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De família judaica, nasceu e viveu na Rússia

Estudou em casa até os 15 anos.

Estudou alemão, latim, hebraico, francês e inglês

Vygotsky (1896-1934) Estou Direito, Literatura, História, Filosofia, Medicina


Fundou um laboratório de psicologia no Instituto de
Treinamento de Professores

Crianças com problemas congênitos: cegueira, retardo


mental, afasia... (reabilitação e compreensão dos processos
humanos)

Aos 28 anos, em 1924, profere uma palestra que alavanca


sua carreira.

Vygotsky (1896-1934) Apesar das constantes internações, produziu de maneira


excepcional.
Partidário da Revolução Russa, acreditava numa sociedade mais justa

Sua obra enfrentou décadas de silêncio imposto por Stalin, de 1924-1953

Só em meados da década de 1960, seus livros chegaram ao Ocidente

Vygotsky (1896-1934) Foi contemporâneo de Piaget.


Vygotsky Piaget
(1896-1934) (1896-1980)

Jean Piaget lamentou que os dois não tivessem se conhecido

Leu e comentou elogios e críticas que Vygotsky lhe fizera em 1932


Dedicava-se à PEDOLOGIA (ciência da criança que integra os aspectos biológicos,
psicológicos e antropológicos)

Primeiro psicólogo a tratar da importância da cultura na natureza humana.

Buscas de soluções na Educação (pós-guerra)

Sua obra enfrentou décadas de silêncio imposto por Stalin, de 1924-1953


EMPIRISTAS X INATISTAS
 Pressupostos:

Visão interacionista (contra pressupostos inatistas e ambientais)

Estuda gênese dos processos psicológicos humanos em seu contexto histórico e cultural.

Dedicou-se ao estudo das funções psicológicas superiores


 Inteligência ou cognição:

Resulta da ação do sujeito em seu meio social

Configura-se por funções psicológicas superiores


Funções psicológicas

Características dos seres humanos


superiores:

Dotadas de controle e intencionalidade

Formadas através da interação social


FUNÇÕES PSICOLÓGICAS SUPERIORES

 Funcionamento psicológico tipicamente humano, tais como a


capacidade de planejamento, memória voluntária, imaginação.

 Esses processos são considerados sofisticados porque referem-se a


mecanismos intencionais, ações conscientemente controladas.

 Esses processos não são inatos.

 Eles se desenvolvem ao longo do processo de internalização de formas


culturais de comportamento. Diferem-se dos processos puramente
biológicos (presentes na criança pequena e nos animais), tais como
reações automáticas.

 Doenças e traumatismos desfazem aquilo que a evolução e a


experiencia cultural ajudaram a construir.
ALGUMAS TESES

 Relação indivíduo / sociedade: As características tipicamente humanas


NÃO estão presentes desde o nascimento. Elas resultam da interação do
homem com o seu meio sócio-cultural.

 Origem cultural das funções psíquicas: As funções psicológicas


especificamente humanas se originam das relações do indivíduo com
seu contexto social e cultural.

 Plasticidade do cérebro: o cérebro é entendido como sistema aberto, de


grande plasticidade.

 Mediação: A relação do homem com o mundo não é uma relação direta,


mas MEDIADA por meios que auxiliam na atividade humana, como a
linguagem por exemplo.
DIFERENÇAS ENTRE O PSIQUISMO DOS
ANIMAIS E DO HOMEM
 Diferentemente do comportamento humano, todo comportamento do
animal conserva sua ligação com os motivos biológicos.

- O modo de viver do animal é determinado por suas características inatas


(exemplos: chimpanzés. Eles não conseguem organizar ação coletiva)

- O homem é capaz de jejuar, de fazer sacrifícios através do controle


INTENCIONAL. Além de não se sujeitar, ele reprime e até contraria suas
necessidades puramente biológicas.
DIFERENÇAS ENTRE O PSIQUISMO DOS
ANIMAIS E DO HOMEM
 Diferentemente do comportamento animal, o comportamento humano
não é forçosamente determinado por estímulos imediatamente
perceptíveis ou pela experiência passada.

- Ex: Carne de churrasco perto do cachorro.


