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PSICOMOTRICIDADE
1ª Edição
Indaial - 2020
UNIASSELVI-PÓS
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
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ISBN XXXXXXXXXXXXXX
ISBN Digital XXXXXXXXXXXXXXXXX
1. XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
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Impresso por:
Sumário
APRESENTAÇÃO.............................................................................5
CAPÍTULO 1
Psicomotricidade............................................................................ 7
CAPÍTULO 2
Desenvolvimento Psicomotor.................................................... 61
CAPÍTULO 3
Diagnóstico dos Distúrbios e as Abordagens Teórico-
Práticas de Aplicação da Psicomotricidade............................115
APRESENTAÇÃO
Não existe uma definição para psicomotricidade, pois ela não é uma pessoa.
Portanto não apresenta uma definição única, mas unanimemente está relacionada
à concepção de movimento de forma integrada e organizada, a qual em detrimento
às experiências vivenciadas pelo indivíduo, cria uma ação que é o resultado de
sua individualidade, linguagem e socialização. Envolve suas interações sensório-
motoras, psíquicas e cognitivas, no entendimento das capacidades que compõe
o seu único ser e sua expressão, partindo do movimento, dentro de um contexto
psicossocial.
Saber:
Definir o conceito, principais teóricos, fundamentos e elementos básicos da
psicomotricidade.
Fazer:
Adquirir conhecimentos sobre o surgimento da psicomotricidade até os dias
atuais.
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Capítulo 1 PSICOMOTRICIDADE
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
A psicomotricidade é uma ciência que vem sofrendo, com o decorrer dos
anos, até atingir seu processo de consolidação, diversas influências, contando
com a contribuição de muitos campos do conhecimento. Está fundamentada em
estimular o esquema e a imagem corporal; e um de seus elementos necessários é
a afetividade, a qual consegue determinar a maneira como crianças, adolescentes,
jovens e adultos visualizam o mundo, bem como a maneira como se manifestam
nele.
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Fundamentos da Psicomotricidade
2 HISTÓRICO, EVOLUÇÃO E
ABORDAGEM EMERGENTE DA
PSICOMOTRICIDADE
Antes de iniciarmos nosso estudo sobre o histórico, evolução e abordagens
emergentes da psicomotricidade, gostaríamos de trazer a você algumas definições
e entendimentos sobre o termo “psicomotricidade” e suas respectivas dimensões
psíquica e motora. Vamos então a algumas dessas definições...
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Capítulo 1 PSICOMOTRICIDADE
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Capítulo 1 PSICOMOTRICIDADE
francesa teve aqui sua influência em nível mundial para a psiquiatria infantil,
pedagogia e psicologia (LUSSAC, 2008).
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Capítulo 1 PSICOMOTRICIDADE
Vamos agora remontar essa história partindo dos anos 60, em que corpo
e o movimento eram valorizados como elementos coadjuvantes em áreas
diversificadas da reabilitação. Referia-se muito pouco à “psicomotricidade”, pois
nós a desconhecíamos. Conhecíamos sim a assistência, a deficiência mental,
motora e sensorial, em que o público-alvo era a comunidade das Escolas
Especiais, Instituições e Classes hospitalares.
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Fundamentos da Psicomotricidade
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Capítulo 1 PSICOMOTRICIDADE
ANO EVOLUÇÃO
Subdivisão da disciplina de Psicomotricidade em I e II. Psicomotricidade I, lecionada por Stella
Leme Sampaio, com conteúdo programático: Psicomotricidade I: Lateralidade; Desenvolvimento
1970 motor; Mensuração de orientação espacial e temporal; Noção evolutiva do esquema corporal;
Problemas de linguagem. Psicomotricidade II: diferentes tratamentos, materiais e instrumentos
utilizados no trabalho com crianças, adolescentes e adultos.
Françoise Desobeau, uma das fundadoras da Sociedade Internacional de Terapia
1976 Psicomotora, realiza um curso no Rio de Janeiro, sendo um marco revolucionário,
introduzindo outra ótica da prática: a terapia psicomotora.
Beatriz Sabóia é titulada pela Sociedade Internacional de Terapia Psicomotora,
1977 cumprindo todas as normas e exigências de uma Banca Internacional, sendo
reconhecida oficialmente como psicomotricista.
1979 1° Encontro Nacional de Psicomotricidade em São Paulo com a Dra. Soubiran e Dra. Costallat.
Fundada a Sociedade Brasileira de Terapia Psicomotora, na Clínica Beatriz Sabóia no
1980
Rio de Janeiro.
A Sociedade efetiva os primeiros sócios titulares, com a inclusão de currículo e monografia,
1982 apresentada a uma banca formada pelo Conselho; realização do I Congresso Brasileiro
de Psicomotricidade no estado do Rio de Janeiro.
Realizado o primeiro Curso de Pós-Graduação em Psicomotricidade no Instituto
1983
Brasileiro de Medicina e de Reabilitação (IBMR/RJ).
II Congresso Brasileiro de Psicomotricidade foi em Belo Horizonte com o
1984
tema: Corpo Integrado.
Iniciados Cursos de Pós-Graduação em Psicomotricidade na Faculdade Estácio de Sá e
1986 um Curso de Educação e Reeducação como Especialização em Terapia Psicomotora na
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
Autorizada e reconhecida pelo MEC a primeira Graduação em Psicomotricidade, com a
duração de quatro (4) anos, no Instituto Brasileiro de Medicina de Reabilitação (IBMR-RJ).
1990
SócioPsicomotricidade Ramain – Thiers criou sua formação que se transformou logo em
especialização, no Rio de Janeiro.
Solange Thiers desenvolveu uma teoria, fruto de muita experiência, estudos e pesquisas e
1991
apresentou ao mundo científico a SocioPsicomotricidade Ramain –Thiers.
A Psicomotricidade Aquática é desenvolvida e coordenada por Jocian Machado Bueno,
1998
em Curitiba e Fortaleza.
A TransPsicomotricidade é desenvolvida por Marta Lovisaro e Carlos Eduardo Costa,
2000
sediada na UERJ(R.J.).
Formação em Psicomotricidade: Multiplicidades do Cuidar, coordenada por Etelvina França
2004
e Vânia Belli, com sede na Clínica Agathon, no Rio de Janeiro.
2005 II Seminário Mineiro de Psicomotricidade: Interfaces da Psicomotricidade.
III Seminário Mineiro de Psicomotricidade: Imagem Corporal na Contemporaneidade: o
2009
brincar e a virtualidade.
Presença do psicomotricista Ricardo Alves com o curso: Jogo Psicomotor na Educação
2013
e lançamento de seu livro: O corpo do Professor.
Psicomotricidade Heurística, coordenada por Martha Lovisaro, Lecy Consuelo Neves e
2017 Claudia Lovisaro, no Rio de Janeiro. Curumin, formação desenvolvida e coordenada por
Ricardo Alves e Sabrina Toledo, no Rio de Janeiro.
