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UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL

ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

JOÃO RICARDO DOS SANTOS PORTILHO

AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA PARAESTUDO DE


CASO DOS CRITÉRIOS APLICADOS NA PRECIFICAÇÃO DE UM CONCESSÃO
DE TERMINAL FERROVIÁRIO DE TRANSBORDO DE GRÃOSPARA
CONCESSÃO PÚBLICA.
BRASÍLIA
2020
João Ricardo dos Santos Portilho

ESTUDO DE CASO DOS CRITÉRIOS APLICADOS NA PRECIFICAÇÃO DE UM


TERMINAL FERROVIÁRIO PARA CONCESSÃO PÚBLICANOME DO TRABALHO
(A SER DEFINIDO)

Trabalho de Curso submetido à


Universidade Cruzeiro do Sul como parte
dos requisitos necessários para obtenção
do Grau de Bacharel em Engenharia de
Produção. Sob a orientação do Professor
Fulano de tal.
BRASÍLIA
2020
Reprodução parcial permitida desde que citada a fonte.

Portilho, João R. S.

Estudo de Caso dos Critérios Aplicados na Precificação de


um Terminal Ferroviário para Concessão PúblicaNOME DO
TRABALHO / João Ricardo dos Santos Portilho. – Brasília,
2020.
3026 f.

Trabalho de conclusão de curso apresentado à


Coordenação de Engenharia de Produção da Universidade
Cruzeiro do Sul, como requisito parcial para obtenção do grau
de bacharel em Engenharia de Produção. Orientador: Fulano
de Tal

1.Palavra1Terminal Ferroviário. 2.Palavra2Concessão


Pública. 3.Palavra3 VPL I. Título
CDU
620.1658.15
CDU 625.1/.5.
ESTUDO DE CASO DOS CRITÉRIOS APLICADOS NA PRECIFICAÇÃO DE UM
TERMINAL FERROVIÁRIO PARA CONCESSÃO PÚBLICANOME DO TRABALHO
(A SER DEFINIDO)

Trabalho de Curso submetido à


Universidade Cruzeiro do Sul como parte
dos requisitos necessários para obtenção
do Grau de Bacharel em Engenharia de
Produção.

Aprovado em: __/__/____

BANCA EXAMINADORA

Professor Fulano de Tal


Mestre
Orientador
Centro Universitário do Distrito Federal - UDF

Professor Siclano
Mestre
Centro Universitário do Distrito Federal - UDF

Beltrano
Mestre
Technicae – Projetos e Serviços Automotivos
Nota: _____

“Como o tecido do universo é o mais perfeito e fruto


do trabalho do mais sábio Criador, nada acontece no
universo sem que alguma lei de máximo e mínimo
apareça.”
Leonhard Euler

AGRADECIMENTOS

Refazer
RESUMO

Resumo bem feitoEste trabalho apresenta um estudo das metodologias aplicadas


pela empresa pública VALEC Engenharia, Construções e Ferrovias S.A na
precificação de um Terminal Ferroviário de transbordo de grãos, localizado na
cidade de Porto Franco, no estado do Maranhão, visando sua concessão pública.
São analisados os critérios técnicos utilizados para a determinação da depreciação
econômica das máquinas e equipamentos que compõem o Terminal, assim como a
processo de determinação dos valores de outorga fixa e variável, efetuado com a
utilização do Valor Presente Líquido (VPL) como critério de análise de viabilidade
econômica.

Palavras chaves: Terminal Ferroviário. Concessão Pública. VPL;.


ABSTRACT

Abstract decenteThis paper presents a study of the methodologies applied by the


public company VALEC Engenharia, Construções e Ferrovias S.A in the pricing of a
Grain Transhipment Railway Terminal, located in the city of Porto Franco, in the state
of Maranhão, targeting at its public concession. The technical criteria used for the
determination of the economic depreciation of the machines and equipment that
compose the Terminal are analyzed, as well as the process of determining the fixed
and variable bestowal values, carried out with the use of the Net Present Value (LPV)
as a measure for economic feasibility analysis.

Key words: Railway Terminal. Public Concession. NPV.


LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1. TABELA COM EXEMPLOS DE VALORES RESIDUAIS DE EQUIPAMENTOS


MECÂNICOS............................................................................................................ 4

FIGURA 2. QUADRO RESUMO DOS VALORES COMPARATIVOS DO EDITAL 005/2020...........9


ERRO! A REFERÊNCIA DE HIPERLINK NÃO É VÁLIDA.Figura 1. Tabela com valores residuais de alguns equipamentos. .....4
LISTA DE SÍMBOLOS

❑❑ Tensão médiaDepreciação horária em reais por hora


❑❑ Tensão máximaValor da Aquisição, em reais, do Equipamento em
questão
❑❑ Tensão mínimaValor Residual, em reais, do Equipamento após
seu período de vida útil
Ângulos de EulerVida útil do equipamento em anos
Total de horas trabalhadas por ano do equipamento
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANTT Agência Nacional de Transportes Terrestres


DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
SEADE Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados

Amplitude da tensão cíclica


Coeficiente de resistência a fadiga
Vida em fadiga
Coeficiente de Basquin
Tensão de cisalhamento sinalizada
Tensão principal máxima
Tensão principal mínima
Tensão equivalente de von Mises
Módulo de Elasticidade Transversal
Envergadura da asa
Corda da asa
Coeficiente de Envergadura
Ângulo de ataque induzido
Downwash
Fator de eficiência de envergadura
Alongamento da asa
Coeficiente de Arrasto Induzido
Número “pi”
Força de Sustentação de uma Aeronave
Força de Arrasto de uma Aeronave
Densidade do ar
Velocidade do escoamento de ar sobre a asa de um avião
Área total da superfície externa do Winglet
Força de Arrasto Induzido em uma Aeronave
Área da face frontal do Winglet
LISTA DE TABELAS

Y
TABELA 1. DADOS DA ATMOSFERA PADRÃO EM UNIDADES DO SISTEMA INTERNACIONAL
(ADAPTATO DE YECHOUT, ET AL 2003)......................................................................... 15
TABELA 2. FREQUÊNCIAS DE VIBRAÇÃO NATURAL DO WINGLET (FONTE PRÓPRIA).........25
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO..........................................................................................................1

1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO..........................................................................................1

1.2 OBJETIVOS............................................................................................................2

1.3 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO...........................................................................2

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA......................................................................................3

2.1 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO TÉCNICA................................................................3

2.1.1 Depreciação Mecânica.....................................................................................3

2.1.2 Valor Residual de Equipamentos Obsoletos....................................................3

2.2 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO ECONÔMICA..........................................................3

2.2.1 Taxa Interna de Retorno (TIR).........................................................................4

2.2.2 Payback............................................................................................................4

2.2.3 Valor Presente Líquido (VPL)...........................................................................4

2.2.3.1 Custo Médio Ponderado de Capital (WACC).........................................5

3. ESTUDO DE CASO..................................................................................................5

4.1. DOS CRITÉRIOS ADOTADOS..............................................................................5

4.1.1. Depreciação Linear e suas limitações.............................................................5

4.1.2. Vantagens e Desvantagens do VPL...............................................................5

4.2. DAS MELHORIAS PROPOSTAS..........................................................................5

4. CONCLUSÃO............................................................................................................5

5. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA..............................................................................6

ANEXO I – MEMORIAL DE CÁLCULO DO EDITAL Nº 005/2020...............................7


1. INTRODUÇÃO

Neste capítulo apresentam-se os fatores motivadores para realização


deste trabalho, assim como os objetivos que se pretende alcançar ao fim do
texto. A motivação é baseada na devida contextualização dos assuntos que
integram este trabalho, apresentando atual momento de desenvolvimento
tecnológico-científico destes tópicos. Foram destacados ainda o escopo de
cada capítulo que compõe este texto.

