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Karl Mannheim.
TERMO DE ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE
Declaro, para todos os fins de direito, que assumo total responsabilidade pelo
aporte ideológico conferido ao presente trabalho, isentando a Universidade do
Vale do Itajaí, a coordenação do Curso de Direito, a Banca Examinadora e o
Orientador de toda e qualquer responsabilidade acerca do mesmo.
Adolescência
Adolescente
“São as pessoas que tenham entre doze e dezoito anos incompletos, conforme o
art. 2.º do ECA.”2
Ato Infracional
Delinqüência
Infrator
1
VEZZULLA, Juan Carlos. A Mediação de Conflitos com Adolescentes Autores de Ato Infracional,
p. 30.
2
VERONESE, Josiane Rose Petry. Infância e Adolescência, o Conflito com a Lei: algumas
discussões. p.40.
3
SARAIVA, João Batista Costa.
http://www.datavenia.net/artigos/Direito_Processual_Penal/processoaplicacaomedidasocieducativa
.htm
4
ALVES, Sirlei Fátima Tavares. Efeitos da Internação Sobre a Psicodinâmica de Adolescentes
Autores de Ato Infracional. – SP.: Método, 2005. p. 44.
Inimputabilidade
Responsabilidade Jurídica
5
ALVES, Sirlei Fátima Tavares. Efeitos da Internação Sobre a Psicodinâmica de Adolescentes
Autores de Ato Infracional. – SP.: Método, 2005. p. 60.
6
SARAIVA, João Batista Costa. Adolescente e Ato Infracional. P. 20.
7
STOCCO, Rui. Tratado de Responsabilidade civil. 6ª edição. São Paulo: Editora RT, 2004.
SUMÁRIO
RESUMO ............................................................................................ X
INTRODUÇÃO ................................................................................... 1
CAPÍTULO 1 ...................................................................................... 4
HISTÓRICO E FUNDAMENTOS DA LEGISLAÇÃO VOLTADA À
CRIANÇA, AO ADOLESCENTE E AO ATO INFRACIONAL
1.1 INTRODUÇÃO.............................................................................. 4
1.2 PRECEDENTES HISTÓRICOS .................................................... 5
1.3 LEGISLAÇÃO NACIONAL........................................................... 7
1.4 DIREITOS FUNDAMENTAIS...................................................... 13
1.5 ATO INFRACIONAL: CONCEITO E PROCEDIMENTOS DE
APURAÇÃO ..................................................................................... 17
CAPÍTULO 2.......................................................................................24
A FIGURA DO MENOR E SUA ADEQUAÇÃO AO SISTEMA
JURÍDICO-SOCIAL VIGENTE
2.1 A EDUCAÇÃO E A RELAÇÃO DO MENOR COM A SOCIEDADE
......................................................................................................... 24
2.2 A INSTITUIÇÃO FAMILIAR E A FORMAÇÃO DE CARÁTER DO
MENOR ............................................................................................ 33
2.3 ASPECTOS DA MENORIDADE NO BRASIL ............................ 49
CAPÍTULO 3.......................................................................................43
INTERVENÇÃO ESTATAL: REMÉDIOS JURÍDICOS, EFICÁCIA E
PRÁTICA FUNCIONAL
3.1 O PAPEL DO MINISTÉRIO PÚBLICO NO E.C.A....................... 55
3.2 DAS MEDIDAS PROTETIVAS ................................................... 59
3.3 DAS MEDIDAS SÓCIO-EDUCATIVAS: PRINCÍPIOS
ORIENTADORES ............................................................................. 61
3.4 DAS MEDIDAS SÓCIO-EDUCATIVAS EM ESPÉCIE................ 66
3.4.1 ADVERTÊNCIA ................................................................................................66
3.4.2 REPARAÇÃO DO DANO ....................................................................................69
3.4.3 PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE ........................................................72
3.4.4 LIBERDADE ASSISTIDA ....................................................................................73
3.4.5. SEMILIBERDADE ............................................................................................76
3.4.6. INTERNAÇÃO .................................................................................................77
3.5 DA COMPETÊNCIA PARA A APLICAÇÃO DE MEDIDA SÓCIO-
EDUCATIVA..................................................................................... 81
CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................. 84
REFERÊNCIA DAS FONTES CITADAS .......................................... 87
x
RESUMO
1.1 INTRODUÇÃO
8
CABRERA, Carlos Cabral. JUNIOR, Luiz Guilherme da Costa Wagner. JUNIOR, Roberto
Mendes de Freitas. Direitos da Criança, do Adolescente e do Idoso. P. XVII.
9
CABRERA, Carlos Cabral. JUNIOR, Luiz Guilherme da Costa Wagner. JUNIOR, Roberto Mendes
de Freitas. Direitos da Criança, do Adolescente e do Idoso. P. XVII.
10
CABRERA, Carlos Cabral. JUNIOR, Luiz Guilherme da Costa Wagner. JUNIOR, Roberto
Mendes de Freitas. Direitos da Criança, do Adolescente e do Idoso. P. XVII
11
CABRERA, Carlos Cabral. JUNIOR, Luiz Guilherme da Costa Wagner. JUNIOR, Roberto
Mendes de Freitas. Direitos da Criança, do Adolescente e do Idoso. P. XVII.
5
12
CABRERA, Carlos Cabral. JUNIOR, Luiz Guilherme da Costa Wagner. JUNIOR, Roberto
Mendes de Freitas. Direitos da Criança, do Adolescente e do Idoso. P. XVII.
13
CABRERA, Carlos Cabral. JUNIOR, Luiz Guilherme da Costa Wagner. JUNIOR, Roberto
Mendes de Freitas. Direitos da Criança, do Adolescente e do Idoso. P. XVII.
14
CABRERA, Carlos Cabral. JUNIOR, Luiz Guilherme da Costa Wagner. JUNIOR, Roberto
Mendes de Freitas. Direitos da Criança, do Adolescente e do Idoso. P. XVII.
