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Introdução

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil


PGECIV - Mestrado Acadêmico
Faculdade de Engenharia – FEN/UERJ
Disciplina: Tópicos Especiais em Estruturas (Chapa Dobrada)
Professor: Luciano Rodrigues Ornelas de Lima

1. Generalidades
 Para o aço estrutural
 perfis laminados a quente 

perfis pesados – NBR 8800: 2006

 perfis soldados  EC3

 perfis formados a frio (PFF) 




perfis leves – NBR 14762: 2010

EC3 – parte 1.3
 Definição
 PFF  dobragem a frio (em temperatura ambiente) de chapas
 Simplicidade de produção
 espessuras a partir de 0,45 mm até 15 mm (chapas)
 espessuras a partir de 0,45 mm até 4 mm (ligações)

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2. Origem dos PFF
 Passo 1 – Placa sem enrijecedores
 t = 1 mm – carga crítica de flambagem elástica (compressão)

Carga crítica  140N


Área  200 mm2

2. Origem dos PFF


 Passo 2 – Perfil com enrijecedores (mesas)
 t = 1 mm – carga crítica de flambagem elástica (compressão)

Carga crítica  6840N


Área  320 mm2

2
2. Origem dos PFF
 Passo 3 – Perfil com mesa mais enrijecedores
 t = 1 mm – carga crítica de flambagem elástica (compressão)

Carga crítica  10608N


Área  380 mm2

2. Origem dos PFF


 Passo 4 – Perfil com mesa e alma com enrijecedores
 t = 1 mm – carga crítica de flambagem elástica (compressão)

Carga crítica  60768N


Área  420 mm2

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2. Origem dos PFF
 Comparação

Pcr 140N 6840N 10608N 60768N


Área 200mm2 320mm2 380mm2 420mm2

3. Produção de PFF
 Duas formas
 Prensas dobradeiras
 Formadas por uma mesa com o formato final da dobra do perfil e uma punção
que pressiona a chapa contra a mesa para efetivar a dobra  com sucessivos
posicionamentos da chapa obtém-se o perfil final

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3. Produção de PFF
 Duas formas
 Perfiladeiras
 Processo contínuo que consiste em fazer uma tira de chapa passar por uma
série de cilindros, cada um impondo uma operação de dobra na tira até obter
o perfil final

3. Produção de PFF
 Comparativo
Prensa-dobradeira Perfiladeira
Muita flexibilidade para produzir Pouca flexibilidade para produzir
diversas formas de perfis diversas formas de perfis
Com poucas ferramentas se produz Cada tipo de perfil necessita de um trem
uma série grande de perfis de perfilação
Baixo custo de equipamento Alto custo do equipamento
Regulagem simples do equipamento Regulagem do equipamento requer
cuidados
Tensões residuais menores que na Tensões residuais maiores que na
perfiladeira dobradeira
Produção pequena Produção grande
Perfis curtos (6 m) Perfis com comprimento limitado
Razoável mão-de-obra envolvida Pouca mão-de-obra envolvida

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4. Utilização de PFF
 Indústria automobilística: carros, caminhões leves e ônibus
 Indústria aeronáutica: estrutura dos aviões
 Transportes pesados: carretas rodoviárias, construção naval,
carroceria de vagões
 Agroindústria: máquinas e implementos agrícolas, silos
 Armazenagem/Estocagem: prateleiras, racks e mezaninos
 Construção Civil: prédios residenciais, comerciais e
industriais, telhados, formas para concreto, guard-rails, telhas,
painéis de fechamento, estruturas de pontes, reservatórios,
estruturas mistas (vigas, lajes e colunas)

5. Comparação PFF - Laminados

 Vantagens PFF sobre laminados


 PFF têm a forma e as dimesões adequadas à solicitação gerando
economia
 Otimização de seções transversais
 Facilidade de produção e baixo custo de estoque – bobinas com
diversas bitolas
 Para cargas e vãos médios – estrutura mais leve com uso de PFF
 A resistência pós-flambagem é largamente explorada nos PFF que conjugada
com a forma e dimensões otimizadas, gera estruturas mais leves

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6. Tipos de PFF
 Treliças e pórticos

 Terças e longarinas

 Vigas e colunas

6. Tipos de PFF
 Perfis para paredes

 Treliças espaciais

 Estruturas para armazenagem

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6. Tipos de PFF
 Telhas

 Painéis de fechamento

 Formas para lajes mistas – steel deck

7. Materiais Utilizados
 Perfis – chapas

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7. Materiais Utilizados
 Perfis – chapas

7. Materiais Utilizados
 Perfis – chapas

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7. Materiais Utilizados
 Perfis – chapas

7. Materiais Utilizados
 Ligações – parafusos, soldas, rebites, etc.

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7. Materiais Utilizados
 Ligações – parafusos, soldas, rebites, etc.