Aión, formação criada e coordenada por Marcelo Antunes, no Rio de Janeiro. O plenário da Câmara
2018
dos Deputados aprovou o projeto de Lei nº 795/03, regularizando a profissão do psicomotricista.
FONTE: Adaptado de ABP (2019) e Morizot (2019)
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Como você pôde acompanhar, neste tópico pudemos nos remeter à história,
trazendo uma abordagem sobre conceitos da psicomotricidade sob o ponto de
vista de alguns autores. A história da psicomotricidade no Brasil e no mundo se
fez emergente sob a influência de vários de seus teóricos, que contribuíram para
sua evolução e importância nos dias de hoje. Alguns marcos dessa história foram
destacados, objetivando que você possa ter a compreensão de todos os fatos que
a colocam hoje como uma ciência, aliada ao pleno desenvolvimento infantil.
3 PRINCIPAIS TEÓRICOS
E FUNDAMENTOS EM
PSICOMOTRICIDADE
A psicomotricidade, como toda área da ciência, vem sofrendo, com o passar
dos anos, até se consolidar, distintas influências científicas e a contribuição de vários
campos do conhecimento. Foram surgindo, então, teorias e práticas objetivando
o trabalho e a compreensão do corpo. É necessário que você compreenda que
não se pode entender o movimento apenas por um ponto de vista anatômico,
fisiológico, psicológico ou social, mas como uma dimensão holística, associada
a um conjunto de conhecimentos interdisciplinares e sistêmicos que associam as
estruturas biológicas, psíquicas e relacionais. Vamos agora fazer uma abordagem
para que possamos adquirir conhecimentos que nos permitam construir um modelo
teórico que dê legitimidade científica à psicomotricidade. São relevantes, para esse
constructo, os seguintes aspectos (FERNANDES; GUTIERRES FILHO, 2012):
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FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:1421_Sensory_
Homunculus_-_PT.png>. Acesso em: 8 jul. 2020.
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Capítulo 1 PSICOMOTRICIDADE
FIGURA 5 – SOMATOGNOSIA
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possibilidade. Acreditava que não é possível fazer com que uma criança aprenda
o que ainda não apresenta condições de absorver e, mesmo que apresente
condições, só se interessará por aquilo que lhe faça falta em termos cognitivos
(FERRARI, 2008). Para o cientista suíço, isso ocorre porque o conhecimento
ocorre por descobertas que a própria criança faz, mecanismo este que outros
pensadores anteriormente a ele já haviam intuído, no entanto, ele submeteu esse
feito à comprovação na prática. Piaget observa que todas as crianças parecem
passar pelos mesmos tipos de descobertas sequenciais sobre seu mundo,
cometendo os mesmos tipos de erros e chegando às mesmas conclusões.
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• Construtivismo piagetiano
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<https://www.fcm.unicamp.br/fcm/neuropediatria-conteudo-
didatico/exame-neurologico/reflexos-primitivos>.
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Capítulo 1 PSICOMOTRICIDADE
aparecem neste período, pois têm como base algo concreto. Note que
aqui ainda não há formação para a capacidade de abstração, que ocorre
somente no período operatório formal. É por esse motivo que este
período é o penúltimo estágio para se desenvolver o nível mais alto de
raciocínio: a abstração.
b) operatório formal, que ocorre a partir dos doze anos, em que já há
formação do pensamento para abstrações. Aqui o indivíduo já é capaz
de desenvolver maiores conhecimentos matemáticos. São exemplos a
realização de compensações complexas, razão/proporção, seguida pela
probabilidade e indução de leis ou correlação.
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4 ELEMENTOS BÁSICOS DA
PSICOMOTRICIDADE
O estudo dos principais elementos psicomotores e suas respectivas etapas
de evolução permitirá a você compreender melhor o desenvolvimento psicomotor
que será abordado posteriormente, sendo essa compreensão de suma importância
para a atuação do profissional atuante na educação e psicomotricidade infantil.
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4.1.2 Tônus
Podemos conceituar o tônus como a tensão fisiológica dos músculos,
permitindo assim que a criança relaxe e movimente suas articulações, assegurando
seu equilíbrio estático e dinâmico, coordenação e postura independentemente
da posição que seu corpo adote, esteja ela parada ou se movimentando. É,
portanto, um estado normal de resistência e elasticidade, tanto de um tecido como
órgão, preparando e sustentando o movimento, bem como determina posturas.
Thompson (2000) define o tônus residual como o tônus de base, sempre presente
nos músculos e fixando segmentos. Já o tônus de postura ocorre quando o corpo
se opõe à ação da gravidade, envolvendo o sistema muscular, principalmente os
músculos extensores, que não se desenvolve verdadeiramente antes dos 8 anos
de idade. Finalmente, o tônus de força, que ocorre quando o corpo ou segmento
faz resistência oposta (THOMPSON, 2000).
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• Coordenação global
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lateralidade é definida por volta dos 3 aos 4 anos, em que se instala a dominância
lateral e é geralmente concluída entre 6 – 7 anos, normalmente predominando o
lado direito (destro). Bee e Boyd (2011) definem, em sua obra, que a lateralidade
é uma forte preferência por utilizar principalmente uma das mãos, desenvolvendo-
se entre os 3 e os 5 anos. É fato que o lado dominante irá desenvolver maior força
muscular e rapidez.
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sensório motor, como exemplo, “quando, gritando de fome, o bebê reclama a sua
comida, com maior ou menor êxito, ele tem conhecimento de certas durações,
como a da espera” (PIAGET, 1975, p. 294).
4 INTERVENÇÃO PROFISSIONAL
Vamos agora versar sobre a intervenção profissional e o papel de vários
profissionais no campo da psicomotricidade, iniciando com a definição do
profissional “Psicomotricista”. Para a Sociedade Brasileira de Psiquiatria
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• Reeducação psicomotora
• Terapia psicomotora
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• Educação psicomotora
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Esse fato diverge da PR, em que o improvável acontece várias vezes. Isso
possibilita experiências mais ricas, uma vez que cada aluno apresenta uma
bagagem de conhecimentos que adquiriu no meio em que vive. Portanto, a PR
é compreendida como jogos e brincadeiras que a criança executa em seu dia
a dia, que passam então a serem incorporados como elemento pedagógico,
incorporando o lúdico como facilitador das inter-relações pessoais. A PR trabalha
com os aspectos positivos da criança, preocupando-se com o que ela sabe fazer e
não com o que não sabe, em suma, auxiliar a criança a superar suas dificuldades,
esquecendo suas inabilidades.
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1.1 MULTIPROFISSIONALIDADE
Inicialmente apresentaremos para você a diversidade de profissionais
que exercem a psicomotricidade como prática terapêutica e de aprendizado.
