemplo dado acima colocarmos um substantivo feminino no


lugar do masculino teremos necessariamente a ocorrência de crase, isto é, teremos duas
vogais (preposição+artigo definido feminino). Observe:

Obedecemos ​a​ + ​a​ ​norma​ da empresa.


Verbo Transitivo Direto prep. artigo subst. feminino
​🔻

​à

Desta forma, a crase pode fundir-se de várias maneiras. Vamos ver cada uma delas:

● Preposição a + artigo feminino a/as:


Fui à Bahia.

● Preposição a + pronome demonstrativo a/as:


Sua falácia é igual à de todos​.

● Preposição a + vogal inicial de aquele/aquela/aqueles/aquelas:


Os jornais se referiram àquelas notícias​.

Casos obrigatórios de crase

➞ ​Locuções adverbiais femininas


Saiu às pressas do quarto.

➞ ​Locuções prepositivas femininas


A polícia saiu à procura da (de + a) quadrilha.

➞ ​Locuções conjuntivas femininas


À medida que estudo, aprendo mais sobre gramática.​

➞ ​Antes de pronome possessivo feminino substantivo


Sou favorável à proposta dele, e não à sua.
➞ ​À moda de, com sentido de “à maneira de”
Usava sapatos à moda de Luís XV​.

Alguns casos facultativos do uso da crase

➞ Antes de nome próprio feminino (se for personagem histórica, é proibido tal uso)
Refiro-me à (a) Joana​.
Refiro-me a Joana D’Arc.

➞ Antes de pronome possessivo feminino adjetivo


Dedico a (à) minha mãe este meu TCC​.

➞ Estar à disposição de alguém.


Estou à disposição para o que precisar.

Casos proibitivos

● Diante de palavra masculina


Darei uma bola de futebol a este menino​.

● Antes de verbo
Começou a chover.​

● Antes de pronome de tratamento (as exceções: senhora e senhorita)


O servo referiu-se a Vossa Alteza.

● Antes de pronomes oblíquos


Dedico todo o meu trabalho a ela.

● Antes de pronomes indefinidos


Não ofereceu doces a ninguém.

● Antes de artigo indefinido


Concedeu a bolsa de estudos a uma menina pobre.

● Quando o A precede palavras femininas no plural


Respondeu a cartas pouco elogiosas.

● Antes de pronome demonstrativo (​Este, esta, esse, essa, isso, isto)


Chegamos a esta cidade há cinco anos.
Atenção!

Devemos ter muito cuidado com os pronomes relativos ​QUE e ​A QUAL​. A


crase ocorre com a palavra “que”, se o termo anterior reger preposição “a” e o termo
seguinte for pronome demonstrativo.

Dirigi-me ​às que​ estavam de farda na enfermaria​.

Repare que no exemplo acima existe contração da preposição “a” exigida


pelo verbo “dirigir-se” com o pronome demonstrativo “as” (aquelas).

Já em relação ao pronome “a qual”, ocorre a crase se o termo posterior a ele


reger preposição “a”, cuja posição será anterior ao pronome, contraindo com a letra
“a” inicial.

​ qual​ nos dirigimos estará vazia.


A casa à

QUESTÕES COMENTADAS CESPE

(CESPE/2013/ANS/TÉCNICO ADMINISTRATIVO)
As operadoras de planos de saúde deverão criar ouvidorias vinculadas às suas estruturas
organizacionais. [...]
Internet: (com adaptações).

Na linha 2, o emprego do sinal indicativo de crase em “às suas” justifica-se porque o termo
“vinculadas” exige complemento regido pela preposição a e o pronome possessivo “suas”
vem antecedido por artigo definido feminino plural.

CERTO​. Para matar esta questão, basta trocar a palavra feminina após a crase por uma
masculina. Veremos que haverá o emprego do artigo masculino antes do pronome.
Por exemplo, “vinculadas aos seus termos”. A se há emprego de ​ao,​ é óbvio que o emprego
da crase está correta. Olhe lá, o termo “vinculadas” tá exigindo complemento regido por
preposição, porque com efeito, quem vincula, vincula-se ​a​ algo, certo?