Metal da solda fw (MPa)

Classe de resistência 6 (E60XX) 415

Classe de resistência 7 (E70XX) 485

Classe de resistência 8 (E80XX) 550

8. Propriedades dos aços


 Perfil formado a quente

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8. Propriedades dos aços
 Perfil formado a frio

8. Propriedades dos aços


 Influência do processo de fabricação nas propriedades
mecânicas do material – aumento da tensão de escoamento
e redução da ductilidade

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8. Propriedades dos aços
 Influência do processo de fabricação nas propriedades
mecânicas do material – aumento da tensão de escoamento
e redução da ductilidade

8. Propriedades dos aços


 Influência do processo de fabricação nas propriedades
mecânicas do material – aumento da tensão de escoamento
e redução da ductilidade

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9. Definições geométricas
 PFF – cantos arredondados
 Composição por elementos planos (mesas, almas,
enrijecedores) e elementos curvos (dobras ou esquinas)

ELE6
ELE8

ELE7 ELE9

ELE5

ELE1

ELE2 ELE3 ELE4

9. Definições geométricas
 Elemento com bordas vinculadas (AA)
 Elemento com borda livre (AL)
 Enrijecedor de borda simples (AL)
 Espessura (t)
 Largura do elemento (b)

AL AA AA
AL

AL AA AA
AA AA

AL
AL
AL AA AL AL

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9. Definições geométricas
 Largura efetiva (beff ou be)
 Elementos AL – redução na extremidade do elemento
 Elementos AA – redução na parte interna do elemento

beff1 beff2,1 beff2,2

beff2,2 beff3,2

beff2,2 beff3,2
beff5

beff3 beff4,1 beff4,2

9. Cálculo Propriedades Geométricas


 Método Linear
 Considera-se a massa do perfil concentrada na sua linha média
dividindo-o em elementos primários (linhas e arcos) e no fim,
multiplica-se pela espessura

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9. Cálculo Propriedades Geométricas
 Método Linear

9. Cálculo Propriedades Geométricas


 Método Linear

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9. Cálculo Propriedades Geométricas
 Método Simplificado (Carvalho et al.)

Alma: d = bw – 2.t
Mesas: b = bf – 2.t
Enrijecedor: c = D - t

9. Cálculo Propriedades Geométricas


 Método Simplificado (Carvalho et al.)

Alma: d = bw – 2.t e am = bw - t
Mesas: b = bf – t e bm = bf - t
Enrijecedor: c = D – t/2 e cm = D – 0,207.t

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10. Aplicação
 Determinar os momentos de inércia (Ix e Iy), a área e os
módulos resistentes elásticos (Wx e Wy) do perfil U130x60x3
usando o método linear e comparar com o método
simplificado
Mesa: b1 = 60 – 2 . 3 = 54 mm
Alma: b2 = 130 – 4 . 3 = 118 mm
d2 = 118/2 + c = 61,87 mm
Canto: R = 1,5 . 3 = 4,5 mm
L = 1,571 . R = 7,07 mm
C = 0,637 . R = 2,87 mm
I1 = 0,149 . R3 = 13,577 mm3
(momento de inércia
baricêntrico do canto)

10. Aplicação
 Cálculo da Área
Ltotal = 2 . 54 + 2 . 7,07 + 118 = 240,1 mm
A = 240,1 . 3 = 720,3 mm2
 Cálculo do Momento de Inércia (Ix)
Mesa: Ixmesa = I1 + 54 . (d1)2 = 0 + 54.(63,5)2
momento da linha em = 217741,5 mm3
relação a si própria
Canto: Ixcanto = 13,577 + 7,07 . (d2)2 = 13,577 + 7,07 . (118/2+C)2
= 27076,8 mm3
Alma: Ixalma = 1183 / 12 = 136919,33 mm3 espessura

