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Direito Penal

Teoria geral do crime:


crime culposo
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Direito Penal
Teoria geral do crime - crime culposo

Apresentação
Olá aluno,

Sou o Professor Thiago Pacheco. Delegado de Polícia em Minas Gerais, Professor


da ACADEPOL/MG e cursos preparatórios, Coordenados do Plano de Aprovação - Coaching e
Mentoria para Concursos Públicos.

Sumário

Conceito analítico do crime.................................................................................................................3

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Direito Penal
Teoria geral do crime - crime culposo

Conceito analítico do crime

Crime culposo
Art. 18 - Diz-se o crime:
I. doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;
II. culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia.
Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime,
senão quando o pratica dolosamente.

CONCEITO:
Crime culposo consiste em uma conduta voluntária que realiza um evento ilícito não querido ou
aceito pelo agente, mas que lhe era previsível (culpa inconsciente) ou excepcionalmente previsto
(culpa consciente) e que poderia ser evitado se empregasse a cautela necessária.

ELEMENTOS DA CULPA:
1. Conduta humana voluntária:
Ação ou omissão dirigida e orientada pelo querer, causando um resultado involuntário. Em outras palavras,
a conduta é voluntária, mas, o resultado é involuntário.
2. Violação do dever de diligência:
O agente atua em desacordo com aquilo que é esperado pela lei e pela sociedade. Se atuasse com prudência
e discernimento, evitaria o evento.
Para saber se o agente violou um dever de cuidado, invoca-se a figura do “homem médio”.
Dessa comparação (homem médio), conclui-se se ocorreu violação da obrigação de cuidado, violação
manifestada pela imprudência, negligência e imperícia.

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Teoria geral do crime - crime culposo

Modalidades de culpa:
a. Imprudência: precipitação, afoiteza, sem os cuidados que o caso requer. É forma positiva de culpa (consiste
em um agir).
Ex: conduzir veículo em alta velocidade num dia de chuva.
b. Negligência: é ausência de precaução. É forma negativa de culpa (consiste em uma omissão).
Ex: conduzir veículo com pneus carecas.
c. Imperícia: falta de aptidão técnica para o exercício de arte ou profissão.
Ex: Condutor troca o pedal do freio pelo da embreagem não conseguindo parar o veículo (não foi preci-
pitado, não agiu sem precaução, mas faltou-lhe aptidão técnica para a condução do veículo).
3. Resultado naturalístico involuntário:
Em regra, os crimes culposos são materiais, ou seja, causam, de modo involuntário, modificação no mundo
externo.
Exceção: temos, no entanto, crime punindo-se a culpa independentemente de resultado naturalístico, como,
por exemplo, o artigo 38 da Lei nº 11.343/2006: “prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que
delas necessite o paciente”.
4. Nexo entre conduta e resultado:
Tratando-se de crime material, deve estar presente a relação de causalidade entre a ação ou omissão vo-
luntária e o resultado involuntário.
5. Resultado involuntário previsível:
Possibilidade de conhecer o perigo (que não se confunde com previsão, na qual o agente conhece o perigo).
Excepcionalmente, porém, ainda que presente a previsão, não se descarta a culpa, desde que o agente
acredite poder evitar o resultado, seja contando com a sua habilidade, seja com a sorte (culpa consciente).
6. Tipicidade:
Não se pune a conduta culposa, salvo quando houver expressa disposição em lei.
A tipicidade (encaixe ao tipo penal) é exigência do art. 18, parágrafo único, do CP:
“Art. 18 - Diz-se o crime:
[...]
Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido
por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente”.

Espécies de culpa:
a. Culpa consciente: o agente prevê o resultado, mas espera que ele não ocorra, supondo ter o poder de evitá-lo
com suas habilidades ou com a sorte. Aqui, mais que mera previsibilidade, o agente tem previsão.
Ex: caçador que, avistando um companheiro próximo do animal que deseja abater, confia em sua condi-
ção de perito atirador para não atingi-lo mas acaba acertando o mesmo, causando-lhe lesão ou a morte.
b. Culpa inconsciente: o agente não prevê o resultado que, entretanto, era previsível. Aqui, qualquer pessoa
de diligência mediana tinha condições de prever o risco.
Ex: Indivíduo que atinge de forma involuntária a pessoa que passava pela rua, depois de atirar um objeto
pela janela por acreditar que ninguém passaria naquele horário.

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c. Culpa própria: é aquela em que o agente não quer e não assume o risco de produzir o resultado, mas acaba
lhe dando causa por negligência, imprudência ou imperícia.
d. Culpa imprópria: é aquela em que o agente, por erro evitável, imagina certa situação de fato que, se presente,
excluiria a ilicitude do seu comportamento. Provoca determinado resultado típico intencionalmente, mas
responde por culpa por razões de política criminal.
Assim anuncia o art. 20, §1º, do CP:
“§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas cir-
cunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação
legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato
é punível como crime culposo”.
Obs: Culpa consciente # Dolo Eventual

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