15
CABRERA, Carlos Cabral. JUNIOR, Luiz Guilherme da Costa Wagner. JUNIOR, Roberto
Mendes de Freitas. Direitos da Criança, do Adolescente e do Idoso. P. 3.
16
CABRERA, Carlos Cabral. JUNIOR, Luiz Guilherme da Costa Wagner. JUNIOR, Roberto
Mendes de Freitas. Direitos da Criança, do Adolescente e do Idoso. P. 3.
17
CABRERA, Carlos Cabral. JUNIOR, Luiz Guilherme da Costa Wagner. JUNIOR, Roberto
Mendes de Freitas. Direitos da Criança, do Adolescente e do Idoso. P. 4.
6
18
CABRERA, Carlos Cabral. JUNIOR, Luiz Guilherme da Costa Wagner. JUNIOR, Roberto
Mendes de Freitas. Direitos da Criança, do Adolescente e do Idoso. P. 3-4.
19
SARAIVA, João Batista. Adolescente em conflito com a lei: da indiferença à proteção integral, p.
14.
7
20
SARAIVA, João Batista. Adolescente em conflito com a lei: da indiferença à proteção integral, p.
14.
21
ARIÉS, Philippe, História Social da Criança e da Família, p. 50-69.
22
CABRERA, Carlos Cabral. JUNIOR, Luiz Guilherme da Costa Wagner. JUNIOR, Roberto
Mendes de Freitas. Direitos da Criança, do Adolescente e do Idoso. P. 4.
23
CABRERA, Carlos Cabral. JUNIOR, Luiz Guilherme da Costa Wagner. JUNIOR, Roberto
Mendes de Freitas. Direitos da Criança, do Adolescente e do Idoso. P. 4.
24
CABRERA, Carlos Cabral. JUNIOR, Luiz Guilherme da Costa Wagner. JUNIOR, Roberto
Mendes de Freitas. Direitos da Criança, do Adolescente e do Idoso. P. 5.
8
25
CABRERA, Carlos Cabral. JUNIOR, Luiz Guilherme da Costa Wagner. JUNIOR, Roberto
Mendes de Freitas. Direitos da Criança, do Adolescente e do Idoso. P. 6
26
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF:
Senado, 1988.
27
CABRERA, Carlos Cabral. JUNIOR, Luiz Guilherme da Costa Wagner. JUNIOR, Roberto
Mendes de Freitas. Direitos da Criança, do Adolescente e do Idoso. P. 6
9
28
CABRERA, Carlos Cabral. JUNIOR, Luiz Guilherme da Costa Wagner. JUNIOR, Roberto
Mendes de Freitas. Direitos da Criança, do Adolescente e do Idoso. P. 4.
29
CABRERA, Carlos Cabral. JUNIOR, Luiz Guilherme da Costa Wagner. JUNIOR, Roberto
Mendes de Freitas. Direitos da Criança, do Adolescente e do Idoso. P. 4.
10
30
SARAIVA, João Batista. Adolescente em conflito com a lei: da indiferença à proteção integral, p.
44.
31
ALVES, Roberto Barbosa. Direito da infância e da juventude. p. 06.
32
Regras de Beijing, Res. 40/33, de 29 de novembro de 1985, da Assembléia Geral das Nações
Unidas.
33
Res. 1.386, de 20 de novembro de 1989, da Assembléia Geral da ONU.
34
Diretrizes de Riad, Res. 45/112, de 14 de dezembro de 1990, da assembléia Geral da ONU.
35
CABRERA, Carlos Cabral. JUNIOR, Luiz Guilherme da Costa Wagner. JUNIOR, Roberto
Mendes de Freitas. Direitos da Criança, do Adolescente e do Idoso. P. 5.
11
36
CABRERA, Carlos Cabral. JUNIOR, Luiz Guilherme da Costa Wagner. JUNIOR, Roberto
Mendes de Freitas. Direitos da Criança, do Adolescente e do Idoso. P. 5.
37
CABRERA, Carlos Cabral. JUNIOR, Luiz Guilherme da Costa Wagner. JUNIOR, Roberto
Mendes de Freitas. Direitos da Criança, do Adolescente e do Idoso. P. 5.
38
CABRERA, Carlos Cabral. JUNIOR, Luiz Guilherme da Costa Wagner. JUNIOR, Roberto
Mendes de Freitas. Direitos da Criança, do Adolescente e do Idoso. P. 5.
12
39
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente,
com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão.
§ 1º - O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da criança e do
adolescente, admitida a participação de entidades não governamentais e obedecendo os
seguintes preceitos:
I - aplicação de percentual dos recursos públicos destinados à saúde na assistência materno-
infantil;
II - criação de programas de prevenção e atendimento especializado para os portadores de
deficiência física, sensorial ou mental, bem como de integração social do adolescente portador de
deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação do acesso aos
bens e serviços coletivos, com a eliminação de preconceitos e obstáculos arquitetônicos.
§ 2º - A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos edifícios de uso público e
de fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de garantir acesso adequado às pessoas
portadoras de deficiência.
§ 3º - O direito a proteção especial abrangerá os seguintes aspectos:
I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho, observado o disposto no art. 7º,
XXXIII;
II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;
III - garantia de acesso do trabalhador adolescente à escola;
IV - garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, igualdade na relação
processual e defesa técnica por profissional habilitado, segundo dispuser a legislação tutelar
específica;
V - obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de
pessoa em desenvolvimento, quando da aplicação de qualquer medida privativa da liberdade;
VI - estímulo do Poder Público, através de assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, nos
termos da lei, ao acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente órfão ou
abandonado;
VII - programas de prevenção e atendimento especializado à criança e ao adolescente
dependente de entorpecentes e drogas afins.
§ 4º - A lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração sexual da criança e do
adolescente.
§ 5º - A adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da lei, que estabelecerá casos e
condições de sua efetivação por parte de estrangeiros.
§ 6º - Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos
direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
§ 7º - No atendimento dos direitos da criança e do adolescente levar-se-á em consideração o
disposto no art. 204.