Sabemos que atualmente um grande número de profissionais de diferentes
áreas (multiprofissionalidade) utilizam a psicomotricidade em distintos contextos
e diferentes idades, em locais tais como escolas, clínicas de reabilitação,
academias, hospitais, entre outros. Como exemplo, em instituições psiquiátricas,
a psicomotricidade pode somar-se às medidas de intervenções terapêuticas no
campo da saúde mental, de modo que seu perímetro de atividades se estenda
para além da medicalização. Atuam, portanto, no campo da psicomotricidade,
profissionais médicos de várias especialidades, psicólogos, psicopedagogos,
educadores físicos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos,
entre outros. No entanto, não caracterizam a interdisciplinaridade em sua
essência, mas sim cada profissional atuando dentro da sua especialidade com a
psicomotricidade, sem que haja troca de conhecimentos.
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1.1 INTERDISCIPLINARIDADE
Para tratarmos de interdisciplinaridade em psicomotricidade, apresentaremos
a você exemplos de alterações e questões relacionadas aos portadores de
síndromes genéticas e neurológicas. Elas podem se manifestar como: alterações
motoras: alterações de tônus, acarretando déficits de postura e movimento;
alterações na linguagem, interferindo na organização do pensamento e na
sociabilização; alterações comportamentais, acarretando dificuldades nos
relacionamentos pela inadequação perante a sociedade; alterações estéticas,
como os dismorfismos, podendo estar presentes tanto em face como no corpo,
causando estranheza perante os olhares dos que os observam, por vezes se
refletindo em sentimentos de pena, interferindo na autoestima do indivíduo;
alterações cognitivas, interferindo no aprendizado; internações hospitalares
recorrentes, interrompendo vida escolar ou social, entre outros (DORNELES;
BENETTIA, 2012).
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5.3 TRANSDISCIPLINARIDADE
Para que você compreenda o caráter transdisciplinar da psicomotricidade,
vamos definir esse campo transdisciplinar como o estudo e investigação das
relações e as influências recíprocas e sistémicas que permeiam o psiquismo e
a motricidade. Portanto, a transpsicomotricidade, como citamos anteriormente
no Quadro 1, teve seu desenvolvimento no Brasil a partir de 2000, por meio de
pesquisas realizadas pelo Prof. Dr. Eduardo Costa e pela Profª. L. D. Martha
Lovisaro, ambos Psicomotricistas Clínicos e Educacionais na Universidade do
Estado do Rio de Janeiro. Essas pesquisas buscavam a ampliação de reflexões
sobre a prática psicomotora por meio do pensamento complexo, entendendo-o
como a capacidade de considerar tanto as influências internas como externas
recebidas, buscando a compreensão da multidimensionalidade do ser humano
sob essas influências (ABP, 2019).
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6 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Após a descrição de uma breve narrativa da história e do desenvolvimento
da psicomotricidade e alguns de seus principais teóricos e suas respectivas
fundamentações, bem como de vários autores e instituições, pudemos constatar
que não há um conceito ou uma definição única para o termo psicomotricidade,
existindo olhares plurais. Teorias sobre o desenvolvimento psicomotor e teorias
da aprendizagem puderam compor essa abordagem, elucidando que cada qual
contribui de forma positiva para a evolução dessa área.
reeducação e terapia psicomotora, o que exige que essa área tenha o caráter
interdisciplinar e transdisciplinar, com multiprofissionais aliando vários saberes,
bem como a ampliação de reflexões sobre a prática psicomotora por meio do
pensamento complexo, entendendo-o como a capacidade de considerar tanto
as influências internas como externas recebidas, buscando a compreensão da
multidimensionalidade do ser humano nessa relação.
Por fim, por ser a psicomotricidade uma profissão não regulamentada e, por
vezes, profissionais de várias áreas possivelmente adentrarem em intervenções
delimitadas a outras profissões, acreditamos que podem ocorrer conflitos de
atuação e intervenção profissional em determinadas áreas. É sob esse aspecto
que se faz necessária a prática da inter/transdisciplinaridade nas intervenções
psicomotoras, incluindo nessa assistência a abordagem ecológica, espiritual,
artística, entre outros vários fatores que compõem a “unidade e diversidade”
que é o ser humano. Só assim será garantindo ao indivíduo uma assistência
psicomotora “holística”.
REFERÊNCIAS
ABP – Associação Brasileira de Psicomotricidade. O que é psicomotricidade.
2019. Disponível em: https://psicomotricidade.com.br/sobre/o-que-e-
psicomotricidade/. Acesso em: 17 ago. 2020.
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C APÍTULO 2
DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR
Saber:
Promover o conhecimento sobre as etapas do desenvolvimento psicomotor e
as atividades psicomotoras adequadas às necessidades individuais de cada
criança.
Estudar os estágios de desenvolvimento segundo Piaget.
Valorizar a avaliação psicomotora como instrumento de observação,
reflexão e tomada de decisões frente às demandas individuais, com base no
desenvolvimento psicomotor.
Fazer:
Ilustrar ao futuro profissional o conhecimento sobre a evolução e aspectos
relacionados ao desenvolvimento psicomotor.
Agregar, por meio da observação e avaliação de suas características evolutivas,
experiências sensoriais, motoras, afetivas e sociais repletas de significados
frente às demandas necessárias para o desenvolvimento infantil.
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Capítulo 2 DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
A psicomotricidade privilegia a interação entre o domínio cognitivo, afetivo
e motor, objetivando educar ou reeducar o movimento, havendo assim uma
íntima ligação com a transdisciplinaridade. Temos uma condição básica para
que a psicomotricidade possa ser praticada com eficácia, “o conhecimento do
desenvolvimento psicomotor”. Este pode ser descrito como um processo de caráter
contínuo, no qual ocorre, além do desenvolvimento motor (DPM), a evolução
da comunicação, inteligência, afetividade, sociabilidade e aprendizagem, de
maneira simultânea e global. A mudança e a estabilidade do desenvolvimento
humano acontecem por meio de vários aspectos da pessoa, ou seja, por meio do
desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial. Esses aspectos estão interligados,
cada um influenciando o outro no decorrer da vida (PIOVESAN et al., 2018).
2 FUNCIONAMENTO DO
DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR
Para que você possa compreender de forma correta a importância do
desenvolvimento psicomotor no desempenho das crianças, é necessário entender
como esse processo ocorre. Por ser o desenvolvimento motor responsável pelas
habilidades e/ou dificuldades motoras e progressão do intelecto que o indivíduo
apresentará, há a necessidade da organização de todas as estruturas anatômicas
responsáveis pelo seu funcionamento. Vamos então passar a uma abordagem
dessas estruturas e suas funcionalidades no desenvolvimento psicomotor.
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FONTE: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:SISTEMA_
NERVIOSO_CENTRAL.jpg>. Acesso em: 24 jul. 2020.