1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO

A matriz de transportes brasileira é composta pelos modais rodoviário,


ferroviário, aquaviário e aéreo, sendo que do total de toneladas úteis
transportadas, apenas 20,7% é realizado por meio de ferrovias (COLAVITE E
KINOSHI, 2015). Dentro deste contexto as novas ferrovias recém construídas e
as em construção são de extrema importância na ampliação do modal
ferroviário que é, para grandes distâncias, o meio de transporte de cargas com
menor custo (LEITE ET AL, 2016).
Avaliando-se que a maior utilização do transporte de mercadorias com
trens é vantajoso, faz-se essencial que se dê relevância à implantação e
exploração de terminais de carga e descarga e terminais de transbordo
multimodal. Uma matriz logística se beneficia da integração de vários modais
de transporte para garantir o abastecimento desde insumos para a indústria,
quanto para o consumidor final e são os terminais de transbordo que
possibilitam esta integração (RIBEIRO E FERREIRA, 2002).
Ainda há, em regime de concessão pública, vários terminais de carga e
descarga. Em especial na Ferrovia Norte-Sul, que teve seu tremo central
concluído e concedido à RUMO S/A em 2020 (KAFRUNI, 2020), há terminais em
término de período de concessão e, especialmente, há um terminal de grãos
localizado na cidade de Porto Franco, no estado do Maranhão, que foi
reintegrado a posse da Valec em 2019, após não ter sua concessão pública
prorrogada. Este terminal foi objeto do Edital n º 005/2020, de 28 de setembro
de 2020, da VALEC Engenharia, Construção e Ferrovias S/A, suspenso
posteriormente, em 11 de novembro de 2020.
1
O Edital tratava da concessão pública do terminal e teve a
avaliação do valor de outorga, conforme documentos anexos ao Edital
005/2020, formulada pelo critério técnico da depreciação dos
equipamentos existentes no terminal e da técnica de Valor Presente
Líquido (VPL) de um fluxo de caixa teórico da operação futura do
terminal, pelo vencedor do certame, pelo período de 15 anos.

1.2 OBJETIVOS

O objetivo principal deste trabalho é avaliar os critérios utilizados para a


elaboração do valor de outorga presente no Edital 0005/202, tendo em vista
sua conformidade com as técnicas científicas consolidadas, aplicabilidade dos
modelos para o caso em questão e comparação com outros métodos de
estudo de viabilidade técnica e econômica para a concessão pública.
De forma secundária, busca-se levantar a questão de quais os melhores
métodos de valoração de ativos públicos, em especial de terminais de carga e
descarga ferroviários, tendo em vista a possível expansão destes negócios
com a conclusão das Ferrovias de Integração Leste-Oeste (FIOL) e Ferrovia de
Integração Centro Oeste (FICO).

1.3 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

O trabalho se inicia com uma breve revisão bibliográfica dos conceitos


necessários à melhor compreensão deste trabalho, passando por conceitos de
critérios de avaliação técnica de máquinas e equipamentos para sua
concessão pública, posteriormente avalia-se metodologias de análise de
viabilidade econômica mais comumente aplicadas.
No capítulo 3, demonstram-se os métodos apresentados no Memorial
de Cálculo anexo ao Edital 005/2020, da VALEC, apresentando como sua
elaboração e desenvolvimento foram realizados. Fazemos, ainda, uma
discussão acerca de sua aplicabilidade e possíveis ganhos/prejuízos gerados
pela forma como foram dimensionados.
Por fim apresentam-se as conclusões retiradas deste trabalho,
avaliando o contexto geral de elaboração do Edital 005/2020 e propondo

2
possíveis melhorias ao trabalho realizado pela empresa estatal. Propõem-se,
ainda, outros estudos e análises futuras de outras concessões públicas
similares para que se desenvolva um arcabouço técnico/teórico de
metodologias de precificação de ativos para concessão pública.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Faz-se, neste capítulo, uma revisão bibliográfica dos conceitos


utilizados no desenvolvimento do trabalho. São trabalhados os conceitos
relativos a depreciação de equipamentos e máquinas e os critérios de
avaliação econômica para investimentos mais usuais.