(CESPE/2013/TCE-RS/OFICIAL DE CONTROLE EXTERNO)


O Tribunal enviou ofício aos gestores municipais, alertando que o envio de dados e
documentos relacionados às inativações na esfera 7​ municipal passará a ser realizado pela
Internet, o que [...]
Internet: (com adaptações).
O emprego do sinal indicativo de crase em “às inativações” (l.6) justifica-se pela regência do
termo “envio” (l.5), que exige complemento regido da preposição “a”, e pela presença do
artigo definido feminino plural que determina o substantivo “inativações” (l.6).

ERRADO​. Pessoal, olha lá, a preposição é exigida pela palavra “relacionados”.


Relacionados ​a​ algo, que são ​as​ inativações. Logo, ​a+as = às​.

(CESPE/2014/DPF/AGENTE)
O uso indevido de drogas constitui, na atualidade, séria e persistente ameaça à ​
humanidade e à estabilidade das estruturas e valores políticos, econômicos, sociais e
culturais de 4 todos os Estados e sociedades. [...]
Internet: direitoshumanos.usp.br

O acento indicativo de crase em “à humanidade e à estabilidade” (L.2) é de uso facultativo,


razão por que sua supressão não prejudicaria a correção gramatical do texto.

ERRADO. O Cespe AMA esse tipo de questão. Adora dizer que casos assim e assado são
facultativos. Normalmente está errado, o Cespe pega uma regra gramatical referente à
crase e o relativiza, como nesta questão. Aqui, a preposição ​a em se contraiu com o artigo ​a
que acompanha o substantivo feminino.

(CESPE/2015/MPU/TÉCNICO)
O tribunal considerou que a liberdade de expressão não se pode traduzir em desrespeito ​às
diferentes manifestações dessa mesma liberdade, pois ela encontra limites no próprio
exercício de outros direitos fundamentais.
Internet: <http://ibde.org.br> (com adaptações)

Nas linhas 21 e 22, o emprego do sinal indicativo de crase em “às diferentes” justifica-se
pela regência de “desrespeito”, que exige complemento antecedido da preposição a, e pela
presença de artigo feminino plural antes de “diferentes”.

CORRETO​. Pois, o substantivo “desrespeito” pede preposição a para reger complemento,


né pessoal. Pense assim: desrespeito a quê?. Desta forma fica fácil. Desrespeito ​a algo. A
preposição se contrai com o artigo que acompanha a palavra “manifestações” e “diferentes”.
Desrespeito a quê? Às diferentes manifestações. Desta forma, a crase é obrigatória, visto
que ​a+as = às​.

(CESPE/2015/FUB/NÍVEL MÉDIO)
[...] 1​ 0 isto é, exatamente aquelas que mantêm, em meio a todas as dificuldades, um grau
elevado de independência em relação ​às injunções​ imediatas do mercado.
Franklin Leopoldo e Silva. Internet: <www.scielo.br> (adaptado)
O acento indicativo de crase em “às injunções” (l.12) justifica-se pela regência de
“independência” ( l.11), que exige complemento regido pela preposição “a”, e pela presença
de artigo definido feminino plural antes de “injunções”.

ERRADO. ​A crase existe aí em função do termo “relação”, não em “independência”. Aquele


vocábulo pede ou rege o complemento. Veja esta oração: “o mercado pede uma medida de
urgência em relação à taxa básica de juros”. Isto é, sem o termo “independência”, perceba
que se manteve a crase. E com o termo para o masculino? “o mercado pede uma medida
de urgência em relação ao Copom”. Temos aí o ​ao​, equivalente masculino ao ​a craseado​,
não é mesmo? Logo, a crase na questão é obrigatória, regida pelo termo “injunções”.