Itotal = [2 . (217741,5) + 2 . (27076,8) + 136919,33] . 3 = 1879667,8 mm4

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10. Aplicação
 Cálculo do Módulo Resistente (Wx)
Wx = Ix / ymáx = 1879667,8 / 65
Wx = 28918,0 mm3

OBS.: xg = 15,9 mm e Iy = 25300 mm4

11. OBS Extras – EC3


 Aumento da tensão de escoamento – PFF
k.n.t 2 ( fu  fyb )
fya  fyb  ( fu  fyb ) mas fya 
Ag 2
 fya = tensão de escoamento média
 Ag = área bruta da seção transversal
 k = coeficiente que considera o processo de fabricação
 k = 7 para perfiladeiras
 k = 5 (outros processos)
 n = nº de cantos a 90º nas seções com raio interno r ≤ 5t (cantos com ângulos
menores devem ser contabilizados como frações de n)
 t = espessura antes da formação a frio do perfil excluindo possíveis recobrimentos
(pintura, etc.)

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11. OBS Extras – EC3
 O aumento da tensão de escoamento pode ser utlizada em:
 membros carregados axialmente onde Aeff = Ag
 Na determinação de Aeff  fy = fyb
 O aumento da tensão de escoamento deve ser utlizada em:
 resistência da seção para membros carregados axialmente à tração
 resistência da seção e flambagem para membros carregados
axialmente à compressão com seção totalmente efetiva
 resistência à flexão de seções com mesas totalmente efetivas

11. OBS Extras – EC3


 Resistência à flexão de seções com mesas completamente
efetivas (dividir a seção em n elementos planos)  aumento
da tensão de escoamento para cada elemento (proporcional)

 A f
m
g,i y ,i
i 1
 fya
 A
m
i 1 g,i

 Ag,i = área bruta do elemento plano i

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11. OBS Extras – EC3
 Influência dos cantos

11. OBS Extras – EC3


 Influência dos cantos

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11. OBS Extras – EC3
 Influência dos cantos
 simplificação para cálculo das propriedades da seção efetiva A eff,
Iy,eff, Iz,eff e Iw,eff

11. OBS Extras – EC3

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11. OBS Extras – EC3
 Limitações de esbeltezas

11. OBS Extras – EC3


 Limitações de esbeltezas

 Tamanho do enrijecedor – garantia de funcionamento

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11. OBS Extras – EC3
 Modelos estruturais para análise

11. OBS Extras – EC3


 Curvatura da mesa de um PFF – “flange curling” 
desconsiderar se u < 5% altura do perfil

(para elementos em arco)

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11. OBS Extras – EC3
 Flambagem Local e Distorcional
 Flambagem local  considerada através da utilização das
propriedades efetivas da seção  EC3 – 1.5
 Flambagem distorcional  para elementos com enrijecedores
externos ou intermediários – seção 5.5.3 (EC3 – 1.3)

11. OBS Extras – EC3


 Flambagem Local e Distorcional
 Os efeitos da flambagem distorcional devem ser considerados para
os casos a), b) e c) através de análise linear ou não-linear usando
métodos numéricos
 Ao menos que o procedimento simplificado (EC3-1.3 - 5.5.3) seja
usado e a tensão de flambagem elástica seja obtida em uma análise
linear, o seguinte procedimento pode ser aplicado

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11. OBS Extras – EC3
 Flambagem Local e Distorcional
1. Calcular as tensões elásticas de flambagem para os diversos modos
de flambagem

coluna longa

coluna curta coluna


intermediária

11. OBS Extras – EC3


 Flambagem Local e Distorcional
2. Calcular as larguras efetivas de acordo com EC3-1.3-5.5.2 para
flambagem local na seção baseada na tensão mínima de
flambagem local

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11. OBS Extras – EC3
 Flambagem Local e Distorcional
3. Calcular a espessura reduzida – ver item EC3-1.3-5.5.3.1 para
enrijecedores intermediários ou externos e outras partes da seção
sujeitas a flambagem distorcional baseada na tensão mínima de
flambagem distorcional
4. Calcular a resistência à flambagem global de acordo com EC3-1.3-
6.2 (flexão, torção e lateral por torção) dependendo do modo de
flambagem para o comprimento total do membro considerando-se a
seção transversal efetiva avaliada em 2) e 3)

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