2.1 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO TÉCNICA

No caso em estudo foi utilizado como critério técnico para a viabilidade


da aquisição do Terminal de Grãos pelo mercado, através do critério de
depreciação dos equipamentos mecânicos, dando valor econômico ao
maquinário e avaliando sua diminuição por vida útil. Foram observados,
também, quais equipamentos entrariam em fase obsolescência, dentro de
período de concessão (15 anos) e, portanto, seriam recursos não recuperáveis
pela empresa concedente.
2.1.1 Método da Depreciação Linear
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte, definiu
critérios para a depreciação de equipamentos, em seu Manual de Custos de
Infraestrutura de Transportes. O método linear foi adotado para o cálculo da
depreciação horária de equipamentos, conforme expressão a seguir (DNIT,
2019):

Va−Vr
❑❑= (1)
n × HTA
onde:
Dh representa a depreciação horária (R$/h);
Va representa o valor de aquisição do equipamento (R$);
Vr representa o valor residual (R$);
3
n representa a vida útil (anos);
HTA representa o total de horas trabalhadas por ano.
O Manual determina ainda que sejam utilizados para o valor de
aquisição dos equipamentos valores cotados por fornecedores de cada estado
da federação, respeitando-se grandes revendedores e considerando o preço à
vista.
O método de depreciação linear propõe que o equipamento diminui seu
valor de mercado linearmente ao seu período de utilização, entretanto é
preciso se atentar que após o período de vida útil, o equipamento pode ter
apenas valor de sucata ou ainda possuir valor de mercado como equipamento
usado.
2.1.2 Valor Residual de Equipamentos Obsoletos
Esteves (2013), define Valor Residual como o montante líquido que um
proprietário espera obter, com razoável segurança, após uma ativo ultrapassar
sua vida útil, sendo tratados apenas pelo seu valor de sucata. Estes valores
são determinados por pesquisas de mercado e por histórico de valor de
revenda dos equipamentos.
O DNIT, em seu Manual de Custos de Infraestrutura de Transporte,
trouxe uma tabela (Figura 12) em que exemplifica alguns equipamentos e seus
valores residuais estimados.

Figura 12. Tabela com exemplos de valores residuais de de alguns equipamentos mecânicos.

Fonte: DNIT, 2019.

4
2.2 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO ECONÔMICA
Este item traz uma breve discussão acerca dos métodos de avaliação
econômica de ativos mais comuns e quais suas aplicações mais coerentes,
conforme a bibliografia. São eles o Payback, a Taxa Interna de Retorno (TIR), o
Valor Presente Líquido (VPL) e para melhor complementação do VPL,
apresenta-se ainda o conceito de Custo Médio Ponderado de Capital (em
inglês, Weighted Average Cost of Capital - WACC).
2.2.1 Taxa Interna de Retorno (TIR)
A Taxa Interna de Retorno é uma taxa intrínseca do projeto, que
independe da taxa de juros do mercado e, portanto, considera apenas os
fatores internos de projeto, como seus custos e despesas, além, do
investimento proposto (FONSECA, 2003).
É um mecanismo que, quando comparado a uma taxa de atratividade
pré-determinada, concede uma boa estratégia de decisão de investir ou não.
Deve-se sempre considerar a relação entre a TIR e a taxa de atratividade
definida, sendo que no caso da TIR, ela deve ser maior que a Taxa de
Atratividade para que um investimento seja viável. (HIRSHLEIFER, 1959).

2.2.2 Payback
Payback representa o tempo que um investimento se pagaria
totalmente, ou tempo de repagamento, ou seja, a quantidade de período que se
leva para recuperar o investimento (MOTTA et al, 2009 apud URTADO et al,
2009). Com isso, o método necessita que se determine um período máximo
para o retorno do investimento, após isso, segundo FONSECA (2003) deve-se
analisar o fluxo de recursos do projeto comparando ao volume de recursos
aplicados que se quer alcançar.
Os fluxos de caixa utilizados para o método de Payback devem ser
diferentes dos que se apliquem o Valor Presente Líquido, tendo em vista que o
PayBack não considera uma taxa de desconto, assim os custos de débito e
equidade devem ser inseridos no fluxo de caixa (ARDALAN, 2012).

