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Eduardo Vinícius da Silva Ribeiro

Tarefa 7 Eduardo VSR


COACHING

USP-EEL
2020
Coaching: treinamento e desenvolvimento de pessoas
Atualmente, o mundo corporativo busca cada vez mais pessoas com habilidades
que vão além do conhecimento técnico como meio de crescimento e desenvolvimento das
empresas. Características como o espírito empreendedor, agilidade e disposição para en-
frentar riscos são muito bem vistas e constituem fatores determinantes no desenvolvimento
profissional de um indivíduo. Embora essas habilidades sejam inatas a algumas pessoas, é
possível desenvolvê-las através de treinamentos; de fato, uma das principais funções da
área de Gestão de Pessoas consiste em aplicar treinamentos como meio de desenvolver
os funcionários de uma empresa tanto no viés profissional quanto no pessoal. O treina-
mento tem como objetivo levar aprendizado aos funcionários, incentivando a obtenção
ou melhoria de habilidades a fim de aumentar a produtividade, eficiência e qualidade da
empresa enquanto, por sua vez, o desenvolvimento está relacionado ao aprimoramento
de competências de forma mais ampla e não necessariamente relacionadas ao ambiente
profissional, sendo parte da responsabilidade social da empresa (SBCoaching, 2018).
Existem diversos métodos de aprimoramento pessoal e profissional aplicados dentro
do ambiente corporativo. Um que tem se tornado cada vez mais popular nos últimos tempos
é o coaching. A palavra coaching vem do inglês coach, cujo significado pode ser a palavra
“treinador” ou o verbo “treinar”; dentro do contexto de desenvolvimento e treinamento,
o coaching consiste em um tipo de acessoria pessoal e profissional que visa melhorar o
desempenho de um indivíduo, grupo ou empresa, utilizando diversas metodologias de
várias áreas como psicologia, neurociência, administração, entre outras (SBCoaching, 2020;
IBC, 2020). O termo coaching foi pela primeira vez utilizado dentro de um programa
educacional na década de 1960, servindo para caracterizar habilidades de coordenação de
conflitos pessoais e profissionais dentro de ambientes executivos; a partir da década de
1980 o termo começou a ser mais utilizado no contexto corporativo, designando programas
de liderança voltados ao desenvolvimento profissional e pessoal (SBCoaching, 2014). Nos
últimos anos, o mercado de coaching tem crescido no Brasil, com o número de profissionais
tendo passado de 8 mil, em 2014, para 35 mil em 2018; no mundo, segundo a Federação
Internacional de Coach (International Coach Federation), são cerca de 73 mil coaches que
movimentam por volta de US$ 2,3 bilhões (Jornal Opção, 2018).
Existem dois sujeitos na prática do coaching: o coach, que é o profissional capacitado
a aplicar a metodologia com o intuito de desenvolver pessoas e/ou organizações, e o coachee,
que é o sujeito em que é aplicado o processo de coaching. É importante notar a diferença
do coaching com relação à uma metoria: no coaching, o indivíduo é ajudado pelo coach a
adquirir o comportamento e as habilidades necessárias para realizar uma determinarda
tarefa, sendo um processo de natureza mais pragmática e possuindo objetivos bem definidos;
na mentoria, o foco é mais voltado ao indivíduo sendo mentorado, com o trabalho do mentor
sendo direcionado ao comportamento geral do que a habilidades específicas requeridas por
uma determinada tarefa (Forbes, 2011).
De modo geral, existem dois nichos principais no coaching, que são o coaching pes-
soal, voltado às necessidades pessoais, e o profissional, voltado às necessidades profissionais.
Nesses dois nichos, existem diversos tipos específicos: dentro do contexto pessoal, há o
coaching familiar, de relacionamentos, espiritual, financeiro, de inteligência emocional etc.;
já no contexto profissional, há o coaching corporativo, de carreira, de equipes, de vendas,
de liderança, dentre outros (IBC, 2020). Uma sessão de coaching é, basicamente, composta
pelo acompanhamento das ações propostas na sessão anterior pela proposta relativa ao
que será trabalhado na sessão; as etapas de uma seção são (SBCoaching, 2020):