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• Mielinização
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Capítulo 2 DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR
sua obra ser “razoável admitir que os ciclos de mielinização possam refletir na
maturação funcional do cérebro e que, portanto, podem ser relacionados com a
emergência e gradual diferenciação, no homem, de padrões de comportamento
como locomoção, manipulação de objetos e instrumentos, fala e linguagem”.
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Neuron_
pt.svg>. Acesso em: 14 ago. 2020.
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FONTE: <https://commons.wikimedia.org/wiki/
File:BrocasAreaSmall.png>. Acesso em: 5 ago. 2020.
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FONTE: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/
ab/Prefrontal_cortex.png>. Acesso em: 5 ago. 2020.
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3 DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR
Passaremos agora a uma abordagem do desenvolvimento psicomotor,
ressaltando que muitos autores se referem ao desenvolvimento psicomotor
e neuropsicomotor (DNPM) da mesma maneira e apresentando os mesmos
elementos. Um exemplo disso está na avaliação do desenvolvimento
neuropsicomotor utilizada por profissionais da área da saúde, que é baseada
em marcos definidos pela escala de desenvolvimento Denver II, a qual é um
instrumento para avaliar o desenvolvimento social, motor e linguagem. Outro
exemplo está na definição de DNPM por Marcondes (1994), que cita em sua
obra que o DNPM consiste na aquisição progressiva de habilidades motoras e
psicocognitivas.
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Capítulo 2 DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR
3.1 ASPECTOS DO
DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR
Durante o processo de desenvolvimento psicomotor, os aspectos intelectual,
emocional e racional da criança são indissolúveis, devendo ela ser vista em sua
totalidade. Também deve-se considerar suas habilidades como um aspecto que
deve ser desenvolvido de maneira significativa e prazerosa. Para que possamos
compreender o desenvolvimento psicomotor, deve-se evidenciar a individualidade
da criança, bem como sua subjetividade. Veja bem, embora as fases de
desenvolvimento devam ser comuns a todas as crianças, os aspectos afetivos,
físicos, sociais e o meio em que vivem com a família variam e isso é que torna
a subjetividade fator determinante na avaliação do desenvolvimento psicomotor.
Portanto, as etapas do desenvolvimento psicomotor não podem ser consideradas
apenas como uma maturação neurológica, mas, sim, como um processo relacional.
Pode-se afirmar que a ininterrupta evolução do desenvolvimento psicomotor
envolve nesse processo relacional o meio, no qual cultura, sociedade, práticas
e interações assumem extrema relevância no processo de desenvolvimento
humano. Portanto, a própria vida da criança determinará seu desenvolvimento,
exemplificando, sua somatória de oportunidades é quem desenvolverá suas
competências e, quanto maiores forem essas oportunidades, maiores serão seus
ensejos de tomarem para si a cultura na qual está inserida (BEZERRA, 2020).
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Fundamentos da Psicomotricidade
preensão plantar some por volta dos nove meses. No entanto, vejam que exemplo
interessante, o reflexo cutâneo-plantar, que se apresenta em extensão no primeiro
semestre de vida, já no segundo semestre poderá se apresentar em flexão,
indiferente ou em extensão, mas após a aquisição da marcha independente,
deverá ser sempre em flexão (FCM ,2020).
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Capítulo 2 DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR
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1.1.1 Recém-nascido
• Motor: dorme muito (equivalente a 18/20h/dia); levanta a cabeça;
apresenta reflexos primitivos, posição em flexão e hipertonia generalizada.
• Intelectual: realiza sucção e produz sons por prazer.
• Social/emocional: reconhece voz humana, tendo preferência pela voz materna,
apresenta visão com foco a 20-30 cm; emite sons como vocalizações.
1.1.2 1 a 3 meses
• Motor: dorme muito (equivalente a 18/20h/dia); levanta a cabeça e, ao
terceiro mês, é capaz de manter a cabeça erguida; afina e adapta reflexos
primitivos. No primeiro mês, posição em flexão e hipertonia generalizada;
está em desenvolvimento progressivo da visão e já é capaz de focar
objetos a 90 cm de distância.
• Intelectual: realiza sucção; continua produzindo sons por prazer; segue
com os olhos as pessoas em movimento e consegue olhar por alguns
segundos um brinquedo; leva objetos à boca.
• Social/emocional: o choro cessa com a chegada da mãe quando a escuta;
acima dos dois meses, sorri (sorriso social); apresenta imobilização
ao ouvir voz familiar; ao terceiro mês, reconhece os pais; balbucia de
maneira espontânea e por resposta.
1.1.3 3 a 6 meses
• Motor: consegue apoiar-se nos antebraços, levantar a cabeça em
decúbito ventral; tem controle completo da cabeça ao redor dos
quatro meses e assim consegue ampliar seu campo visual; consegue
permanecer sentada com apoio; segura voluntariamente objetos,
estendendo as mãos quando algo lhe é oferecido; segura objetos com
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Capítulo 2 DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR
a palma das mãos e os quatro dedos; por volta dos quatro meses, o
controle das mãos é mais fino, sendo capaz de segurar em um brinquedo.
• Intelectual: realiza sucção; produz sons por prazer; grita; faz sons como se
estivesse conversando; procura de onde vem os sons; consegue vocalizar
com espontaneidade, principalmente quando está em relação; segue com
os olhos; leva objetos à boca; a partir dos quatro meses, começa a imitar
alguns sons que ouve a sua volta; por volta do sexto mês, compreende
algumas palavras familiares como seu nome, "mamã", "papá"...
• Social/emocional: vira a cabeça reagindo ao chamado por seu nome;
retribui sorrisos; mantém contato físico como apalpar e se comunicar;
reconhece seus pais; emite vocalizações e balbucio prolongados com
maior riqueza nas emissões vocais; no quinto mês, faz distinções entre
as pessoas conhecidas e aquelas desconhecidas.
1.1.4 6 a 9 meses
• Motor: nesta fase há um grande desenvolvimento da motricidade, em que
músculos, equilíbrio e controle motor estão mais desenvolvidos, sendo
capaz de se sentar direito sem apoio e de fazer as primeiras tentativas
de se pôr de pé, agarrando-se a superfícies de apoio; consegue virar
sobre o abdome (do decúbito ventral no dorsal; no oitavo mês vira do
abdome as costas e das costas ao abdome; consegue permanecer em
pé com apoio; evolui para pegar objetos entre polegar e indicador; já
consegue permanecer sentada sem apoio por bastante tempo; começa a
engatinhar; no nono mês, consegue levanta-se sozinho apoiando-se em
grades e dar passos laterais na cama.
• Intelectual: consegue tocar seu reflexo no espelho sorrindo; realiza
transferências de objetos de uma mão para outra; diverte-se quando
lança objetos; tem atenção sobre si.
