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AUTISMO INFANTIL:
Impacto do Diagnóstico de TEA nas Relações Familiares1
Maria Macilene Juvenal2
Maria Sueli Carneiro Mesquita 3
RESUMO
ABSTRACT
Autism Spectrum Disorder (ASD) is typically diagnosed in childhood and has a wide range of
symptoms, some being more severe than others. The purpose of this research is to examine TEA and
detect how it impacts families as a whole. Through the empowerment of families, a new perspective of
promoting resilience among families affected by a diagnosis of ASD. These actions reinforce individual
and family unity, allowing them to live a more fulfilling life. In this study, bibliographic research was
used. After reviewing the literature, the findings produced similar and contradictory results in this
discussion. This research presented the strengths and limitations that involve the reality of these
families. With this, the research allows current and future educators to relate better and work with
families that have a child with a diagnosis of autism, contributing to the improvement of the quality of
life of everyone involved. It is concluded that the impact of the diagnosis of ASD is a challenge for the
reality of many families today.
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Artigo apresentado no mês de Janeiro de 2020 ao Curso de Pedagogia da Faculdade Integrada de
Brasília (FABRAS), como requisito parcial à obtenção do título de Licenciado em Pedagogia.
2
Maria Macilene Juvenal. Aluna do curso de Pedagogia da Faculdade Integrada de Brasília.
(FABRAS). E-mail: macithom43@gmail.com.
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Mestra Maria Sueli Carneiro Mesquita. E-mail: suelimono@hotmail.com.
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1 INTRODUÇÃO
Devido a esses sintomas, uma criança com TEA pode ter problemas
relacionados à sociabilidade e ao formar relacionamentos significativos. Crianças
diagnosticadas com autismo podem comunicar-se verbalmente, não verbalmente ou
uma combinação de ambos. Devido a este aspecto do TEA, o currículo escolar e os
serviços de educação especial podem necessitar de modificações a depender do
estilo de comunicação da criança.
A propósito, ninguém sabe como será o futuro e por vezes projetamos nossas
perspectivas de forma equivocada; muitas vezes, essa projeção nos faz perder a
perspectiva do agora, pois o ser humano é um ser social e precisa dos outros para
aprender a conviver com as diferenças. Esse é o desafio e o objetivo maior de nossa
vida como espécie: mesmo independentes precisamos levar em consideração que a
diversidade nos enriquece e nos torna melhores. Por isso, espera-se que esse artigo
possa contribuir como uma ferramenta para os educadores naquilo que se propõe a
ser a educação inclusiva.
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2 REVISÃO DE LITERATURA
O espectro do autismo varia de leve para severo com alguns sintomas sendo
mais extremos do que outros e por causa da ampla gama de manifestações, esta
desordem varia bastante. O TEA é geralmente diagnosticado em crianças aos três
anos de idade, quando estas demonstram dificuldades nas áreas de interação
social, linguagem para comunicação e/ou padrões restritos, repetitivos e
estereotipados de comportamento.
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Foi analisado que até 30% das crianças com TEA regrediu em suas
habilidades de desenvolvimento ou perderam completamente essas habilidades
antes da idade de dois anos. Até 11% das crianças diagnosticadas com TEA, antes
da idade de dois anos, possuíam habilidades de desenvolvimento onde se cessou a
evolução. Se uma criança não apresenta contato visual ou não está atendendo a
marcos de desenvolvimento, isso pode indicar um diagnóstico de autismo e os pais
devem procurar profissionais para realizar avaliações apropriadas (CUNHA, 2016).
No entanto, muitas vezes quando nos referimos a esses distúrbios que afetam
o desenvolvimento, os confundimos com pessoas que os possuem ou vivem com
eles. Ou seja, todas as pessoas com TEA são diferentes, não se caracterizam pelas
características desses distúrbios, mas se caracterizam pelo ambiente em que vivem,
pelas experiências que têm em suas vidas e, sobretudo, pelos apoios que possuem.
Superar as dificuldades dessas experiências e os modelos educacionais os quais
estão sujeitos. A partir dessa dificuldade, para gerar um arcabouço teórico comum,
Frith (1991) aponta o conceito de "Espectro Autista" para coletar alterações,
dificuldades e distúrbios com os sintomas do transtorno autista.
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Nesta área, a avaliação da evolução das famílias que têm uma pessoa com
Transtorno do Espectro do Autismo se torna extremamente importante. Alguns
autores chegam a equiparar as reações emocionais que podem ser encontradas nas
famílias, por exemplo, a aceitação de uma pessoa com Transtorno do Espectro do
Autismo, semelhante às de um sentimento de luto por um ente querido. Eles
alegadamente mencionam que a pessoa que eles esperavam não era quem eles
encontraram e que não nutriam expectativas sociais, comunitárias e individuais em
relação ao novo membro do grupo. Os autores abaixo fazem referência a um modelo
de adaptação sobre famílias que tem entes com Transtorno do Espectro do Autismo
e as fases antes da aceitação (TAYLOR, 2011).
Agora, não se pode presumir que todas as famílias passam por uma
sequência semelhante de estágios. Na realidade, elas reagem de maneiras muito
diferentes à realidade de uma pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo. Para
aprender mais sobre atitudes e comportamentos familiares, é preciso compreender
como a família entende o conceito de ciclo de vida familiar.