13
Destaca Alves:
40
SARAIVA, João Batista. Adolescente em conflito com a lei: da indiferença à proteção integral, p.
18-19.
41
ALVES, Roberto Barbosa. Direito da infância e da juventude, p. 07.
42
PAULA, Paulo Afonso Garrido de. Encontros pela Justiça na Educação –
FUNDESCOLA/MEC,Brasília, 2000, págs.194/195.
14
43
MORAES, Alexandre de. Direitos Humanos Fundamentais – São Paulo: Atlas, 6ª ed., 2005,
p.21.
44
Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação
de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso,
em condições dignas de existência.
Art. 8º É assegurado à gestante, através do Sistema Único de Saúde, o atendimento pré e
perinatal.
§ 1º A gestante será encaminhada aos diferentes níveis de atendimento, segundo critérios
médicos específicos, obedecendo-se aos princípios de regionalização e hierarquização do
Sistema.
§ 2º A parturiente será atendida preferencialmente pelo mesmo médico que a acompanhou na
fase pré-natal.
§ 3º Incumbe ao poder público propiciar apoio alimentar à gestante e à nutriz que dele necessitem.
Art. 9º O poder público, as instituições e os empregadores propiciarão condições adequadas ao
aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães submetidas a medida privativa de liberdade.
Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e
particulares, são obrigados a:
I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários individuais, pelo prazo de
dezoito anos;
II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e digital e da
impressão digital da mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade
administrativa competente;
III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no metabolismo do
recém-nascido, bem como prestar orientação aos pais;
IV - fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamente as intercorrências do
parto e do desenvolvimento do neonato;
V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto à mãe.
15
Para Alves:
Art. 11. É assegurado atendimento integral à saúde da criança e do adolescente, por intermédio
do Sistema Único de Saúde, garantido o acesso universal e igualitário às ações e serviços para
promoção, proteção e recuperação da saúde. (Redação dada pela Lei nº 11.185, de 2005)
§ 1º A criança e o adolescente portadores de deficiência receberão atendimento especializado.
§ 2º Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente àqueles que necessitarem os
medicamentos, próteses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação.
Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde deverão proporcionar condições para a
permanência em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de internação de
criança ou adolescente.
Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente serão
obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de
outras providências legais.
Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de assistência médica e odontológica
para a prevenção das enfermidades que ordinariamente afetam a população infantil, e campanhas
de educação sanitária para pais, educadores e alunos.
Parágrafo único. É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas
autoridades sanitárias.
45
ALVES, Roberto Barbosa. Direito da infância e da juventude. p. 16.
16
46
ELIAS, Roberto João. Comentários ao estatuto da criança e do adolescente, p. 22.
17
47
CARNEIRO, Luiz Orlando; CAVALCANTI, Inês Carneiro. O ABC do estatuto da criança e do
adolescente, p.14.
48
BRASIL. Decreto-Lei n.º 2.848, de 07 de dezembro de 1940, alterado pela Lei n.º 9.777, de 26
de dezembro de 1998.
49
BRASIL. Decreto-Lei nº 3.688, de 03 de outubro de 1941.
50
Em Direito, chama-se de imputabilidade penal a capacidade que tem a pessoa que
praticou certo ato, definido como crime, de entender o que está fazendo e de poder
determinar se, de acordo com esse entendimento, será ou não legalmente punida.
51
CABRERA, Carlos Cabral. JUNIOR, Luiz Guilherme da Costa Wagner. JUNIOR, Roberto
Mendes de Freitas. Direitos da Criança, do Adolescente e do Idoso. P. 63.
52
CABRERA, Carlos Cabral. JUNIOR, Luiz Guilherme da Costa Wagner. JUNIOR, Roberto
Mendes de Freitas. Direitos da Criança, do Adolescente e do Idoso. P. 63.
19
53
Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal.
54
SARAIVA, João Batista. Adolescente em conflito com a lei: da indiferença à proteção integral, p.
75-76.
55
RAMIDOLF, Mário Luiz. Lições de Direito da Criança e do adolescente. P. 69.
56
RAMIDOLF, Mário Luiz. Lições de Direito da Criança e do adolescente. P. 30.
20
57
SARAIVA, João Batista. Adolescente em conflito com a lei: da indiferença à proteção integral, p.
76.
58
Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade sem o devido processo legal.
21
59
Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as seguintes garantias:
I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante citação ou meio
equivalente;
II - igualdade na relação processual, podendo confrontar-se com vítimas e testemunhas e produzir
todas as provas necessárias à sua defesa;
III - defesa técnica por advogado;
IV - assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, na forma da lei;
V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente;
VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qualquer fase do procedimento.
60
ELIAS, Roberto João. Comentários ao estatuto da criança e do adolescente. p.119.
22
61
No entendimento de Saraiva , faz-se fundamental, seja qual for a
medida socioeducativa que deva ser cumprida, que esta se inicie em uma
audiência admonitória própria.
61
SARAIVA, João Batista Costa. Adolescente e Ato Infracional. P. 94.
62
SARAIVA, João Batista Costa. Adolescente e Ato Infracional. P. 94.
24
CAPÍTULO 2
63
VERONESE, Josiane Rose Petry. Direito da criança e do adolescente. P. 9.
64
VERONESE, Josiane Rose Petry. Direito da criança e do adolescente. P. 9.
65
VERONESE, Josiane Rose Petry. Direito da criança e do adolescente. P. 9.
25
66
VERONESE, Josiane Rose Petry. Direito da criança e do adolescente. P. 9.
67
RAMIDOLF, Mário Luiz. Lições de Direito da Criança e do adolescente. P. 26.
68
RAMIDOLF, Mário Luiz. Lições de Direito da Criança e do adolescente. P. 26.
69
ARENDT, Hannah. A condição humana. 8. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1997.