5
2.2.3 Valor Presente Líquido (VPL)
O Valor Presente Líquido é um método que utiliza o somatório de todas
as entradas em um fluxo de caixa, positivas e negativas, tendo sido discutido
pela primeira vez em Hirshleifer (1959). Leva ainda em consideração uma taxa
de desconto de projeto ou uma taxa de atratividade do mercado em sua
definição.
Segundo FONSECA (2003), é o método que especialistas de finanças
mais recomendam, e isto se deve ao fato de que o VPL considera o valor do
dinheiro no tempo, não é influenciado por decisões de gestores ou
rentabilidade da atividade e reflete toda a movimentação de caixa.
Podemos destacar quanto a taxa de atratividade do mercado que:

“A principal dificuldade da utilização deste método consiste na


definição da taxa de atratividade do mercado - custo de oportunidade
do capital -, principalmente quando o fluxo é muito longo.” (FONSECA,
2003)

Tendo em vista que a taxa de atratividade já está embutida no cálculo


do VPL, uma tomada de decisão fica mais fácil, uma vez que um VPL igual a 0
significa um investimento que se paga durante o período avaliado. Assim,
qualquer investimento com VPL maior que 0 é considerado atrativo.

2.2.3.1 Custo Médio Ponderado de Capital (WACC)


Como destacado por Fonseca (2003), a definição da taxa de
atratividade é uma atividade crucial na utilização do método de VPL, assim é
necessário considerar várias taxas e suas formações.
Um mecanismo bastante utilizado é o WACC, Custo Médio Ponderado
de Capital (traduzido pelo autor), ferramenta que busca equalizar os custos de
equidade e custos de débito de uma entidade ou empresa, calculados a partir
de uma técnica financeira aceitável, utilizando uma média ponderada (MIAN E
VÉLEZ-PAREJA, 2008).
A ANTT, definiu que seu WACC Regulatório, conforme a Nota Técnica
2786/2019/SUREG/DIR, nos seguintes termos:

6
“O WACC regulatório calculado pela ANTT reproduz com maior
confiabilidade o custo de oportunidade do concessionário, quando da
ocorrência de desequilíbrio econômico-financeiro causado pela
inclusão de novos investimentos no objeto do contrato de concessão.
Essa taxa leva em conta concomitantemente a conjuntura econômica
do momento, a estrutura de utilização das fontes de financiamento, a
estrutura de capital das concessões reguladas pela ANTT na busca de
uma estrutura de capital ótima no setor, tanto no cálculo do custo de
capital próprio quanto no custo de capital de terceiros respeitando os
limites impostos pelas instituições financeiras e um intervalo de
confiabilidade entre 70% e 80%, alinhando-se à prática de órgãos
reguladores internacionais.” (ANTT, 2019)

O valor constante da Norma Técnica 2789/2019/SUREG/DIR, do WACC


calculado é de 8,47%.

3. ESTUDO DE CASO

O Edital nº 005/2020, da VALEC Engenharia, Construções e Ferrovias S.A.,


que trata da concessão pública de Terminal de Grãos, com equipamentos e
maquinário, localizado na cidade de Porto Franco/MA, incluía em seus anexos um
Extrato da Precificação que detalhava os critérios adotados pela empresa pública na
determinação do valor de outorga do certame. Este capítulo discute dois critérios
adotados nesta precificação, o modelo de cálculo da depreciação dos equipamentos
durante o período de concessão estipulado (15 anos) e a avaliação de valor de
operação mínima do terminal utilizando o critério de Texto Introdutório.VPL para a
viabilidade financeira do negócio.
4.1. DOS CRITÉRIOS ADOTADOS

4.1.1. Depreciação Linear e suas limitações


A VALEC, optou em utilizar no cálculo da depreciação dos equipamentos
constantes do Terminal objeto do Edital 0005/2020 segundo o modelo linear de
depreciação. Este é o modelo utilizado pelo DNIT em seu Manual de Custos de
Infraestrutura de Transportes e preconiza, conforme descrito no item 2.1.1, que os
equipamentos perdem seu valor de forma diretamente proporcional ao seu tempo de
uso. O Manual descreve ainda que após o período de vida útil, deve-se considerar o
valor residual (ou valor de sucata) do equipamento e sugere valores para alguns
equipamentos (DNIT, 2019).