Nesse aspecto, Freixa (1993) entende o ciclo de vida como uma sucessão de
estágios de desenvolvimento mais ou menos estáveis, separados por períodos de
transição e de desorganização relativamente curtos, marcados por cerimônias,
rituais e eventos que sinalizam a entrada para um novo estágio de desenvolvimento.
das famílias, juntamente com a qualidade de vida das crianças com Transtorno do
Espectro do Autismo, (TAYLOR, 2011).
As mães relatam ter mais estresse do que os pais relacionados ao seu filho
diagnosticado com autismo, por serem as principais cuidadores da criança e mais
ativas na educação da mesma. Na seção a seguir, o estresse parental do
diagnóstico de autismo será explorado para melhor compreensão.
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Outro estressor a ser apontado são pais tentando inserir seu filho
diagnosticado com autismo na comunidade. Pessoas na comunidade podem não
entender ou ser sensíveis aos comportamentos que podem ocorrer em momentos
excepcionais. Isso também faz com que os pais hesitem em levar seus filhos para os
amigos ou casa de parentes, porque eles sentem como se a criança não pudesse
socializar ou relacionar-se. Isso às vezes deixa os pais experimentarem o isolamento
de seus amigos, família e da comunidade.
responsabilidade quando os pais não são mais capazes de cuidar de seu filho. Um
quarto estressor para os pais é o aspecto financeiro.
Os pais relataram rotinas da manhã sendo mais difíceis uma vez que a
maioria dos colapsos ocorrem durante este período devido a problemas sensoriais,
fazendo a criança se atrasar para a escola e os pais para o trabalho. Foi desafiador
como uma criança diagnosticada com autismo pode ser sensível a certas texturas de
alimentos, muitas vezes se recusar a comer (CUNHA, 2014).
Além dos pais, os irmãos também são muito impactados pelo diagnóstico do
autismo. Os irmãos, no entanto, podem não compreender plenamente o diagnóstico,
pois não recebem explicações de especialistas e ainda estão se desenvolvendo
emocionalmente também.
velhos do que seu irmão diagnosticado com autismo. Geralmente, os pais informam
seus filhos do diagnóstico de autismo de um irmão, seguido de informações que lhes
permitisse uma maior compreensão, quando acham que a criança neurotipica tem
maturidade para compreender a situação.
Uma criança com necessidades elevadas pode exigir o auxílio para comer,
tomar banho, cuidados pessoais e modificação do comportamento que podem
ocupar o tempo dos pais. Em alguns casos, a criança tipicamente em
desenvolvimento pode atuar na esperança de interceptar parte da atenção parental
(CUNHA, 2014).
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O apoio adulto positivo foi encontrado para capacitar a relação do irmão nos
adultos e nos adolescentes. Ser de uma família maior também foi um aspecto que
teve uma influência positiva na relação entre irmãos adolescentes com seu
irmão/irmã diagnosticado com TEA. Verificou-se também que se o irmão
diagnosticado com TEA fosse mais jovem que o irmão adulto, eles eram mais
propensos a se envolver em atividade com seu irmão/irmã (BOSA, 2006).
Apesar de ter um irmão diagnosticado com TEA poder ser algo desafiador, é
possível haver interações positivas. Os irmãos podem ganhar uma apreciação
profunda para seu irmão/irmã com autismo. As crianças podem aprender a ver o
autismo de seu irmão como parte de quem são.
Os avós também temem ou evitam levar seu neto para fora em interações
públicas por causa de comportamentos que são produzidos a partir do diagnóstico
do autismo. Nota-se que os avós maternos são mais favoráveis e envolvidos do que
os avós paternos. Os avós maternos são mais propensos a avaliar os sintomas da
criança de TEA mais positivamente do que os pais (FUMEGALLI, 2012).
2.5 Mecanismos para lidar corretamente com uma criança com TEA
Alguns locais em que os pais podem receber ajuda incluem grupos de apoio
com pais de crianças com autismo, pedagogos, terapeutas ocupacionais,
professores de educação especial e outros profissionais de saúde mental. O apoio
social de amigos, familiares e cônjuges reduz a depressão e aumenta o bem-estar
nos pais de crianças com autismo através de uma rede de suporte.
O apoio conjugal foi indicado como a fonte mais benéfica de suporte à medida
que proporcionam alivio, dividem as responsabilidades domésticas e compartilham o
papel disciplinar um com o outro. Os cuidados relacionados descanso têm valor
significativo no enfrentamento do autismo (MÉA, 2014).
Grupos de apoio para irmãos de crianças com autismo podem ser de grande
auxílio às famílias, pois assim é possível que pai, avós e irmãos aprofundem sua
compreensão e conhecimento sobre o diagnóstico do autismo. A efetividade dos
grupos de apoio aos pais de crianças com autismo se demonstra que quando os
pais que tiveram a oportunidade de se conectar com outros pais de crianças com
autismo, puderam reduzir o estresse e isolamento social (SERRA, 2010).
Pais que se unem pela causa, com o tempo se capacitam para advogar na
comunidade em favor de outros pais cujas crianças foram diagnosticadas com
autismo demonstrando assim a importância do social e do engajamento na causa do
autismo (BOSA, 2006).
Outras sugestões que os pais podem utilizar, a fim de lidar com o estresse de
criar uma criança com autismo incluem meditação, exercício, respiração profunda,
exercício de relaxamento, escrever, manter um cronograma diário de coisas para
realizar (MÉA, 2014).
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b. Princípio da padronização
c. Princípio da Integração
e. Princípio da concorrência
3 METODOLOGIA
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
5 REFERÊNCIAS