26
Segundo Gusmão:
(...) assim é por ser o direito o único controle social que tem
mais possibilidade de garantir a ordem, a paz e a segurança
sociais, viabilizando, assim, a sociedade em todas as etapas
de sua evolução. Em razão disso, olhando-se para trás,
70
RAMIDOLF, Mário Luiz. Lições de Direito da Criança e do adolescente. P. 27
71
SARAIVA, João Batista Costa. Adolescente e Ato Infracional. P. 34.
72
SARAIVA, João Batista Costa. Adolescente e Ato Infracional. P. 34.
73
SARAIVA, João Batista Costa. Adolescente e Ato Infracional. P. 34.
27
74
GUSMÃO, Paulo Dourado de. Introdução ao estudo do direito, p. 31-32.
75
GALEANO, Eduardo. De pernas pro ar: a escola do mundo ao avesso. Tradução de Sergio
Faraco. Porto Alegre: L&PM, 1999, p 19/20.
28
76
COON, Dennis. Introdução à Ppicologia: uma jornada, 117/118.
30
77
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de
sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-
lhes:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - direito de ser respeitado por seus educadores;
III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores;
IV - direito de organização e participação em entidades estudantis;
V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência.
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem
como participar da definição das propostas educacionais.
Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na
idade própria;
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na
rede regular de ensino;
IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade;
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a
capacidade de cada um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do adolescente trabalhador;
VII - atendimento no ensino fundamental, através de programas suplementares de material
didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou sua oferta irregular importa
responsabilidade da autoridade competente.
§ 3º Compete ao poder público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a
chamada e zelar, junto aos pais ou responsável, pela freqüência à escola.
Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede
regular de ensino.
Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho
Tutelar os casos de:
I - maus-tratos envolvendo seus alunos;
II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares;
III - elevados níveis de repetência.
Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, experiências e novas propostas relativas a
calendário, seriação, currículo, metodologia, didática e avaliação, com vistas à inserção de
crianças e adolescentes excluídos do ensino fundamental obrigatório.
Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os valores culturais, artísticos e históricos
próprios do contexto social da criança e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade da
criação e o acesso às fontes de cultura.
31
forma concomitante, não sendo possível que nenhuma das duas instituições se
exima de sua responsabilidade.
No entanto, todo este processo não pode ser tido como único ou
pacífico. São possíveis casos em que esta realidade jurídica seja corrompida,
incorrendo em sérios problemas para a sociedade.
Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da União, estimularão e facilitarão a destinação
de recursos e espaços para programações culturais, esportivas e de lazer voltadas para a infância
e a juventude.
32
78
OLIVEIRA, Maria Rita Neto Sales. Didática, ruptura, compromisso e pesquisa, p. 81.
79
ROSA, Alexandre Morais da. Direito Infracional: garantismo, psicanálise e movimento antiterror,
p. 87.
33
a família, uma vez que sua transformação acompanha a função que exerce na
sociedade em que se insere.
80
VERONESE, Josiane Rose Petry. Direito da criança e do adolescente. P. 11.
81
VERONESE, Josiane Rose Petry. Direito da criança e do adolescente. P. 11.
82
VERONESE, Josiane Rose Petry. Direito da criança e do adolescente. P. 11.
83
VERONESE, Josiane Rose Petry. Direito da criança e do adolescente. P. 12.
35
Havia uma negação à idéia de que assim como cada adulto possuía
peculiaridades que o distinguiam dos demais, a criança e o adolescente também
as continham. 88
84
VERONESE, Josiane Rose Petry. Direito da criança e do adolescente. P. 12.
85
VERONESE, Josiane Rose Petry. Direito da criança e do adolescente. P. 13.
86
VERONESE, Josiane Rose Petry. Direito da criança e do adolescente. P. 13.
87
VERONESE, Josiane Rose Petry. Direito da criança e do adolescente. P. 13.
88
VERONESE, Josiane Rose Petry. Direito da criança e do adolescente. P. 13.
89
ARIES, Philippe. Historia social da criança e da família, 1981, P.156.
36
90
VERONESE, Josiane Rose Petry. Direito da criança e do adolescente. P. 13.
91
VERONESE, Josiane Rose Petry. Direito da criança e do adolescente. P. 13.
92
VERONESE, Josiane Rose Petry. Direito da criança e do adolescente. P. 13.
93
HOROWITZ, Elliott. Os diversos mundos da juventude judaica na Europa. P. 102/103 e 115/116.
94
VERONESE, Josiane Rose Petry. Direito da criança e do adolescente. P. 14.
37
95
PASTOUREAU, Michel. Os emblemas da juventude: atributos e representações dos jovens na
imagem medieval. P. 259.
96
VERONESE, Josiane Rose Petry. Direito da criança e do adolescente. P. 15.
97
ARIES, Philippe. Historia social da criança e da família, 1981, P.275.
38
98
FERREIRA, Aurélio B. de Holanda. Minidicionário da língua portuguesa, 1977, P.29.
99
VERONESE, Josiane Rose Petry. Direito da criança e do adolescente. P. 16.
100
ARIES, Philippe. Historia social da criança e da família, 1981, P.275.
101
VERONESE, Josiane Rose Petry. Direito da criança e do adolescente. P. 16.
39
105
Ago afirma que a “instituição da primogenitura” foi uma
conseqüência da problemática da constituição do dote e aumento do patrimônio
familiar.
102
VERONESE, Josiane Rose Petry. Direito da criança e do adolescente. P. 16.
103
VERONESE, Josiane Rose Petry. Direito da criança e do adolescente. P. 17.
104
ARIES, Philippe. Historia social da criança e da família, 1981, P.277.
105
AGO, Renata. Jovens nobres na era do absolutismo: autoritarismo paterno e liberdade. P. 326.
40
106
AGO, Renata. Jovens nobres na era do absolutismo: autoritarismo paterno e liberdade. P. 327.
107
VERONESE, Josiane Rose Petry. Direito da criança e do adolescente. P. 18.
41
108
VERONESE, Josiane Rose Petry. Direito da criança e do adolescente. P. 18.