7
Este método utiliza de uma formulação relativamente simples, mas pode
refletir com veracidade o valor de mercado de um bem durante seu uso, além de ser
o mais utilizado pelas empresas brasileiras, sendo na prática um limite superior do
valor a ser lançado como depreciado das máquinas (ASSAF NETO, 1980).
Ressalta-se que o Método Linear traz a informação da diminuição de valor
do bem por seu uso, mas vencido o prazo da vida útil do equipamento, o valor
residual é baseado no valor de mercado do bem no ano de sua obsolescência,
assim deve haver reavaliação do valor do bem quando do lançamento no balanço
financeiro, mantendo assim um valor mais próximo ao valor real do equipamento
(DA SILVA, 2013).
É importante citar, ainda, que os valores utilizados como “Valor Novo
Reposição” (entendido como o valor da aquisição de um novo equipamento de igual
fornecedor e características técnicas) dos equipamentos foi baseado, conforme
descrito no Anexo I do Edital “Extrato de Precificação do Valor de Outorga” (Anexo
I), em preços relativos a SET/2018. Estes valores refletiriam com maior acurácia o
preço dos equipamentos se levassem em consideração um período mais próximo ao
lançamento de Edital, que ocorreu em 28 de setembro de 2020.

4.1.2. Vantagens e Desvantagens do VPL


Para a Determinação Final do Valor de Outorga para o Edital nº 005/2020, a
Valec apresenta em seu memorial de cálculo (Anexo I) um fluxo de caixa teórico da
operação do terminal por um período de 15 anos. Incluindo no primeiro período do
Fluxo (ano de 2019) um investimento de R$ 4.750.000,00 (quatro milhões e
setecentos e cinquenta mil reais), valor que se refere a chamada Outorga Fixa do
Edital e seria o valor pago pelo vencedor do processo de concessão à VALEC.
Este fluxo de Caixa considera, ainda, um transbordo de 222.200 Toneladas
úteis no Terminal no ano de 2020 e um crescimento deste número pelo Produto
Interno Bruto fixado nos 15 anos a 1% a.a. Considera ainda, que o Custo
Operacional do Terminal é de 60% do Faturamento Total Anual.
Além do pagamento de R$ 4.750.000,00 reais de outorga fixa, a empresa
ganhadora do leilão deverá pagar, no mínimo, um valor variável cobrado sobre o
8
total transbordado no Terminal, de R$ 1,31 por tonelada útil. Seguindo a estimativa
do Fluxo de caixa, o valor final a ser pago à VALEC é de R$ 6.725.507,34.
A partir destas premissas é estabelecido o Fluxo de Caixa, pelos 15 anos de
concessão, e então, utilizando como Taxa de Atratividade o valor do WACC
Regulatório do DNIT (8,47%), é calculado o VPL. Assim, conforme resumido na
Figura 3, o valor investido nos 15 anos é de R$ 6.725.507,34 e o VPL calculado é de
R$ 12.785.098,22, sendo R$ 6.059.590,88 o lucro aferido pelo método, sendo
bastante atrativo como
Figura 3. investimento.
Quadro Resumo dos valores comparativos do Edital 005/2020

WACC 8,47%
VPL R$ 12.785.098,22
Valor pago R$ 6.725.507,34
Diferença R$ 6.059.590,88
Fonte Própria

4.2. DAS MELHORIAS PROPOSTAS

Primeiramente é necessário pontuar que os métodos utilizados no Edital


005/2020, da VALEC, trazem uma metodologia de cálculo que considera a
depreciação dos equipamentos, crescimento de produção pelo PIB, um Fluxo de
Caixa teórico da exploração do Terminal pelo concessionário vencedor da licitação,
sendo muito mais complexo que o usual para concessão de Terminais pela empresa
pública. Em vários certames anteriores, apenas o valor pago para a desapropriação
da área do Terminal era levada em conta, justificada pela tentativa de fomento ao
uso das ferrovias no Brasil.Abc
Assim, é importante notar a mudança de mentalidade da empresa no que diz
respeito à concessão pública de seus ativos.
Ainda assim, destaca-se novamente que os valores de mercado utilizados
para o cálculo da depreciação dos bens estava defasado em 2 anos, já que o valor
de referência utilizado é colocado como de setembro de 2018 e o Edital foi publicado
no Diário Oficial da União em setembro de 2020. O ideal era que se utilizassem de