• Social/emocional: dá início à socialização; participa de brincadeiras
estabelecendo relação social, como palmas e esconder-se; gosta de
morder; já consegue reconhecer rostos familiares, tendo medo de
estranhos (sétimo mês); balbucia espontaneamente e por resposta.
1.1.5 9 a 12 meses
• Motor: fica em pé sozinha, porém com apoio; consegue caminhar segurando
em algum lugar com ambas as mãos; pega ou larga objetos quando lhe
solicitam; já consegue segurar objetos realizando movimento de pinça; no
décimo mês, consegue colocar um cubo em uma taça sem soltar.
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Fundamentos da Psicomotricidade
1.1.6 12 a 18 meses
• Motor: caminha e ajoelha sozinha, sendo que a partir do décimo sexto
mês, a criança já é capaz de caminhar e de se manter de pé com
segurança e movimentos melhor controlados; sobe escadas utilizando
as mãos; nesta fase, o equilíbrio é inicialmente bastante instável, visto os
músculos dos membros inferiores ainda não estarem bem fortalecidos;
apresenta melhora da motricidade fina pela sua prática em segurar
um objeto, manipulando-os e passando de uma mão para a outra e o
largando deliberadamente.
• Intelectual: com doze meses, começa a falar as primeiras palavras; é capaz
de empilhar objetos, a partir do décimo segundo, solta um cubo dentro
da taça; com dezoito meses, consegue fazer torre de três cubos; enche
recipientes e amassa; com dezoito meses, é capaz de nomear um desenho.
• Social/emocional: tem ciúme, apresenta rivalidade nas brincadeiras;
desenvolve o egocentrismo, coopera no vestir, colocando peças simples
de roupas; demonstra ansiedade de separação, manifestada quando o
separa da mãe, mesmo que brevemente; também demonstra ansiedade
na presença de estranhos, sendo uma etapa normal do desenvolvimento
emocional da criança, manifestando-se quando pessoas desconhecidas
o abordam diretamente.
1.1.7 18 a 24 meses
• Motor: já consegue correr; mas cai com frequência; consegue subir
escadas sem auxílio; pega ou solta objetos, quando lhe é solicitado; tem
movimento de pinça; liberar, as habilidades de apreender e alcançar
objetos encontram-se bem desenvolvidas; é capaz de realizar traços
com maior controle; ao redor do vigésimo mês, será capaz de transportar
objetos na mão enquanto caminha.
82
Capítulo 2 DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR
1.1.8 2 a 3 anos
• Motor: conforme aumenta seu equilíbrio e coordenação, a criança
consegue saltar ou saltar de um pé para o outro quando corre ou anda;
torna-se mais fácil a manipulação e utilização de objetos com as mãos,
como utilizar um lápis de cor para desenhar ou um talher para comer
sozinha; inicia gradualmente o controle dos esfíncteres, na ordem
de primeiro o intestino e após a bexiga; a criança é capaz de realizar
atividades de vida diária sozinha, como escovar os dentes, tomar banho,
comer, entre outras.
• Intelectual: há evolução rápida da linguagem e a sua imaginação não
possui limites. É nesta fase que a criança começa a acreditar em lendas,
personagens imaginários, entre outros; vão se desenvolvendo suas
competências linguísticas e a criança inicia suas expressões de outras
maneiras, que não apenas a exploração física. Junta competências
físicas e linguagem, auxiliando assim seu desenvolvimento cognitivo;
consegue produzir regularmente frases de três e quatro palavras. Após o
trigésimo segundo mês, é capaz de conversar com um adulto utilizando
frases curtas; ao redor do trigésimo segundo mês, começa a apreender
o conceito de sequências numéricas simples e de diferentes categorias.
Exemplificando, conta até dez e consegue formar grupos de objetos como
oito animais de plástico podem ser duas vacas, três porcos e três zebras.
• Social/emocional: a socialização já é possível nesta fase, visto que a
criança se torna mais curiosa; considera tudo ao seu redor fascinante,
além do fato de ser muito observadora; busca novas conquistas;
83
Fundamentos da Psicomotricidade
quando está próximo de completar três anos, está pronta para interagir
com outras crianças; a partir do trigésimo segundo mês, já deve reagir
melhor quando é separada da mãe e ficando no aguardo de outra
pessoa, embora algumas crianças consigam esse progresso com menor
ansiedade que outras; nesta fase, as birras são uma das maneiras mais
comuns da criança chamar a atenção, e, normalmente, estão atreladas
a mudanças ou a acontecimentos ou ainda podem estar relacionadas a
uma resposta aprendida.
1.1.9 3 a 5 anos
• Motor: já consegue correr com habilidade e ficar em postura unipodal
(sobre um pé ); sobe escadas alternando os pés; consegue desenvolver
atividades como andar de bicicleta, skate, saltar e pular, caminhar para
trás, na ponta dos pés; consegue desenhar pessoas, desenvolvendo
os traços conforme a idade; consegue copiar figuras geométricas; faz
laço nos sapatos; consegue cortar papel e figuras; é cada vez mais
independente ao nível da sua higiene; é já é capaz de controlar os
esfíncteres, principalmente durante o dia.
• Intelectual: desenvolve processos mentais como percepção, memória,
raciocínio pré-lógico; apresenta pensamentos mágicos como
superpoderes e amigos imaginários; aos 5 anos, consegue reconhecer
distinções entre alto/baixo, atrás/diante; repete sequências de três
algarismos; compreende a maior parte do que ouve e o seu discurso é
compreensível para os adultos; com quatro anos, inventa histórias; dos
quatro aos cinco anos, aparecem diagnósticos de déficit de atenção,
dificuldade de atenção e de concentração e hiperatividade, pois a energia
da criança é muito alta, levando a uma inquietação bem intensa.
• Social/emocional: desenvolve iniciativa; permanece o egocentrismo,
tendo dificuldade em cooperar e partilhar; tem noção do certo ou errado
conforme regras; desenvolve o moral; faz muitas perguntas; tem
interesse nas tarefas dos adultos; é capaz de se separar da mãe durante
curtos períodos de tempo; consegue se controlar de maneira mais eficaz
e é menos agressiva; entre três a quatro anos, com brincadeiras, a
criança inicia sua percepção sobre o masculino e o feminino, descobrindo
os órgãos genitais. É neste período que ocorre a manipulação dos órgãos
genitais, visto que a criança percebe o prazer que isso proporciona.
Dos quatro aos cinco anos, ocorre o chamado “Complexo de Édipo”, no
qual ocorrem sentimentos de desejo e rivalidade com relação aos pais.
A agitação se faz muito presente nessa fase, cabendo aos pais terem
paciência para repetir regras e limites impostos em casa (PORTAL
EDUCAÇÃO, 2020).
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Capítulo 2 DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR
1.1.10 5 a 6 anos
• Motor: estabelece-se a preferência manual, em que a criança é capaz
de se vestir e despir sem ou com pouca ajuda, assegurando assim sua
higiene com autonomia; apresenta rápido desenvolvimento muscular
com grande atividade motora e maior controle dos movimentos.