109
VERONESE, Josiane Rose Petry. Direito da criança e do adolescente. P. 18.
42
110
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: direito de família, p.20.
111
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 1º - O casamento é civil e gratuita a celebração.
§ 2º - O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.
§ 3º - Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher
como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.
§ 4º - Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e
seus descendentes.
§ 5º - Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo
homem e pela mulher.
§ 6º - O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, após prévia separação judicial por mais
de um ano nos casos expressos em lei, ou comprovada separação de fato por mais de dois anos.
§ 7º - Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o
planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos
educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por
parte de instituições oficiais ou privadas.
§ 8º - O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram,
criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações.
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão.
§ 1º - O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da criança e do
adolescente, admitida a participação de entidades não governamentais e obedecendo os
seguintes preceitos:
I - aplicação de percentual dos recursos públicos destinados à saúde na assistência materno-
infantil;
II - criação de programas de prevenção e atendimento especializado para os portadores de
deficiência física, sensorial ou mental, bem como de integração social do adolescente portador de
deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação do acesso aos
bens e serviços coletivos, com a eliminação de preconceitos e obstáculos arquitetônicos.
§ 2º - A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos edifícios de uso público e
de fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de garantir acesso adequado às pessoas
portadoras de deficiência.
§ 3º - O direito a proteção especial abrangerá os seguintes aspectos:
I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho, observado o disposto no art. 7º,
XXXIII;
II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;
III - garantia de acesso do trabalhador adolescente à escola;
IV - garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, igualdade na relação
processual e defesa técnica por profissional habilitado, segundo dispuser a legislação tutelar
específica;
43
Nas primeiras fases de vida que a criança recebe lições que surtirão
reflexos durante todo o seu crescimento.
113
VERONESE, Josiane Rose Petry. Direito da criança e do adolescente. P. 19.
45
114
CROCE, Delton; CROCE JR., Delton. Manual de Medicina Legal, p. 660.
46
115
ROSA,Alexandre Morais da.Dto infracional:garantismo,psicanálise e movimento antiterror,
p.103.
47
117
RUORE, Glacy Q de. Vidas silenciadas: a violência com crianças e adolescentes na sociedade
brasileira, 1996, P.67.
118
RUORE, Glacy Q de. Vidas silenciadas: a violência com crianças e adolescentes na sociedade
brasileira, 1996, P.64.
48
119
VERONESE, Josiane Rose Petry. Direito da criança e do adolescente. P. 25.
120
VERONESE, Josiane Rose Petry. Direito da criança e do adolescente. P. 25.
121
VERONESE, Josiane Rose Petry. Direito da criança e do adolescente. P. 27.
122
VERONESE, Josiane Rose Petry. Direito da criança e do adolescente. P. 27.
123
VERONESE, Josiane Rose Petry. Direito da criança e do adolescente. P. 29.
49
124
VERONESE, Josiane Rose Petry. Direito da criança e do adolescente. P. 29.
125
BRASIL. Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002.Institui o Código Civil. Publicado no Diário Oficial
da União em 11 de janeiro de 2002.
126 o
Art. 5 A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à
prática de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público,
independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor
tiver dezesseis anos completos;
II - pelo casamento;
III - pelo exercício de emprego público efetivo;
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que,
em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
50
127
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro, p. 104-105.
128
BRASIL.Decreto-Lei n.º 2.848, de 07 de dezembro de 1940, alterado pela Lei n.º 9.777, de 26
de dezembro de 1998.
129
Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às
normas estabelecidas na legislação especial.
51
130
Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da
legislação especial.
52
131
SARAIVA, João Batista. Adolescente em conflito com a lei: da indiferença à proteção integral,
p. 22.
132
SARAIVA, João Batista. Adolescente em conflito com a lei: da indiferença à proteção integral,
p. 22.
133
SARAIVA, João Batista. Adolescente em conflito com a lei: da indiferença à proteção integral,
p. 22.
134
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade
incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.
53
135
SARAIVA, João Batista. Adolescente em conflito com a lei: da indiferença à proteção integral,
p. 90.
54
No dizer de Saraiva:
136
VERONESE, Josiane Rose Petry. Os direitos da criança e do adolescente, p. 100.
137
SARAIVA, João Batista. Adolescente em conflito com a lei: da indiferença à proteção integral,
p. 22.
55
CAPÍTULO 3
138
Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do
Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses
sociais e individuais indisponíveis.
§ 1º. São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a
independência funcional.
§ 2º. Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo,
observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos
e serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas e de provas e títulos; a lei
disporá sobre sua organização e funcionamento.
§ 3º. O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na
lei de diretrizes orçamentárias.
57
139
ALVES, Roberto Barbosa. Direito da infância e da juventude. p. 57.
140
Art. 200. As funções do Ministério Público, previstas nesta Lei, serão exercidas nos termos da
respectiva Lei Orgânica.