9
valores mais próximos da data de precificação do ativo, evitando discrepâncias
causadas por inflação ou deflação de equipamentos agrícolas.
Outro ponto relevante é o uso de PIB constante no crescimento da produção
estimada do Terminal. Há mecanismos de previsão que poderiam dar uma
estimativa mais próxima do que será observado nos próximos 15 anos. Obviamente
que previsões estão sujeitas a riscos e vimos claramente isto ocorrer em 2020 com a
pandemia de COVID-19, ainda assim, há outros mecanismos com maior acurácia e
aplicação, por exemplo, o Modelo Autorregressivo Integrado de Médias Móveis
(ARIMA); Modelo Vetorial Autorregressivo (VAR) e Modelo de Espaço de Estado
foram utilizados pela SEADE para previsão do PIB para 2018 e 2019 (SEADE,
2018).

4. CONCLUSÃO

Abc

10
5. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTES. Nota Técnica SEI Nº


2786/2019/SUREG/DIR. Brasília. 2019. Disponível em:
http://anexosportal.datalegis.inf.br/arquivos/1361761.pdf. Acesso em: 22 out. 2020.

ARDALAN, Karvous. Payback Period and NPV: Their Different Cash Flows.
Journal of Economics and Finance Education. v. 11. n. 2. 2012. Disponível em:
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ASSAF NETO, Alexandre. Depreciação: conceitos, aspectos e descapitalização.


Revista de Administração IA-USP, vol. 15, n. 1, p. 18-32, jan./mar. 1980. Disponível
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COLAVITE, Alessandro S. KONOSHI, Fabio. A matriz do transporte no Brasil:


uma análise comparativa para a competitividade. In: XII SEGeT – Simpósio de
Excelência em Gestão e Tecnologia. 2015. Resende. Disponível em:
https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos15/802267.pdf. Acesso em: 18 ago. 2020.

DA SILVA, Célio. Análise dos Métodos de Depreciação a Serem Utilizados pelos


Órgãos da Administração Pública. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação
em Ciências Contábeis). Faculdade de Tecnologia e Ciências Sociais Aplicadas.
UniCEUB – Centro Universitário de Brasília. Brasília. p. 22. 2013.
AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTES. Nota Técnica SEI Nº
2786/2019/SUREG/DIR. Brasília. 2019. Disponível em:
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ARDALAN, K. Payback Period and NPV: Their Different Cash Flows. Journal of
Economics and Finance Education. v. 11. n. 2. 2012. Disponível em:
https://bit.ly/32SqNFZ. Acesso em: 02 nov. 2020.

11
DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES.
Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes. 1ª Ed. Brasília, 2017.

ESTEVES, M. L. G. Determinação da Vida Útil Total e Valor Residual de um Bem


Móvel Utilizando a Regressão Linear. In: XVII COBREAP – CONGRESSO
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http://www.cobreap.com.br/2013/trabalhos-aprovados/2875.pdf. Acesso em: 12
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HIRSHLEIFER, J. On the Theory of Optimal Investment Decision. Journal of


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KAFRUNI, Simone. Rumo assina contrato de concessão da Ferrovia Norte-Sul em


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PIB do Estado de São Paulo a partir dos modelos de séries temporais: uma
discussão metodológica. SEADE - Fundação Sistema Estadual de Análise de
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RODRIGUES, P. R. A. Introdução aos sistemas de transporte no Brasil e a


logística internacional. 5. ed. rev. e ampl. [s. l.]: Aduaneiras, 2014. ISBN
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12
direct= true&db= cat07792a&AN=ucs. 426522&lang=pt-br&site=eds-live.
Acesso em: 11 out. 2020.

URTADO, Edson .S. et al. Aplicação do Método do Valor Presente Líquido (Vpl)
na Análise da Viabilidade Econômica de Projetos na Indústria Metal Mecânica:
um Estudo de Caso. In: IX EPG – Encontro Latino Americano de Pós-
Graduação. 2009. São José dos Campos. Disponível em: https://bit.ly/32BhPg0.
Acesso em: 19 set. 2020.

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ANEXO I – MEMORIAL DE CÁLCULO DO EDITALEXTRATO DA

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PRECIFICAÇÃO DO VALOR DE OUTORGA DO EDITAL Nº 005/2020 DA
VALEC ENGENHARIA, CONSTRUÇÕES E FERROVIAS S.A.

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