- Ex: mesmo doente, o homem poderá deixar de tomar o remédio com
prazo de validade vencido.
- O homem leva guarda-chuva num dia de sol.
DIFERENÇAS ENTRE O PSIQUISMO DOS
ANIMAIS E DO HOMEM
 As diferenças das fontes de comportamento do homem e do animal.

- O desenvolvimento do animal é determinado pelas leis da evolução


biológica e do ser humano está submetido às leis do desenvolvimento
sócio-histórico.

- Cada homem aprende a ser homem. O que a natureza lhe dá quando


nasce não é suficiente para viver em sociedade.
 Aprendizagem:

“Para a teoria histórico-cultural, a criança nasce com uma única potencialidade, a


potencialidade para aprender potencialidades; com uma única aptidão, a aptidão para
aprender aptidões; com uma única capacidade, a capacidade ilimitada de aprender e,
nesse processo, desenvolver sua inteligência – que se constitui mediante a linguagem
oral, a atenção, a memória, o pensamento, o controle da própria conduta, a linguagem
escrita, o desenho e o cálculo – e sua personalidade – a autoestima, os valores morais e
éticos, a afetividade. Em outras palavras, o ser humano não nasce humano, mas
aprende a ser humano com as outras pessoas – com as gerações adultas e com as
crianças mais velhas-, com as situações que vive, no momento histórico em que vive e
com a cultura a que tem acesso. O ser humano é, pois, um ser histórico-cultural”
(MELLO, 2004, p. 136).

MELLO, S. A. A escola de Vygotsky. In: CARRARA, K. Introdução à Psicologia da Educação: seis abordagens.
São Paulo: Avercamp Editora, 2004. p. 135- 155.
 O caso das meninas-lobo:

“Amala e Kamala , também conhecidas como as meninas lobo, foram duas crianças
selvagens encontradas na Índia no ano de 1920. A primeira delas tinha um ano e meio e
faleceu um ano mais tarde. Kamala, no entanto, já tinha oito anos de idade, e viveu
até 1929. Elas eram como lobos, crianças muito estranhas mas com uma história
interessantíssima. Suas idades presumíveis eram de 2 e 8 anos. Deram-lhes os nomes de
Amala e Kamala, respectivamente”.

Disponível em: <http://pedagogiaes.blogspot.com/2012/12/caso-das-meninas-lobo-amala-e-kamala.html>


 O caso das meninas-lobo:

“Após encontrá-las, o Reverendo Singh levou-as para o orfanato que mantinha na cidade
de Midnapore. Foi lá que ele iniciou o penoso processo de socialização das duas meninas-
lobo. Elas não falavam, não sorriam, andavam de quatro, uivavam para a lua e sua visão
era melhor à noite do que de dia.

Amala, a mais jovem, morreu com um ano e meio de idade devido à adaptação dolorosa
do abrigo [...].

Kamala viveu durante oito anos na instituição que a acolheu, humanizando-se


lentamente. Ela necessitou de seis anos para aprender a andar e pouco antes de morrer só
tinha um vocabulário de 50 palavras. Atitudes afetivas foram aparecendo aos poucos. Ela
chorou pela primeira vez por ocasião da morte de Amala e se apegou lentamente às
pessoas que cuidaram dela e às outras crianças com as quais viveu”.

Disponível em: <http://pedagogiaes.blogspot.com/2012/12/caso-das-meninas-lobo-amala-e-kamala.html>


 Aprendizagem e desenvolvimento:

“[...] o ‘bom aprendizado’ é


Aprendizagem Desenvolvimento somente aquele que se
adianta ao desenvolvimento”
(VYGOTSKY, 2000, p. 117).

Aprendizagem
Desperta processos internos que não ocorreriam na
ausência do meio cultural

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
Atividade
Mediada

Signo Instrumento
 Instrumentos:

Regula as ações sobre os OBJETOS. Eles provocam mudanças EXTERNAS (flecha, tesoura).

 Signos:

Tem a função de auxiliar o homem nas suas atividades psíquicas (lembrar, sorteio, barbante no dedo, escrever na
agenda.)
Regula as ações sobre o PSIQUISMO das pessoas.
Instrumento Signo

Orientação externa do Orientação interna do


comportamento comportamento

Não muda o objeto da operação


Muda os objetos externos
psicológica

Controle da natureza Controle do próprio indivíduo


LINGUAGEM

 A linguagem permite lidar com objetos do mundo exterior mesmo


quando eles estão ausentes. (Ex: o vaso caiu)

 A linguagem está associada à comunicação entre os homens que


garante, como consequência, a preservação, transmissão e assimilação
de informações e experiências acumuladas ao longo da história.