Art. 201. Compete ao Ministério Público:
I - conceder a remissão como forma de exclusão do processo;
II - promover e acompanhar os procedimentos relativos às infrações atribuídas a adolescentes;
III - promover e acompanhar as ações de alimentos e os procedimentos de suspensão e
destituição do pátrio poder, nomeação e remoção de tutores, curadores e guardiães, bem como
oficiar em todos os demais procedimentos da competência da Justiça da Infância e da Juventude;
IV - promover, de ofício ou por solicitação dos interessados, a especialização e a inscrição de
hipoteca legal e a prestação de contas dos tutores, curadores e quaisquer administradores de
bens de crianças e adolescentes nas hipotecas do art. 98;
V - promover o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção dos interesses individuais,
difusos ou coletivos relativos à infância e à adolescência, inclusive os definidos no art. 220, § 3º,
inciso II, da Constituição Federal;
VI - instaurar procedimentos administrativos e, para instruí-los:
a) expedir notificações para colher depoimentos ou esclarecimentos e, em caso de não-
comparecimento injustificado, requisitar condução coercitiva, inclusive pela polícia civil ou militar;
b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de autoridades municipais, estaduais e
federais, da administração direta ou indireta, bem como promover inspeções e diligências
investigatórias;
c) requisitar informações e documentos a particulares e instituições privadas;
VII - instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias e determinar a instauração de
inquérito policial, para apuração de ilícitos ou infrações às normas de proteção à infância e à
juventude;
58
VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais assegurados às crianças e
adolescentes, promovendo as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis;
IX - impetrar mandado de segurança, de injunção e habeas corpus, em qualquer juízo, instância
ou tribunal, na defesa dos interesses sociais e individuais indisponíveis afetos à criança e ao
adolescente;
X - representar ao juízo visando à aplicação de penalidade por infrações cometidas contra as
normas de proteção à infância e à juventude, sem prejuízo da promoção da responsabilidade civil
e penal do infrator, quando cabível;
XI - inspecionar as entidades públicas e particulares de atendimento e os programas de que trata
esta Lei, adotando de pronto as medidas administrativas ou judiciais necessárias à remoção de
irregularidades porventura verificadas;
XII - requisitar força policial, bem como a colaboração dos serviços médicos, hospitalares,
educacionais e de assistência social, públicos ou privados, para o desempenho de suas
atribuições.
§ 1º. A legitimação do Ministério Público para as ações cíveis previstas neste artigo não impede a
de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo dispuserem a Constituição e esta Lei.
§ 2º. As atribuições constantes deste artigo não excluem outras, desde que compatíveis com a
finalidade do Ministério Público.
§ 3º. O representante do Ministério Público, no exercício de suas funções, terá livre acesso a todo
local onde se encontre criança ou adolescente.
§ 4º. O representante do Ministério Público será responsável pelo uso indevido das informações e
documentos que requisitar, nas hipóteses legais de sigilo.
§ 5º. Para o exercício da atribuição de que trata o inciso VIII deste artigo, poderá o representante
do Ministério Público:
a) reduzir a termo as declarações do reclamante, instaurando o competente procedimento, sob
sua presidência;
b) entender-se diretamente com a pessoa ou autoridade reclamada, em dia, local e horário
previamente notificados ou acertados;
c) efetuar recomendações visando à melhoria dos serviços públicos e de relevância pública afetos
à criança e ao adolescente, fixando prazo razoável para sua perfeita adequação.
Art. 202. Nos processos e procedimentos em que não for parte, atuará obrigatoriamente o
Ministério Público na defesa dos direitos e interesses de que cuida esta Lei, hipótese em que terá
vista dos autos depois das partes, podendo juntar documentos e requerer diligências, usando os
recursos cabíveis.
Art. 203. A intimação do Ministério Público, em qualquer caso, será feita pessoalmente.
Art. 204. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta a nulidade do feito, que será
declarada de ofício pelo juiz ou a requerimento de qualquer interessado.
Art. 205. As manifestações processuais do representante do Ministério Público deverão ser
fundamentadas.
59
Para Alves:
141
ALVES, Roberto Barbosa. Direito da infância e da juventude. p. 39.
142
Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as necessidades pedagógicas,
preferindo-se aquelas que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.
60
Vale destacar que o rol trazido pelo art. 101 do ECA não é taxativo,
sendo possível a aplicação de outras medidas, desde que atendam os mesmos
objetivos propostos.
143
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente
poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;
II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;
III - matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental;
IV - inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança e ao adolescente;
V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou
ambulatorial;
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e
toxicômanos;
VII - abrigo em entidade;
VIII - colocação em família substituta.
Parágrafo único. O abrigo é medida provisória e excepcional, utilizável como forma de transição
para a colocação em família substituta, não implicando privação de liberdade.
61
Para Saraiva:
Isto posto, a partir do artigo 98, o ECA poderia ser dividido em duas
vertentes de aplicação: medidas de proteção e as medidas sócio-educativas. As
primeiras, em geral, estão elencadas no art. 101 do referido diploma, e se
destinam, basicamente, às crianças e adolescentes, cujos direitos reconhecidos
pela lei forem ameaçados ou de alguma forma violados.
144
ELIAS, Roberto João. Comentários ao estatuto da criança e do adolescente, p. 108.
145
SARAIVA, João Batista Saraiva. Adolescente em conflito com a lei: da indiferença à proteção
integral, p. 77.
63
para a formação de seu caráter, sem deixar de penalizá-lo diante de sua conduta
socialmente repudiada.
146
Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as seguintes garantias:
I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante citação ou meio
equivalente;
II - igualdade na relação processual, podendo confrontar-se com vítimas e testemunhas e produzir
todas as provas necessárias à sua defesa;
III - defesa técnica por advogado;
IV - assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, na forma da lei;
V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente;
VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qualquer fase do procedimento.
64
147
ALVES, Roberto Barbosa. Direito da Infância e da Juventude. p. 89-90.
148
Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao
adolescente as seguintes medidas:
I - advertência;
II - obrigação de reparar o dano;
III - prestação de serviços à comunidade;
IV - liberdade assistida;
V - inserção em regime de semiliberdade;
VI - internação em estabelecimento educacional;
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
§ 1º. A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade de cumpri-la, as
circunstâncias e a gravidade da infração.
§ 2º. Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a prestação de trabalho forçado.
65
3.4.1 Advertência
149
Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II a VI do art. 112 pressupõe a
existência de provas suficientes da autoria e da materialidade da infração, ressalvada a hipótese
de remissão, nos termos do art. 127.
Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada sempre que houver prova da materialidade e
indícios suficientes da autoria.
67
150
LIMA, Miguel Moacyr Alves et al. Estatuto da criança e do adolescente comentado, p. 385.
151
Art. 115. A advertência consistirá em admoestação verbal, que será reduzida a termo e
assinada.
68
152
LIBERATI, Wilson Donizeti. Adolescente e ato infracional: medida sócio-educativa é pena?,p.
103.
69
153
Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade poderá
determinar, se for o caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano,
ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima.
Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá ser substituída por outra
adequada.
