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RACIOCÍNIO LÓGICO PARA INSS

PROFESSOR: GUILHERME NEVES

Aula 2 – Parte 2
Lógica de Argumentação ................................................................................................................................... 2

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RACIOCÍNIO LÓGICO PARA INSS
PROFESSOR: GUILHERME NEVES

Lógica de Argumentação

Vamos começar com a resolução de uma questão para explicar a teoria.

Considere as seguintes afirmações:


I. Se ocorrer uma crise econômica, então o dólar não subirá.
II. Ou o dólar subirá, ou os salários serão reajustados, mas não ambos.
III. Os salários serão reajustados se, e somente se, não ocorrer uma crise econômica.
Sabendo que as três afirmações são verdadeiras, é correto concluir que,
necessariamente,
(A) o dólar não subirá, os salários não serão reajustados e não ocorrerá uma crise
econômica.
(B) o dólar subirá, os salários não serão reajustados e ocorrerá uma crise econômica.
(C) o dólar não subirá, os salários serão reajustados e ocorrerá uma crise econômica.
(D) o dólar subirá, os salários serão reajustados e não ocorrerá uma crise econômica.
(E) o dólar não subirá, os salários serão reajustados e não ocorrerá uma crise econômica.

Resolução

Vamos “dar nomes” às proposições simples envolvidas:

𝑝: 𝑜𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑟 𝑢𝑚𝑎 𝑐𝑟𝑖𝑠𝑒 𝑒𝑐𝑜𝑛ô𝑚𝑖𝑐𝑎


𝑞: 𝑜 𝑑ó𝑙𝑎𝑟 𝑠𝑢𝑏𝑖𝑟á
𝑟: 𝑜𝑠 𝑠𝑎𝑙á𝑟𝑖𝑜𝑠 𝑠𝑒𝑟ã𝑜 𝑟𝑒𝑎𝑗𝑢𝑠𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠

I. Se ocorrer uma crise econômica, então o dólar não subirá.


II. Ou o dólar subirá, ou os salários serão reajustados, mas não ambos.
III. Os salários serão reajustados se, e somente se, não ocorrer uma crise econômica.

Em símbolos, temos:

I. 𝑝 → ~𝑞
II. 𝑞 ∨ 𝑟
III. 𝑟 ↔ ~𝑝

De acordo com o enunciado, as três proposições compostas são verdadeiras. Vamos


construir a tabela verdade correspondente e verificar quando é que isso ocorre. Como são
três proposições simples envolvidas, então a tabela terá 2! = 8 linhas. Lembre-se que o
número de linhas de uma tabela verdade com 𝑛 proposições simples é igual a 2! .

Devemos lembrar as regras dos conectivos. A proposição composta pelo “se..., então...” é
falsa quando o antecedente é verdadeiro e o consequente é falso.

A proposição composta pelo conectivo da disjunção exclusiva “ou...ou” é verdadeira


quando apenas um dos componentes é verdadeiro.

A proposição composta pelo bicondicional “se e somente se” é verdadeiro quando os


componentes têm o mesmo valor lógico (ou ambos são verdadeiros ou ambos são falsos).

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A tabela começa assim:

𝑝 𝑞 𝑟 ~𝑝 ~𝑞 𝑝 → ~𝑞 𝑞 ∨ 𝑟 𝑟 ↔ ~𝑝
V V V
V V F
V F V
V F F
F V V
F V F
F F V
F F F

A proposição ~𝑝 é a negação da proposição 𝑝, portanto seus valores lógicos são opostos


aos valores de 𝑝.

A proposição ~𝑞 é a negação da proposição 𝑞, portanto seus valores lógicos são opostos


aos valores de 𝑞.

𝑝 𝑞 𝑟 ~𝑝 ~𝑞 𝑝 → ~𝑞 𝑞 ∨ 𝑟 𝑟 ↔ ~𝑝
V V V F F
V V F F F
V F V F V
V F F F V
F V V V F
F V F V F
F F V V V
F F F V V

A proposição 𝑝 → ~𝑞 só é falsa quando 𝑝 é verdadeiro e ~𝑞 é falso (linhas 1 e 2).