• Intelectual: já consegue ter fluência na fala, utiliza corretamente
pronomes, plural, tempos verbais; apresenta vasto interesse por
palavras e a linguagem; já tem conhecimento das cores, os números
etc.; seu vocabulário já está amplo, manifestando grande interesse
pela linguagem, falando incessantemente; apresenta capacidade
para memorizar histórias e as repetir; já apresenta capacidade para
agrupamento e ordenamento de objetos tendo em conta o tamanho
(do menor ao maior); dos cinco anos em diante, entende conceitos de
"antes" e "depois", "em cima" e "em baixo" etc., bem como conceitos de
tempo: "ontem", "hoje", "amanhã".
• Social/emocional: a criança demonstra entrosamento com a rotina familiar;
seus pensamentos já auxiliam o entendimento da procura por pensar
antes de falar qualquer coisa; quer adquirir algumas responsabilidades e
ter autonomia; tem seu universo atrelado à figura materna, buscando ser
aceita, ter carinho e acolhimento, situações imprescindíveis por parte
da mãe; a imagem da criança tem muita influência em sua educação
e formação, a qual deverá motivá-la em atividades esportivas de seu
interesse; está aprendendo a partilhar, a aceitar as regras e a respeitar
a vez do outro. Deve-se respeitá-la e apoiá-la para que se sinta segura,
fazendo adesão a modelos importantes, para que saiba enfrentar as
dificuldades futuras com maior tranquilidade.
1.1.11 6 a 12 anos
• Motor: escreve com maior destreza; realiza movimentos mais seguros e
complexos.
• Intelectual: sua imaginação está em pleno florescimento; apresenta
necessidade de expressão; apresenta escrita cursiva; após o sexto ano,
distingue o lado esquerdo do direito e a manhã da tarde e, nesta faixa
etária, aprende a ler e escrever; após o sétimo ano, aprende a enumerar
os dias da semana e dizer o número dos dedos das mãos; após os oito
anos, desenvolve operações lógicas; aos dez anos, consegue ler um
trecho fácil e repeti-lo da memória e repetir seis algarismos.
• Social: progride sua autonomia; repete no meio extrafamiliar as
experiências que vivenciou em casa; dá preferência por brincadeiras
grupais, nas quais pode exercer suas habilidades.
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Fundamentos da Psicomotricidade
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Capítulo 2 DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR
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Fundamentos da Psicomotricidade
4 OS ESTÁGIOS DE
DESENVOLVIMENTO INFANTIL
SEGUNDO PIAGET
Jean Piaget é um dos maiores vultos do conhecimento moderno, tendo
influenciado todos os campos da psicologia e da pedagogia. Apresenta
uma proposta construtivista, que busca compreender o desenvolvimento do
indivíduo. O trabalho de Piaget representa para a atualidade o que de mais
relevante se produziu no século XX no campo da Psicologia do desenvolvimento
infantil, embora, a rigor, Piaget não possa ser qualificado como psicólogo do
desenvolvimento (FONSECA, 2008; CAVICCHIA, 2010).
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Capítulo 2 DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR
Esse questionamento que Piaget formulou pela primeira vez aos 15 anos de
idade direcionou suas pesquisas em todo decorrer de sua vida: como o ser vivo
consegue adaptar-se ao meio ambiente? Partindo desse questionamento, une
a problematização da adaptação biológica à problematização do conhecimento,
concluindo suas duas ideias centrais, a saber (CAVICCHIA, 2010).
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Fundamentos da Psicomotricidade
Piaget (1973 apud FONSECA, 2008, p. 75) enfatiza em sua obra que:
90
Capítulo 2 DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR
conta as suas propriedades e relações objetivas e concretas. É por meio dela que
se obtém a noção estrutural dos atributos da informação em questão. Isso permite
que se desencadeie respostas adaptativas, logo motoras, a tais condições do
envolvimento. Como exemplo, quando a criança quer imitar os gestos da mãe,
tenta “acomodar-se” ou ajustar-se no seu aparelho mental aos detalhes do
comportamento do seu modelo de ação (FONSECA, 2008).
91
Fundamentos da Psicomotricidade
4.1 OS ESTÁDIOS NO
DESENVOLVIMENTO COGNITIVO
Pudemos compreender que, para Piaget, a construção de conhecimento
pode ser explicada pelo desenvolvimento. Essa teoria construtivista piagetiana
procura responder à seguinte questão: como se passa de um estado de menor
conhecimento para um estado de maior conhecimento? Sua autenticidade
consistiu em ter tomado a decisão de procurar respostas no comportamento
das crianças, do nascimento à adolescência, antes de procurá-las na história da
ciência. Suas ideias defendem que, para se conhecer um objeto ou uma situação,
há a necessidade da ação sobre ele, transformando-o e compreendendo o
processo dessa modificação. Sua perspectiva sequencial de desenvolvimento, de
estádios precedentes a estádios subsequentes, é a base para a construção de
escalas evolutivas. Elas apresentam como propósito a orientação para a avaliação
longitudinal e o ensino de aptidões cognitivas para crianças que apresentam
condições de dificuldade (FONSECA, 2008).
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Capítulo 2 DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR
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Capítulo 2 DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR
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Capítulo 2 DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR
5 AVALIAÇÃO PSICOMOTORA:
OBSERVAÇÃO, REFLEXÃO E
TOMADA DE DECISÃO
A avaliação abrange comparações daquilo que é observado. Trata-se de
uma sistemática de dados através da qual se determinam as transformações
comportamentais da criança e em que medida essas mutações acontecem.
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Fundamentos da Psicomotricidade
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Capítulo 2 DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR
mediada pela avaliação é primordial para o trabalho psicomotor, onde toda ação
educativa precisa da observação e esta implica a avaliação” (IMAI, 2007, p. 58).
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Fundamentos da Psicomotricidade
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Capítulo 2 DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR
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Fundamentos da Psicomotricidade
Como são os resultados obtidos pela BPM? O resultado da BPM é obtido após
serem cotados os quatro parâmetros e de todos os subfactores, sendo a cotação
média de cada fator arredondada e transferida para a página na qual se encontra
o perfil psicomotor. Todas as tarefas propostas pela BPM são pontuadas em perfis
psicomotores (Figura 8). A interpretação desses resultados e a obtenção de um
perfil permitirá ao observador encaminhar e definir as estratégias reabilitativas que
devem ser implementadas em seu programa de intervenção. Conforme Fonseca
(2010), a aplicação da BPM possibilitará a detecção qualitativa das relações e
das interações, tanto funcionais como desviantes, sendo que dela poderão ser
extraídos dados sistemáticos relevantes para a detecção qualitativa de distúrbios
psicomotores e de aprendizagem, objetivando contribuir para a compreensão dos
problemas de aprendizagem e de desenvolvimento na criança (ROCHETE, 2018).