154
ALVES, Roberto Barbosa. Direito da infância e da juventude. p. 92.
155
BRASIL. Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil Brasileiro. Publicado no
Diário Oficial da União em 11 de janeiro de 2002..
70
156
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a
repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos
especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano
implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não
tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes.
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser eqüitativa, não terá lugar se
privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem.
Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188, não forem
culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo que sofreram.
Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este terá
o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado.
Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se causou o dano
(art. 188, inciso I).
Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários individuais e as
empresas respondem independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos postos
em circulação.
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições;
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do
trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro,
mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos;
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia.
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa
de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele
por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente
incapaz.
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais
sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem
decididas no juízo criminal.
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa
da vítima ou força maior.
Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se
esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta.
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que
dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.
Art. 939. O credor que demandar o devedor antes de vencida a dívida, fora dos casos em que a lei
o permita, ficará obrigado a esperar o tempo que faltava para o vencimento, a descontar os juros
correspondentes, embora estipulados, e a pagar as custas em dobro.
Art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem ressalvar as quantias
recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o
dobro do que houver cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver
prescrição.
Art. 941. As penas previstas nos arts. 939 e 940 não se aplicarão quando o autor desistir da ação
antes de contestada a lide, salvo ao réu o direito de haver indenização por algum prejuízo que
prove ter sofrido.
Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à
reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão
solidariamente pela reparação.
71
De igual modo, deve a medida ser cumprida nos locais citados pelo
artigo 117 do ECA, evitando-se assim, que o menor freqüente lugares impróprios,
expondo-se ao risco.
157
Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas de
interesse geral, por período não excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais,
hospitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em programas comunitários
ou governamentais.
Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do adolescente, devendo ser
cumpridas durante jornada máxima de oito horas semanais, aos sábados, domingos e feriados ou
em dias úteis, de modo a não prejudicar a freqüência à escola ou à jornada normal de trabalho.
73
158
ELIAS, Roberto João. Comentários ao estatuto da criança e do adolescente, p. 126.
159
Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a medida mais adequada
para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente.
§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para acompanhar o caso, a qual poderá ser
recomendada por entidade ou programa de atendimento.
74
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses, podendo a qualquer
tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério
Público e o defensor.
Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão da autoridade competente, a
realização dos seguintes encargos, entre outros:
I - promover socialmente o adolescente e sua família, fornecendo-lhes orientação e inserindo-os,
se necessário, em programa oficial ou comunitário de auxílio e assistência social;
II - supervisionar a freqüência e o aproveitamento escolar do adolescente, promovendo, inclusive,
sua matrícula;
III - diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente e de sua inserção no mercado de
trabalho;
IV - apresentar relatório do caso.
160
ELIAS, Roberto João. Comentários ao estatuto da criança e do adolescente, p. 127.
75
renovação desta, bem como a substituição por outra medida, uma vez ouvidos o
orientador, o defensor e o Ministério Público.
3.4.5. Semiliberdade
161
Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser determinado desde o início, ou como forma de
transição para o meio aberto, possibilitada a realização de atividades externas,
independentemente de autorização judicial.
§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, devendo, sempre que possível, ser
utilizados os recursos existentes na comunidade.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-se, no que couber, as disposições
relativas à internação.
77
3.4.6. Internação
162
ELIAS, Roberto João. Comentários ao estatuto da criança e do adolescente, p. 131.
163
Art. 127. A remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou comprovação da
responsabilidade, nem prevalece para efeito de antecedentes, podendo incluir eventualmente a
aplicação de qualquer das medidas previstas em lei, exceto a colocação em regime de semi-
liberdade e a internação.
164
Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de
brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
§ 1º Será permitida a realização de atividades externas, a critério da equipe técnica da entidade,
salvo expressa determinação judicial em contrário.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada,
mediante decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses.
§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a três anos.
§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o adolescente deverá ser liberado,
colocado em regime de semi-liberdade ou de liberdade assistida.
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade.
§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida de autorização judicial, ouvido o
Ministério Público.
Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando:
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa;
II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves;
III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta.
§ 1º O prazo de internação na hipótese do inciso III deste artigo não poderá ser superior a três
meses.
§ 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, havendo outra medida adequada.
78
Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade exclusiva para adolescentes, em local
distinto daquele destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por critérios de idade,
compleição física e gravidade da infração.
Parágrafo único. Durante o período de internação, inclusive provisória, serão obrigatórias
atividades pedagógicas.
Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade, entre outros, os seguintes:
I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do Ministério Público;
II - peticionar diretamente a qualquer autoridade;
III - avistar-se reservadamente com seu defensor;
IV - ser informado de sua situação processual, sempre que solicitada;
V - ser tratado com respeito e dignidade;
VI - permanecer internado na mesma localidade ou naquela mais próxima ao domicílio de seus
pais ou responsável;
VII - receber visitas, ao menos, semanalmente;
VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos;
IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio pessoal;
X - habitar alojamento em condições adequadas de higiene e salubridade;
XI - receber escolarização e profissionalização;
XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer:
XIII - ter acesso aos meios de comunicação social;
XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e desde que assim o deseje;
XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de local seguro para guardá-los,
recebendo comprovante daqueles porventura depositados em poder da entidade;
XVI - receber, quando de sua desinternação, os documentos pessoais indispensáveis à vida em
sociedade.
§ 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.
§ 2º A autoridade judiciária poderá suspender temporariamente a visita, inclusive de pais ou
responsável, se existirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interesses do
adolescente.
Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física e mental dos internos, cabendo-lhe adotar
as medidas adequadas de contenção e segurança.
165
ISHIDA, Valter Kenji. Estatuto da criança e do adolescente: doutrina e jurisprudência, p.206.
79
O infante deverá passar por uma avaliação a cada seis meses, para
verificação da efetividade da medida.
Vale ressaltar que tal medida só será imposta se não houver outra,
mais branda, a ser aplicada ao caso.