𝑝 𝑞 𝑟 ~𝑝 ~𝑞 𝑝 → ~𝑞 𝑞 ∨ 𝑟 𝑟 ↔ ~𝑝
V V V F F F
V V F F F F
V F V F V V
V F F F V V
F V V V F V
F V F V F V
F F V V V V
F F F V V V

A proposição 𝑞 ∨ 𝑟 é verdadeira quando apenas um dos componentes for verdadeiro. Ou


seja, 𝑞 ∨ 𝑟 é verdadeira quando 𝑞 é verdadeira e 𝑟 é falso ou quando 𝑞 é falso e 𝑟 é
verdadeiro (linhas 2, 3, 6 e 7).

𝑝 𝑞 𝑟 ~𝑝 ~𝑞 𝑝 → ~𝑞 𝑞 ∨ 𝑟 𝑟 ↔ ~𝑝

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V V V F F F F
V V F F F F V
V F V F V V V
V F F F V V F
F V V V F V F
F V F V F V V
F F V V V V V
F F F V V V F

A proposição 𝑟 ↔ ~𝑝 só é verdadeira quando 𝑟 e ~𝑝 têm valores lógicos iguais.

𝑝 𝑞 𝑟 ~𝑝 ~𝑞 𝑝 → ~𝑞 𝑞 ∨ 𝑟 𝑟 ↔ ~𝑝
V V V F F F F F
V V F F F F V V
V F V F V V V F
V F F F V V F V
F V V V F V F V
F V F V F V V F
F F V V V V V V
F F F V V V F F

Como as três proposições compostas são verdadeiras, estamos interessados apenas na


sétima linha desta tabela.

𝑝 𝑞 𝑟 ~𝑝 ~𝑞 𝑝 → ~𝑞 𝑞 ∨ 𝑟 𝑟 ↔ ~𝑝
V V V F F F F F
V V F F F F V V
V F V F V V V F
V F F F V V F V
F V V V F V F V
F V F V F V V F
F F V V V V V V
F F F V V V F F

Para que as compostas sejam verdadeiras, a proposição 𝑝 deve ser falsa, a proposição 𝑞
deve ser falsa e a proposição 𝑟 deve ser verdadeira.

𝑝: 𝑜𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑟 𝑢𝑚𝑎 𝑐𝑟𝑖𝑠𝑒 𝑒𝑐𝑜𝑛ô𝑚𝑖𝑐𝑎


𝑞: 𝑜 𝑑ó𝑙𝑎𝑟 𝑠𝑢𝑏𝑖𝑟á
𝑟: 𝑜𝑠 𝑠𝑎𝑙á𝑟𝑖𝑜𝑠 𝑠𝑒𝑟ã𝑜 𝑟𝑒𝑎𝑗𝑢𝑠𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠

Concluímos que não ocorrerá uma crise econômica, o dólar não subirá e os salários serão
reajustados.

(E) o dólar não subirá, os salários serão reajustados e não ocorrerá uma crise
econômica.

Letra E

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Vejamos novamente o final do enunciado:

Sabendo que as três afirmações são verdadeiras, é correto concluir que,


necessariamente,

Basicamente, isto indica a construção de um argumento válido. Tem-se um conjunto de


proposições pressupostamente verdadeiras (chamadas de premissas) e o objetivo é
“extrair” uma conclusão compatível com as premissas.

Obviamente, como foram apenas 3 proposições simples, então a tabela verdade possuía
8 linhas. E se fossem 5 proposições simples? Você iria construir uma tabela com 32
linhas na hora da prova?

Vamos começar...

O que é um argumento?