(CESPE/2014/ICMBIO/NÍVEL SUPERIOR)
[...] Fazemos a aproximação por meio de elementos do contexto ​onde as crianças estão
inseridas. As atividades de leitura, interpretação e escrita [...]

Na linha 7, a substituição do vocábulo ‘onde’ pela expressão no qual não comprometeria


nem a sintaxe nem a significação do período de que o referido vocábulo faz parte.

Certo​. A preposição “em” contraída com a letra “o” integra “no qual”. A forma nominal
“inseridas” pede regência, afinal, quem está inserido, está inserido em algo.

(CESPE/2014/ICMBIO/NÍVEL MÉDIO)
[...] Bisa rema quase sete horas para chegar até a altura da Ermida Dom Bosco e, às vezes,
dorme na mata e retorna para casa só na manhã seguinte. “É uma vida de muito trabalho,
mas necessidade eu nunca ​passei​”, diz o pescador.
Lilian Tahan. Vivendo de pescaria. In: Veja Brasília, 2/10/2013 (com adaptações)

O complemento da forma verbal ‘passei’ (l.19) não está explicitamente expresso no texto,
devendo ser inferido pelo leitor.

Questão errada​. O que ele nunca passou? Necessidade. Vê-se desta feita que o
complemento verbal está explícito no texto. Aqui, o verbo passei é transitivo direto e seu
complemento, por evidência, é objeto direto.

(CESPE/2013/DEPEN/AGENTE PENITENCIÁRIO)
O Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN) informa que o crescimento da população
carcerária tem sofrido retração nos últimos quatro anos. 4​ Segundo análise do DEPEN, essa
redução do encarceramento ​decorre de​ muitos fatores. [...]
Internet: <www.mj.gov.br> (adaptado)

Mantêm-se a correção gramatical e as informações originais do período ao se substituir


“decorre de” (L.5) por ​decorre em​.
Errada​. Se fizermos tal substituição incorremos em prejuízo gramatical, visto que uma coisa
decorre ​de outra ou o que decorre, decorre ​de​. Logo, o verbo aqui é transitivo indireto que
requer preposição ​de​ para a perfeita regência de seu complemento.

(CESPE/2013/MPU/ANALISTA ADMINISTRATIVO)
A regra da igualdade não consiste senão em quinhoar
10​ desigualmente aos desiguais na medida em que se desigualam. [...]
Ruy Barbosa. Oração aos moços. Internet: <http://home.comcast.net> (com adaptações)

A oração “quinhoar desigualmente aos desiguais na medida em que se desigualam” (l.9-10)


exerce a função de complemento indireto da forma verbal “consiste” (l.9).

Certo​. Esta oração complementa o verbo consistir, que é transitivo indireto e clama
preposição para reger complemento. Veja: o que consiste, se ​consiste ​em ​alguma coisa. No
caso a oração “quinhoar desigualmente aos desiguais na medida em que se desigualam”.

(CESPE/2013/CNJ/ANALISTA JUDICIÁRIO)
[...] Assim, não basta proteger o cidadão ​do poder com o simples contraditório processual e
a ampla defesa, abstratamente assegurados na Constituição. [...]
Newton de Oliveira Lima. Um valor discursivo e político. In: Revista Jus Vigilantibus.
Internet: jusvi.com (com adaptações)

Na linha 5, o termo “do poder” relaciona-se sintaticamente com o termo “o cidadão”,


modificando-o.

Questão errada​. Veja, caríssimo, o verbo “proteger” é bitransitivo e o termo “do poder” se
subordina ao verbo “proteger” pela preposição ​do​. A ideia é simplesmente esta: proteger o
cidadão (objeto direto), de quê? do poder (objeto indireto - por causa da preposição que
está junto ao vocábulo “poder”).

(CESPE/2015/MPU/TÉCNICO)
[...] atribuindo-lhes o papel de fiscalizar a lei e de promover ​a acusação criminal. Existiam
ainda o cargo de procurador [...]
Internet: mpu.mp.br (com adaptações).