166
ELIAS, Roberto João. Comentários ao estatuto da criança e do adolescente, p. 135-136.
167
Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela autoridade judiciária, não poderá ser
cumprida em estabelecimento prisional.
§ 1º Inexistindo na comarca entidade com as características definidas no art. 123, o adolescente
deverá ser imediatamente transferido para a localidade mais próxima.
§ 2º Sendo impossível a pronta transferência, o adolescente aguardará sua remoção em
repartição policial, desde que em seção isolada dos adultos e com instalações apropriadas, não
podendo ultrapassar o prazo máximo de cinco dias, sob pena de responsabilidade.
81
O caput do artigo 112 do ECA reza que, uma vez verificada a prática
de ato infracional, a autoridade competente aplicará ao adolescente uma medida
sócio-educativa. Cabe ao operador do direito interpretar e atribuir a competência
para aplicação das medidas sócio-educativas supramencionadas.
168
Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz da Infância e da Juventude, ou o juiz
que exerce essa função, na forma da lei de organização judiciária local.
169
Art. 147. A competência será determinada:
I - pelo domicílio dos pais ou responsável;
II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à falta dos pais ou responsável.
§ 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a autoridade do lugar da ação ou omissão,
observadas as regras de conexão, continência e prevenção.
§ 2º A execução das medidas poderá ser delegada à autoridade competente da residência dos
pais ou responsável, ou do local onde sediar-se a entidade que abrigar a criança ou adolescente.
§ 3º Em caso de infração cometida através de transmissão simultânea de rádio ou televisão, que
atinja mais de uma comarca, será competente, para aplicação da penalidade, a autoridade
judiciária do local da sede estadual da emissora ou rede, tendo a sentença eficácia para todas as
transmissoras ou retransmissoras do respectivo estado.
82
170
Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é competente para:
I - conhecer de representações promovidas pelo Ministério Público, para apuração de ato
infracional atribuído a adolescente, aplicando as medidas cabíveis;
II - conceder a remissão, como forma de suspensão ou extinção do processo;
III - conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes;
IV - conhecer de ações civis fundadas em interesses individuais, difusos ou coletivos afetos à
criança e ao adolescente, observado o disposto no art. 209;
V - conhecer de ações decorrentes de irregularidades em entidades de atendimento, aplicando as
medidas cabíveis;
VI - aplicar penalidades administrativas nos casos de infrações contra norma de proteção à
criança ou adolescente;
VII - conhecer de casos encaminhados pelo Conselho Tutelar, aplicando as medidas cabíveis.
Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou adolescente nas hipóteses do art. 98, é também
competente a Justiça da Infância e da Juventude para o fim de:
a) conhecer de pedidos de guarda e tutela;
b) conhecer de ações de destituição do pátrio poder, perda ou modificação da tutela ou guarda;
c) suprir a capacidade ou o consentimento para o casamento;
d) conhecer de pedidos baseados em discordância paterna ou materna, em relação ao exercício
do pátrio poder;
e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil, quando faltarem os pais;
f) designar curador especial em casos de apresentação de queixa ou representação, ou de outros
procedimentos judiciais ou extrajudiciais em que haja interesses de criança ou adolescente;
g) conhecer de ações de alimentos;
h) determinar o cancelamento, a retificação e o suprimento dos registros de nascimento e óbito.
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Art. 180. Adotadas as providências a que alude o artigo anterior, o representante do Ministério
Público poderá:
I - promover o arquivamento dos autos;
II - conceder a remissão;
III - representar à autoridade judiciária para aplicação de medida sócio-educativa.
Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou concedida a remissão pelo representante do
Ministério Público, mediante termo fundamentado, que conterá o resumo dos fatos, os autos serão
conclusos à autoridade judiciária para homologação.
§ 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a autoridade judiciária determinará, conforme o
caso, o cumprimento da medida.
§ 2º Discordando, a autoridade judiciária fará remessa dos autos ao Procurador-Geral de Justiça,
mediante despacho fundamentado, e este oferecerá representação, designará outro membro do
Ministério Público para apresentá-la, ou ratificará o arquivamento ou a remissão, que só então
estará a autoridade judiciária obrigada a homologar.
Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante do Ministério Público não promover o
arquivamento ou conceder a remissão, oferecerá representação à autoridade judiciária, propondo
a instauração de procedimento para aplicação da medida sócio-educativa que se afigurar a mais
adequada.
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§ 1º A representação será oferecida por petição, que conterá o breve resumo dos fatos e a
classificação do ato infracional e, quando necessário, o rol de testemunhas, podendo ser deduzida
oralmente, em sessão diária instalada pela autoridade judiciária.
§ 2º A representação independe de prova pré-constituída da autoria e materialidade.
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Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará qualquer medida, desde que reconheça na
sentença:
I - estar provada a inexistência do fato;
II - não haver prova da existência do fato;
III - não constituir o fato ato infracional;
IV - não existir prova de ter o adolescente concorrido para o ato infracional.
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, estando o adolescente internado, será imediatamente
colocado em liberdade.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante de todo este contexto pode-se dizer que ter uma educação e
uma base familiar sólida traz consequentemente à criança e ao adolescente um
futuro com mais dignidade e respeito diante da sociedade.
BRASIL. Decreto-Lei n.º 2.848, de 07 de dezembro de 1940, alterado pela Lei n.º
9.777, de 26 de dezembro de 1998. Publicado no Diário Oficial da União em 31
de dezembro de 1940.
CROCE, Delton, CROCE JR., Delton. Manual de medicina legal. 5ª ed. São
Paulo: Saraiva, 2004.
MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de direito penal: parte geral. 19 ed. São Paulo:
Atlas, 2003.
SARAIVA, João Batista Costa. Direito Penal Juvenil: adolescente e ato infracional:
garantias processuais e medidas socioeducativas. 2 ed., ver. Ampl. – Porto
Alegre:Livraria dos advogados, 2002.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: direito de família. 3 ed. São Paulo: Atlas,
2003.