“A expressão concreta do raciocínio lógico é o argumento. Um argumento se sustenta ou


cai à medida que o raciocínio que incorpora é bom ou ruim. Cada argumento é composto
de dois elementos básicos, dois diferentes tipos de proposições: uma proposição
‘premissa’ e uma proposição ‘conclusão’. Uma premissa é uma proposição que sustenta.
É o ponto inicial de um argumento que contém a verdade conhecida, da qual parte o
processo inferencial. Uma conclusão é uma proposição sustentada, a proposição aceita
como verdade na base da premissa.” (D.Q. McInerny)

Argumento é toda afirmação de que uma sequência finita de proposições, chamadas


premissas, P1 , P2 , P3 ,..., Pn tem como consequência uma proposição final Q, chamada
conclusão do argumento. Diz-se que um argumento é válido se e somente se a conclusão
for verdadeira, todas as vezes que as premissas forem verdadeiras. Desse modo, a
verdade das premissas é incompatível com a falsidade da conclusão. A validade de um
argumento depende tão somente da relação existente entre as premissas e a conclusão.
Um argumento não válido é chamado de sofisma ou falácia. Um argumento composto de
duas premissas e uma conclusão é chamado de silogismo.

Vejamos um exemplo para sedimentar a teoria.

Jair está machucado ou não quer jogar. Mas Jair quer jogar, logo:

a) Jair não está machucado nem quer jogar.


b) Jair não quer jogar nem quer jogar.
c) Jair não está machucado e quer jogar.
d) Jair está machucado e não quer jogar.
e) Jair está machucado e quer jogar.

O enunciado nada fala sobre a verdade das proposições expostas. Perguntamo-nos:


Quem é Jair? Quem está nos falando que Jair está machucado? Isto é verdade? Como
podemos inferir uma conclusão se não tenho certeza sobre o valor lógico das premissas?

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Em suma, como testar a validade de um argumento? Existe um teste semântico, isto é,


um teste que se baseia nos valores de verdade das suas premissas e conclusão. Um
argumento é válido se, e só se, não for possível ter conclusão falsa e premissas
verdadeiras. Portanto, para termos um argumento válido devemos supor que as
premissas são verdadeiras. Se (e este é um grande se) as premissas forem verdadeiras,
então a conclusão também será.

Ora, se admitimos a proposição “Jair quer jogar” como verdadeira, devemos assumir a
proposição “Jair não quer jogar” como falsa. Temos então o seguinte esquema:

Perguntamo-nos: Quando é que uma disjunção (proposição composta pelo conectivo


“ou”) p ∨ q é verdadeira? Se ao menos uma das proposições p ou q é verdadeira;
p ∨ q é falsa se e somente se ambas p e q são falsas. No nosso caso, temos uma
disjunção que é verdadeira, e uma das proposições que a compõe é falsa. Concluímos
que a outra proposição “Jair está machucado” é verdadeira.

Letra E

Jair está machucado e quer jogar.

Temos então o seguinte argumento VÁLIDO.

Jair está machucado ou não quer jogar.


Mas Jair quer jogar, logo:

Jair está machucado e quer jogar.

Não estamos afirmando que premissas do enunciado são verdadeiras nem que a
conclusão também o seja. Dizemos apenas que, SE as premissas forem verdadeiras,
então a conclusão também será verdadeira.

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Proposições são verdadeiras ou falsas. Argumentos são válidos ou inválidos. A validade


de um argumento depende da conexão das premissas com a conclusão, não do valor
lógico das premissas que formam o argumento.

Então, como determinar a validade de um argumento?

Admita que as premissas sejam verdadeiras, mesmo que não sejam. Há a possibilidade
de, considerando-se as premissas verdadeiras, a conclusão ser falsa? Se isso pode
acontecer (premissas verdadeiras e conclusão falsa) então o argumento é inválido, um
sofisma, uma falácia. Se não, então o argumento é válido.

Surfo ou estudo. Fumo ou não surfo. Velejo ou não estudo. Ora, não velejo. Assim:

a) estudo e fumo.
b) não fumo e surfo.
c) não velejo e não fumo.
d) estudo e não fumo.
e) fumo e surfo.