 A linguagem dos animais não designa coisas. Apenas expressam seus


estados e contagiam seus semelhantes.
Nível de desenvolvimento Real: São as
Nível de desenvolvimento real conquistas já consolidadas da criança. Já
(ZDP) consegue fazer sozinha.
Nível de desenvolvimento potencial
Nível de desenvolvimento Potencial: Se
refere aquilo que a criança é capaz de fazer,
só que mediante a ajuda de outro mais
experiente.

Zona de desenvolvimento proximal. Ela é a


distância entre o nível de desenvolvimento
real.
 Papel do professor:

Compreender o contexto do sujeito de aprendizagem

Atuar na Zona de Desenvolvimento Proximal

Oferecer oportunidades variadas de contato com a cultura

Criar necessidades ou motivos humanizadores

Promover a aprendizagem com sentido


 Conceitos espontâneos ou cotidianos
 Conceitos científicos.

 Vygotsky ressalta que se o meio não desafiar o intelecto do


adolescente, esse processo poderá se atrasar ou mesmo não se
completar. Isto é, o pensamento conceitual é uma conquista que
depende não só do esforço individual mas principalmente dos
estímulos do contexto.

REGO, T. C. Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da Educação. Petrópolis: Vozes, 2002.


 Papel do aluno:

Papel ativo

Reconstrução dos significados transmitidos pelo grupo cultural

“Nem seria possível supor, a partir de Vygotsky, um papel


de receptor passivo para o educando: Vygotsky trabalha
explícita e constantemente com a idéia de reconstrução, de
reelaboração, por parte do indivíduo, dos significados que
lhe são transmitidos pelo grupo cultural” (OLIVEIRA,
2006, p. 63).
 Papel da Educação:

“Escolher bem aquilo que será proposto às crianças é essencial. Para isso, conhecer
a prática social – a vida – em que as crianças se inserem, os temas que atraem
inicialmente sua atenção, os interesses e necessidades já criados nas crianças muito
ajudará o trabalho do educador. Por isso, na escola, além de oportunidades
diversificadas de contato com a cultura acumulada histórica e socialmente, as
crianças precisam dar a conhecer sua identidade, isto é, o que acontece quando a
escola está aberta à vida que acontece antes, durante e depois do horário escolar”
(MELLO, 2004, p. 152).
 Papel da Educação:

“Assim como o adulto, uma criança também pode


funcionar como mediadora entre uma outra criança e
às ações e significados estabelecidos como relevantes
no interior da cultura” (OLIVEIRA, 2006, p. 64).

“A escola [...] possibilita que o indivíduo tenha


acesso ao conhecimento científico construído e
Relações

Professor-aluno acumulado pela humanidade” (REGO, 2002, p. 79).


Aluno-aluno

Tipos de conceitos

• Espontâneos: construídos na experiência pessoal, concreta e cotidiana.


• Científicos: adquiridos por meio do ensino sistemático, escolar. Mais abstratos e abrangentes.
 Brinquedo e desenvolvimento:

“São justamente as regras da brincadeira


Brinquedo

Faz-de-conta que fazem com que a criança se comporte


de forma mais avançada do que aquela
Atua na ZDP habitual para sua idade [...] O que na vida
real é natural e passa despercebido, na
brincadeira torna-se regra e contribui para
que a criança entenda o universo
particular dos diversos papéis que
desempenha” (OLIVEIRA, 2006, p. 67).

OLIVEIRA, M. K. de. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento – um processo sócio-histórico. São Paulo: Scipione, 2006.
 Papel da Educação:

“Se o aprendizado impulsiona o desenvolvimento, então


a escola tem um papel essencial na construção do ser
psicológico adulto dos indivíduos que vivem em
sociedades escolarizadas” (OLIVEIRA, 2006, p. 61).

Estimular o desenvolvimento da identidade, inteligência e reflexão crítica

Formar conceitos, de um modo geral, e científicos, em particular

Garantir a criação de aptidões inicialmente externas aos indivíduos nos objetos materiais e intelectuais da cultura

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