A correção gramatical do texto seria preservada caso se substituísse a expressão “a


acusação” (l.10) por à acusação, pois, nesse caso, o emprego do sinal indicativo de crase é
opcional.

Errado​. O Cespe às vezes é bem maluco. O vocábulo promover é um verbo transitivo direto
(quem promove, promove algo). Logo não há preposição alguma aí para se fundir com
artigo. Fácil essa questão, certo?

(CESPE/2013/TRT-10ª REGIÃO (DF E TO)/TÉCNICO JUDICIÁRIO)


do país. Já existia o Patronato Agrícola, ligado à Secretaria de ​7 A
​ gricultura, o qual se
ocupava de tais questões. À época, [...]
Internet: trt10.jus.br (adaptado)
O emprego do sinal indicativo de crase em “ligado à Secretaria de Agricultura” (L.6-7)
justifica-se porque o verbo ligar exige complemento regido pela preposição a, e a palavra
“Secretaria” (L.6) é antecedida pelo artigo definido feminino singular a.

Certo​. Não há muito o que comentar, pois está perfeita a colocação do examinador. O
termo regente é “ligado”, enquanto o termo regido é “Secretaria de Agricultura”.

(CESPE/INPI/TODOS OS CARGOS/2013)
4 ​sobre mudança do clima. Isso é particularmente relevante, uma vez que 75% das
emissões de gases de efeito estufa (GEE) no Brasil são relacionadas ao ​uso da terra​. [...]
Mudança do clima: uma contribuição da indústria brasileira. Brasília: CNI, 2009.
Internet: <http://arquivos.portaldaindustria.com.br>

Na linha 6, se a expressão “uso da terra” fosse substituída por utilização da terra, o


vocábulo “ao”, que a antecede, deveria também ser substituído por à.

Certo​. O que se relaciona, se relaciona ​a algo, isto é, este é um verbo transitivo indireto. No
caso em tela, se passássemos para a sugestão do examinador, “utilização da terra”,
teríamos a ocorrência de crase, visto que “relacionadas” é termo regente e necessita de
preposição para reger seu complemento.

(CESPE/2014/TC-DF/TÉCNICO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA/2014)


Mantêm-se o sentido e a correção gramatical do texto caso se suprima o acento grave no
trecho ​“fez sentar à mesma mesa”​ (l.6-7)

Errado​. Se você é um leitor razoável, quando bate o olho neste tipo de questão fica se
perguntando o porquê de o Cespe fazer perguntas realmente idiotas. Ao fazer ao menos mil
questões, você bate o olho e o erro salta aos seus olhos, como no exemplo em tela.

(CESPE/2014/ANTAQ/NÍVEL SUPERIOR)
A participação e o lugar da mulher na história foram negligenciados pelos historiadores e,
por muito tempo, elas ficaram ​à sombra de um mundo dominado pelo gênero masculino.
Ao pensarmos o mundo medieval e o papel dessa [...]
Patrícia Barboza da Silva. Colunista do Brasil Escola. (com adaptações).

O acento indicativo de crase em “à sombra” (l.3) poderia ser omitido sem prejuízo da
correção gramatical do texto, visto que seu emprego é opcional no contexto em questão.

Errado​. Não é opcional, é obrigatório! No caso de locuções femininas adverbiais,


prepositivas e conjuntivas há obrigatoriedade de emprego de acento indicativo de crase.

(CESPE/2015/MPU/ANALISTA)
Na organização do poder político no Estado moderno, ​à luz ​da tradição iluminista, o direito
tem por função a preservação da liberdade humana, de maneira a coibir [...]
Fernanda Leão de Almeida. A garantia institucional do Ministério Público em função da proteção dos
direitos humanos. Tese de doutorado. São Paulo: USP, 2010, p. 18-9. Internet: (com adaptações).

O emprego do sinal indicativo de crase em “à luz da tradição iluminista” (l.2) é facultativo, ou


seja, a sua retirada não prejudicaria a correção gramatical nem o sentido original do texto.