O que esta questão está nos pedindo? Que escolhamos uma conclusão adequada para
que o argumento seja válido. Devemos então, de acordo com a teoria exposta, assumir
que as premissas são verdadeiras. Temos o seguinte esquema:

A proposição “Não velejo” é verdadeira. Como a proposição “Velejo” é a sua negação,


temos que seu valor lógico é falso.

A proposição acima é uma disjunção e, para que seja verdadeira, ao menos uma das
proposições que a compõe deve ser verdadeira. Como a proposição “Velejo” é falsa,
concluímos que “Não estudo” é verdadeira. “Estudo”, que é a negação de “Não estudo”, é,
portanto, falsa.

Analogamente, a proposição “Surfo” é verdadeira e a sua negação “Não surfo” é falsa.

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Da mesma maneira, temos que a proposição “Fumo” é verdadeira.

Conclusão: Surfo, não estudo, fumo, não velejo.

Letra E

Observação: Daqui em diante, por motivos tipográficos, também para evitar uma
“poluição visual”, não colocaremos mais as chaves nas proposições compostas que
assumiremos como verdadeiras. Estará implícito, levando em consideração a teoria
exposta. Simplesmente aplicaremos as regras dos conectivos para que as compostas
sejam verdadeiras. Por exemplo:

Em resumo, as seguintes regras tornam as proposições compostas verdadeiras.

Conjunção p ∧ q As duas proposições p, q devem ser verdadeiras

Disjunção p ∨ q Ao menos uma das proposições p, q deve ser verdadeira. Não


pode ocorrer o caso de as duas serem falsas.

Condicional p → q Não pode acontecer o caso de o antecedente ser verdadeiro e o


consequente ser falso. Ou seja, não pode acontecer V(p)=V e
V(q)=F. Em uma linguagem informal, dizemos que não pode
acontecer VF, nesta ordem.

Bicondicional Os valores lógicos das duas proposições devem ser iguais. Ou as


p↔q duas são verdadeiras, ou as duas são falsas.

Utilizaremos agora as ferramentas que temos a disposição (proposições, conectivos e


argumentação) para resolver algumas questões de concursos.

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01. (SAD-PE 2010/CESPE-UnB) Suponha que a proposição “Se Josué foi aprovado no
concurso e mudou de cidade, então Josué mudou de emprego” seja uma premissa de
um argumento. Se a proposição “Josué não mudou de emprego” for outra premissa
desse argumento, uma conclusão que garante sua validade é expressa pela
proposição

a) Josué foi aprovado no concurso e não mudou de cidade.


b) Josué não foi aprovado no concurso e mudou de cidade.
c) Josué não foi aprovado no concurso ou não mudou de cidade.
d) Se Josué não mudou de emprego, então Josué não mudou de cidade.
e) Se Josué não mudou de emprego, então Josué não foi aprovado no concurso.

Resolução

Em um argumento, devemos supor que todas as proposições dadas (premissas) são


verdadeiras.

Se Josué foi aprovado no concurso e mudou de cidade, então Josué mudou de emprego.
!

Josué não mudou de emprego.


!

Desta forma, sabemos que “Josué não mudou de emprego.” é uma proposição
verdadeira. Obviamente, a sua negação é falsa, ou seja, a proposição “Josué mudou
de emprego” é falsa.
!
Se Josué foi aprovado no concurso e mudou de cidade, então Josué mudou de emprego.
!

O que está acontecendo? Temos uma proposição composta pelo conectivo “se...,
então” e que é verdadeira. Sabemos que em uma proposição condicional verdadeira
não pode ocorrer VF, nesta ordem.

Como o segundo componente é falso, o primeiro componente não pode ser


verdadeiro. Ou seja, o primeiro componente tem que ser falso!
! !
Se Josué foi aprovado no concurso e mudou de cidade , então Josué mudou de emprego.
!

Conclusão: A proposição “Josué foi aprovado no concurso e mudou de cidade” é falsa.


Para saber a verdade, devemos negar esta proposição. Ora, para negar tal
proposição, devemos negar seus componentes e trocar o conectivo “e” pelo conectivo
“ou”.