• Acompanhamento, que é o momento em que o coach confere e discute a realização


das tarefas propostas na seção anterior, analisando o que e como foi feito, além dos
desafios e resultados obtidos;

• Proposta da sessão, em que o tema de sessão é proposto de acordo com a análise


da execução das tarefas relacionadas aos objetivos do coachee;

• Desenvolvimento da sessão, em que o coach seleciona e aplica as técnicas e


ferramentas mais adequadas ao tema proposto;

• Análise de aprendizados, em que o coach discute com o coachee o que foi aprendido
a fim de tornar este último consciente de seu próprio aprendizado e de como aplicar
os novos conhecimentos;

• Definição de tarefas, em que são definidas quais são as tarefas e atividades que
deverão ser realizadas para a próxima seção.

Por fim, é importante fazer menção ao fato de que a profissão de coach não possui
regulamentação no Brasil, o que impede uma uniformização e verificação da formação e
capacitação dos profissionais, bem como, algum tipo de fiscalização sobre as atividades.
O que existem são órgãos privados que definem os padrões de formação e conduta dos
profissionais, como o Instituto Brasileiro de Coaching, a Sociedade Latino-Americana
de Coaching e o International Coach Federation. Há, desde 2019, no Senado brasileiro,
a discussão sobre a regulamentação ou não da prática do coaching. Essa discussão teve
início com a sugestão legislativa SUG 26/2019, que propõe a a criminalização da prática;
em contrapartida, há o projeto de lei PL 3.550/2019, que regulamenta a profissão de
coach e dispõe sobre a prática e a metodologia do coaching (Agência Senado, 2019). Uma
regulamentação da profissão é, de fato necessária, principalmente levando em consideração
a associação da prática a termos pseudo-científicos.
Referências

1. Agência Senado. Debatedores defendem regulamentação profissional do ‘coaching’.


[S. l.], 4 set. 2019. Disponível em: <https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/
2019/09/04/debatedores-defendem-regulamentacao-profissional-do-2018coaching2019>.
Acesso em: 18 nov. 2020.

2. Forbes. The Difference Between Coaching And Mentoring. [S. l.], 20 dez. 2011. Dispo-
nível em: <https://www.forbes.com/sites/infosys/2011/12/20/business-leadership-for-smarter-or
?sh=4df9417c4d9e>. Acesso em: 18 nov. 2020.

3. IBC, Instituto Brasileiro de Coaching. O que é coaching?. [S. l.], 2020. Disponível em:
<https://www.ibccoaching.com.br/portal/coaching/o-que-e-coaching/>. Acesso em:
18 nov. 2020.

4. Jornal Opção. Coaching: como escolher um bom profissional no mercado que mais
cresce no país. [S. l.], 7 set. 2018. Disponível em: <https://www.jornalopcao.com.br/
ultimas-noticias/coaching-como-escolher-um-bom-profissional-no-mercado-que-mais-cresce-no-p
>. Acesso em: 18 nov. 2020.

5. SBCoaching. História do coaching. [S. l.], 28 ago. 2014. Disponível em: <https:
//www.sbcoaching.com.br/blog/historia-coaching/>. Acesso em: 18 nov. 2020.

6. SBCoaching. Treinamento e Desenvolvimento: O Guia Completo de 2018. [S. l.], 19 set.


2018. Disponível em: <https://www.sbcoaching.com.br/blog/guia-treinamento-e-desenvolviment
>. Acesso em: 18 nov. 2020.

7. SBCoaching. O que é Coaching: Guia Completo. [S. l.], 2020. Disponível em: <https:
//www.sbcoaching.com.br/o-que-e-coaching>. Acesso em: 18 nov. 2020.

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