Errado​. Fico de cara com as besteiras do Cespe. Apesar de esta ser uma tese de
doutorado, a questão em si, tanto em interpretação de texto quanto de gramática traz
problemas extremamente fáceis, como esta em tela. Mesma resposta da questão anterior:
diante de locuções femininas adverbiais, prepositivas e conjuntivas, o uso de crase é
obrigatório​. ​Andiamo!

(CESPE/2014/TJ-SE/TÉCNICO JUDICIÁRIO)
No trecho ​“deu início à sua caminhada cósmica” (l.16 e 17), o emprego do acento grave
indicativo de crase é obrigatório.

Errado​. Olha lá, o pronome possessivo feminino “sua” é feminino e entra naqueles casos os
quais eu falei em aula. Aqui a crase é facultativa.

(CESPE/2015/CGE-PU/AUDITOR GOVERNAMENTAL)
No trecho ​“Chama-lhe à minha vida uma casa” (l.7), é facultativo o emprego do sinal
indicativo de crase.

Certo​. É facultativo o uso porque, assim como na questão passada, estamos diante de
pronome, nos casos os quais falei em aula. Preste atenção, há ali um pronome possessivo
adjetivo feminino “minha”. Logo, a crase é ​sempre facultativa. Aqui o negócio é regrinha
mesmo, não tem jeito.

(CESPE/2015/FUB/NÍVEL MÉDIO)
[...] E ​quanto a​ corrigir quem fala errado?
É claro que os pais devem ensinar seus filhos a se expressar corretamente, e o
34 professor deve corrigir o aluno, mas será que temos o direito de advertir o balconista que
nos cobra “dois real” pelo cafezinho?
Língua Portuguesa. Internet: revistalingua.uol.com.br (com adaptações)

De acordo com o contexto, estaria também correto o emprego do sinal indicativo de crase
em “quanto a” (l.32)

Errado​. Repare que há verbo após a palavra ​a​. Conforme visto em aula, diante de verbo é
proibido o uso de crase.
(CESPE/2015/TRE-GO/TÉCNICO JUDICIÁRIO)
[...] O Tribunal Superior — de justiça eleitoral — com jurisdição em todo o território nacional,
10 compunha-se de oito membros efetivos e oito substitutos, e era presidido pelo
vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). ​A ele se somavam dois membros
efetivos e dois 1​ 3​ substitutos, sorteados dentre os ministros do STF, além de dois [...]
As formas de composição do TSE: de 1932 aos dias atuais. Brasília: Tribunal Superior Eleitoral,
Secretaria de Gestão da Informação, 2008, p. 11. Internet: tse.jus.br (com adaptações)

O emprego de acento indicativo de crase na expressão “A ele" (l.12) — À ele — prejudicaria


a correção gramatical do texto.

Certo​. Diante de pronome desse tipo a crase não ocorre. Qualquer dúvida, volte para a aula
e reveja os casos proibitivos de crase.

(CESPE/2015/FUB/NÍVEL MÉDIO)
[...] essas são as palavras-chaves que compõem o vocabulário das mudanças pelas quais
passa o mundo e que, inevitavelmente, impõem ​a cada um de nós a busca por um novo
modelo de vida [...]
Internet: techoje.com.br (com adaptações).

Estaria também correto o emprego de sinal indicativo de crase em “a cada” (l. 4 e 5).

Errado​. A palavra “cada” designa algo individual que é parte de um todo. Logo, é pronome
indefinido, sendo assim, não há crase.

(CESPE/2015/TRE-GO/ANALISTA JUDICIÁRIO)
No trecho “Em meio a esse cenário” (L.23), a inserção de sinal indicativo de crase no “a"
acarretaria prejuízo à correção gramatical do texto.

Certo​. Afinal, “esse” é pronome demonstrativo e entra no mnemônico NARISD, dado em


aula. Logo, é caso proibitivo de emprego do sinal indicativo de crase.

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