De acordo com Fonseca (2010 apud ROCHETE, 2018), a BPM pode ser
aplicada como instrumento psicopedagógico por qualquer educador para detectar
crianças que não apresentam as competências psicomotoras condizentes com a
aprendizagem e o seu desenvolvimento. Por meio da aplicação da BPM, procurar-
se-á avaliar qualitativamente o déficit psicomotor que está caracterizando o
aprendizado da criança. Tenta-se adquirir uma compreensão próxima à maneira
como funciona seu cérebro e, concomitantemente, dos mecanismos que formam
a base dos processos mentais da psicomotricidade.
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Fundamentos da Psicomotricidade
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Capítulo 2 DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR
6 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Quando falamos em Desenvolvimento Psicomotor da criança, estamos
nos referindo a um processo contínuo e evolutivo, que envolvem aspectos
relacionados à motricidade, cognição, comunicação, emoção, da relação consigo,
com os outros e com o ambiente e do próprio processo de aprendizagem em que
a criança adquire novos conhecimentos, habilidades, princípios e mudanças de
comportamento que culminam em um salto no seu desenvolvimento. Para cada
idade corresponde um movimento característico significativo e a aquisição ou o
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Capítulo 2 DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR
107
Fundamentos da Psicomotricidade
REFERÊNCIAS
ANDRADE, A.; LUFT, C. di B. L.; ROLIM, M. K. S. B. Desenvolvimento motor, a
maturação das áreas corticais e a atenção na aprendizagem motora. Revista
Digital, Buenos Aires, ano 10, n. 78, nov. 2004. Disponível em: https://www.
efdeportes.com/efd78/motor.htm. Acesso em: 20 ago. 2020.
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Capítulo 2 DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR
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Fundamentos da Psicomotricidade
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C APÍTULO 3
DIAGNÓSTICO DOS DISTÚRBIOS E AS
ABORDAGENS TEÓRICO-PRÁTICAS DE
APLICAÇÃO DA PSICOMOTRICIDADE.
A partir da perspectiva do saber-fazer, neste capítulo você terá os seguintes
objetivos de aprendizagem:
Saber:
Classificar as Síndromes psicomotoras e respectivos distúrbios psicomotores
relacionados.
Apresentar metodologias de semiologia psicomotora para detecção de
diagnóstico e posterior intervenção específica.
Demonstrar as intervenções psicomotoras, bem como a observação e
acompanhamento supervisionado das práticas psicomotoras.
Fazer:
Identificar a aplicação de abordagens teórico-práticas subjacente ao processo
de Observação e Diagnóstico Psicomotor.
Agregar experiências sensoriais, motoras, afetivas e sociais no desenvolvimento
infantil, frente aos distúrbios psicomotores diagnosticados.
Fundamentos da Psicomotricidade
116
Capítulo 3 DIAGNÓSTICODOSDISTÚRBIOSEASABORDAGENSTEÓRICO-PRÁTICASDEAPLICAÇÃODAPSICOMOTRICIDADE.
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Sendo a psicomotricidade uma integração de funções psicomotoras, ela pode
sofrer transformações relativas à intensidade, ao número e à velocidade. Nestes
casos podemos afirmar que há a composição de quadros causados por vários fatores,
o que conceituamos como síndromes psicomotoras, o que necessitaria de uma
intervenção calcada em terapia. Fato é que, quando falamos em intervenção
psicomotora, não estamos nos referindo apenas a intervenções que atuem em
transtornos psicomotores. Essas intervenções vão além de solucionar e atuar em
alterações psicomotoras quando já instalados os quadros de déficit cognitivo e
motor. A educação e reeducação psicomotora são exemplos dessas intervenções,
em que procura-se o desenvolvimento psicomotor por meio de atividades lúdicas,
e o brincar e jogar fazem parte da evolução desse desenvolvimento, trazendo à
criança sua bagagem motora, para que perpetue na fase adulta. Devemos,
portanto, enaltecer a importância da psicomotricidade na educação infantil, bem
como sua contribuição para o desenvolvimento global da criança, proporcionando a
ela a consciência de si própria e de seu meio de inserção. As teorias psicomotoras
muito contribuem para o desenvolvimento da psicomotricidade como ciência. Seus
vários teóricos contribuíram para que, na atualidade, suas ideias sejam colocadas
em prática, em quaisquer níveis de intervenção psicomotora. Seu legado afirma que
o vínculo movimento, pensamento e afetividade devem caminhar juntos, para que o
desenvolvimento infantil caminhe para a integralidade.
2 SÍNDROMES PSICOMOTORAS:
DISTÚRBIOS PSICOMOTORES
Estudar as síndromes psicomotoras, dentro da psicomotricidade, é realizar
uma análise entre as relações do sistema nervoso e a atividade psicomotora,
compreendendo assim uma rica contribuição para a compreensão de todo o
período de desenvolvimento de um organismo, visto o modelo patológico constituir-
se como um modelo extremamente válido para o estudo da evolução psicomotora.
Isso é importante não apenas por propor comparações associadas e criteriosas
entre crianças normais e com alterações de desenvolvimento e de aprendizagem,
mas também por propor comparações de atribuições e arranjos de interação que
surgem nas mesmas idades ou em idades sucessivas, apresentando distintos
estágios e classes neurodisfuncionais (FONSECA, 2008).
117
Fundamentos da Psicomotricidade
(OLIVEIRA; BAGAGI, 2009). Pôde então evidenciar uma íntima relação entre
o desenvolvimento motor, intelectual e afetivo. Este paralelismo psicomotor
definiu uma proposta para a superação ao dualismo cartesiano – corpo e mente
(OLIVEIRA; BAGAGI, 2009). Jean de Ajuriaguerra, por volta de 1959, defendia a
ideia de que o distúrbio psicomotor não apresentava necessariamente uma causa
orgânica, embora não excluísse essa probabilidade. Mantinha, portanto, a tese
relacional e/ou ambiental. Focava, portanto, na vivência corporal como causadora
de problemáticas (FERNANDES; GUTIERREZ FILHO, 2012).
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Capítulo 3 DIAGNÓSTICODOSDISTÚRBIOSEASABORDAGENSTEÓRICO-PRÁTICASDEAPLICAÇÃODAPSICOMOTRICIDADE.
A relação dos transtornos motores e mentais foi, para Dupré (1915), de simples
coexistência e não de subordinação, pois ambas denotam uma insuficiência do
desenvolvimento cortical, cuja causa poderá ser, eventualmente, uma disfunção
cerebral mínima, uma encefalopatia infantil ou fetal ou mesmo uma regressão
atávica, utilizando as suas palavras (FONSECA, 2008). Dupré (1915) ponderou a
patologia psicomotora, não somente vinculando-a à epilepsia, mas a Síndromes
tais quais a Síndrome Parkinsoniana, síndromes frontais e pós encefalopatias. Os
distúrbios tais quais a paratonia, catatonia, incontinência postural, adiadococinesias,
sincinesias patológicas (contralaterais e de imitação), assinergias, ataxias, apraxias
etc. incorporaram para sempre o vocabulário clínico e são extraordinariamente
aperfeiçoadas em toda a obra de Wallon (FONSECA, 2008).