Ficamos com: “Josué não foi aprovado no concurso ou não mudou de cidade".

Letra C

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(Agente de Polícia – PC/DF 2013/CESPE-UnB)

P1: Se a impunidade é alta, então a criminalidade é alta.


P2: A impunidade é alta ou a justiça é eficaz.
P3: Se a justiça é eficaz, então não há criminosos livres.
P4: Há criminosos livres.

C: Portanto, a criminalidade é alta.

Considerando o argumento apresentado acima, em que P1, P2, P3 e P4 são as


premissas e C, a conclusão, julgue os itens subsequentes.

02. O argumento apresentado é um argumento válido.

03. A negação da proposição P1 pode ser escrita como “Se a impunidade não é
alta, então a criminalidade não é alta.”

Resolução

Devemos supor que todas as premissas são verdadeiras, inclusive a proposição


P4: Há criminosos livres. A proposição simples sempre é o nosso ponto de
partida.

Observemos P3, que também é verdadeira.


!
Se a justiça é eficaz, então não há criminosos livres .
!

Lembremos a regra do conectivo “se..., então...”. Para que a composta seja


verdadeira, não podemos admitir a ocorrência de VF, nesta ordem. Como o
consequente é falso, o antecedente não poderá ser verdadeiro, terá que ser
falso.
! !
Se a justiça é eficaz , então não há criminosos livres .
!

Concluímos que "a justiça é eficaz” é uma proposição falsa.

Observemos P2, que também é verdadeira.


!
A impunidade é alta ou a justiça é eficaz .
!

Para que a proposição composta pelo conectivo “ou” seja verdadeira, pelo
menos um dos componentes deve ser verdadeiro. Como o segundo
componente é falso, então o primeiro deverá ser verdadeiro.

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! !
A impunidade é alta ou a justiça é eficaz .
!

Concluímos que a proposição “A impunidade é alta” é verdadeira.

Observemos P1, que é verdadeira.


!
Se a impunidade é alta , então a criminalidade é alta.
!

No “se..., então...” não admitimos a ocorrência de VF. Como a primeira frase é


verdadeira, a segunda não poderá ser falsa.
! !
Se a impunidade é alta , então a criminalidade é alta .
!

A proposição "a criminalidade é alta” é verdadeira.

Vamos analisar os itens.

02. O argumento apresentado é um argumento válido.

A conclusão do argumento é C: Portanto, a criminalidade é alta.

Vimos que esta proposição é verdadeira. Assim, o argumento é válido e o item


está certo.

03. A negação da proposição P1 pode ser escrita como “Se a impunidade não é
alta, então a criminalidade não é alta.”

Observe P1: Se a impunidade é alta, então a criminalidade é alta.

A negação de uma proposição composta pelo conectivo “se..., então...” não


pode ser escrita com o conectivo “se..., então...”. A correta negação de P1 é “A
impunidade é alta e a criminalidade não é alta”.

O item está errado.

04. (Delegado de Polícia - PC-TO 2008/CESPE-UnB) Considere a seguinte


sequência de proposições:

(1) Se o crime foi perfeito, então o criminoso não foi preso.


(2) O criminoso não foi preso.

(3) Portanto, o crime foi perfeito.

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Se (1) e (2) são premissas verdadeiras, então a proposição (3), a conclusão, é


verdadeira, e a sequência é uma dedução lógica correta.

Resolução

Vamos novamente começar pela proposição simples.

𝑂 𝑐𝑟𝑖𝑚𝑖𝑛𝑜𝑠𝑜 𝑛ã𝑜 𝑓𝑜𝑖 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑜.


!

Vamos analisar agora a proposição (1).


!
Se o crime foi perfeito, então o criminoso não foi preso.
!

Para que uma proposição composta pelo conectivo “se..., então...” seja
verdadeira não pode haver VF. Se a segunda proposição (consequente) é
verdadeira, o antecedente pode ser verdadeiro ou pode ser falso. Assim, não
temos como saber se o crime foi perfeito ou não. O argumento é inválido e o
item está errado.

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