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Fundamentos da Psicomotricidade
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Capítulo 3 DIAGNÓSTICODOSDISTÚRBIOSEASABORDAGENSTEÓRICO-PRÁTICASDEAPLICAÇÃODAPSICOMOTRICIDADE.
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Neste tópico você aprendeu que o estudo das síndromes psicomotoras, dentro da
psicomotricidade, possibilita a realização de uma avaliação entre as relações do sistema
nervoso e a atividade psicomotora, compreendendo assim uma rica contribuição para a
compreensão de todo o período de desenvolvimento de um organismo, visto o modelo
patológico constituir-se como um modelo extremamente válido para o estudo da
evolução psicomotora. Este estudo possibilita comparar o desenvolvimento de crianças
normais com as alterações e distúrbios oriundos dessas síndromes e as prováveis
complicações no desenvolvimento psicomotor nas esferas motora, cognitiva e afetiva.
3 SEMIOLOGIA PSICOMOTORA
PARA UM DIAGNÓSTICO E UMA
INTERVENÇÃO ESPECÍFICA
Vamos iniciar este tópico traduzindo a palavra semiologia, podendo defini-la
como o estudo dos sinais das doenças.
É fato então que a semiologia psicomotora não pode ser vista apenas com a
abordagem da causa, mas contextualizada em uma abordagem tônico-emocional,
em que o corpo fala, não separando a objetividade da subjetividade, em que se
deve tanto ver como observar (FERNANDES; GUTIERRES FILHO, 2012).
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Este exame deve ser composto por provas de maior exatidão, que
requeiram, caso possível, tanto o paciente colaborando como momentos em
que possa ocorrer observação espontânea. Com certeza será mais preciso se
houver a oportunidade das duas situações no decorrer do exame, possibilitando
uma análise mais criteriosa da atividade do paciente nos graus de consciência e
inconsciência.
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Fundamentos da Psicomotricidade
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Fundamentos da Psicomotricidade
Portanto, fica a cargo do educador interagir seus alunos com o meio físico-cultural,
criando desafios para que este seja explorado, identificado, estudado e transformado.
É a hora de provocar seus sentidos, de movimentá-lo, de motivar sua curiosidade
e estimular sua criatividade. Essa empreitada na Educação Psicomotora alterna
gradativamente a construção do indivíduo no aspecto afetivo na relação com outros
indivíduos com a elaboração da realidade pelo indivíduo epistêmico na sua relação com
a realidade, interpretada pelo universo físico, simbólico, conceitual (CARVALHO, 2003).
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Capítulo 3 DIAGNÓSTICODOSDISTÚRBIOSEASABORDAGENSTEÓRICO-PRÁTICASDEAPLICAÇÃODAPSICOMOTRICIDADE.
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Fundamentos da Psicomotricidade
exigências e inclinações que podem estar dirigidas mais para si (centrípetas) e/ou
mais para o mundo (centrífugas). Falamos mesmo em uma escolha da motricidade
relacional sobre a motricidade de realização, evidenciando que no desenvolvimento
da Educação Psicomotora esta necessita contemplar o princípio da alternância
funcional do desenvolvimento, conforme estabelecido por H. Wallon. Dessa
maneira, a teoria walloniana apresenta grandes contribuições para a compreensão
das relações entre educando e educador, situando a escola como um meio
essencial para o desenvolvimento dos indivíduos. “A noção de domínios funcionais
entre os quais vai se distribuir o estudo das etapas que a criança percorre serão,
portanto, os da afetividade, do ato motor, do conhecimento e da pessoa" (WALLON,
1995, p. 117). Estas são construções teóricas que auxiliam no entendimento dos
processos de desenvolvimento, sendo colocados como indicadores na condução
dos processos ensino-aprendizagem (FERREIRA; ACIOLY-REGNIER, 2010).
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Capítulo 3 DIAGNÓSTICODOSDISTÚRBIOSEASABORDAGENSTEÓRICO-PRÁTICASDEAPLICAÇÃODAPSICOMOTRICIDADE.
Neste tópico você aprendeu que cada autor apresenta suas características
peculiares a respeito do espaço destinado à prática de educação psicomotora
no âmbito pedagógico. Para alguns, a aplicação de sua teoria pode acontecer no
ambiente escolar, para outros em quadra poliesportiva ou em qualquer lugar que
possibilite tal prática. Para outros mais exigentes, o meio deve ser mais específico,
com harmonia e aconchego. Mas sem dúvida a contribuição de cada qual faz
atualmente da psicomotricidade uma ciência inter/transdisciplinar, somando saberes.
5 INTERVENÇÕES PSICOMOTORAS
Podemos distinguir dois tipos de intervenção psicomotora: a terapêutica
e a educativa. Vamos aqui conceituar cada qual. Na intervenção terapêutica,
contextualizamos a terapia e a clínica psicomotora. Já na intervenção educativa
lidamos com um caráter puramente preventivo, o qual objetiva facilitar o
desenvolvimento do indivíduo, que, de maneira geral, é dirigido às crianças em
circunstâncias escolares. Procura intervir com a criança e o grupo em movimento;
por meio da prática espontânea ou organizada, beneficiando a integração de si
em relação ao outro e ao meio. A intervenção psicomotora não está restrita ao
público infantil, tendo sua ação no decorrer da vida e com pessoas entre todas as
faixas etárias (CARVALHO, 2003).
• Educação psicomotora
• Reeducação psicomotora
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6 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Nesta abordagem, pudemos concluir que o estudo das síndromes
psicomotoras, dentro da psicomotricidade, significa realizar uma análise entre as
relações do sistema nervoso e a atividade psicomotora, compreendendo assim
uma rica contribuição para a compreensão de todo o período de desenvolvimento
de um organismo, visto o modelo patológico constituir-se como um modelo
extremamente válido para o estudo da evolução. Teóricos da psicomotricidade, por
meio de seus estudos teórico-práticos, contribuem com a semiologia psicomotora,
quando deflagram estágios do desenvolvimento psicomotor e suas respectivas
disfunções. Portanto, os distúrbios apresentados pelas síndromes psicomotoras
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REFERÊNCIAS
ABD. O que é dislexia. 2016. Disponível em: http://www.dislexia.org.br/o-que-e-
dislexia/. Acesso em: 21 set. 2020.
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NOVA ESCOLA. Henry Wallon: o educador integral. 2020. Disponível em: https://
novaescola.org.br/conteudo/7229/henri-wallon. Acesso em: 14 set. 2020.
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